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E viva a Super Liga Europeia!!!

20 Abril, 2021
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Quando veja tamanho unanimismo, principalmente da parte do establishment, contra ou a favor de algo, fico logo desconfiado. Seja por espírito de contradição ou por uma recusa sistemática em alinhar com a multidão ululante, a minha reação instintiva é solidarizar-me com o alvo de todos os ataques. E quando o argumentário dos ditos está prenhe de lugares comuns da novilíngua, com os pungentes apelos à solidariedade, ao futebol inclusivo, contra o suposto segregacionismo dos ricos e poderosos e outras balelas que até metem luta de classes e tresandam a hipocrisia, quaisquer dúvidas que tivesse esbatem-se por completo. E se vejo políticos metidos ao barulho (e eu até simpatizava com o Boris desgrenhado…), isso só reforça a minha eterna opção de defesa das minorias.

Mas afinal qual é o cerne da questão? Muito simplesmente, um negócio planetário que movimenta milhões e, portanto, com poder de arrasto de muitos e diversificados interesses. E quando falamos de futebol de alta competição, não estamos a falar de desporto, mas de um espectáculo que se transformou num negócio à escala global. Que ao longo do tempo soube gerar marcas com notoriedade mundial que os consumidores compram de bom grado.

Acontece que as entidades proprietárias das principais marcas, entendem serem capazes de, em conjunto, geri-las e rentabilizá-las melhor com um modelo alternativo de negócio. Nada de novo, a lógica de qualquer negócio passa por maximizar proveitos e lucros. Estão portanto dispostas a assumir o risco do investimento numa nova competição, incluindo o ostracismo a que as organizações incumbentes (UEFA, FIFA e Federações) ameaçam votá-las, a si e aos seus “artistas”. Mais uma vez, nada de novo no que concerne ao mundo dos negócios, trata-se apenas de uma pequena inovação quanto à venda do produto – o espectáculo do futebol de alta competição – e que, como qualquer inovação, pode tornar-se disruptiva e afectar os interesses instalados. Os quais reagem obviamente, com mais ou menos discrição, com mais ou menos violência, consoante os casos.

Se o projecto avançar, mesmo arriscando os seus promotores serem irradiados das competições nacionais, tiro-lhes o chapéu. Se terá sucesso ou não, o futuro o dirá, mas aplaudirei sempre aqueles que arriscam e inovam contando consigo próprios e sem qualquer apelo – que se saiba – à subsidiação pública. Ou seja, actuando no mercado e com o sucesso a depender em exclusivo da aprovação dos Clientes, no caso em apreço os espectadores de bancada e/ou de sofá. E qualquer concorrência à unicidade na organização das competições futebolísticas, assente na pirâmide de organizações para-públicas e minadas pela corrupção, será sempre uma pedrada no charco.

Por fim, a minha declaração de interesse: enquanto espectador – fundamentalmente de sofá – gostaria de assistir a jogos com um nível de competitividade semelhante aos da NBA. O futebol ainda não tem nenhuma competição que se lhe equipare, nem sequer a Champions.

34 comentários leave one →
  1. Zé Manel Tonto permalink
    20 Abril, 2021 15:51

    Eu acho interessante a malta socialista de vários quadrantes a defender a UEFA.

    Podemos começar pela UEFA ser uma empresa monopolista, que fornece um serviço cada vez pior. Hoje em dia há jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões que são piores que jogos da Liga Europa de há dez anos atrás. E a Liga Europa está uma pobreza. Cada vez que mexem no formato das competições, a coisa piora.

    Depois olhemos para as ameaças que a UEFA está a fazer aos clubes que irão participar na Super Liga Europeia, de não poderem jogar nas competições nacionais dos seus países.

    Ninguém refere as leis da concorrência? Parece-me que uma empresa ameçar publicamente os seus fornecedores com consequências se fornecerem uma empresa concorrente, é de certeza ilegal.

    A UEFA ameaça que os contratos entre os clubes e jogadores serão considerados nulos, se os clubes aderirem à Super Liga. Não existe lei do trabalho? Um cliente pode anular os contratos de trabalho dos trabalhadores do fornecedor?

    E agora para a comunada, e sindicalistas vários: a UEFA está a ameaçar proibir os jogadores destes clubes de jogarem noutros clubes durante x anos. Como é? Não há direitos dos trabalahdores? As empresas (UEFA, ligas nacionais) podem combinar entre si fazer uma lista de trabalhadores a quem recusam dar trabalho? O primeiro de Maio está a chegar. Avante, camaradas!

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  2. rogerio alves permalink
    20 Abril, 2021 16:16

    Até eu, que pouco percebo da bola e de assuntos relacionados, sei que nem sequer é nada de tão novo assim: A Fórmula 1 foi, há decénios, arrebatada à FIA por uma empresa do Ecclestone e passou para outra dimensão, a Motogp passou a ter sucesso planetária quando a Dorna a passou a gerir em vez da Federação… etc…Nada de novo e, em geral, com histórias de sucesso.

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  3. marão permalink
    20 Abril, 2021 16:20

    Afinal ainda há DDT por cá. Se um grupo de escaravelhos resolver criar uma competição desportiva também tem que depender da vontade da UEFA ou da opinião de um chefe de governo?

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  4. hajapachorra permalink
    20 Abril, 2021 16:44

    Ide lá ver a nba, os motos e os calhambeques, esses soporíferos desportos, perdão espectáculos em que nada há para ver. Que vos faça bom proveito, já que não gostais de futebol. Mas deixai o futebol em sossego. Não precisa de vós nem de palermas como agnelli e florentino.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      20 Abril, 2021 21:06

      “Não precisa de vós nem de palermas como agnelli e florentino.”

      Mas precisa, desesperadamente, destes 12 clubes.

      Eles a fazerem um campeonato entre eles, continuam com milhões de espectadores por esse mundo fora.

      As competições nacionais e europeias, sem eles, perdem mais de metade da receita.

      Se o hajapachorra gosta de futebol, porque é que lhe faz comichão uma competição com um Barcelona-Juventus a cada 15 dias, mas bate palmas a uma UEFA, que nos brinda com Dinamo Zagreb-Astana?

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      • hajapachorra permalink
        21 Abril, 2021 18:12

        Responder o óbvio custa. Naõ quero ver Barças Juventus de 15 em 15 dias, quero ver Portos-Juventus e Benficas-Barças de 15 em 15 dias. Poucas coisas há mais divertidos do que os benficas dos zero pontos em fase de grupos. Agora faço um desenho: que raio de liberais da treta são estes que querem uma competição fechada a que se acede por convite, sem apuramentos nem despromoções? A superliga ridícula do ridículo florentino seria muito ‘socialista’, um grupo de privilégios, a que não se acederia por mérito mas porque sim. O Porto e mesmo o Benfica têm mais títulos internacionais do que Totenham (ridículo), Manchester City, Chelsea e Atlético de Madrid. O Porto tem histórico recente muito mais relevante do que metade daqueles doze clubezecos. A favor da tal superliga ridícula só benfiquistas ou totós.

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      • Zé Manel Tonto permalink
        21 Abril, 2021 21:13

        “que raio de liberais da treta são estes que querem uma competição fechada a que se acede por convite, sem apuramentos nem despromoções?”

        Os liberais que acham que as empresas (clubes) devem poder oferecer aos seus clientes (adeptos) um produto de qualidade.

        “Naõ quero ver Barças Juventus de 15 em 15 dias, quero ver Portos-Juventus e Benficas-Barças de 15 em 15 dias.”

        Pois, mas fora de Portugal ninguém quer saber de Benfica nem de Porto. Fora da Croácia ninguém quer saber de Dinamo de Zagreb. Fora da Grécia ninguém quer saber de AEK. E por aí fora.
        Mas gente fora de Espanha a ver um Real Madrid-Barcelona multiplica por várias vezes o número de Espanhóis.

        “O Porto tem histórico recente muito mais relevante do que metade daqueles doze clubezecos.”
        Vá ver o ranking da UEFA. 10 dos 12 têm melhor ranking que o Porto. Perdeu uma boa oportunidade para não dizer nada.

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  5. Chopin permalink
    20 Abril, 2021 17:34

    A insanidade do costume. Na política como na bola. A gaivota continua a voar.
    A luta continua!

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  6. JPT permalink
    20 Abril, 2021 17:35

    Antes de serem empresas ou “marcas” (pessimamente geridas, pois 4 estão falidas – as espanholas e o Man United – e 5 dependem de crónicas injecções de capital russo, emirati e chinês – Chelsea, Man City e as italianas), as 12 entidades que se propõem fazer parte da Superliga, são património das pessoas, das cidades e dos países em que se inserem, que deram a essas sociedades ou associações a dimensão que têm, e do fenómeno popular que é o futebol, no caso, o futebol europeu. É um facto que, sejam os adeptos, seja “o futebol europeu”, não se queixaram quanto chegou o dinheiro dos oligarcas da Rússia, do Golfo e da Ásia Oriental ou dos financeiros americanos (directamente, ou via “vendas do Mendes”), e que suportaram, ou até incentivaram, a monetização de tudo o que era gratuito e a conversão dos estádios em centros de negócios e estúdios de TV. Adivinhava-se, de facto, que o passo final seria ver o futebol europeu, literalmente, transformado em entretenimento chinês, árabe ou americano, abandonando, de vez, a característica de desporto e o vinculo a uma cidade e a um país (como as “franchises” americanas). Talvez o autor do post estranhe, mas, mesmo para um liberal, nem tudo está à venda, e ver um fenómeno sócio-cultural europeu ser transformado numa mera mercadoria, comprada e exportada, não pode, para um europeu, ser aceite como uma inevitabilidade do mercado. Espero, sem muita esperança, que a UEFA expulse, de imediato, sem apelo nem agravo, as seis “marcas” que estão (contrariadas) nas meias-finais das provas europeias deste ano, de modo a tornar claro aos jogadores que integram essas equipas que, se se mantiverem associados a essas “marcas” passarão a integrar um circo bem pago, mas deixarão de fazer parte do mundo do futebol. O mais certo, é tudo isto passar com mais uma miserável cedência, e com mais dinheiro a ser entregue aos oligarcas, mais dívida a ser chutada para os clubes, e uma conta maior para pagar para quem quiser continuar a ver futebol.

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    • 20 Abril, 2021 19:27

      Meu Caro, o futebol pode ser um veículo de exportação da cultura europeia como o McDonalds ou a Coca-Cola o são da cultura americana. Se isso for feito com capitais chineses russos ou árabes, denota antes de mais escassez de capital ou falta de visão dos supostos donos do “património”.
      Eu serei certamente um empedernido e insensível liberal, pois não me choca que fenómenos sócio-culturais possam ser monetizados. Julgo até que isso pode ser um bom contributo para a sua perenidade. Imagine que conseguíamos internacionalizar o galo de Barcelos e que os chineses passavam a comprar contentores desse bibelot. Acha que isso seria um atentado à cultura local? Nunca irei compreender a diabolização que se faz do mercado. O mercado somos todos nós, com todos os anseios, desejos, ambições e até opções estéticas e culturais. E a melhor forma de as realizar é através da livre contratualização feita em mercado aberto e concorrencial.
      Quanto à UEFA, que reagiu de forma tão ressabiada – o que indicia haver grandes interesses postos em causa, desde logo os da sua tecno-estrutura – admito que ela possa irradiar os clubes revoltosos e até impedi-los de disputar as meias finais da Champions. Mas eu, liberal e dragão assumido, se mandasse na SAD do FCP, recusaria ser repescado, por muito injusta que tivesse sido a eliminação em jogo jogado.

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    • Zé Manel Tonto permalink
      20 Abril, 2021 21:10

      “as 12 entidades que se propõem fazer parte da Superliga, são património das pessoas, das cidades e dos países em que se inserem”

      Não. São propriedade dos seus accionistas. Se as pessoas, cidades, e países quiserem ser seus proprietários, comprem acções. Estes clubes estão todos cotados em bolsa, ou não?

      “os jogadores que integram essas equipas que, se se mantiverem associados a essas “marcas” passarão a integrar um circo bem pago, mas deixarão de fazer parte do mundo do futebol.”

      Precisamente o contrário. Quem não estiver nesta liga vai passar a fazer parte de competições de qualidade inferior, e sem visibilidade.

      Não percebo a celeuma com esta competição. Os clubes não disseram que vão deixar de participar nos seus campeonatos nacionais. Só disseram que, em vez de jogarem a cada 15 dias para lucro da Uefa, jogam a cada 15 dias para lucro deles.

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      • JPT permalink
        21 Abril, 2021 09:51

        Pelos vistos desconhece que o Barcelona e o Real Madrid não têm accionistas, porque são associações civis. Vejo que o problema aqui é não gostar e/ou não perceber nada de futebol profissional (ainda hoje ouvi a Helena Garrido falar do tema e senti vergonha alheia). Se falar de futebol sem se perceber nada do assunto é “perfeitamente normal” (a definição de Artur Jorge para a normalidade da anormalidade), e até há horas de programas de tv com essa premissa, falar de futebol profissional assumindo que não se gosta do fenómeno, é tão triste como ver aqueles maluquinhos anti-touradas, que enchem as caixas de comentários a congratularem-se de cada vez que um forcado vai parar ao hospital. A ideia de que o futebol “é um negócio como outro qualquer” é compreensível nos EUA, na China ou no Golfo, mas em Portugal revela o género de distorção cognitiva que, lamentavelmente, surge associada aos defensores de ideia liberais e que assegura que continuarão (com muita pena minha) uma minoria excêntrica.

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      • 21 Abril, 2021 10:40

        «A ideia de que o futebol “é um negócio como outro qualquer” é compreensível nos EUA, na China ou no Golfo, mas em Portugal revela o género de distorção cognitiva que, lamentavelmente, surge associada aos defensores de ideia liberais e que assegura que continuarão (com muita pena minha) uma minoria excêntrica.»
        Subscrevo plenamente este trecho. Acontece-me um sentimento semelhante em relação à monarquia. Parece-me que, bastas vezes, são os próprios monárquicos quem faz a pior apologia da causa que pensam defender.

        Adiante. Transversalmente a tudo o que tenho lido por aí (a propósito da situação criada com a já moribunda Superliga) recordo uma obra obra genial escrita há 40 anos, em 1981, pelo grande etologista Desmond:Morris: ‘A Tribo do Futebol’; , Está lá tudo aquilo que diz respeito ao espírito do jogo. Na minha opinião, as duas páginas dedicadas à categorização dos adeptos raiam a genialidade.
        (Ainda não vi a ‘Nação do Futebol’ na Netflix, mas conto ver este trabalho em breve.)
        Cumprimentos,
        Raposo Tavares

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      • Zé Manel Tonto permalink
        21 Abril, 2021 16:08

        ” desconhece que o Barcelona e o Real Madrid não têm accionistas”

        Desconhecia. Mas os 6 ingleses têm accionistas. Tanto quanto sei, o AC Milan também.

        Ainda lhe estou a ganhar 7-5, pelo menos. 😉

        “Vejo que o problema aqui é não gostar e/ou não perceber nada de futebol profissional”

        Está enganado, mas adiante.

        O adepto de futebol, quando a poeira assentar, vai preferir ver um Barcelona-Real Madrid da super liga, que um Basileia-Astana da cada vez mais pobre fase de grupos da Liga dos Campeões.

        Quem gosta de basquetebol na Europa, passou a ver a liga europeia, que começou de uma forma parecida com esta liga de futebol, que a paupérrima concorrência da FIBA Europe.
        Para não falar da NBA.

        Parece a mesma choradeira de quando os jogadores deixaram de ser escravos dos clubes, e puderam passar a ir jogar para onde lhes apetecesse no final do contrato.
        Ou a choradeira da lei Bosman.
        Há melhor futebol hoje, ou em 1990?

        A sério que não percebo isto:

        Qual a diferença entre estes clubes jogarem entre si a cada 15 dias, em vez de jogarem as provas oficiais da UEFA?
        Há algum argumento que não seja um argumento emocional? É que para esse peditório, não dou.

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  7. António Leitão permalink
    20 Abril, 2021 18:22

    Como bem salienta o texto inicial, estamos num mundo de idiotas em que a preocupação de nivelar por baixo elimina o direito dos mais capazes, dos mais fortes, dos mais bem preparados a destacar-se dos restantes

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  8. 20 Abril, 2021 18:56

    De acordo 🤝

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  9. 20 Abril, 2021 21:15

    Apesar do Florentino e até do Vieira (coitado!…) a coisa vai sair furada… O Chelsea e o Manchester City iniciam a debandada deste clube de ricos.
    O futebol, ao fim e ao cabo, ainda é um jogo de adeptos pobretanas. E como diz o povo ‘a água e o azeite nunca se misturam’.

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  10. Expatriado permalink
    20 Abril, 2021 21:55

    Entretanto, outras coisas bem mais importantes e com consequências possivelmente trágicas estão a acontecer no outro lado do atlântico.

    https://video.foxnews.com/v/6249531461001#sp=show-clips

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  11. Mario Figueiredo permalink
    20 Abril, 2021 22:28

    Totalmente de acordo LR!

    Acrescentaria que num mundo do futebol, histórico mau exemplo de cidadania, onde desde o jogador até ao comentador desportivo praticamente só habita o mau comportamento, a boçalidade e a brejeirice, talvez o único sector económico onde os administradores de topo se dedicam ao desrespeito público pela concorrência — e onde a quantidade de dinheiro é de tal forma obscena que não existe nenhuma profissão no mundo mais bem paga do que a jogador profissional de futebol na primeira liga de um clube europeu — acrescentaria dizia eu que é impressionante que seja neste meio que se usem argumentos como decência, honestidade, ricos contra pobres, ou o valor do futebol para a cultura europeia — Mas qual valor!? Está tudo maluco!

    Parece que esta gente não vive no mesmo mundo que eu. Não veêm o mesmo que eu? Todo um sector económico movido pelo lucro e pelas regras de mercado? E uma oligarquia muito bem instalada nas cadeiras acolchoadas da UEFA e da FIFA a querer controlar todos os aspectos do desporto.

    Só falta pagaram impostos à oligarquia.

    … e pagam!

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  12. 20 Abril, 2021 23:51

    Pronto! a Superliga foi-se…
    Os Ingleses continuam a provar-nos que nem tudo pode ter um preço em euros. Continuamos a não os saber ouvir…

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    • chipamanine permalink
      21 Abril, 2021 07:11

      Dito assim até parece que a UEFA e a FIFA não se movem pelo monopólio do “euro” e pelo preço dele. Desde as verbas ultra-miionárias dos patrocínios passando pelos “direitos” e a acabar na maior máquina de lavagem de dinheiro instituida e legalizada na Europa.
      É claro que este monopólio que se constituiu um estado dentro dos estados e que tudo pode fazer no que diz respeito ao dinheiro (o tal preço em euros) é uma “virgem” do povo e que “defende” os “pobres”.

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      • 21 Abril, 2021 08:31

        Bom dia, Chipamine, repara que quem acabou mesmo com esta Superliga não foi a Uefa… O fim da Superliga foi a ação dos adeptos ingleses e de alguns dos atores reais deste espetáculo (treinadores e jogadores).
        Lá por casa, respondendo ao comentário de um amigo. ao post que escrevi sobre este assunto escrevi:
        «Os tabuleiros em que assenta o teu raciocínio (monopólio Uefa vs oligopólio Superliga; jogadores/trabalhadores vs clubes/empregadores; jurisprudência desportiva vs jurisprudência civil e comercial…) não são aqueles que estão a fazer avançar os acontecimentos a que estamos a assistir.
        Repara que são os clientes deste produto chamado futebol que puseram em causa todo este esquema oligopolista do Florentino e dos seus compinchas. A rapaziada da política, limita-se a acompanhar a voz e o sentimento da rua. O costume.
        O Futebol é mais do que um negócio… e, mais uma vez, ficamos a dever aos ingleses que alguma coisa da nossa História comum fique connosco.
        Quanto aos mercados… Os mercados não falharam e as cotações destes grandes clubes antecederam os movimentos que vemos agora em desenvolvimento.»

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      • chipamanine permalink
        21 Abril, 2021 09:50

        Bom dia Raposo. Eu reparei que os “adeptos” manifestaram-se. Duvido que tenha sido por isso que o “processo” esteja já em vias de extinção mas muito mais pelo facto da oligarquia monopolista futeboleira da UEFA e da FIFA, totalmente amparada pelos políticos (governos) estrebuchou e berrou por todos os lados. Os adeptos estão a berrar mas estão a defender exactamente a mesma coisa …..um monopólio oligarquico supra estados e com o apoio deles onde tudo se pode fazer sem prestar contas aos “adeptos” incluindo ser a maior máquina de lavagem de dinheiro do mundo legal, ou pelo menos consentida pelo poder político

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    • lucklucky permalink
      21 Abril, 2021 07:17

      Continua o ódio generalizado à Liberdade. Se alguém vai por outro caminho é logo punido

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      • 21 Abril, 2021 08:26

        Bom dia, caro Lucky, repara que não falamos bem de Liberdade quando um oligopólio de 12 (ou 15 clubes), criam um clube de ricos exclusivista no qual assumem quotas de ouro. Ainda há menos liberdade quando, por conveniência de agenda, ‘benevolamente’ convidam anualmente cinco pobrezitos para participar no seu baile, e para os divertir.

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      • lucklucky permalink
        21 Abril, 2021 12:14

        E então isso não é Liberdade? A Liberdade é poder seguir o seu caminho.

        Então se o Raposo quer organisar um campeonato para atirar setas como não é a sua Liberdade e dos que concordam em participar?

        Falamos precisamente de Liberdade.
        E o que é que têm “rico” ver com a coisa?

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  13. JPT permalink
    21 Abril, 2021 10:26

    Citando a notícia do Observador “No domingo à noite, Florentino Pérez, presidente de um Real Madrid com 754 milhões de dívidas acumuladas, assumia-se também como presidente de uma Superliga Europeia com 12 clubes que, no total, somavam juntos 8,6 mil milhões de dívidas acumuladas. Clubes que, em cinco anos, gastaram 8,7 mil milhões em contratações”. Liberalismo e liberdade não é assistir, impavidamente, à gestão de casino (em vários sentidos do termo, inclusiva a origem do dinheiro), e ainda bater palmas. Ninguém acha a UEFA a FIFA ou as federações nacionais entidades recomendáveis, até porque nada fizeram para impedir este estado de coisas, mas pugnar pela gestão racional dos recursos não é uma questão de socialismo ou liberalismo, mas de auto-preservação. A solução para o problema em que estes clubes se colocaram é, como é óbvio, adequarem as suas despesas às suas receitas, que são, como é sabido, colossais. Claro que isso implicava parar com o circo de transferências (e resultantes aumentos salarias), cujas misteriosas “comissões” são a fonte de receitas para um conjunto de parasitas, a começar pelos dirigentes ou accionistas destes clubes atulhados em dívida. Claro que há uma alternativa para acabar com a dívida: pôr mais lorpas a pagar. Ora, quem vê algo de “livre” e de “americano” neste modelo de negócio, não só mostra que não percebe nada de futebol europeu, como que não percebe nada de desporto americano, ondes os objectivos principais são o equilíbrio financeiro e competitivo (assegurados pelas regras do “draft” e do “salary cap”, que impedem catástrofes competitivas como as que a Liga dos Campeões causou nas ligas nacionais, com os “grandes” a acumulares títulos consecutivos). O modelo da Superliga não é americano, é profundamente espanhol e italiano – e só não é português, ou grego, porque não temos escala para isso.

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    • 21 Abril, 2021 10:55

      Subscrevo totalmente.
      O texto é sério e não sei se o JPT queria ter graça, de qualquer forma, fartei-me de rir com este trecho:
      «Liberalismo e liberdade não é assistir, impavidamente, à gestão de casino (em vários sentidos do termo, inclusiva a origem do dinheiro), e ainda bater palmas. Ninguém acha a UEFA a FIFA ou as federações nacionais entidades recomendáveis, até porque nada fizeram para impedir este estado de coisas, mas pugnar pela gestão racional dos recursos não é uma questão de socialismo ou liberalismo, mas de auto-preservação. A solução para o problema em que estes clubes se colocaram é, como é óbvio, adequarem as suas despesas às suas receitas, que são, como é sabido, colossais. Claro que isso implicava parar com o circo de transferências (e resultantes aumentos salarias), cujas misteriosas “comissões” são a fonte de receitas para um conjunto de parasitas, a começar pelos dirigentes ou accionistas destes clubes atulhados em dívida. Claro que há uma alternativa para acabar com a dívida: pôr mais lorpas a pagar.»
      Uma grande verdade:
      «O modelo da Superliga não é americano, é profundamente espanhol e italiano – e só não é português, ou grego, porque não temos escala para isso.»

      Diria que o caso espanhol ainda tem uma particularidade que não tenho visto escalpelizar: o caso do Barcelona.
      Tenho para mim que, mais dia, menos dia, a Espanha se fragmenta. Entretanto, um grande clube como o ‘Barça’ vê-se na contingência de ser ao mesmo tempo bandeira e pendão da independência da Catalunha e, quando -ou se…- esta ocorrer, ver-se depenado de receitas pelo enfraquecimento da liga nacional em que disputará os seus jogos…
      Uma Superliga transnacional transportaria o Barcelona Futebol Clube para longe de todas esta eventuais contingências políticas.

      Cumprimentos,
      Raposo Tavares

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  14. Carlos Ilharco permalink
    21 Abril, 2021 11:36

    O post e mais ainda todos os comentários são altamente enriquecedores para analisar este assunto. Tarde ou cedo esta ideia vai ser posta em prática, basta ver quem é o dono do negócio, faz lembrar por exemplo o El Corte Inglês que aluga os espaços e nada produz ganhando sobre o que os outros arriscam para vender. E se um dia eles se forem todos embora?

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    • lucklucky permalink
      21 Abril, 2021 12:20

      Rídiculo vindo de uma pessoa de um país que tem um contributo miserável para a tecnologia mundial.

      “Veja-faz lembrar por exemplo o El Corte Inglês que aluga os espaços e nada produz ganhando sobre o que os outros arriscam para vender. E se um dia eles se forem todos embora?”

      Inverta-se a lógica: O Corte Inglês que arrisca o capital em espaços para outros poderem prosperar sem arriscarem ter o capital empatado em estrutura fixas

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  15. Ricardo permalink
    21 Abril, 2021 12:37

    Já se lixaram porque se esqueceram precisamente dos clientes!

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    • Zé Manel Tonto permalink
      21 Abril, 2021 16:29

      Os clientes não são a meia dúzia de hooligans que metem umas tarjas em frente ao estádio, entre duas cervejas, ou dois charros.

      Eu lembro-me quando Glazer comprou o Manchester United, as juras dos adeptos que diziam que nunca mais iam ao estádio, que iam fundar outro clube, etc. O estádio continua cheio, as vendas de camisolas continuaram, e os adeptos continuaram a festejar golos.

      Quando a bola rolar na super liga, seja desta tentativa, seja da próxima, o adepto de futebol vai querer ver um Barcelona- Real Madrid, mesmo que a UEFA não reconheça a competição, em vez de um Basileia-Astana da oficial, e cada vez mais pobre Liga dos Campeões.

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  16. 22 Abril, 2021 12:17

    O futebol é um negócio. Sujo.
    Pouco interessa quantas ligas tem. Pouco interessa quem lava mais branco…
    Os adeptos continuarão a beber uma litrada antes de irem para o estádio, ou uns valentes charros, esse é o seu desporto. No estádio esquecem a vida de me%=#” que têm em casa e no emprego, essa é a afeição que têm ao clube…

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