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Não era assunto mas quem decide se é não és tu

3 Fevereiro, 2020

Não concordo contigo, Telmo. Dizes que não tens vontade, necessidade ou dever de debater eutanásia, mas, como poderás reparar, essa vontade não depende de ti. Eu também não queria debater eutanásia, particularmente porque não há nada a debater: misturar o que se passa no interior de uma casa em família e um medicamento que alivie dores mas que com isso acelere a morte da pessoa com “eu tenho o direito a que o estado me providencie uma execução nos moldes que eu quero” não foste tu – nem eu – que fizemos: foram os calhaus que se arrogam o direito divino de achar que nos representam. Se, por força de lei, abres a porta à execução de doentes só porque uns cabrões encaram a liberdade como um conceito filosófico em vez de uma doutrina de vida, passas a criminoso. Como serão todos os que se abstiverem ou votarem a favor de qualquer projecto de lei que atribui ao estado poder discricionário para terminar com a vida de alguém.

Criminosos, assassinos. Todos eles.

15 comentários leave one →
  1. Filipe permalink
    3 Fevereiro, 2020 11:57

    Também não percebi como num tema tão sensivel não foi feito um referendo.

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    • 3 Fevereiro, 2020 11:58

      Corria o risco de chumbar, atrasando o progresso.

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    • FreakOnALeash permalink
      4 Fevereiro, 2020 08:45

      E somos dois. Provavelmente votaria a favor, mas o mais importante para mim era fazer-se o referendo.

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  2. Os corruptos que se cuidem permalink
    3 Fevereiro, 2020 12:33

    Mas ainda estamos a tempo de exigir o referendo. Estudem-se as formas de o fazer.

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    • Jornaleca permalink
      3 Fevereiro, 2020 14:43

      Salvo erro, isto é uma espécie de directiva dos macacos em Bruxelas e do parlamento europeu, que eu não reconheço como tal.

      Em toda a Europa vão implantar isto. Pelo menos é o alvo dos porcos ateus em Bruxelas, Berlim, Paris.

      Eu lembro um caso parecido no Reino Unido. que não tem de ver com a eutanásia, mas com a defesa da vida humana, dos bebés, na véspera do nascimento. A polícia britanica prendeu um homem em cadeira de rodas, um deficiente, que protestava à frente de uma clínica especializada na matança cruel de bebés, dos tais bebés.

      E muitos perguntam-se, porque é que o Reino Unido também tem um problema com os bárbaros muçulmanos. É que os ateus lá querem à força, promover a matança de bebés, e de certeza qualquer dia, com um governo apropriado, inclinado para esse efeito, também a eutanásia. O cretino do partido do Labour, já me esqueci do nome dele, aquele comunista tonto, se ele tivesse ganho as eleições contra o Boris, teria-o feito, sem a mínima dúvida.

      Vamos ver. Dizem que o Boris tem muita cultura. Está para ver.

      Muitos países em Europa já o fazem, salvo erro. A tal Holanda, a Bélgica. Na Suíça também o querem. A Alemanha também.

      É triste, muito triste, mas lógico. A esquerda odeia o conceito da família, profundamente. Eles nunca vão parar, até conseguirem tudo o que eles querem.

      Referendos? Perdem um, tentam fazer outro, até o conseguirem. Foi sempre assim. Respeito perante o povo? Quando e aonde?

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  3. Jornaleca permalink
    3 Fevereiro, 2020 14:32

    Muito bem, caro, excelente vitor cunha.

    Isto é o fim da esquerda radical, fascista, et cetera, cujo único pensamento e intenção, desde o ponto zero, desde o início, foi e é roubar o precioso sentido de vida ao ser humano.

    Eles esticaram a corda de mais.

    Eles mentem, iludem como querem, mas as perninhas, os actos deles provam a culpabilidade desse esterco humano.

    Há tanto a dizer.

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  4. Maria permalink
    3 Fevereiro, 2020 15:22

    Grande texto, Vitor. Parabéns.
    Maria

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  5. Cristóvão permalink
    3 Fevereiro, 2020 15:28

    Nem mais.

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  6. Filipe Bastos permalink
    3 Fevereiro, 2020 16:07

    “…foram os calhaus que se arrogam o direito divino de achar que nos representam.”

    Vítor, sou a favor da eutanásia. Não necessariamente desta lei, mas do princípio: poupar sofrimento escusado pode fazer parte das tarefas do Estado. Tal como no aborto, a realidade é como é.

    Sempre houve e continuaria a haver mulheres a abortar de forma clandestina e perigosa, em nome da moral herdada de uma religião felizmente em declínio (todas deviam estar em declínio), e sempre haverá pessoas para quem, pela sua condição terminal, uma morte rápida e indolor é o menor dos males.

    Não me cabe decidir por essas mulheres; e não me cabe decidir por aqueles que estão em tal desespero que precisam da eutanásia. Isto é não pôr uma pistola na mão do Estado para matar de forma indiscriminada ou punitiva: é um mero instrumento para tornar legal o que já é feito de forma ilegal, e por boa causa. É uma situação extrema, a mais extrema de todas. Merece uma excepção, desde que adequadamente legislada e vigiada.

    Mas o que me chamou a atenção foi a sua frase acima: “foram os calhaus que se arrogam o direito divino de achar que nos representam”. São esses calhaus, Vítor, que decidem tudo por si. TUDO. Ainda não reparou?

    Porque é que ninguém aqui fala de democracia directa, ou semidirecta? Porque dão todos como adquirido que temos de ser ‘representados’ – em tudo – por tais calhaus? Porque há-de o voto ser um cheque em branco?

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    • Zé Manel Tonto permalink
      3 Fevereiro, 2020 17:17

      “Isto é não pôr uma pistola na mão do Estado para matar de forma indiscriminada ou punitiva”

      Não é, agora, porque ninguém vai dizer no parlamento que quer abater os velhos nos hospitais. Isso era demasiado descarado.

      Mas quem decide se o sofrimento é “intolerável”? Quem decide se há capacidade de “recuperação”? Quando se largar a bola de neve montanha abaixo já ninguém a pára,

      Basta esperar uns anos, como na Bélgica ou Holanda (uma delas, já não me lembro) e teremos casos como aquele em que uma junta médica autorizou a eutanásia a uma adolescente com depressão.

      Deixar a um funcionário do Estado, e possivelmente a um terceiro (quem decide nos casos de demência?), a possibilidade de matar alguém, vai dar muito mau resultado.

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    • FreakOnALeash permalink
      4 Fevereiro, 2020 08:51

      Subscrevo na íntegra o que disse. Obrigado Filipe por não ser, mais um, fanático religioso a comentar. O divino aqui não interessa nada, há situações do arco da velha em que temos de nos valer uns aos outros às quais o divino não chega.

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      • 4 Fevereiro, 2020 08:52

        Isto não tem nada a ver com “temos de nos valer uns aos outros”, isto tem a ver com ordem do estado para executar.

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  7. Luís Lavoura permalink
    3 Fevereiro, 2020 16:18

    o que se passa no interior de uma casa em família e um medicamento que alivie dores mas que com isso acelere a morte da pessoa

    Hmmm. Portanto, o Vítor Cunha até aceita a eutanásia, desde que
    (1) ela seja disfarçada, sendo efetuada através de um medicamento que alivie dores, não sendo portanto assumida como uma verdadeira eutanásia,
    e/ou
    (2) ela seja feita em casa, por um médico particular ou pela família.
    Que curioso.
    Eu julgava que o Vítor Cunha rejeitasse a eutanásia por a família a poder utilizar para se livrar de um velho doente, ou para poder chegar mais depressa à herança desse velho. Afinal, o Vítor Cunha considera que a eutanásia pode ser utilizada mesmo nesses casos, e por essa mesma família, desde que seja feita em casa e disfarçada de anestesia.

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    • 3 Fevereiro, 2020 16:32

      E eu julgava que o Luís Lavoura tinha sido lobotomizado, mas agora percebo que nunca poderia notar a diferença.

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  8. MJRB permalink
    4 Fevereiro, 2020 00:07

    Isso, e sintetizando: “Criminosos, assassinos. Todos eles”.

    Deem trelas e papinha às bestas e verão o que acontecerá…

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