Justiça social

Lembro-me perfeitamente da suada declaração de intenções pela boca do Francisco Assis sobre o projecto contra a corrupção e enriquecimento ilícito então remetido à gaveta após o tacho-anzol lançado ao seu autor, João Cravinho. Nós já sabemos todos do que a grande casa da natália gasta. O pardieiro-fossa de bons alicerces não tem solução e nem é preciso levantar pedras – liga-se a TV e lá está um engenheireiro qualquer na ribalta a dizer que o próximo aeroporto encomendado pelos seus amigos de viagens não vai ser feito porque tem interesse nacional. E ninguém repara, como ninguém reparou no assassinato no aeroporto, na segunda vaga da pandemia, no empréstimo ao NB, nas barragens sem impostos ou na Casa Pia. E é sempre tudo tão grande que a doença só pode ser cegueira ou debilidade mental grave de incapacitados para o exercício de funções que de alguma forma envolvam o ainda que parco e defeituoso funcionamento da tola.

A abertura dos caixões que nas próximas horas se verificará para que de lá saiam em direção aos estúdios os mais notáveis e influentes esqueletos televisivos da máquina desbotada serão a fotografia do país que temos, somos, e de onde nunca sairemos.

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