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Da Revolução Cultural ao Activismo Tofu: a bela e nobre tradição de matar fascistas

16 Abril, 2021
Sim, são mesmo cartazes com os rostos de Estaline e Lenine num desfile em Madrid esta semana. para assinalar o 90 aniversário da proclamação da II República .

Jaime Nogueira Pinto: «Enquanto os comunistas – e os anarquistas e os socialistas – espanhóis estavam muito bem a matar fascistas em Espanha, o mais importante dos comunistas, o Grande Pai dos Povos, Josef Vissariónovitch, Estaline, atarefava-se na União Soviética a matar comunistas e judeus comunistas – que, para ele, e em sentido lato, também eram “fascistas”. Os bolcheviques já tinham matado os fascistas todos – fascistas avant-la-lettre, já que a Marcha sobre Roma só se efectivaria em Outubro de 1922, no fim da guerra civil russa –, mas, em todo o caso, os “maus”: russos brancos, padres, aristocratas, camponeses e a família do Czar, incluindo crianças, criados e cães. E depois, conservadores, liberais, mencheviques, democratas. O Grande Lenine instituiu os campos de concentração, e Felix Dzerdjinsky, o aristocrata polaco comunista, chefe da Tcheka, tratou de lá internar dezenas de milhares de dissidentes, de “fascistas”, portanto. E assim foram os comunistas, os antifascistas, instituindo a nobre e bela tradição de matar fascistas em nome de um futuro radioso, de um mundo melhor, de um mundo perfeito. Porque para que o mundo possa ser perfeito é preciso matar os “maus” e, como toda a gente sabe, os únicos maus que há no mundo são os fascistas.

Macbeth, um modelo de tirano violento e assassino, tem remorsos e sonhos terríveis. Os grandes líderes comunistas do século passado, Lenine, Estaline, Mao, Pol Pot, Ceausescu, Mengistu, não eram sequer atormentados pelos espectros das suas vítimas. E como o poderiam ser, se lutavam por um mundo melhor e por uma humanidade perfeita e as suas vítimas eram todas fascistas ou qualquer coisa de equivalente? Para eles, como para a família de Catarinas antifascistas do Dona Maria, matar era uma beleza.*

8 comentários leave one →
  1. Maria Sousa permalink
    16 Abril, 2021 11:15

    Imaginem só o sururu, a revolta, que haveria se o nome da peça fosse: “Catarina e a Beleza de matar Comunistas”…
    Num país em que não é permitida a Pena de Morte, existem pessoas que desejam matar “fascistas”.
    Não acho que os Comunistas sejam melhor que os Fascistas… A avaliar pelos actos, mortes e destruição, é difícil! Até a UE já os equiparou.

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  2. lucklucky permalink
    16 Abril, 2021 12:19

    Jaime Nogueira Pinto em vez de estar a reforçar a narrativa Comunista, Socialista, Social Democrata do pós II Guerra mundial, e da Direita que não sabe história deveria aprender sobre o Pacto Italo-Soviético, Sobre o “Apello i Fratelli in Camicia Nera” feita pelo dirigentes Comunitas Italianos, o contributo durante uma década da Industria Naval Fascista à Marinha Soviética, etc etc…

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  3. A. R permalink
    16 Abril, 2021 13:55

    Em Espanha: Stanley G. Payne (um historiador com H maiusculo)
    ¿Quiénes rechazaron una república constitucional y democrática?

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  4. JgMenos permalink
    16 Abril, 2021 16:49

    Atentemos na China – um país dois sistemas- que não passa de um totalitarismo com duas faces: uma que se diz comunista e outra que se diz capitalista.
    O totalitarismo capitalista foi o fascismo, saído da raiz comunista.

    E o que vemos é o quanto serve a uma multidão de cretinos e oportunistas manter viva a propaganda do regime soviético, como meio de ascensão ao poder sem que tenham que demonstrar outros méritos que não o permanente articular das ladaínhas que sustentaram no poder o regime mais assassino e opressor que se conhece.

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    • Francisco Miguel Colaço permalink
      16 Abril, 2021 18:36

      Permita-me discordar levemente de si: Deng Xiaoping não é XI Jiping.

      Um permitiu que se tirassem milhões de pessoas da.mais aviltante miséria, mas as pessoas queriam liberdade, e isso o PCC não permite. O Xi limita-se a desfrutar da herança recebida em termos económicos, e a desviar as atenções da falta de liberdade interna com a simulação da armadilha de Trucídites: nacionalismo bacoco, a la Nietzsche.

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  5. Francisco Miguel Colaço permalink
    16 Abril, 2021 18:58

    Os Estados Unidos estão a avisar levemente que têm coisas que outras nações não deveriam saber que afinal têm de saber que não podem saber que têm antes de avançar com o planeado ataque.

    Este é um jogo de espelhos. Curvos. A imagem saí distorcida e retorcida, e dá tonturas a quem a vê.

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    • Francisco Miguel Colaço permalink
      16 Abril, 2021 19:15

      Isto é para responder ao expatriado com aqueles OVNI piramidais.

      Bem terrestres. E americanos.

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