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Portugal e a sua relação marítima

14 Julho, 2020

Como diz o Prof. Lero-Leroquando Portugal se virou para o mar prosperou, quando voltou as costas ao mar, muitas vezes estagnou e definhou“. E como, segundo o mesmo sábio, o país tem “de ensaiar um novo ciclo geopolítico na sua história, podendo explorar simultaneamente a sua relação continental com a Europa e a sua relação marítima com o mundo“, o ministro do Mar inaugurou hoje um ecoponto, de costas viradas para a água.

MinMar

28 comentários leave one →
  1. Castrol permalink
    14 Julho, 2020 19:07

    Poucochinho! Eu diria mesmo quase nada…

    Esta gentinha já não sabe o que fazer para aparecer!

    Na falta de obra, como vergonha na cara é coisa que desconhecem, inaugura-se um ecoponto!

    Espero que não seja o início de um conflito com o Ministro do Ambiente, que por sua vez anda a inaugurar minas de lítio a céu aberto em zonas protegidas…

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  2. 14 Julho, 2020 19:11

    O Telmo anda às avessas com o rapaz da Partex. É uma opção.
    Achar que a frase “quando Portugal se virou para o mar prosperou, quando voltou as costas ao mar, muitas vezes estagnou e definhou“ é atribuível ao Partexman, já é obsessão…

    Caro Telmo, tenho 55 anos e já ouvi essa frase, pelos menos 110 vezes. Nunca da boca do seu alvo…
    Oh, homem! você assim ainda fica amarelinho e definha.

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    • 14 Julho, 2020 19:27

      Quanto ao rapaz da foto: trata-se de uma composição fotográfica com umas pretensões artísticas. Penso que a ‘obra’ se intitula ‘Hino ao ridículo – um político, canteiros e lixo’.

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    • Tiro ao Alvo permalink
      14 Julho, 2020 20:54

      Eu li e o homem escreveu mesmo isso. O que lhe posso dizer é que, se for verdade que tal frase foi já dita por outros e imensas vezes, e que o sábio veio apenas lembra-la, a coisa é grave por uma principal razão: quando Portugal esteve mais virado para o mar sofreu graves crises, como pode constatar quem quiser estudar a nossa história. E isso desvaloriza o trabalho apresentado, quer se queira, quer não.

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      • 14 Julho, 2020 21:22

        Muito, muito ao contrário do que diz. Sempre que Portugal virou costas ao mar para se ‘entregar’ a políticas continentais e territoriais, tramou-se.
        Essa discussão já a tiveram em palavras e atos Afonso de Albuquerque e Francisco de Almeida há 500 anos atrás!
        Seria melhor ter força no mar ou ser potente em terra? Barcos e armadas ou fortalezas? comércio ou conquista?

        Assim por alto…
        Política portuguesa de 1248 até 1580.
        Guerra dos 100 anos, tramámo-nos ao entrar nesta contenda e não perdemos a independência depois de D. Fernando por um triz.

        Conquista de Ceuta, e posterior expansão marítima e descobertas.
        Possessões territorias em Marrocos. ‘Um sorvedouro de dinheiro de homens’.
        Descobertas – feitorias na costa ocidental africana, boas receitas assentes no comércio.
        Assumimo-nos como o ‘pivot’ da Europa na globalização de então, fruto das descobertas feitas durante dois séculos.

        Entretanto, na política europeia realizaram-se alianças dinásticas que nos levaram praças em Marrocos e na Mauritânia atuais. Tramámo-nos.
        Fruto de pretensões territoriais e das más alianças dinásticas já referidas perdemos a independência em 1580.
        A hecatombe de 1588, a derrota da Invencível Armada atirou-nos para os braços dos Filipes de forma mais evidente assim que Filipe III de Portugal toma conta do governo

        Luta pela independência até 1668.
        A nossa força face a Espanha veio do apoio francês e veio do nosso Imperio. Tornou-se mais firme ao reassumirmo-nos como uma potência marítima assente em barcos de guerra formidáveis como o eram as galés…
        Outra vez o mar…

        Sempre o mar.

        Quanto aà ideia de que a força de Portugal está no mar, assim de repente, ouvi-a expressa por Adriano Moreira, Soares Martinez, Franco Nogueira, Patrício Gouveia…

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      • Tiro ao Alvo permalink
        14 Julho, 2020 21:46

        Raposo, muito do que diz foi contado pelos “vencedores” parachegarmos ao século XX com uma mão atrás e outra à frente, ou seja na miséria.
        No século XX Portugal progrediu muito (para não dizer muitíssimo), na década de sessenta, quando aderimos à EFTA e nos finais dos anos oitenta, quando aderimos à CEE. O que o mar deu, o mar levou.
        Agora que Portugal pode ter na sua plataforma marítima muito para explorar, pode. Como pode na Europa e no resto do mundo, sem viraras costas a quem quer que seja.

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      • 15 Julho, 2020 01:31

        Raposo, muito do que diz foi contado pelos “vencedores” para chegarmos ao século XX com uma mão atrás e outra à frente, ou seja na miséria.

        Tiro ao Alvo, a que vencedores se refere? Gostava que desenvolvesse esse tema…

        Quanto à Europa, desagrada-me a postura de mão estendida, sabuja, chico-esperta e malandreca que a rapaziada da política assume face aos países mais ricos e mais poderosos.

        A Europa faz-nos falta, mas para que não nos dissolvamos é necessário ampararmo-nos na nossa própria História.

        ‘Portugal’, o nome Portugal é bemquisto e respeitado no sudeste asiático, a língua que falamos é uma mais-valia que devemos prezar.
        Os nossos skills culturais, sociais, científicos e tecnicos são muito valorizados em muitas partes do mundo. Ultimamente estes nossos apetrechos têm sido desbaratados pelos ‘vencedores’ de abril que apostam em e, cavaleiros da fortuna e arrivistas de toda a ordem.

        São muitas as áreas do mundo que apostavam em nós como plataforma para acessar a Europa. Chico-espertos, desvalorizamos as virtudes dessa ambição e tornámo-nos reféns de ‘negócios da China’ (com e sem chineses no pacote).

        A rapaziada que nos governa não tem feito outra coisa senão aviltar-nos.

        Mas falemos da Europa e falemos das nossas maiores empresas. Do nosso PSI 20. A Europa, os arrivistas e a rapaziada da política desbarataram a Portugal Telecom, a Marconi, o BES, o BPI, a Cimpor, a Somague, a Edifer…
        Resultado: O Nosso PSI 20 é constituído por 17 ou 18 empresas sedeadas na Holanda. Apostemos na Europa!

        Somos europeus, caramba! Bolas!

        Quanto ao mar, ainda duas coisas:
        É claro que devemos explorar o nosso mar e é claro que no comvém que a ZEE do Atlântico se estabeleça rapidamente. Façamo-lo bem. Criemos equipas científicas nacionais e equipemo-las com a autonomia suficiente para zelar pelos interesses do nosso País.
        É humilhante que algumas das nossas explorações sejam suportdas por navios científicos estrangeiros. Espanhóis! ainda por cima!

        Visualize-se a EFTA num mapa. Prevalece o Atlântico ou o continente?
        Pois é esse mesmo o ponto!

        Já agora, face às economia europeias, Portugal é agora um país mais atrasado do que o era na segunda metade do século XIX e no início do século XX… Mas isso é já uma longa história… Outra história, daquelas com bandidos, anjos, traidores e tudo!

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      • Tiro ao Alvo permalink
        15 Julho, 2020 08:25

        “(…) desagrada-me a postura de mão estendida, sabuja, chico-esperta e malandreca que a rapaziada da política assume face aos países mais ricos e mais poderosos.” Também a mim.
        Mas de costas voltadas não vamos a lado nenhum. Vivemos demasiado tempo separados da europa, sobretudo de Espanha e ainda estamos a sofrer o resultado desse isolamento – não dispomos de uma ligação ferroviária franca e eficiente à Europa. E não é com os países do oriente que nos vamos safar. Quem nos pode salvar somos nós mesmos, gerindo bem os nossos recursos, escolhendo governantes competentes e honestos, que não hipotequem o futuro dos nossos filhos, como vem acontecendo nas últimas duas décadas.
        E, concordo consigo, sem esquecer a nossa história, tanto no que teve de bom como de mau.

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      • 15 Julho, 2020 08:42

        Tiro ao Alvo, essa do Espanha fez-me lembrar o 44 gritando num discurso de campanha ‘Espanha, Espanha, Espanha’. Sintomático que de tanto olhar para Espanha e, já agora, para a Europa, não tenha visto -isto, dito pelo rapazito…- chegar a crise.
        Epílogo: acabou preso, o BES faliu, o BPI acabou na mão de espanhóis e os balcões do Horácio Roque tiveram o mesmo destino.

        OK, sou capaz de concordar que precisamos apostar menos em autoestradas do que em ferrovias.
        Já agora, que se respeite o interesse do país: depois de 3 autoestradas de Lisboa ao Porto e do Porto para a Galiza, não é preciso fazer linhas de Lisboa a Madrid…

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      • Tiro ao Alvo permalink
        15 Julho, 2020 13:33

        Do Porto para a Galiza, em se falando de autoestradas, verdadeiramente só há uma e basta.
        Quanto à ferrovia, o mais importante não é a ligação a Espanha (que é importante, mas), o fundamnetal é a ligação à Europa e não em bitola Ibérica…
        Sugiro-lhe que compare a nossa balança comercial com Espanha de antes do 25/4 com a de agora. Sozinhos nem para o inferno, diz o povo.
        E fiquemos cada um na sua. Passe bem..

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      • 15 Julho, 2020 15:10

        Tiro ao Alvo, seria bom que só houvesse uma autoestrada unindo o Porto à Galiza: Sem contar ligações manhosas que fizeram a alegria de muito pato bravo, conto a A24, a A28 e a A11… 3, portanto.

        Quanto à ferrovia, já lhe disse que concordo que se deve ir para lá das autoestradas.

        A evolução da balança comercial com a Espanha prova que Portugal reorientou as suas exportações depois do fim do seu Império. Ainda bem.
        Não sou apologista do orgulhosamente sós.

        Quanto ao dito que parafraseia com o nosso povo, ‘Sozinhos nem para o inferno’, enquadro-a nalgum egoismozito. De qualquer forma, fico avisado e fico sensibilizado. Agora já sei: Se eu for para o Inferno hei-de convidá-lo para me fazer companhia.
        Por enquanto, fiquemos cada um na sua casinha

        Passe também o meu amigo muito bem..

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      • Tiro ao Alvo permalink
        15 Julho, 2020 18:44

        Raposo, já vai longo demais este nosso bate-papo, mas não posso concordar consigo quando diz que há 3 autoestradas do Porto à Galiza. Eu sei que todos os caminhos vão dar a Roma, mas do Porto à Galiza só existe uma autoestrada, por sinal portajada desde a sua construção.
        A A24 liga Viseu à Galiza, passando por Vila Real e Chaves e no início não era portajada; a A28 liga Porto a Caminha e até Viana do Castelo também esteve isenta de portagem até acabarem as SCUT; a A11 liga Esposende a Penafiel, passando por Barcelos e Braga, sempre longe do Porto.
        A autoestrada A4, que o amigo não citou, essa sim, liga o Porto a Vigo, na Galiza.
        Que Portugal construiu autoestradas em demasia, concordo, mas que dispõe de 3 autoestradas do Porto à Galiza, isso é que não.
        Que se devia ter antes apostado no transporte por via-férrea, estamos de acordo e que o número de camiões a circular nas nossas estradas, sobretudo os carregados com matérias perigosas, deveria ser muito menor, também concordo em absoluto.
        O certo é que não está nas nossas mãos resolver estes problemas, limitando-me eu a botar a boca no trombone, quando me deixam.
        E desculpe a minha insistência.

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    • 15 Julho, 2020 08:44

      «não é preciso fazer linhas de Lisboa a Madrid… » leia-se «não é preciso fazer 3 linhas de Lisboa a Madrid…»

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  3. Mario Figueiredo permalink
    14 Julho, 2020 19:44

    Fê-lo para não ter que ver as minorias a esfaquearem-se entre si no areal lá em baixo.

    Já agora, aquela é a Praia do Peixe, berço da vila de Cascais e outrora um importante porto para os barcos dos homens e mulheres do mar que deram o nome à vila. Mas o Ministro não está sozinho. É apenas só mais um que virou as costas àquela que foi em tempos a segunda maior frota pesqueira do mundo.

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  4. Expatriado permalink
    14 Julho, 2020 20:04

    Está tudo dito quando é um ministro a inaugurar um local coletor de lixo. Um náufrago no seu desespero agarra-se a uma palhinha. Estes já nem isso têm…

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  5. Zé Manel Tonto permalink
    14 Julho, 2020 22:29

    Isso do mar é muito bonito, mas para se virar para o mar é preciso condições em terra.

    Leiam a saga da Ramirez, para construir numa nova unidade industrial de conservas na zona do grande Porto (acho que era em Matosinhos, mas já não me lembro).

    Quanto tempo demora a licenciar uma exploração de aquacultura?

    Os navios descarregam nos portos, quando não há greve de estivadores, e que vias ferroviárias têm?
    Sines é dos primeiros portos de águas profundas na Europa para navios vindos da América do Sul e de África. Quanto tempo demoram as mercadorias a chegar ao centro da Europa? Os operadores ferroviários espanhóis não têm interesse em transportar essa carga, ou há coisas que se podiam fazer em Portugal e não são feitas?

    Desburocratizar todo o tipo de actividades, acabar com taxas, isso ajudava todos os sectores, não só o mar.

    Parece que os Estaleiros de Viana públicos davam prejuízo, agora que são privados dão lucro. E temos que acreditar nas patranhas de políticos a falar do mar?

    Poupem-me…

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  6. Os corruptos que se cuidem permalink
    14 Julho, 2020 23:58

    Meu Deus, isto é tão, mas tão ridículo que até dói…
    A fazerem estas figuras de tão preocupadinhos com o ambiente (seja lá o que isso for) e a importarem centenas de milhares de toneladas de lixo altamente tóxico (lixo hospitalar, por exemplo) de Itália e de outros sítios.

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  7. Artista Português permalink
    15 Julho, 2020 01:12

    Mesmo estando de costas para o mar, será que o homem pediu licença para fazer propaganda política naquela praia? Pensava que aquele sítio era feudo de outra pessoa…

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  8. Filipe Bastos permalink
    15 Julho, 2020 02:14

    Raposo, a malta vem cá para avacalhar e v. insiste em ser interessante, razoável, racional. Está mal.

    Não pode arranjar uma ideia fixa, tipo malhar na esquerda, e depois passar os dias a remoê-la e a insultar os outros, como toda a gente? Irra.

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  9. Leunam permalink
    15 Julho, 2020 02:40

    Senhor:

    Já que os portugueses não me ouvem,
    a Vós me dirijo.
    Ouvi minha súplica:

    Livrai-nos dos políticos presentes

    porque são farsantes, ignorantes e pedantes.

    E, que mais vos peço eu,

    para correr com tais tratantes?

    Dai-nos um como o que faleceu

    dantes,

    do 25 A

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  10. 15 Julho, 2020 08:33

    “É claro que devemos explorar o nosso mar”…Com cana e anzol. Poi Zé!

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  11. ricardo permalink
    15 Julho, 2020 09:40

    Um púlpito com microfone, 2 palmeiras e umas dezenas de vasos, um chapéu de sol, um senhor de gravata com direito a discurso…para inaugurar 4 caixotes do lixo novos.
    É obra!

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    • Chopin permalink
      15 Julho, 2020 09:52

      A sério? Não consegue ver as massas ali a agitarem-se à volta do sr portador de socialistopatia? Tudo ali a aclamar aquele acto patriótico e histórico de inaugurar dois caixotes do lixo.

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  12. Andre Miguel permalink
    15 Julho, 2020 11:12

    A frase correcta será: quando Portugal se virou para o mar, as elites (pindéricas) prosperaram e o povo emigrou.

    Qual aproveitamento do Mar? Sacar mais subsídios à UE? Burocratizar ainda mais a economia? Diabolizar a exploração petrolífera?
    A titulo de exemplo a Suíça, que não tem mar, tem um dos três grandes armadores do mundo (MSC) e uma das maiores empresas de prospecção e perfuração petrolifera em aguas profundas (Transocean). Portanto a nossa classe politica bem pode meter o discurso do mar no rabinho…

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    • Duarte de Aviz permalink
      16 Julho, 2020 23:45

      Calma, calma… A TRANSOCEAN eh tao Suissa como o Mamadou eh Portugues.
      Nao se iluda com o que diz o codigo postal.
      Mas, salvo o pormenor irrelevante, concordo consigo.
      Essa coisa de fumar erva na praia, a olhar para o mar, leva as pessoas a ver coisas que nao existem. Se a pedra for maior, alucinam mesmo.
      TAmbem ha gente que gosta de consumir drogas a olhar para os comboios…
      Quando oico poesia ligada ao potencial do mar, lembro-me logo daquele matuto da plataforma para salvar as prais do Algarve da exploracao de petroleo, na TV, em fato de banho e oculos de sol…
      Deixamos de ser capazes de distinguir entre a comedia e a tragedia.

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  13. Jorge MR permalink
    15 Julho, 2020 22:05

    Mas o homenzinho desgrenhado e naquela situação ridícula é governante? Nunca ouvi falar.

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  14. A. R permalink
    16 Julho, 2020 20:09

    Um empurrão e descobria a vocação num instante. Mas este Ministério é estranho: não podia ser também das albufeiras, dos rios, riachos e charcos?

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