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Austeridade: pela honra e em nome do futuro

8 Maio, 2020

No meu artigo de hoje na coluna semanal da “Oficina da Liberdade” no Observador, procuro desmistificar a ideia habitualmente associada à austeridade.

Lá digo entre outras coisas:

Lamentavelmente todos parecem ter interiorizado que a austeridade é má e prejudicial. Além disso entendem que, a existir ou ocorrer, tal acontecerá não por vontade própria, mas pela força das circunstâncias ou pela imposição de terceiros.

O desmame da alucinação não será fácil, mas será certamente compensador podermos vir a olhar-nos de novo ao espelho e vermos pessoas adultas que não sequestraram o futuro dos próprios filhos e netos.

O artigo completo pode ser lido aqui.

 

26 comentários leave one →
  1. 8 Maio, 2020 20:39

    Se a austeridade vier, será certamente compensador ir ver-vos a vender ao desbarato em nome do “livre mercado” tudo ao corporativismo capitalista internacional, que não se cansará de encher isto tudo cheio de mão de obra qualificada barata da etiopia da india e do paquistão. E sobretudo à China entregar-lhes todo o património imobiliário.
    Aí sim, tenho a certeza que o futuro dos nossos e vossos filhos e netos será assegurado e vocês poderão novamente voltar a se olharem ao espelho.

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    • carlos rosa permalink
      9 Maio, 2020 15:21

      O Córesma é bom a jogar à bola, ponto final, parágrafo.

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    • Isabel permalink
      9 Maio, 2020 17:48

      A livre circulação de bens e serviços pode ser benéfica se, como em todos os negócios, todos os países ganharem com o acordo assinado. A livre circulação de pessoas e, sobretudo, de capitais, é que faz fugir a oferta de trabalho de região para região em função das vantagens nos custos de produção e dos benefícios fiscais.
      A austeridade, actualmente, é um flagelo que destrói as classes médias e não afecta as classes superiores que, sem qualquer restrição, vão trabalhar ou investir para países onde desfrutam sempre das melhores condições.
      Por outro lado, a impossibilidade de controlar a política monetária em período de crise, impede a implementação de medidas de recuperação rápida ( vide os cerca ce ano e meio a dois anos necessarios para recuperar das crises de 1978 e de 1983, comparados com os anos necessários para recuperar da crise de 2008 ) que a arquitectura do euro não permite.
      Finalmente, é incompreensível que um contrato de empréstimo que decorre da vontade de duas entidades, sendo certo que o emprestador está consciente do risco que corre traduzido no juro que exige ( ou, se não está, é incompetente ), seja resolvido com prejuízo único do devedor.
      Governante que endivide um país nas actuais condições do sistema bancário europeu deveria ser julgado pelo futuro que compromete para as actuais e futuras gerações do país.

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  2. Filipe Bastos permalink
    9 Maio, 2020 01:50

    “Desmistificar a ideia habitualmente associada à austeridade”, diz o Telmo. Mais ou menos como desmistificar a ideia habitualmente associada a levar com um pau nas trombas.

    Sim, pode custar um bocadinho ao início, mas depois não custa nada. O que não nos mata, já dizia o outro, deixa-nos mais fortes. E deixa alguns mamões mais gordos, o que é uma dupla alegria.

    Como diz Ana Moreno no Aventar, “irão continuar a todo o vapor a desregulação, liberalização e privatização, cadeias de abastecimento baseadas exclusivamente no baixo preço, ignorando sustentabilidade e direitos humanos, a subserviência ao mercado de todas as áreas, a progressão descontrolada dos fluxos financeiros com a sua lógica especulativa e a submissão voluntária dos estados às poderosas multinacionais”. E os Telmos a bater palmas.

    Tudo, absolutamente tudo deve ser sacrificado à religião do ‘mercado’ e do crescimento infinito. E ainda chamam utópicos aos comunas.

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    • Os corruptos que se cuidem permalink
      9 Maio, 2020 02:11

      E a esquerda vai cumprir a sua parte e “alimentar a progressão descontrolada dos fluxos financeiros com a sua lógica especulativa e a submissão voluntária dos estados às poderosas multinacionais”, assim como “as cadeias de abastecimento baseadas exclusivamente no baixo preço” escancarando as portas à imigração do Nepal, da Tailândia, do Paquistão e do Bangladesh, para que os malditos capitalistas possam fazer fortuna com mão-de-obra de baixo custo. Há sempre estas contradições. E se não forem servir o mercado laboral dos capitalistas malvados vão pesar sobre os contribuintes, o que vai dar no mesmo: ou geram desemprego e baixam os níveis salariais (qual o tuga que trabalha por 300 ou 400€ e dorme em contentores?) ou ficam a mamar na SSocial. Que venha o diabo e escolha. Uma coisa é certa: não é com a esquerda que este estado de coisas vai mudar.

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    • Filipe Bastos permalink
      9 Maio, 2020 02:20

      “Uma coisa é certa: não é com a esquerda que este estado de coisas vai mudar.”

      Concordo. Está carregado de razão.

      Precisamos de uma verdadeira 3ª via e, insisto, de uma democracia semidirecta. Sem mudar esta partidocracia, nada vai realmente mudar.

      Não é que confie no julgamento da maioria; é por exclusão de partes. Quem paga as decisões e tem de viver com elas é quem deve tomá-las: a população. Não os pulhíticos. Muito menos os mamões que mandam nos pulhíticos.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        9 Maio, 2020 10:18

        “Quem paga as decisões e tem de viver com elas é quem deve tomá-las: a população.”

        Mas é a população que paga, ou são os contribuintes?

        Só quem é contribuinte líquido devia ter direito de voto. Somar todos os impostos que um indíviduo paga, e subtrair tudo o que recebe. Quem tiver saldo positivo vota, quem não tiver, não vota.

        Com sufrágio universal é o mesmo que um grupo ir jantar, um vai oferecer o jantar, dizer “é bitoque para todos” e os restantes dizerem, “não. votámos e escolhemos que é lagosta. Mas pagas na mesma”.

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      • 9 Maio, 2020 12:06

        Mas aí tem um problema: um Mazarino com os valores todos e metade da inteligência como o Costa governará para quem tem manter o seu estado, impedindo a ascensão social.

        Como faz com os desfuncionários impúdicos e os emperresários e emperreiteiros xuxalistas hoje, à vista de todos.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        9 Maio, 2020 14:28

        “governará para quem tem manter o seu estado, impedindo a ascensão social”

        Pode fazê-lo, mas se impede a ascenção social para impedir o aumento do número de votantes, também bloquea a entrada de mais dinheiro nos cofres do Estado.

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      • Filipe Bastos permalink
        9 Maio, 2020 14:35

        “Só quem é contribuinte líquido devia ter direito de voto.”

        E se ficar desempregado, Zé Tonto, perde o voto? Acho bem: não contribui, não vota.

        E quando se reformar e deixar de contribuir, continua a ter voto? Acho mal: já não contribui, só leva.

        E se pagar impostos no UK, onde vive? Ou na Holanda ou no Luxemburgo, como os seus heróis? Também tem voto?

        E todos devem ter um só voto? Eu contribuo por mim, pela empresa, pelos funcionários… devia ter mais votos, não acha? E os bilionários, esses cancros da sociedade, quantos votos hão-de ter?

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      • carlos rosa permalink
        9 Maio, 2020 15:16

        O Boa Pessoa, Jerónimo, anda aflito que vêm aí os fascistas, o tempo volta pra trás, que isto vai ser uma catástrofe, que assim é que isto está bem, que ele até tem um belo ordenado na Assembleia, que os camaradas sindicalistas recebem ordenado do estado e mais massaroca para os sindicatos se sustentarem, que aqueles 1000 que foram à Alameda são todos sindicalistas, defensores dos trabalhadores, que para defenderem os trabalhadores não podem perder tempo a trabalhar, que os partidos recebem bom dinheiro das eleições, que isto é uma democracia, que o pai do Costa até era do Partido e ao fim e ao cabo o Costa faz mais pelo partido que muitos dos militantes, que só é pena é o 1º Ministro não ser do Partido, mas se calhar até é melhor assim porque a gente tem o que quer e ainda fazemos ver ao povo que o Governo faz política de Direita, e a gente assim nem ficamos mal vistos com as falhas do Governo porque são eles que estão à frente.
        Temos é que avisar o povo que vêm aí os fascistas e segurar os democratas no Governo, enfim, mamamos dele e vamos dizendo mal da mama.
        Enfim camaradas, democracia é assim, avante camaradas.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        9 Maio, 2020 19:03

        “E se pagar impostos no UK, onde vive?”

        Voto cá, quando tiver nacionalidade.

        Mas olhe que, entre IVA, taxas aeroportuárias, imposto sobre produtos petrolíferos, tenho a certeza que se juntar as facturas todas das duas vezes por ano que vou a Portugal, provo facilmente que dou um lucro brutal ao Estado Português.

        Mas não me importa, nem perco tempo a votar em Portugal.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      9 Maio, 2020 10:14

      Sim, deve-se desmistificar a ideia associada à austeridade.
      Austeridade é simples: não gastar mais que o que se tem.
      Tudo o resto são chavões.

      Acho bem a preocupação com o comércio e importações de países que não cumprem com nenhum tipo de restrições com leis ambientais, laborais, de segurança no trabalho, etc.
      Nunca se devia ter aceite a China na Organização Mundial do Comércio.

      Há que proibir importações chinesas, ou se joga com as mesmas regras, ou não se joga.

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      • 9 Maio, 2020 12:09

        O Estado não vive um dia de austeridade. Essa é transferida para nós, desgraçadamente contribuintes líquidos.

        O Estado nunca gasta mais do que tem. Gasta mais do que nós temos.

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    • Filipe Bastos permalink
      9 Maio, 2020 14:50

      “Austeridade é simples: não gastar mais que o que se tem.”

      Zé, devia escrever com urgência aos EUA, o maior devedor do planeta. Eles não devem saber disso.

      O seu caro capitalismo, da Banca aos sacrossantos ‘mercados’, e toda a economia vai estourar quando se souber disso. É que tudo, tudo assenta em dívida. A começar pelo sistema monetário.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        9 Maio, 2020 19:06

        Se eles quiserem continuar a gastar mais do que têm, é problema deles.

        Nuna o estado Português cobrou tanto, em percentagem do PIB, como agora. Nunca a dívida, em percentagem do PIB, foi tão grande como agora.

        Mas se acham que há mais malrgem para continuar a pedir emprestado e a gastar, por mim tudo bem.

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      • Filipe Bastos permalink
        9 Maio, 2020 19:40

        Parece que o Zé adora o capitalismo sem saber como este funciona.

        Se amanhã todos – países, empresas e cidadãos – começassem a viver dentro das suas posses, o resultado nas economias e nos ‘mercados’ faria o covidas parecer uma brincadeira.

        Não é o amor que move o mundo, Zé; nem sequer é o dinheiro. É a dívida. Sem dívida e devedores, tudo isto rui como como o castelo de areia que é.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        10 Maio, 2020 10:24

        Filipe, há dívidas, e dívidas, e há devedores e devedores.

        Pedir emprestado para comprar casa é diferente de pedir emprestado para ir de férias.

        O Japão é o país mais endividado do mundo, e ninguém está muito preocupado. O mundo abana mas o Japão não cai. Portugal não é assim.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      9 Maio, 2020 10:19

      Se eu convocar uma manifestação contra o Governo, pelo fim da palhaçada associada ao covidas, é actvidade política, ou o Costa manda a polícia prender quem lá estiver?

      Pois…

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      • Andre Miguel permalink
        9 Maio, 2020 11:52

        ‘Seria um absurdo uma interpretação literal da lei”
        Augusto Santos Silva, 2019

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  3. Expatriado permalink
    9 Maio, 2020 15:34

    Encontrado numa caixa de correio.

    ”Numa deslocação ao interior, a meio da viagem o Primeiro-ministro faz uma paragem numa pequena vila transmontana. Na praça central da localidade, entra num estabelecimento e pede um café e uma água.
    Surpreendidos com a presença inesperada do chefe do governo, os populares aproximam-se para o cumprimentar e conversar. A certa altura, um dos habitantes diz:
    – Senhor Primeiro-ministro, lidamos diariamente com dois problemas que causam bastante transtorno. Será que nos pode ajudar?
    – Diga-me lá qual é o primeiro problema?
    – Não temos médico.
    António Costa, pedindo uns instantes, pega no telemóvel e afasta-se. Regressa pouco depois, dizendo:
    – Pronto! Já combinei com a Ministra da Saúde e a partir de segunda-feira terão um médico. Qual é o segundo problema?
    – Não temos cobertura de rede para telemóveis.“

    É ou não é assim mesmo?

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    • Jornaleca permalink
      10 Maio, 2020 07:55

      Claro que é!! O 25 de Abril em perfeição. Só mortos, no caixão, deixam o poder. Eles mentem sem vergonha na cara.

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  4. 10 Maio, 2020 02:41

    A maior mistificação é aquela que sugere que o Costa acabou com a austeridade do Passos. Na verdade, não só não acabou com ela. como a aprofundou.
    A maior mistificação é aquela que preconizava que a esquerda acabaria com os disparates de alguns pseudo liberais cá da praça: Na verdade, não só não acabou com os disparates como os aprofundou. A EDP tem lucros obsceno, a Carris está a cair aos bocados, o Salgado não foi preso e o Novo Banco continua uma esponja…

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  5. Albino manuel permalink
    10 Maio, 2020 13:42

    Ah, publicidade. Vão ler, vão ler e aceitem os cookies que eles dão dinheiro.

    Pois não, não vou ler.

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