Então… é isso
Quero deixar a todos os leitores um sincero pedido de desculpa. Apercebi-me do risco — diminuto, eu sei — de ter, ao longo dos anos, escrito qualquer coisa que fizesse um de vós pensar. Pior que isso, há o risco de ter influenciado alguém, o que, por remota que seja tal hipótese, é uma perspectiva demasiado assustadora para ser encarada de ânimo leve. No entanto, acho difícil que alguém ligasse ao que alguma vez escrevi — eu não ligaria —, restando-me esse alento altamente provável de primum non nocere.
Os últimos dois anos têm sido muito duros, com o aumento acentuado da submissão europeia à irrelevância no mundo e com a transformação definitiva de Portugal numa cleptocracia de pseudo-artistocratas falidos do partido único (eu sei que há vários, até mais que antes, mas salvo o PCP são todos iguais em… essencialmente tudo). Ideias peregrinas como a democracia têm sido moldadas até à total ostracização dos marginais da nova religião jacobina, aquela que é propagada diariamente na RTP, na SIC, na TVI, na CMTV, no Jornal de Notícias, no Público e n’O Observador.
Com os média a fazerem o pleno da viragem do apocalipse por covid para o apocalipse por russos, testemunhei que nós, os poucos que mantêm uma certa calma na confiança da desgraça que é (e sempre foi) a condição humana, perdemos qualquer lugar no mundo. Às tantas, nunca o tivemos. A populaça está de forquilhas na mão a exigir uma coisa qualquer — prostrar-se perante Biden, a Oprah e qualquer ideia de “ocidente” baseada em humanos como produtos comerciais através de redes sociais que nos impinjam mais merdas inúteis made in China (but “designed” in California!).
É para ir para a guerra pelo “ocidente” e pela “auto-determinação”. É, mas eu estou fora. Sei que tenho que escolher, e fiz a minha escolha: o meu lado é aquele em que vocês não estiverem. Quereis acreditar que o mal é o Putin e não um Putin, que o mal é o Hitler e não um Hitler, be my guests, escolham o vosso veneno. Eu escolhi o meu: onde vocês não estiverem, é onde eu estarei. Nada muda porque nada é suposto mudar: o mal somos nós e a salvação é individual. Assim me confesso: perdoai se influenciei um único de vós.
Agora vou mas é para a praia, enquanto há praia. Boa sorte para vós, mas, sobretudo, boa sorte para mim.
“Mas isto é só a minha opinião, e quem se deixar influenciar é parvo”
(trabalhador anónimo num plenário de 1975)
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Caro Vitor Cunha.
Como eu o percebo. A minha percepção é exactamente a mesma.
Desgraçadamente não vejo volta a dar.
Com uma Europa (diga-se comissão europeia) dirigida por burocratas incompetentes e na casa branca um incapaz e uma pateta, a esperança é nula.
PS: só não concordo com o PCP ser diferente. No desespero da sobrevivencia acho que já se tornaram mais ou menos iguais aos outros.
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Pronto, já cá não estou!
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É mesmo à Vitor Cunha, falar em praia com este tempo.
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Hehehehehe, muito bom!
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Tu e outros fizeram-me pensar que a direita que diaboliza as limitações da liberdade em prol do bem da sociedade como um todo não é a minha direita! Obrigado.
A invasão da Ucrânia que traz ao de cima malta de direita que acha a atitude do Kremlin está correta e ignora a simples premissa de que os ucranianos de hoje não são, não querem e têm o direito a não ser os soviéticos de outrora, mais uma vez demonstra que a Vossa direita não é a minha. Obrigado.
Agradeço ao Telmo, ao Vítor e à Cristina e a boa parte dos armados em sabichões da Oficina da Liberdade que não toleram outras opiniões no seu seio por me ajudarem a pensar pela minha cabeça e em razão com a minha consciência.
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Ainda em que o Vítor, a Cristina e o Telmo o fizeram ver que, na verdade, o Freak é de esquerda.
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Votei Chega. Já fui apelidado de racista. Tenta outra vez!
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O Chega e’ a favor da existencia de seguranca social, SNS gratuito para o utilizador, e nunca ouvi ninguem do Chega dizer que a educacao nao deve ser gratuita a todos os niveis.
O Chega, tal como o Freak, e’ de Esquerda, so que ainda nao percebeu.
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E o que é que isso tem de mal? Prefere o modelo americano do cada um por si?
Eu cá prefiro a prosperidade e solidariedade dos países nórdicos.
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Sim, prefiro o modelo americano. Mas isso é outra discussão.
O meu ponto não era esse. O meu ponto é que isso tudo é esquerda. Ou acha que a social democracia que os nórdicos se orgulham é direita?
O Freak não nega que é a favor do que enumerei. Pelo menos assuma-se como sendo de esquerda. Agora ser de direita, que direita tão inútil, se é a favor de quase tudo o que é politica de esquerda.
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Uma discussão muito importante.
Mas no espetro português sou de direita, no americano seria de uma esquerda que nem sequer existe pois ambos os partidos no poder são se direita.
Acho que acantonar a direita no espetro libertário da coisa é demasiado redutor!
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Nova religião jacobina dominante e a caminho de dominadora. Realmente é indesmentível!
https://tauronews.com/ditadura-de-gosto-ataca-agora-a-festa-coparias/
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O Vitor Cunha é hoje dos poucos que escrevem com lucidez nestes tempos de carneirismo ciclotímico. Lê-lo é um prazer. Uma grande evolução de um choninhas que censura(va) comentários.
Agora é outro blog, o Aventar, um blog que até é melhor que o Blasfémias, que passou a censurar comentários: um badocha merdolas chamado Fernando Moreira de Sá. É o mundo ao contrário.
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Fartei-me de rir com este comentário. Aqui o badocha merdolas que censura comentários é precisamente o Vitor. O Atento não está muito atento. Mas como o Vitor não vai autorizar que mais este meu comentário passe, a culpa não é dele.
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Ó Vitor, desculpe lá o vernáculo (neste caso reforça a semântica), mas deixe-se de merdas e não vá a lado nenhum! Quanto mais não seja para moer os gajos que ganham eleições, seja qual for o resultado.
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EpEstavaara escrever “Pedido de desculpas aceite”, mas depois pensei pela minha cabeça e o que quero dizer é “Obrigado”.
Não tenho dúvidas que a salvação está em mim!
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y na vais prá terra das 5 letras porque ainda és mais teimoso ku teu progenitor….
teimou… teimou … teimou e nunca casou
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