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O mundo fora da bolha da gente bonita que faz programas fofinhos e leis inovadoras

14 Fevereiro, 2020

*A redução administrativa de 3% nos preços pagos pelo Estado ao sector convencionado dos meios complementares de diagnóstico e de terapêutica está a condicionar o acesso a exames fundamentais. O exemplo das ecografias obstétricas, para as quais faltam médicos dispostos a trabalhar pelos valores que o Serviço Nacional de Saúde paga, é um dos casos mais graves.

*A imoralidade da renda acessível em Lisboa. Fernando Medina prometeu 6000 casas de renda acessível, mas não produziu uma única: está a tirá-las da habitação social.

*Mais de 30 cabras e ovelhas mortas por cães vadios em Viana do Castelo

33 comentários leave one →
  1. procópio permalink
    14 Fevereiro, 2020 10:04

    “A redução administrativa de 3% nos preços pagos pelo Estado ao sector convencionado”.
    É perfeitamente natural, quanto mais cedo se arrasar o privado melhor, falem à Katarina, ela já tem soluções na mão, se não puderem fazer as análises, é menos uma preocupação.
    “As rendas acessíveis que deixam de o ser”. É perfeitamente natural, vem aí o bom tempo e não há nada como dormir à vontade fora de casa.
    Não me soa bem chamar vadios aos cães, trata-se de uma acusação abusiva. Vadios e vadias, peritos em desfalques e crimes de colarinho sujo, vemos nós em lugares de destaque, repimpados em camarotes de estádios e não deixam de merecer vénias.
    Gente bonita é que eu gosto, fofinha tanto melhor. Não há que temer a inovação em curso. Caminhamos para uma sociedade modelo que só a inveja procura deitar abaixo.
    Temos muita sorte com as novas leis que a geringonça 2 faz para nos proteger.
    Passem pela Bulgaria, por Mozambique e pelo Burkina Fasso, não há lá nada disso.

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  2. JgMenos permalink
    14 Fevereiro, 2020 11:43

    Nunca se viu um tal concurso de idiotia.
    Valham-nos umas directivas de Bruxelas para a choldra não ser completa!

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    • FreakOnALeash permalink
      14 Fevereiro, 2020 12:08

      Exatamente…é por isso que sou profundamente europeísta, por mais imbecis que sejam os governantes de Bruxelas, estes continuam vários furos acima do nosso típico ministro.

      Sobre os ataques das matilhas de cães…isto dura até a população se revoltar e decidir caçá-los…vai ser bonito ver a reação dos animais do PAN!

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  3. Filipe Bastos permalink
    14 Fevereiro, 2020 14:44

    “faltam médicos dispostos a trabalhar pelos valores que o Serviço Nacional de Saúde paga”

    Independentemente da trampa feita pelo governo xuxa, isto que cito é inaceitável.

    Ou melhor, devia ser inaceitável: mas como país de cornos mansos, toleramos a crescente mama destes médicos mercenários, desta máfia médica que vai impondo o seu lobby, somando-lhe o topete e a desculpa hipócrita de ‘defender os doentes’.

    Além de acabar com a saúde privada, o que causará muito achaque a muito direitalha, é essencial pôr mão nestes mercenários e obrigá-los a trabalhar onde e como devem.

    Só que os governos xuxas não têm tomates para isso; e os laranjas não querem – porque defendem a mama privada. Todo o objectivo é mesmo lixar o público e obrigar as pessoas a recorrer ao privado.

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    • 14 Fevereiro, 2020 17:02

      “acabar com a saúde privada” … “obrigá-los a trabalhar onde e como devem”

      Um projecto comunista ?!…

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      • Filipe Bastos permalink
        14 Fevereiro, 2020 19:26

        Comunista, socialista, budista, benfiquista, chame-se-lhe o que se quiser, desde que se ponha mão na máfia médica.

        Há muitos médicos decentes em Portugal; mas há também muitos mercenários. Estes não têm lugar na Saúde. É preciso cortar-lhes a mama.

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      • 14 Fevereiro, 2020 22:38

        Não é certamente budista nem benfiquista.
        Nem sequer é “socialista” (no sentido “social-democrata”).
        É mesmo, simplesmente e claramente, comunista !

        Não há médicos “mercenários” …
        Há profissionais que não desejam trabalhar abaixo de uma determinada remuneração sabendo que, no pais ou no estrangeiro, há quem esteja disposto a pagar mais e melhor, seja trabalhando por conta própria seja trabalhando para outros empregadores.
        Estão no seu direito. Pelo menos num pais livre.
        Sabemos que nos regimes comunistas as pessoas não têm esse direito, isto é, não são livres. São escravos “obrigados a trabalhar onde e como devem”.

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      • 14 Fevereiro, 2020 22:56

        Sem os privados o estado da saúde em Portugal seria hoje muito pior.
        De resto, o mal não é um excesso de privados mas sim a existência de um oligopólio nas mãos do Estado (grosso modo, a proporção da oferta privada versus estatal é actualmente de 30%/70%).
        A saúde das pessoas teria tudo a ganhar com um maior equilibrio, com um sector privado maior e um sector estatal menos pesado.
        Isto não significa que a prestação de cuidados de saúde por parte do Estado, o chamado “serviço público”, deva forçosamente ser reduzida ou desaparecer mas sim que o próprio Estado poderia recorrer mais aos privados para assegurar mais e melhores cuidados de saúde à população que deles necessita.

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      • Filipe Bastos permalink
        15 Fevereiro, 2020 03:04

        Se lhe agrada chamar a isto comunismo, força. Não deixa de ser justo ou necessário; tal como se fosse capitalista ou social-democrata ou outra etiqueta do género.

        Ser médico não é uma profissão qualquer. Os médicos são os primeiros a pensar e a agir assim. Quando lhes convém.

        É, com razão, uma profissão bem paga e socialmente respeitada. Mas estamos em Portugal: o salário médio é 900€, o mínimo 600€. É esta a realidade, não a que alguns mamões querem fingir que é.

        Esses médicos mercenários tornam o que devia uma profissão nobre num mero mercado de oferta e procura, como se a saúde, a vida e a morte das pessoas fosse uma feira ou o casino bolsista. Que isto não nos choque como sociedade, diz muito da baixeza dos nossos valores e prioridades.

        Se não têm decência e vergonha na cara, se não honram a profissão fornecida pelo país e pela sociedade que juraram servir, temos de fazer algo a respeito. Cortar-lhes a mama.

        Quanto à saúde privada, encaminho-o para o meu post acima. Não que sirva de muito.

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    • 15 Fevereiro, 2020 06:30

      É importante relembrar que a via comunista, que consiste essencialmente em limitar ao máximo a liberdade das pessoas, inclusivé no plano económico acabando com os privados e anulando o mercado de oferta e procura, deu os piores resultados, inclusivé no que respeita à saúde das pessoas.
      A alimentação das pessoas é ainda mais básica e importante do que os cuidados médicos e, no entanto, já se percebeu há muito que a produção e a distribuição de alimentos é maior e melhor quando é feita pelos privados do que quando é estatizada (simbolizada pelas famigeradas « lojas do povo » de prateleiras vazias).

      Todos os aspectos da vida são necessários e importantes e todas as actividades e profissões que as satisfazem são necessárias e importantes. O problema é que as necessidades e as aspirações das pessoas são muitas e variadas ao passo que os recursos da sociedade, incluindo os humanos, são limitados.
      A história já mostrou que o modo mais adequado para que os recursos produtivos sejam mais e melhor utilizados no sentido de satisfazer as necessidades e aspirações das pessoas é aquele que dá mais liberdade às pessoas para decidirem o que querem fazer e consumir. Ou seja, é uma economia baseada no mercado. O papel do Estado, que é indispensável, deve ser o de garantir as condições de um regular funcionamento do mercado e não o de condicionar a liberdade das pessoas nas suas decisões como produtores e consumidores.

      A profissão médica exige uma qualificação elevada e é por isso normal e desejável que quem a exerce seja devidamente remunerado. De resto, se não fosse assim, o número e a qualidade dos médicos seria ainda mais escasso e insuficiente face à procura de saúde e bem-estar por parte da população.
      Se o sistema de saúde estatal não dispõe de meios suficientes para pagar devidamente a todos os médicos, o problema é do sistema e não dos médicos. Obrigar os médicos a trabalhar para o sistema estatal com remunerações inferiores às que podem ou poderiam ter no mercado de trabalho seria um atentado gravissimo à liberdade das pessoas, só imaginável numa sociedade totalitária de tipo comunista, e teria rápidamente consequências gravissimas em termos da oferta global de cuidados de saúde, estatal e privada.

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      • Filipe Bastos permalink
        15 Fevereiro, 2020 18:33

        Eis porque insiste nas etiquetas: para arrastar tudo para a estéril discussão capitalismo-comunismo, esse eterno Benfica-Sporting político de onde já não se sai.

        Assim pode dizer que a História “mostrou” aquilo que lhe dá jeito, e associar tudo o resto ao comunismo, como se melhorar a saúde pública e limitar a mama de médicos mercenários fosse a antecâmara do Gulag.

        O capitalismo é realmente bom a gerar e a distribuir abundância – à custa do ambiente e de semi-escravos em países distantes. Para criar centros comerciais, torradeiras e marcas de chocolate, o capitalismo é imbatível.

        É também excelente a criar os zombies consumidores que alimentam esse sistema insustentável de crescimento ‘infinito’, assim como desigualdade extrema e crises mundiais cíclicas, ou a tornar países inteiros reféns da máfia banqueira, ou a encher mamões. Mas nada disso está aqui em discussão.

        A saúde não é torradeiras ou farpelas da Zara. Havia muita coisa má nos países ex-comunistas, mas saúde e educação gratuitas não estão entre elas. Repito que os médicos não vivem num vácuo ou num país imaginário: vivem em Portugal, cujo salário médio ronda 900€ e o mínimo 600€. É esta a realidade.

        Se só lhes importa o dinheiro, então não deviam ter ido para médicos. Estão na profissão errada. O mundo está cheio de profissões. Se querem ser mercenários, se são mamões gananciosos, que vão para banqueiros ou para CEOs.

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      • 15 Fevereiro, 2020 19:24

        O Filipe Bastos não acha bem que se utilize a etiqueta do comunismo para classificar e criticar uma proposta que é claramente comunista (a de acabar com a medicina privada e obrigar os médicos a trabalhar para o Estado) mas já não tem nenhum problema em invocar a mesma etiqueta para dizer que nos paises comunistas é que a saúde e a educação eram boas e em utilizar a etiqueta do capitalismo para dizer que é um sistema de “mamões”, “mafiosos” e “mercenários”.
        A verdade é que o Filipe Bastos defende um programa para a saúde que é radicalmente comunista : acabar com os privados e com a liberdade laboral.
        A verdade é que o capitalismo, baseado na liberdade individual, deu sempre melhores resultados do que o comunismo, baseado na estatização e na sujeição dos individuos.
        Num sistema comunista a saúde com um minimo de qualidade nunca é verdadeiramente “gratuita”. Para além das aparências, o acesso a cuidados de saúde adequados passa inevitávelmente pela corrupção e por um “mercado negro”. No final e globalmente, um sistema de saúde completamente estatizado não melhora mas antes piora o estado de saúde da esmagadora maioria da população (claro que as nomenklaturas têm sempre acesso a cuidados de qualidade ou em clinicas “especiais” no interior do pais ou em clinicas privadas no estrangeiro capitalista).

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      • Filipe Bastos permalink
        15 Fevereiro, 2020 19:58

        “A verdade é que …”

        A verdade, Fernando, é que para os adeptos de ideologias, de religiões e de clubes de futebol a verdade estica como plasticina. O Fernando repetirá sempre as partes que acha boas no capitalismo e omitirá as más, por muito que lhas recordem.

        Isto não é sobre o comunismo; nem sequer interessa se era comunismo ou capitalismo de Estado. Só isto. Nesses países havia saúde e educação gratuitas, e isso é uma coisa boa.

        Repito: saúde e educação gratuitas – i.e. pagas por todos e fornecidas a todos – são uma coisa boa e civilizada. O Fernando discorda?

        Repito: em Portugal o salário médio ronda 900€ e o mínimo 600€. Os médicos têm de adaptar-se a esta realidade, não à de outros países. O Fernando discorda?

        Fora isto, podíamos continuar aqui a semana toda. A verdade é a que quisermos. Não vejo como a ganância tem lugar na saúde. O Fernando vê. São pontos de vista diferentes.

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      • 17 Fevereiro, 2020 13:35

        Filipe,
        « A verdade é que … » é uma força de expressão, equivalente a muitas outras com o mesmo sentido, que é o de chamar a atenção para aspectos e factos que nos parecem evidentes e comprovados, expressões que são utilizadas por toda a gente, certamente que pelo Filipe também.
        « A verdade é que » ninguém, muito menos eu, tem o exclusivo da verdade e, como bem diz, estamos aqui simplesmente a confrontar « pontos de vista » que, nestas matérias, são claramente diferentes.
        Efectivamente, « podiamos continuar aqui » a discutir … não apenas uma semana mas a vida inteira !…:)
        A verdade é que (;)) não pude comentar aqui em tempo útil e já passaram alguns dias pelo que o mais provável é já nem o Filipe nem ninguém estarem aqui a ler…
        Como entretanto acabei por escrever um comentário de resposta ao seu, resolvi mesmo assim editá-lo aqui, mas, como acabou por ficar demasiado longo e para ter mais espaço por linha, vou colocá-lo no em baixo, no espaço dos comentários directos ao post.
        Saudações.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      15 Fevereiro, 2020 13:50

      “Além de acabar com a saúde privada […].”
      “Se lhe agrada chamar a isto comunismo, força.”

      Proibir o médico de trabalhar para o empregador que lhe apetecer, ou de se estabelecer por conta própria, só pode trabalhar para o Estado.
      Não é caso de agradar ou não chamar a isto comunismo. É mesmo comunismo.

      “é essencial pôr mão nestes mercenários e obrigá-los a trabalhar onde e como devem”

      Obrigar a trabalhar onde e por quanto o estado quiser.
      Peço desculpa, não é comunismo, é esclavagismo.

      A malta na extrema esquerda já nem tenta ter argumentos minimamente aceitáveis para o comum mortal.
      Exigir que algumas profissões que só se consegue aceder através de Ensino Superior pressuponham que quem termina o curso tenha que trabalhar x anos para o Estado (caso dos médicos) ou no país, sob pena de ter que devolver ao Estado o dinheiro da formação, ainda poderiam colher apoio na população.

      Mas parece que já se passou há muito o ponto de não retorno.

      É clown world…

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      • Filipe Bastos permalink
        15 Fevereiro, 2020 18:43

        “Proibir o médico de trabalhar para o empregador que lhe apetecer, ou de se estabelecer por conta própria, só pode trabalhar para o Estado.”

        Não para o Estado; para a saúde pública. Esta é gerida e fornecida pelo Estado por mera exclusão de partes, pois não pode ser privada: o privado é só de alguns. Não é público.

        A saúde não é um negócio. É parte da civilização. Não é comparável a outras necessidades básicas, como tentou o Fernando S acima, como a alimentação. Há cafés, padarias e supermercados em cada esquina; não requerem as habilitações, a tecnologia ou o investimento da saúde.

        Não é preciso os médicos devolverem o dinheiro da sua formação. Esta é um investimento de todos nós, para termos quem nos trate – a todos, não apenas aos ricos ou a quem tem seguro.

        A saúde não deve gerar lucro. A ganância não tem lugar na saúde.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        15 Fevereiro, 2020 22:13

        “Não para o Estado; para a saúde pública. Esta é gerida e fornecida pelo Estado por mera exclusão de partes, pois não pode ser privada”

        Filipe, se a saúde não pode ser privada, os profissionais de saúde vão trabalhar para quem? Se não é para privados é para o Estado.

        A saúde não é um negócio? O Estado sempre me levou mais em impostos do que me estava a dar de volta.
        Tudo o que está no estado é um bom negócio para alguns.

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      • Filipe Bastos permalink
        16 Fevereiro, 2020 00:49

        “O Estado sempre me levou mais em impostos do que me estava a dar de volta.”

        V. está entre os mais pobres, Zé Tonto? Não deve estar, pois tem net e paga impostos.

        Então, uma novidade para si: há-de sempre pagar mais ao Estado do que receberá de volta. Óptimo! É sinal de que é um contribuinte líquido e que não precisa do Estado.

        O Estado é mal gerido? É. A classe pulhítica chula-nos e goza-nos? Sem dúvida. Mas ainda que fosse bem gerido, pessoas como v. e eu hão-de sempre pagar mais do que recebem.

        Bem pior, Zé Tonto, é pagar pouco ou nada. É sinal de que se tem pouco ou nada.

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    • 15 Fevereiro, 2020 23:04

      Se se determina dogmáticamente, como faz o Filipe Bastos, que a saúde pública não pode ser privada (isto é, não pode ser disponibilizada através de operadores privados) então é óbvio que é só e totalmente estatal.
      Mas é errado considerar que a saúde “pública” tem de ser exclusivamente e totalmente estatal e não pode passar pela participação dos privados. Na verdade, o Estado pode perfeitamente garantir um serviço público de cuidados de saúde sem ser ele próprio a “produzir”, isto é, a fornecer directamente os cuidados de saúde através da sua própria estrutura estatal, mas antes contratando com operadores privados a prestação desse mesmo serviço.
      É, por exemplo, o que já se passa em Portugal com os hospitais públicos com gestão privada e com o recurso a hospitais, laboratórios e médicos privados pelo SNS. Há paises, como a França, onde o Estado, através da Segurança Social (“Sécurité Sociale”), faz acordos com um grande número de operadores de saúde privados no sentido destes poderem prestar cuidados aos utentes (que, de resto, têm a liberdade de escolher a quem recorrem e, por esta razão, este sistema de saúde público é designado como … “Liberal” !…).
      Ou seja, um serviço é “público” quando é garantido pelo Estado aos cidadãos independentemente da modalidade que seja utilizada para o disponibilizar, seja ela directamente estatal (um hospital ou um centro de saúde 100% estatal) ou seja ela através de privados contratualizados pelo Estado.
      No fim de contas, o que conta, e o que é verdadeiramente importante para os utentes finais, não é a natureza estatal ou privada do serviço mas antes que o mesmo seja disponibilizado na quantidade e com a qualidade desejadas.
      O serviço é “público” na medida em que é garantido pelo Estado, acessivel a toda a gente, gratuito ou tendencialmente gratuito.

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      • Filipe Bastos permalink
        16 Fevereiro, 2020 01:03

        Fernando, a questão não é recorrer a privados: eu sou um privado, já prestei serviços a entidades estatais, normal. A questão é ser a saúde. V. continua a não ver a diferença, a especificidade da saúde (ou da educação).

        Como se lembra, esta conversa começou com a recusa dos médicos em trabalhar por certo valor. Sabe porque recusam? Porque mamam no privado. Este não se limita a prestar serviços ao público: faz-lhe concorrência directa, alicia-lhe os quadros, tira-lhe os recursos.

        E se fosse torradeiras ou afinação de pianos, lindamente; mas isto é a saúde das pessoas. É vida ou morte, como naquele jovem que morreu porque os senhores doutores e enfermeiros não quiseram lá estar ao fim-de-semana.

        Ganância pura e dura. Não há outro termo. Nesta dança entre público e privado, nem se limitam a mamar a dobrar: vão levando todos os pacientes que podem para as suas clínicas privadas. Fora os cruzeiros das farmacêuticas.

        V. usa o comunismo como bicho-papão para recusar alternativas. Mas o final deste caminho está à vista: é os EUA, onde um frasquinho de insulina custa mais de 300$, ou um parto custa 10.000$. Isto tendo seguro, claro:
        https://smartasset.com/financial-advisor/cost-of-having-a-baby

        Uma mulher teve um parto complicado, sabe quanto custou? 877.000 dólares. Não é gralha, é mesmo oitocentos. A ganância dos privados, dos grandes grupos e dos hospitais e dos médicos, não conhece limites. É isto que v. quer?

        Além destas questões muito práticas, é também o princípio: a saúde não deve dar lucro. É obsceno pensar que deve dar. V. recusava salvar a vida a alguém por este não lhe pagar? Não, pois não? Pois então, devia entender.

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      • 17 Fevereiro, 2020 15:11

        Filipe,
        A minha resposta mais em baixo.

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  4. Luís Lavoura permalink
    14 Fevereiro, 2020 15:30

    Não entendo o que têm as cabras e ovelhas mortas a ver com o resto.

    Existem cães vadios porque as pessoas abandonam cães. O governo não tem culpa nenhuma de que as pessoas abandonem cães. Os cães abandonados, coitados, têm que fazer pela vida, e alguns deles aprendem a caçar, incluindo cabras e ovelhas.

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    • jppch permalink
      14 Fevereiro, 2020 17:16

      Desculpe…. onde vive? num apartamento em maio urbano?…. sustente-me devidamente e citando-o “alguns deles aprendem a caçar, incluindo cabras e ovelhas” . É que quando estou em Portugal , vivo no Portugal Profundo, no Interior e aqui essa expressão é infundada… deve-se estar a referir a algum (s) Chihuahua (s) abandonados nas Avenidas novas, Areeiro, Oeiras ou Cascais…. falar tem toda a liberdade de falar mas retanha-se a exprimir o seu desconhecimento

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    • Tiradentes permalink
      15 Fevereiro, 2020 08:28

      Os cães (os animais em geral) aprendem a caçar…a fazer pela vida, incluindo cabras e ovelhas. Até parece que os animais, só porque foram abandonados pelas pessoas foram impelidos a “fazer pela vida” . Os cães (os animais) desaprenderam de caçar quando o Homem lhes tirou essa possibilidade e não o contrário.
      O Homem aprendeu a caçar-se a si próprio (até nos raciocínios) …… e será feliz para sempre

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  5. Beirão - RC permalink
    15 Fevereiro, 2020 09:43

    Estes cabrões do PAN e associados inventaram uma lei proibindo o abate de cães nos canis, e agora, como seria de esperar e os técnicos e quem sabe dá poda se fartou de avisar, cresceram por todo o país matilhas de cães vadios que, tendo passado ao estado selvagem, matam e dizimam rebanhos de cabras e ovelhas, e atacam pessoas.
    Irão estes cabrões irresponsáveis e completamente incompetentes e imbecis ser responsabilizados criminalmente e civelmente pelos prejuízos causados aos cidadãos?

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  6. 15 Fevereiro, 2020 10:25

    Quando o estado falha reiteradamente, compete aos cidadãos notáveis assumir o controlo da coisa ! Foi assim em 25A, mas a missão está longe de estar concluída …

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    • Zé Manel Tonto permalink
      15 Fevereiro, 2020 13:53

      “Foi assim em 25A”

      Essa é uma mentirola da esquerda que pegou.

      Se os militares não tivessem chateados por causa das carreiras ainda hoje se dava vivas ao Estado Novo.

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      • Velho do Restelo permalink
        15 Fevereiro, 2020 15:13

        Olhe que não, a guerra em África estava num beco sem saída ! O Marcelo era um c0nas que nem atava nem desatava. Ele até deve ter ficado grato por aquilo ter acontecido (se é que não foi ideia dele …).
        Mas como disse “… a missão não está concluída …”, ainda há muito por fazer, e entretanto as “lapas” vão-se instalando.
        Mas o meu comentário era dirigido ao caso dos “cães vadios” !
        Parece-me um problema demasiado simples para ser notícia !
        Noutros tempos, 2 ou 3 caçadores “discretos” davam conta do recado e nem valia a pena fazer grande alarido.
        Agora, com a ditadura do politicamente correcto, está tudo castrado …

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      • 15 Fevereiro, 2020 16:51

        Não foi ideia dele, mas deu ordens para que não se resistisse.

        O único que desobedeceu e tentou resistir to quem todos sabemos.

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  7. Luís Lavoura permalink
    15 Fevereiro, 2020 16:29

    Beirão – RC

    É verdade que essa lei que proíbe o abate de cães nos canis é uma lei altamente disparatada.

    Mas se há cães asselvajados isso não se deve a essa lei – deve-se às pessoas que abandonam cães.

    A primeira e principal culpa é de quem abandona os cães, os quais depois se metem a caçar ovelhas e cabras por sua conta.

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    • Tiradentes permalink
      15 Fevereiro, 2020 16:40

      Cães não abandonados, educados nos usos e costumes dos humanos é que é “selvajaria” humana. Deixem a natureza fazer o seu curso não oprimam os cães com os maus hábitos dos humanos que se julgam donos e senhores dos animais (neste caso dos cães) Eles que mordam e comam os humanos já que faz milénios que os oprimem.

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  8. 17 Fevereiro, 2020 13:37

    Filipe,
    É importante aprender com as experiências passadas, avaliando resultados e tirando conclusões para não cometer os mesmos erros e para seguir antes os procedimentos que dão melhores resultados. Sabendo-se, naturalmente, que a perfeição não existe e que é sempre possivel melhorar o que existe.
    A história já mostrou que o tipo de propostas que o Filipe faz e que consistem essencialmente em estatizar, acabar com os privados, limitar ao máximo a liberdade de escolha e iniciativa das pessoas, etc, já foi experimentado em diferentes alturas e em muitos paises, sobretudo através de regimes comunistas ou afins, e os resultados foram péssimos, para não dizer catastróficos as mais das vezes. De resto, os paises com regimes comunistas que, a certa altura, constatando o falhanço do seu próprio modelo radicalmente estatalista e anti-mercado, mais se afastaram deste tipo de propostas (por exemplo, a Hungria a partir do final dos anos 60 ou a China a partir dos anos 80) são precisamente aqueles que apresentam resultados menos maus.
    Do mesmo modo que a história também já nos mostrou que o capitalismo, assente na liberdade e na preponderância do sector privado e do mercado, por mais incompleto e imperfeito que seja, ainda é o sistema económico mais eficiente ou menos ineficiente. Claro que o capitalismo não é a panaceia para todos os problemas e todos os males da humanidade. Claro que o capitalismo, como tudo o que é humno, não é perfeito e também tem males e insuficiências. Por isso é que a generalidade daqueles que, como eu, defendem o capitalismo não excluem em absoluto o papel de outras instâncias intermédias, a começar pelo Estado mas não só, que tendem a regular, a limitar e a corrigir a acção das forças de mercado « puras ». Dito isto, convém também dizer que muitos dos defeitos e males que são atribuidos ao capitalismo pelos seus detratores, incluindo alguns dos aspectos que o Filipe tem referido nos seus comentários, resultam muito mais de uma falta do que de um excesso de capitalismo, ou pelo menos de capitalismo com mercados devidamente regulamentados e suficientemente livres. Por exemplo, o melhor modo para limitar preços especulativos (como podem ser certas remunerações) e para aumentar a quantidade e a qualidade dos bens e dos serviços que servem ao bem-estar das pessoas não é o de limitar a liberdade de escolha e iniciativa das pessoas e a concorrência em geral mas antes o contrário.
    O Filipe pergunta-me se concordo com a saúde e a educação paga por todos e gratuita para todos. Não, não concordo. Por várias razões que não é possivel aqui expor completamente. De resto, se fosse verdadeiramente paga por todos não seria gratuita mas sim paga. Mas nem sequer é verdadeiramente paga por todos já que mais de metade das pessoas não paga IRS. Aquilo com que eu, liberal, concordo é que a saúde e a educação possam ser gratuitas ou tendencialmente gratuitas para aqueles que têm muito pouco e este custo para o Estado seja pago, através dos impostos, por todos aqueles que têm um pouco mais. Dito isto, haveria sempre uma parte importante da saúde e da educação que seria estritamente privada, isto é, feita por operadores privados para pessoas que pagariam do seu bolso a totalidade ou a parte não garantida pelo Estado do respectivo preço no mercado (sem prejuizo, naturalmente, da subscrição de seguros privados). E nada disto obriga, antes pelo contrário, a que o serviço público seja prestado exclusivamente ou principalmente através de estruturas estatais podendo perfeitamente, e com ganhos de custo e qualidade, ser contratualizado com operadores privados.
    O Filipe pergunta-me se discordo da sua ideia de que as remunerações de certos médicos são excessivas e imorais e que estes médicos deveriam aceitar trabalhar para o Estado recebendo remunerações inferiores áquelas que poderiam receber trabalhando no privado e/ou no estrangeiro. Não tenho nada a objectar ao facto de existirem médicos que estão dispostos a trabalhar para o Estado com remunerações mais baixas. É uma escolha pessoal, livre, e, se o fazem, é também porque preferem e se sentem bem assim em vez de estarem num mercado de trabalho aberto e concorrencial. Mas discordo que aqueles que não o fazem são gananciosos, mercenários, imorais, etc. Algumas das remunerações podem até parecer excessivas à primeira vista, sobretudo tendo em conta as restantes remunerações na mesma profissão e noutras profissões. Mas, se é assim, é porque há quem esteja disposto a pagar essas remunerações para poder beneficiar dos serviços dos ditos médicos. E, se é assim, é porque esses serviços valem essas remunerações e não estão disponiveis alternativas. Impedir que esses médicos possam receber remunerações elevadas levaria certamente a que deixassem de fazer o que faziam antes. Ou seja, a situação pioraria, a oferta daqueles serviços médicos seria ainda menor ou desapareceria. O melhor modo para tentar corrigir a situação não é certamente o contrôle administrativo das remunerações e ainda menos obrigar os médicos a trabalhar para o Estado com remunerações mais baixas mas antes uma ainda maior liberdade para os intervenientes em geral e, em particular e no imediato, uma maior abertura e um maior recurso aos privados, médicos e empresas, pelas estruturas hospitalares estatais e pelo SNS. Ou seja, é uma maior concorrência que poderá fazer com que, progressivamente e a prazo, aumente a oferta daquele tipo de serviços médicos e, consequentemente, possam baixar os respectivos preços e as remunerações elevadas anteriormente pagas aos poucos médicos então existentes.
    Finalmente, o Filipe pergunta-me se a ganância tem lugar na saúde. Bom, como atitude egoista e excessiva a ganância não fica bem em lado nenhum, na saúde como no resto. Mas é bom que nos entandamos sobre o que é que significa a palavra. Se se trata simplesmente de cada um procurar « ganhar  mais », obter no mercado o melhor preço pelo seu produto, a melhor remuneração pelo seu trabalho ou o maior lucro pela sua actividade, então não vejo mal nenhum nisso. No fim de contas, é o que faz práticamente toda a gente « normal » (exceptuando uma minoria com motivações diversas). E é a perspectiva que cada um tem de poder ganhar mais que, numa economia de mercado suficientemente concorrencial, faz com que, no final e no conjunto, sejam produzidos mais e melhores bens e serviços que permitem um maior bem-estar para a esmagadora maioria da população. De resto, é a concorrência que permite evitar ou corrigir ganhos abusivos que resultam de posições protegidas e dominantes no mercado e que, ao limitar a oferta, fazem subir preços, remunerações e lucros. O modo mais eficaz para não favorecer ganhos excessivos, a « ganância », é a liberdade e não o contrário.

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  9. 17 Fevereiro, 2020 15:23

    Filipe,
    A questão é que o Filipe propôs acabar com os privados na saúde (e na educação) e que os profissionais de saúde sejam todos obrigados a trabalhar para o Estado com a remuneração que este decidir dar-lhes.
    A verdade é que o que o Filipe propõe como solução já foi exprimentado pelo comunismo e deu péssimos resultados.
    O comunismo não é um «bicho-papão », foi e ainda é uma realidade e, pelos vistos, ainda há quem, como o Filipe, acredite que o tipo de medidas iliberais que o definem podem ser « alternativas » preferiveis ao mercado livre e ao capitalismo.
    A verdade é que o capitalismo e, em particular, os EUA (que, por sinal, o Filipe também contrapõe ao comunismo), mesmo com todas as insuficiências e imperfeições que têm (e muitas das insuficiências e imperfeições que os seus detratores atribuem ao capitalismo e ao mercado livre são antes o resultado do seu contrário), têm resultados muito melhores do que o comunismo, inclusivé na saúde (e na educação).
    A saúde (e a educação) são actividades económicas importantes para a existência e o bem-estar das pessoas. Como são tantas outras (a alimentação, a segurança, a energia, os transportes, as matérias-primas e os instrumentos de produção, etc, etc). Precisamente por serem importantes é que é um erro querer estatizá-las completamente e acabar com o sector privado. O facto dos hospitais estatais terem enormes falhas, como seja a do caso que menciona do jovem que morreu por falta de pessoal médico, é efectivamente um problema que ilustra bem a ineficiência do actual sistema estatal de saúde e a necessidade de o reformar a fundo no sentido de dar um peso muito maior aos privados. Felizmente que o sector privado existe e ainda permite muitas vezes atenuar e compensar as enormes insuficiências do sistema estatal. Ainda bem que o sector privado « concorre » com o estatal no sentido de oferecer às pessoas mais e melhores cuidados de saúde.
    Claro que o sector privado não existiria se os seus operadores, profissionais e empresas, não tivessem lucros e remunerações correspondentes aos serviços que prestam. Mas a ideia de que os privados têm normalmente grandes lucros e remunerações excessivas é um mito. Se as pessoas recorrem aos privados quando podem é precisamente porque consideram que o sistema « público » não satisfaz e que o serviço dos privados justifica o preço que pagam. O problema não é os preços do privado serem excessivos. O problema é que o Estado cobra impostos e taxas supostamente para assegurar uma saúde de qualidade e gratuita a toda a gente, a começar pelos que têm menos, e, no final, as pessoas não são devidamente assistidas pelo sistema estatal e, por isso, muitas delas, aquelas que podem ou fazem os sacrificios necessários, têm de recorrer aos privados por conta própria. O que faz sentido é o Estado não gastar tanto dinheiro dos contribuintes em pesados, custosos e pouco eficientes hospitais ditos « públicos » e ter fundos para pagar aos privados os cuidados por estes prestados a quem deles precisa e não pode pagar do seu próprio bolso.
    Que eu saiba e em condições normais, nenhum privado recusa salvar uma vida em situação de urgência por falta de pagamento. Nas urgências do hospitais privados, como nos Estatais, a questão do pagamento só se coloca depois da pessoa ser assistida. Mas é óbvio que alguém tem de pagar os serviços prestados, que têm um custo. Ninguém trabalha de borla. Nem sequer o Filipe quando presta serviços a entidades estatais (ou privadas). O que não é normal é que o Estado, que supostamente deveria garantir a prestação de cuidados de saúde a titulo gratuito, pelo menos a quem não pode, não esteja muitas vezes em condições de prestar directamente estes cuidados ou, em alternativa, não pague aos privados o preço dos mesmos.

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