Grandes ideias em defesa do assistencialismo habitacional
22 Julho, 2008
As pessoas têm é inveja dos moradores dos bairros sociais (Carla Machado, Público).
Se não dermos casas aos pobres eles tornam-se criminosos (Carla Machado, Público).
Os bairros sociais são uma péssima ideia. Mas isto resolve-se obrigando os promotores imobiliários a acolher os refugiados dos bairros sociais nos condomínios de luxo. Os promotores imobiliários que paguem o assistencialismo habitacional. (Rui Tavares, Público, link)
Quem critica o “discurso inclusivo da esquerda” tem ar de ser um protector dos racistas (Tiago Barbosa Ribeiro, Kontratempos)
167 comentários
leave one →

Essa Carla não aquela cabeleireira que tirou sociologia? Que embrulho.
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Engraçado… Quando se diz, com muita razão, que o socialismo aproveita a inveja para tornar os ricos um alvo de perseguição política, os socialistas costumam dizer que não é inveja, mas desejo de justiça. Parece que a Carla Machado resolveu copiar o argumento contra o socialismo e usá-lo para atacar quem critica o assistencialismo. Não se lembrou que a resposta é a mesma. Que é uma questão de justiça. Que é injusto dar dinheiro a quem não trabalha tirando a quem trabalha. Não percebe que o argumento da justiça é muito mais forte quando usado contra o assistencialismo do que quando usado para atacar o capitalismo. Com a diferença de que os ricos ganham dinheiro por via voluntária, ao contrário do dinheiro que serve o assistencialismo.
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Já tenho “visto” de emigração para a Austrália. Só vou em Dezembro para me divertir aqui mais um bocado.
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É injusto não aproveitar nada do que Laurinda Alves escreveu e vai escrever sobre o assunto.
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Gerberas e t-shirts brancas. De repente, a freguesia da Apelação encheu-se de gente, de flores e de música. Foi ontem, ao fim da tarde – aquela altura do dia em que os moradores da zona, sobretudo os mais velhos, costumam ter medo de sair à rua. Desta vez não foi assim. “Juntos construímos mais”, lia-se na t-shirt de Marco Martins, de 18 anos
Daniela Gouveia & Andreia Sanches
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fujam enquanto é tempo deste país de cretinos a todos os níveis sociais
ou enviem-nos para as desertas
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Este post é sobre pérolas!!???
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Assim resumido, é capaz de atrair os skinheads do teclado e ter mais uma enchente de comentários. Porque o dono, ele, tem A SOLUÇÃO evidentemente: “Vão trabalhar malandros!”
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@ #8
Porque é que o trabalho não há-de ser solução?
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“Porque é que o trabalho não há-de ser solução?”
Porque “o trabalho dá saúde”? E se todos ficassem saudáveis o que é que depois se fazia ao SNS? 😉
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“Porque o dono, ele, tem A SOLUÇÃO evidentemente: “Vão trabalhar malandros!””
O fássista do JM defende que as pessoas trabalhem para pagarem as suas contas? Até a casa? Chocante! Fássssista!
Já percebi o porquê da Tina o ter deixado.
Bem-haja!
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“Porque é que o trabalho não há-de ser solução?”
São todos liberais mas parece que nunca ouviram falar da oferta e da procura. O cinismo fica-lhes bem.
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Realmente trabalhar para pagar as contas é algo de vergonhoso e imoral. Mais vale ocupar ruas e receber subsídios
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Gostaria de o convidar a passar pelo site “Junqueira Antiga”, um espaço dedicado à divulgação de textos noticiosos que ajudam a traçar o retrato mediático de uma pequena freguesia de Vila do Conde, com auxílio de jornais já extintos. Fica em http://junqueiraantiga.wordpress.com/. Obrigado.
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“parece que nunca ouviram falar da oferta e da procura”
Onde se aplica o mercado numa distorção como o subsidio?
Bem-haja!
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Onde se aplica o mercado numa distorção como a licença de maternidade? Onde se aplica o mercado numa distorção como o subsidio de férias (falta pouco para cair…)?Onde se aplica o mercado numa distorção como faltar para ir ao médico?
Anyway, até acho que o autor tem razão…a mim custa-me muito inchar a renda!!!
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O que se passa com Tavares,Machado &Ca. será uma questão de moda – ou pura,simples e honesta estupidez?…
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Pelo menos uma coisa conseguiu fazer caro JM (na sua caixa de comentários, obviamente): Pôr os remediados a “bater” nos pobres.
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Essa Carla Machado deve viver numa utopia e nunca deve ter estado a menos de 20km de um bairro social. Ninguem tem certamente inveja de viver mal. Causa sim algum mau estar o Estado entregar de mao beijada habitações novas, com bons equipamentos sociais, enfim todos os apetrechos necessários para uma igualdade de oportunidades, não fornecendo estes equipamentos ou a possibilidade de os ter a quem com a força dos seus impostos sustenta toda esta escumalha.
Gostaria de saber se a Carla Machado acha justo que se entregue uma casa nova a quem nunca fez nada na vida e que a este se lhe passe um atestado de pobre para o resto da vida enquanto os outros se esfalfam a trabalhar passando cada vez mais sacrificios.
Acha bem a Carla Machado que um trabalhador por força do constante aumento do custo de vida se veja forçado a vender um carro e a passar a andar de transportes públicos enquanto ao seu lado, alguem que vive num bairro social, do qual não paga renda, nem luz, nem agua possa registar um carro em seu nome e andar por aí a vadiar com o dinheiro dos meus impostos, acha!
Triste é vivermos num país onde dão tempo de antena e colunas de jornal a gente que só tem serrim na cabeça e só diz disparates. A mim não me chamam eles para ir falar ao prós e contras!! Cambada de cegos!
Bafo’s
http://www.petitiononline.com/FIMDORSI/petition.html
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Segundo aquele a quem a Tina deu com os pés, “Pôr os remediados a “bater” nos pobres.”. Para ele um tipo que aparece na TV bem vestido, relatando, muito chocado que lhe roubaram o Plasma e até a Playstation do puto é um pobre. Nesse caso eu sou um homeless, porque não tenho plasma nem playstation. Tenho que ir a correr pedir o RSI, pode ser que assim consiga comprar o Plasma e a Playstation.
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enquanto se falar dos amendoins que os ciganos custam ao estado as grandes falcatruas podem passar impunes. Os ciganões andam aí todos os dias de fato e gravata e são pessoas de bem.
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“enquanto se falar dos amendoins que os ciganos custam ao estado as grandes falcatruas podem passar impunes”
Um mal não justifica outro.
Bem-haja!
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No caso concreto, para defender a imigração negra, a nossa esquerda parece seguir Berlusconi…
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Temos que dar o devido desconto pois são pessoas muito básicas.
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Mas quem é a Carla Machado!!!???
JJ Pereira Diz:
22 Julho, 2008 às 10:43 am
O que se passa com Tavares,Machado &Ca. será uma questão de moda – ou pura,simples e honesta estupidez?…
Não!! Profunda imbecilidade!!
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Quando é que vamos ter um numeros reais da pobreza em Portugal.
Quando é que vamos ter na televisão e na imprensa reportagens sobre o país real?
Há muitos que trabalham honestamente e arduamente sacrificando-se diariamente, por tantar manter alguma da qualidade de vida que lhe vai fugindo das mão a cada dia que passa.
Têm os jornalistas e as cadeias de comunicação a obrigação de esclarecer o país sobre estes números.
Ora num país onde a informação é politizada e brejeira, não se pode esperar mais do que o actual panorama informativo.
Poderá passar pela sociedade civil o retrato fiel do país real?
Claro que sim. É necessário expor estes casos. Urge a denúncia das situações que sufocam o país.
Concordo quando se diz “Os ciganões andam aí todos os dias de fato e gravata e são pessoas de bem.”. Esses ciganões que fazem e desfazem, sempre à caça do voto e do tacho, enchendo os bolsos com salários, comissões de serviço, reformas chorudas, cargos de administradores em bancos e empresas públicas depois de terem estado anos como ministros onde tinham informação previligiada e onde tiveram a oportunidade de legislar a aseu belo prazer para que tudo estivesse preparado na hora se encaixar no poleiro ou de ajudar a encaixar.
Esses mesmo ciganões de fato e gravata, que à custa de quem trabalha faz milhares de quintas das fontes por todo o país entregando casas dadas a quem nunca fez nada na vida.
Os ciganões de fato e gravata, limpam-nos no IMI, no saneamento e tudo o resto para, por votos que garantem câmaras municipais e governos, encherem de previlégios e subsidios uns quantos enquanto o contribuinte que tudo paga definha..
Bafo’s
http://www.petitiononline.com/FIMDORSI/petition.html
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O JM já assinou a petição?
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Os subsidios de “exclusividade”, de “reintegração”, as reformas acumuláveis, as viagens “diplomáticas”, etc, da esquerda à extrema direita. Quem são os ciganos?
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Como o João Miranda é um novato na blogosfera, vou explicar-lhe. Há uma certa coisa chamada “link” que se faz para o original do texto que se pretende comentar. Como por exemplo:
http://5dias.net/2008/07/22/gosto-deste-debate/#more-3714
Depois há outra coisa chamada citação. Implica copiar pedaços do texto que se quer comentar e colá-los no nosso próprio post, para garantir que os leitores têm direito a comparar o original e a interpretação. Por exemplo:
“Em vez de continuar a fazer bairros sociais como depósitos de pobres, deve alojar-se por unidade familiar em bairros comuns, com rendas ou prestações apropriadas aos rendimentos.
Sabe-se que a criminalidade e a violência são maioritariamente praticadas por homens jovens e adultos, entre os 18 e os 30 anos, e tanto mais quando concentrada localmente. Pois bem: uma família com filhos menores num bairro comum, frequentando uma escola comum (e com esta regra muito clara: só deve receber benefícios do Estado quem mantiver os filhos na escola até ao fim) e participando na vida desse bairro, é uma família que está mais afastada da criminalidade quando os filhos crescerem.
Mas há mais: o facto de as casas a custos controlados não serem só para pobres, mas também para a classe média e os jovens casais, afasta o estigma. O facto de os custos serem alterados conforme os rendimentos e modificados ano a ano diminui a fraude. E, como bónus, o centro da cidade fica mais povoado e activo.
Os bairros sociais são francamente melhores do que os bairros de lata que os antecederam. Mas têm defeitos. Não têm comércio, porque são “bairros de pobres” e economicamente inviáveis. Às vezes não têm transportes, porque é preciso fazer linhas novas. Mas se promovermos a mistura social pela cidade, a mesma loja de rua serve toda a gente e é economicamente viável. As linhas de transportes são as que já existiam, etc.
Em suma: a mistura social na cidade pode não ser uma ideia perfeita, mas é melhor do que o bairro social, que já era melhor do que o bairro de lata.”
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Mais noticias da ciganada:
esbaratamento dos fundos europeus
subsidios e terrenos a fundo perdido para as empresas
subida das preços de combustiveis quando o petroleo desce
milhoes gastos em estádios, negociatas de terrenos com clubes
bancos que compram e vendem accçoes proprias
privatizações duvidosas
conluios entre autarcas e empresas
fuga de ex ministros para ceos
e em geral toda a competição suja e falta de respeito pelo próximo que grassa em portugal, o oportunismo desgraçado e falta de civismo que fazem deste país um bom sítio para emigrar. Ciganos são todos vocês. Ciganos.
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Os ciganos são exactamente esses que menciona e que compram os outros ciganos com o dinheiro de terceiros.
Mas para que fique claro as tais 53 familias ciganas agora “desalojadas” devem “só” á Camara M. Loures a quantia de 44.000 euros.
Sendo que a divida total contabilizada no bairro de cerca de um milhao de euros cabe-me especular que “ciganos há muitos” mesmo no bairro em questão.
Cadê os outros??
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««Como o João Miranda é um novato na blogosfera, vou explicar-lhe. Há uma certa coisa chamada “link” que se faz para o original do texto que se pretende comentar.»»
Caro Rui Tavares,
Não consigo linkar posts publicados no futuro. Se me conseguir explicar como é que isso se faz, agradecia.
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Em relação ao seu artigo, o Rui Tavares devia era tentar explicar:
– o que é que levaria um promotor imobiliário a investir num concelho que exige casas a custos controlados quando existem concelhos que não fazem a mesma exigência?
– porque é que têm que ser os promotores imobiliários a fazer o assistencialismo que as câmaras não conseguem faer?
– o que levaria alguém a comprar um apartamento ao lado de uma família vinda da Quinta da Fonte.
– Como é que 4.5 euros por mês podem ser suficientes para pagar um apartamento a custos controlados?
– Quem distribuiria as casas a custos controlados e o que impediria a corrupção?
– O que impediria os beneficiários de vender as suas casas a preços de mercado? Quais são os custos de manter milhares de casas fora do mercado para impedir que isso aconteça?
– O que aconteceria ao preço de habitação nova se parte da habitação ficasse fora do mercado para satisfazer o assistencialismo que o Rui tavares defende?
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Esquece-se o Rui Tavares que a melhor maneira de arruinar um bom empreendimento imobiliário é colocar lá realojados.
É que infelizmente e ao contrário do que defendem algumas pessoas, por mais que isso custe a aceitar (e em lisboa existem várias experiências que o comprovam), os realojados – pelo menos alguns grupos – não chegam lá ás casinhas novas e adquirem por osmose os hábitos da boa vizinhança.
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Injustiça social é: uma parte da sociedade paga impostos, outra parte recebe subsídios.
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“- o que levaria alguém a comprar um apartamento ao lado de uma família vinda da Quinta da Fonte.”
João Miranda
Esse é o maior de todos os problemas.
Porque é que alguém que compra e pode comprar em qualquer lugar vai querer comprar um apartamento num prédio onde vivem pessoas que foram realojadas.
Alguns prédios da alta de lisboa, em que isso foi feito, estão aí para contar a história. Mostrando que essa linda conversa da integração pela mera observação do civismo do vizinho do lado é uma treta. Um mês depois de terem ocupado as casas já se dedicavam á actividade de destruição das partes comuns.
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dado ninguém querer ter como vizinhos pessoas pobres há sempre uma solução, construir bairros sociais de massas longe e deixa-los lá estar sossegadinhos. Peraí, isso já foi experimentado não é?
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É tão fácil fazer caridade com o dinheiro dos outros…
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SALVO MELHOR opinião, uma boa parte do que se está a passar na Quinta da Fonte não é novo:
As autoridades (policiais, autárquicas e governamentais) estão, mais uma vez (vide o bloqueio dos camionistas), a alimentar a chamada “Síndrome da pulga grávida“:
Situações que podiam ser fáceis de resolver se forem encaradas de frente e com firmeza logo no início tornam-se, a breve trecho, completamente incontroláveis.
Por exemplo: alguém imagina, seriamente, que será possível acabar com (ou mesmo reduzir significativamente) as pragas dos arrumadores de automóveis, da caca de cão nos passeios, das marquises-pirata, do estacionamento ilegal, das descargas das suiniculturas, das casas clandestinas…?
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A PSP fez aquilo que tinha de fazer, uma vez que se tratava de uma concentração ilegal. Os ciganos estavam a ocupar um espaço público impossibilitando a população de usufruir do jardim», disse ainda o presidente.
Citando o Presidente da Câmara de Loures:
“(…)Quanto à eventualidade da comunidade cigana convocar uma concentração nacional para Loures, Carlos Teixeira respondeu que ficará «satisfeito se esta for com o objectivo de pagar as rendas em atraso ou para se inscreverem num centro de emprego».
«Sempre defendi os interesses de todos, todos têm direitos e deveres e têm de respeitar a Constituição», disse. (..)”
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Ferro,
Só por hipocrisia ou ignorância se podem colocar as coisas nesses termos. A questão não é se são pobres ou ricos. Muitos serão mais ricos do que os pobres que pagam ao banco a prestação do T1 ou T2. A questão é se têm, ou não, hábitos que permitam dividir o espaço com pessoas civilizadas. Há famílias que não têm. Quando as Câmaras insistem em realojar essas pessoas em casas que fazem parte de empreendimentos normais o resultado é uma dor de cabeça para todos os que lá vivem.
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É evidente que o assistencialismo social tem que ser repensado. É imperativo começar a exigir contrapartidas que passem pela inserção das pessoas no mercado laboral. É por aí que elas se inserem na sociedade e não pelo facto de terem uma casa de borla no centro da cidade.
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a pedido da lololinhazinha:
dado ninguém querer ter como vizinhos pessoas não civilizadas há sempre uma solução, construir bairros sociais de massas longe e deixa-los lá estar sossegadinhos. Peraí, isso já foi experimentado não é?
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“passem pela inserção das pessoas no mercado laboral.”
alguém aqui sabe qual é o nr. de pessoas do bairro de loures que efectivamente trabalham? talvez ficassem surpreendidos.
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Ferro,
Experimente você comprar um apartamento inserido num projecto de realojamento. Depois tire as conclusões e responda à pergunta: porque é que alguém há-de querer comprar apartamentos nestas condições especiais de vizinhança?
Ou então, experimente ser o promotor do projecto, pôr as casas à venda e explicar aos interessados que alguns dos vizinhos são realojados.
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João Miranda: e agora que já estamos no “futuro”, pode pôr o link?
E, mesmo no passado, suponho que poderia comentar um texto sem o distorcer:
Onde eu escrevo:”Os bairros sociais são francamente melhores do que os bairros de lata que os antecederam. Mas têm defeitos. ” Você escreve: segundo Rui Tavares, “Os bairros sociais são uma péssima ideia.”
Onde eu escrevo: “Em vez de continuar a fazer bairros sociais como depósitos de pobres, deve alojar-se por unidade familiar em bairros comuns, com rendas ou prestações apropriadas aos rendimentos… as casas a custos controlados não [são] só para pobres, mas também para a classe média e os jovens casais” Você escreve: segundo Rui Tavares, “isto resolve-se obrigando os promotores imobiliários a acolher os refugiados dos bairros sociais nos condomínios de luxo“.
Primeiro, você tratou de não jogar limpo. Agora foge para a frente com uma série de perguntas, boa parte das quais estão respondidas pelo texto, outras que não se colocam nesses termos, e outras que são interessantes mas que a resposta é positiva do meu ponto de vista. Poderemos fazer tudo isso. Mas primeiro você trata de jogar limpo. E depois também tenho algumas perguntas para você responder.
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Não vale a pena estar a tratar o assunto com tanta hipocrisia. O problema é este: As pessoas que trabalham e têm alguns rendimentos, ainda que poucos, raramente conseguem qualificar-se como candidatos para atribuição de habitação social. Se conseguissem poderiam sem qualquer problema ser realojados em qualquer lugar porque estão inseridos na sociedade pelo facto de trabalharem (é esse o factor de inserção).
Os que conseguem obter casas através deste sistema são aqueles que não têm rendimentos (pelo menos lícitos), não trabalham, deambulam todo o dia, não estão inseridos na sociedade e têm comportamentos pouco civilizados que torna muito difícil a partilha de espaços comuns.
A solução, obviamente, não passa por colocar as pessoas em guetos. Passa por transformar o sistema de assistencia de forma a que a atribuição de casas tenha como contrapartida a obrigação de trabalhar. A ideia não é abrigar as pessoas, é inseri-las socialmente.
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Caro Rui Tavares,
A ideia da habitação a preços controlados aplica-se a todos os projectos imobiliários e não apenas a alguns. Como é evidente também se aplica aos condomínios de luxo. Ou será que o Rui tavares tem uma versão especial da ideia, ainda mais complicada, em que os condomínios de luxo ficam isentos de dispensar apartamentos a preços controlados?
««Agora foge para a frente com uma série de perguntas»»
Eu acho isto fantástico. As perguntas que eu fiz são as perguntas essenciais que devem ser feitas à ideia das cotas para habitação a preços controlados. Tudo o que o Rui Tavares defende no seu artigo é wishful thinking equanto não abordar de forma realista as perguntas que fiz. O seu texto parte do princípio que tanto os promotores como os compradores continuariam bovinamente a comprar e a vender casas como se a regra das cotas não existisse. A regra das cotas mudaria totalmente a forma como todos se comportam e agravaria ainda mais os problemas da cidade de Lisboa. Quando o que a cidade precisa é de investimento privado, o Rui Tavares defende que o custo do investimento deve ser sobrecarregado e que os promotores devam ser impedidos de seleccionar pelos preços os futuros habitantes dos seus empreendimentos.
Na verdade, a ideia das cotas a custos controlados tem exactamente os mesmos efeitos que o congelamento das rendas. Desincentiva o investimento e afasta moradores para a periferia. Acho estranho que o Rui Tavares insista numa tal barbaridade.
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João Miranda, as coisas põem-se em termos muito simples: eu tenho uma tarde ocupada pela frente e preciso de perceber se vale a pena ter uma discussão com alguém que decide começar por não tratar os textos do oponente de forma séria.
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Depoimentos ciganos no telejornal (ou como negociar com o Estado):
«A câmara de Cascais dava duas ou três casas, e assim por diante…são 50 casas! Só não dão porque são racistas, são racistas dos ciganos, e os ciganos é que pagam… Querem que voltemos pó bairro pa nos matarmos uns aos outros!»
«Quero ver se depois quando houver mortes o Estado se dá como culpado!»
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a atribuição de casas tenha como contrapartida a obrigação de trabalhar.
lololinhazinha, mas a maioria das pessoas trabalha. apenas não tem a possibilidade de comprar casa.
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Ferro 44
“alguém aqui sabe qual é o nr. de pessoas do bairro de loures que efectivamente trabalham? talvez ficassem surpreendidos.”
Só se trabalham de noite. Hoje é dia de trabalho, não é domingo nem feriado e eles estão na rua todo o dia. Será que meteram férias, foram dispensados pelo patrão ou têm tolerância de ponto?
Você é um cómico!
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Se não concordam com a inserção social, se os querem ver bem longe então esperem pelas favelas e os condomínios fechados. A “luandização” de lisboa não está assim tão longe da cabeça de muita gente.
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Caríssimo Ferro,
Eu não vejo ninguém defender a Luandização de Lisboa.
É preciso reconhecer que este modelo de assistência está errado e arranjar um melhor.
Quanto ao que diz sobre a maioria das pessoas do bairro trabalhar, tenho as minhas sérias dúvidas mas admito que não conheço esse bairro.
Conheço, sim, o problema que se instalou no Lumiar devido aos realojamentos. Esses, se trabalham têm estanhos horários porque passam os dias na rua, deitados no chão ao sol, onde deixam os restos do almoço e da fruta e onde fazem as suas necessidades fisiológicas, enquanto os filhso se divertem a partir partes dos prédios que os condomínios já nem se dão ao trabalho de substituir. Tudo, paredes meias com pessoas que compraram casas caras e que agora se vêem a viver no meio disto. (já para nao falar das vezes em que há tiros durante a noite e em que a polícia tem que fazer umas visitas, carros assaltados e por aí em diante).
Como imagina, era mais um desses projectos em que se esperava que as pessoas se integrassem por osmose e que adquirissem hábitos de gente civilizada só por olhar para os outros.
Agora, as casas valem menos do que o valor pelo qual foram adquiridas em planta há vários anos atrás.
Por este andar daqui a uns anos os familiares dos realojados nem precisam que lhes atribuam casas. Podem comprar as dos vizinhos por módicas quantias. E assim se transforma um projecto imobiliário num gueto…
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««eu tenho uma tarde ocupada pela frente e preciso de perceber se vale a pena ter uma discussão com alguém que decide começar por não tratar os textos do oponente de forma séria.»»
Repare que eu nem estou a comentar o seu texto. Estou a comentar a ideia, que o Rui Tavares defende, de que o estabelecimento de cotas para habitação a preços controlados é uma ideia minimamente razoável. O seu texto pressupõe à partida que as cotas têm determinadas consequências, como por exemplo, que permitiriam a construção de novas habitações em Lisboa. Eu coloco desde já a dúvida que alguém estaria disposto a investir em Lisboa nessas condições. O seu texto pressupõe também que as cotas permitiriam a quem vive na Quinta da Fonte habitar qualquer lugar na cidade. Eu defendo que antes disso acontecer, a cidade de Lisboa ficaria em ruínas por causa do desinvestimento.
O Rui Tavares deve ser a única pessoa que ainda não percebeu que o que Lisboa precisa é de investimento privado e de habitantes que paguem IMI. Não será através das cotas que conseguirá uma coisa ou outra.
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Notável a forma como o Rui Tavares se esgueira. Não respondeu a uma única questão, não sustentou nada do que escreveu e limitou-se a lançar fumos perorando sobre questões de lana caprina.
As velhas tácticas nunca morrem e lá do alto, da estratosfera, as coisas parecem ser planas e simples.
Este João Miranda é temível no debate. Gostava de o ver um dia na TV a encostar à parede alguns dos iluminados representantes da nossa fina flor da asneira, a quem não falta tempo de antena para a debitarem.
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Por acaso também gostava de ver o Rui Tavares explicar melhor essa ideia das quotas obrigatórias para o realojamento. Suponho que seriam as Câmaras a pagar as partes respectivas dos condomínios de luxo…
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Também achei graça à exigência de terem os filhos na escola. Não têm que trabalhar, basta que deixem os filhos frequentar a escola. Porventura na esperança que alguém eduque os filhos para que estes eduquem os pais.
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Rui Tavares pelo menos tem o mérito de ser o único a propor soluções para este problema da guetização. Todo o mundo se insurge com a situação gerada pelos bairros sociais, mas ninguém apresenta uma singela ideia que seja, para debelar esse flagelo. É o caso de João Miranda: critica as sugestões de Rui Tavares mas não apresenta alternativa alguma. Diz JM “Lisboa precisa é de investimento privado e de habitantes que paguem IMI”
Bla bla bla! Precisa disso e de muito mais, digo eu. Mas como é que se conseguem? Pois!
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“Suponho que seriam as Câmaras a pagar as partes respectivas dos condomínios de luxo…”
Se as Câmaras pagassem do bolso delas até estava tudo bem. Mas convinha não esquecermos que as Câmaras, tal como o Estado, não têm bolsos próprios e, por isso, usam os bolsos dos outros à sua vontade tal como se fossem delas. 😉
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boa sorte então para as soluções “civilizacionais” e de os mandarem trabalhar, pelas últimas declarações do presidente de loures é isso que vai ser feito. Os ciganos há 10 seculos que não necessitam de rendimento minimo ou de casas para sobreviverem e assim vão continuar. Os pretos, voces lidarao com isso depois.
Parafraseando o jm, uma sociedade (que não sabe lidar com 50 familias de ciganos) não merece sobreviver.
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««Também achei graça à exigência de terem os filhos na escola.»»
Tem ainda mais piada se tivermos em conta que a escolaridade é obrigatória para toda a gente.
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Red Snapper,
Pessoalmente não vejo grande diferença entre não apresentar soluções ou apresentar propostas inexequíveis.
Todos sabemos que não é fácil de resolver, o que não nos impede de constatar que este modelo está acabado.
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Ora , se não trabalham , não mandam os filhos à escola e tal , podemos fazer os bairros sociais no interior desertificado e po-los a limpar as florestas e a vigiar possíveis fogos. Sempre lhes davamos alguma utilidade.
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“Todos sabemos que não é fácil de resolver, o que não nos impede de constatar que este modelo está acabado.”
É justamente isso que Rui Tavares diz. Propostas inexequíveis veremos, mas depois de as debater. De resto é o que a lolozinha está a fazer e sem ironias. Não fica bem andar a troçar as ideias dos outros.
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Quaresma, vindo do estágio na Alemanha, regressou ontem ao Porto onde apanhou de imediato avião para Lisboa.
O problema deve estar em vias de resolução com uma trivela.
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É que uma das coisas que me faz ser mais céptica relativamente a esta ideia do Rui Tavares é que isto não é nada que não tenha sido tentado em Lisboa. E eu, pessoalmente, tive oportunidade de conhecer os desastrosos resultados dessa tentativa (que ainda se mantém, sempre no sentido do agravamento). ora, neste caso particular, foi-me garantido por uma pessoa que era responsável na CML pela parte do realojamento, que tinham escolhido as famílias que davam mais garantias de adaptação social. E eu não posso deixar de me perguntar: se estes eram os melhores e os resultados foram estes, como serão os outros?
Por isso é que me parece que que a resolução destes problemas tem que passar cumulativamente por uma integração profissional das famílias.
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Uma boa solução passaria por não subsidiar coisa alguma, e obrigar cada um a ganhar o seu com trabalho. E quem não gostar emigre. Muita gente nas piores condições possiveis singra na vida sem ajudas nem complementos. Não é preciso é arquitectura social, que só serve para distorcer a vida. Aos que pagam e aos que recebem.
Bem-haja!
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Confesso que este não é um assunto em que se pense todos os dias e eu não pensava nisto há muito tempo. Fiquei horrorizada quando vi as mães ciganas na TV a reclamar porque não lhes tinham levado fraldas para os filhos.
Efectivamente, o problema chegou a um extremo em que as pessoas sentem que têm o direito de exigir que os outros lhes resolvam todos e quaisquer problemas. Nem pelas fraldas descartáveis dos filhos são responsáveis.
Se pensarmos bem nisto temos que concluir que este modelo de assistência social está a conduzir a uma total irresponsabilização dos apoiados. Nem sequer se sentem minimamente agradecidos ou reconhecidos. Acham sempre que os outros têm a obrigação de lhes satisfazer todas as necessidades. Eu confesso que não me tinha apercebido bem disto até ver as imagens na Tv.
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“Uma boa solução passaria por não subsidiar coisa alguma, e obrigar cada um a ganhar o seu com trabalho.”
Obviamente não é assim. As sociedades são responsáveis pelas franjas de exclusão que criam. E têm que resolver esses assuntos, a bem de todos.
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A pessoa é responsavel por não se excluir. Por lutar e conquistar o seu lugar na sociedade. A sociedade deve garantir a liberdade individual, e as condições minimas de sobrevivência. Não casas e subsidios, aos pobres ou aos ricos.
Bem-haja!
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Lolinhazinha, pode crer que a cigana ao exigir fraldas descartáveis, está simplesmente a especular, com alguma dose de humor, já que os ciganos estão habituados a serem descartáveis em qualquer sociedade.
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Como escrevi no , a solução ideal passa por o Estado subsidiar a renda das famílias com rendimentos abaixo de um certo limiar (de forma progressiva), renda essa até um valor limite de “x” e em função do agregado familiar.
Os contratos seriam feitos entre privados, sendo o Estado uma espécie de fiador co-financiador. Seria igualmente responsável (e beneficiário após entrega da casa) de uma caução obrigatória. O senhorio continuaria a ser o condómino (no caso de propriedade vertical) mas o inquilino seria responsável (por via da caução) por danos às partes comuns. O inquilino poderia ser despejado por incumprimento do contrato (de acordo com a legislação) ou caso o valor da caução baixasse a valores inferiores a 50% do valor inicial sem ter sido reposta.
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Bem, no post anterior esqueci-me de fechar a tag… Queria dizer como escrevi no 5 Dias…
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JM: Se está a comentar a ideia, está a comentar mal a ideia, e de forma distorcida. A ideia não é que o problema se resolve colocando realojados em condomínios de luxo, é que a mistura social na cidade pode ajudar a diminuir problemas como os da Quinta da Fonte. Como fica claro no texto, tentei equilibrá-lo dizendo que a mistura social na cidade não é uma panaceia, mas que é melhor do que o bairro social, que por sua vez é melhor do que o bairro da lata. Nada é perfeito em teoria, mas na prática tem de ser comparado às alternativas. Para mim, uma cidade rodeada de favelas não é uma boa alternativa, e o bairro social apresenta problemas que podem ser evitados.
Essa mistura social pode ter que ser promovida através da quota imobiliária, que não é só para realojados (mas também para a classe média e casais jovens, por exemplo). Vc. diz-me que isto esvazia a cidade. Parece-me que não esvaziou Amsterdão (para dar só um exemplo: há muitas cidades que aplicam esta forma de controle do mercado imobiliário). O centro de Amsterdão está cheio, é socialmente misturado, não se consegue estacionar e muitos prédios não têm elevador. Mas está cheio. Ao contrário do que você prevê, as pessoas não fogem para as cidades vizinhas.
Lisboa não tem quotas mas o seu centro está vazio. E na Baixa, onde não há inquilinos, já não pode haver a desculpa do bloqueio das rendas. Não só na Baixa: em Lisboa há muitas centenas de prédios sem inquilinos, livres para vender ou alugar. Há milhares de prédios com 1-2 inquilinos, e 6-8-10 apartamentos vazios, prontos a vender ou a restaurar e alugar. O mercado pode funcionar na Baixa e em muitos prédios de Lisboa. A questão é: porque não funciona?
As quotas e a intervenção política terão muitas respostas a dar, claro, para que as coisas funcionem aceitavelmente. Mas não devemos agir como se não fazer nada não tivesse também respostas a dar.
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A rapaziada de esquerda que vive de ideias como a coisa deve ser e que há anos nos arruina vai acabar por afundar o país inteiro depois de dividido em tabancas, musseques,favelas e acampamentos ciganos, com eles em condomínios fechados a comandar a coisa.
En quanto não encerrarem as “escolas” desta arte de viver do “nada” que já se prolongou há demasiado tempo continuaremos todos a ficar mais pobres e uns a terqueo ser depois de espoliados até ao tutano pelas ideias peregrinas desses meninos donos da verdade e pais de todos os desvalidos a nivl mundial que importam ás centenas de milhar para sob a sua internacionalista orientação nós civilizarmos, com o nosso dinheirinho dos impostos nos “direitos divinos” na saúde, na educação, na habitação, no nascimento, na aleitação, no RSI mas sem nos dizerem onde é que a malta TRABALHA e QUANTO TRABALHOU…
Com a “nacionalização” de milhares de pobres por ano a esquerda vai ter matéria para trabalhar durante decénios… não vai ter é direita nem capital para suportar essas belas ideias…e aí vão surgir os problemas… e talvez a esquerda tenha que exilar-se novamente…
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A imagem do pobrezinho mas asseadinho e honesto parece que ainda vive nalguns espiritos. Impingir malta que nem despeja o lixo de casa , que tem aparelhagens em altos berros a toda a hora , que discutem como se mais ninguém vivesse no prédio , que se entretêm a bater nos caixotes do lixo e sei lá mais o quê , em prédios onde vive malta trabalhadora que precisa de dormir de noite para se apresentar de manhã no trabalho , é de fugir. Transferir as favelas da periferia para o centro , não me parece nada boa ideia.
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Mas quem é a Carla Machado!!!???
É uma socióloga de esquerda, como aliás o Rui Tavares, e ambos escrevem no Público.
Ainda lá há mais três ou quatro ou cinco.
Coitada da Helena Matos sózinha neste vespeiro.
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E oSr Belmiro a pagar para o lixarem…
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“Há milhares de prédios com 1-2 inquilinos, e 6-8-10 apartamentos vazios, prontos a vender ou a restaurar e alugar”
Sabe porquê, Rui Tavares?
Porque os proprietários estão à espera que esses 1-2 inquilinos com rendas miseráveis, a maior parte já bastante idosos, morram para poderem vender os prédios pelo seu justo valor. Obviamente, os interessados na aquisição querem os prédio devolutos para os poderem restaurar e vender.
Acha que isso é condenável?
Não faltava mais nada áqueles que tiveram que apanhar a vida inteira com os prédios deles ocupados com rendas miseráveis, a não ser agora, ainda por cima, imporem-lhe quotas para habitação social. Que sentido é que isso tem?
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Rui Tavares,
Por favor, não compare os “pobres” holandeses com os miseráveis portugueses. Estamos a falar de realidades totalmente diferentes.
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” mas o inquilino seria responsável (por via da caução) por danos às partes comuns”
Isso é tudo muito divertido… no papel. Até ao dia em que é preciso provar, preferencialmente com directos da RTP, que foi determinada pessoa ou agregado familiar a provocar o dano, apesar de todos o saberem.
Tenho essa experiência em 1º mão com uma família que apesar de não ser realojada sempre se comportou pior do que algumas que o são e parte ou danifica o que lhe apetece, quando lhe apetece e como lhe apetece.
Todos os vizinhos o sabem mas nenhum se chega à frente, por medo e falta de vontade de ajudar a resolver as chatices que também os atingem por tabela.
Claro que a minha palavra de senhorio bandido, por si só, não vale nada contra a palavra dos santificados inquilinos. Então deixa partir que quando cair de vez não há mais brinquedos.
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««JM: Se está a comentar a ideia, está a comentar mal a ideia, e de forma distorcida. A ideia não é que o problema se resolve colocando realojados em condomínios de luxo, é que a mistura social na cidade pode ajudar a diminuir problemas como os da Quinta da Fonte.»»
Rui Tavares,
Lamento, mas a ideia da cotas é obrigar todos os empreendimentos a disponibilizar habitação a preços controlados. O Rui Tavares depois é que dá o salto absurdo de concluir que se fossem criadas cotas, haveria mistura social. Mas isso resulta do facto de o Rui Tavares em vez de se dedicar a analisar a ideia das cotas de forma crítica, resolve partir do princípio de que as suas alegadas vantagens chegariam alguma vez a ocorrer. O Rui Tavares devia decidar mais tempo a analisar as consequências reais das cotas em vez de tentar expor as vantagens imaginárias.
««Lisboa não tem quotas mas o seu centro está vazio. E na Baixa, onde não há inquilinos, já não pode haver a desculpa do bloqueio das rendas. Não só na Baixa: em Lisboa há muitas centenas de prédios sem inquilinos, livres para vender ou alugar. Há milhares de prédios com 1-2 inquilinos, e 6-8-10 apartamentos vazios, prontos a vender ou a restaurar e alugar. O mercado pode funcionar na Baixa e em muitos prédios de Lisboa. A questão é: porque não funciona?»»
Eu creio que não funciona porque ainda ninguém aplicou a ideia milagrosa do Rui Tavares. Ninguém investe na Baixa? Deve ser porque o investimento não está suficientemente penalizado. Bora lá sacar mais uns cobres aos investidores. As pessoas não vão viver para a Baixa? Deve ser porque a vizinhança não é ainda suficientemente má. Bora lá obrigar todos os prédios a ter a sua cota de realojados.
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O que o sr sociólogos de esquerda Rui Tavares quer dizer é que a baixa de Lisboa deveria ser “povoada” por ciganos e africanos que vivem nos recém consruidos bairros sociais que aliás os utentes rapidamente destroem,para dar ainda mais colorido ás nossas cidades…agora nos centros históricos para realçar o quão nos enriquece essa pobreza recém nacionalizada…
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Se a maioria trabalha e aufere rendimentos porque será que 90% tem um qualquer tipo de subsidio?
Porque é que as dividas referentes a rendas agua e luz superam o milhão?
Vaõ-me dizer que trabalhar eles trabalham mas que não auferem de nehum rendimento?
Faço notar que das dividas de cerca de um milhao de euros o conjunto das 53 familias de ciganos devem cerca de 44.000.
Cadê os outros?
ahhhhhhhhh devem estar a trabalhar…ora bolas.
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Lololinhazinha: A ideia de que o senhorio está à espera de que os dois inquilinos morram para vender o prédio pelo seu justo valor tem dois problemas. O primeiro: tem ali seis, oito ou dez apartamentos para alugar nos quais pode aplicar preços livres e que não aluga. O segundo: mesmo depois desses inquilinos morrerem, o prédio continua vazio. Por isso há centenas de prédios vazios cujos apartamentos não são vendidos nem alugados. Porquê?
JM: O investimento na Baixa não está penalizado. Pelo contrário: os prédios estão vazios e prontos a alugar ou vender. Não têm inquilinos nem a canga das rendas congeladas às costas. A vizinhança, por outro lado, não é má. Você quer sugerir que ninguém quer morar na Baixa. Há zero procura pelas casas da Baixa?
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Bem prega Frei Tomás. O Rui Tavares devia lembrar-se antes de mandar bitaites que a Camara Municipal de Lisboa é o maior proprietário da cidade, com centenas senão milhares de casas devolutas, e que tem um vereador o Sr Sá Fernandes que é da sua cor política e que anda entretido com os jardins e as hortas. Ponha-o a trabalhar sff.
Como eu disse antes é tão fácil fazer caridade (assistencialismo) com o dinheiro dos outros…
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Rui Tavares,
“O primeiro: tem ali seis, oito ou dez apartamentos para alugar nos quais pode aplicar preços livres e que não aluga.”
Não aluga porque o estado em que essas casas devolutas ficaram não permite arrendar sem fazer obras significativas. É por isso que preferem esperar que todo o prédio fique devoluto para depois venderem. Acho que isso se compreende bem.
Os outros casos a que se refere, de prédios totalmente devolutos (não serão assim tantos) ou estão à espera de comprador ou estão enrolados em processos judiciais de heranças e partilhas.
Não me parece que existam assim tantos prédios na baixa, totalmente devolutos – como diz – à espera de coisa nenhuma.
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Acho que esta questão dos prédios devolutos parte do preconceito que os donos são todos ricos e têm lá os prédios às moscas porque lhes apetece. Não é assim. Em grande parte devido ao congelamento das rendas – conheço arrepiantes histórias de quem investiu fortunas em imobiliário para depois ver as rendas congeladas e ficar privado do hipotético rendimento – há muitos proprietários que não tê dinheiro para fazer obras e restaurar os prédios. Aquilo que lhes resta é tentar vender. E muitas vezes esperar que o último inquilino morra (não metendo lá mais ninguém para não correr mais riscos) para depois vender a quem tem dinheiro para rentabilizar.
O que é que este problema tem a ver com a habitação social ou no que é que as duas coisas se podem tocar? Estas pessoas, ou as suas famílias, já foram bastante prejudicadas com os congelamentos das rendas. Acha que é concebível vir agora estragar-lhes o negócio com a conversa da quotas?
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««Por isso há centenas de prédios vazios cujos apartamentos não são vendidos nem alugados. Porquê?»»
Rui Tavares,
Deve ser por falta da cotas. Se existissem cotas, o incentivo para investir aumentava, certo?
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Daqui a vinte anos a baixa vai estar resplandecente de condomínios de luxo e o Rui Tavares quer transformar o coração da cidade num bairro social de localização privilegiada.
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Piscoiso,
O estatuto de ‘descartável’ que o povo cigano adquiriu no nosso país é muito mais voluntário do que impingido seja por quem for. Há muitas comunidades imigrantes que convivem pacificamente em Portugal…
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(já sei que me vai dizer que o objectivo é fazer um mix e não um bairro social. Mas sugiro que passe de carro – com as portas trancadas e os vidros fechados – na parte da alta de lisboa onde se lembraram de fazer o mesmo mix)
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“Lolinhazinha, pode crer que a cigana ao exigir fraldas descartáveis, está simplesmente a especular, com alguma dose de humor, já que os ciganos estão habituados a serem descartáveis em qualquer sociedade.”
Piscoiso,
A que eu vi na tv era cigana. Mas podia perfeitamente ser outra coisa qualquer que a conversa seria a mesma…
A questão é a convicção de direito adquirido (com zero convicção de dever do que quer que seja) com que algumas comunidades recebem estas ajudas.
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No meio desta barafunda conclui-se que:
Teria sido melhor para todos que os realojados continuassem no bairro de lata. Construía-se um muro à volta da pocilga para a esconder dos turistas, ninguém podia entrar nem sair, e nada de subsídios, nem RSI, nem abonos, nem água, nem luz, nem nada. A coisa havia de se resolver por si.
E depois já não havia tanta criminalidade, tanta gente sem trabalhar e a viver à conta dos impostos, tanta contrafacção, tantos DVD´s piratas, tanta gente horrível e com mau aspecto a invadir as ruas das nossas tão queridas e bem administradas cidades. Imaginem só o dinheiro que o estado poupava.
Salvo erro a isto dá-se um nome que a mim já me custa pronunciar, mas não há por aí nenhuma alminha iluminada que apresente uma solução credível para o problema sem baterem sempre da mesma tecla de “ando eu a trabalhar para estes gajos andarem a roubar e na boa vida, e ainda por cima com exigências”?
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Help Help Help
Vi os noticiários da uma e da marcha pela paz desapareceram com as florinhas brancas a arquitecta Roseta, a actriz Barroso e o padre Melícias.
Só mostraram o Marco Martins.
O que é que lhes aconteceu?
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Lolimhazinha, como deve saber, os ciganos são muito orgulhosos. Ao invés do que pensa, eles não terão a noção de direito adquirido, porque nada terão feito para o adquirir, exceto existirem.
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lololinhazinha: não podem ser tantos os prédios totalmente devolutos na Baixa? São quase todos. Os habitantes da Baixa toda não devem chegar às duas centenas. Os habitantes do Rossio inteiro são menos de dez. Ninguém quer morar no Rossio? Os prédios ali estão, vazios, sem rendas congeladas, precisam de poucas obras, não podem ter mais do que poucas obras. O que se passa? Ninguém quer morar no Rossio? Não há procura? Então porque não baixa o preço da oferta, para se ajustar? Porque não funciona o mercado?
A mesma pergunta para o JM: não me diga “deve ser por falta de cotas”. Há procura zero de casas na Baixa de Lisboa?
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Rui Tavares,
Explique lá como e’ que essas pessoas que têm em casa plasmas, DVDs, playstations para os filhos são pobres. Não têm despesa nenhuma: não pagam água, luz, gás, rendas, nada, e ainda recebem não sei quantos subsídios de inserção e abonos de família. Muitas das famílias de classe média que pagam impostos e que eles parasitam vivem bem pior que eles.
Já agora alguem podia explicar o que é que essa comunidade Africana está cá a fazer? As condições para conceder autorização de residência não implicam ter emprego e capacidade de pagar a sua habitação e o seu sustento? Então como é que vivem em habitação social e à custa da segurança social? Como dizia o sábio Guterres: O PCP cria deliberadamente problemas sociais para que depois as suas políticas façam sentido. Afinal não é só o PCP, é a Esquerda toda. Este problema nem existiria se a lei tivesse sido cumprida.
Por fim, eu tenho uma solução melhor. Em vez de os espalhar pela cidade, levar a cidade até eles: O Rui Tavares que se junte à Carla Machado, Miguel Portas e companhia e que vão experimentar as maravilhas do ambiente multicultural da Quinta da Fonte. Assim já não ficam “isolados”. E não esquecer de obrigar as crianças ciganas a ir à escola e ter aulas em crioulo como defende o Portas ou o Rosas.
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««A mesma pergunta para o JM: não me diga “deve ser por falta de cotas”. Há procura zero de casas na Baixa de Lisboa?»»
Caro Rui Tavares,
É a sua ideia das cotas que está a ser aqui avaliada. Tem que nos explicar como é que ela contribui para o investimento na Baixa aumente. Repare que o que interessa é o efeito da medida em relação à situação actual, seja ela qual for. Actualmente o investimento na Baixa é X e a procura por parte de pagantes é Y. O Rui Tavares, defensor da ideia das cotas, tem obrigação de nos explicar qual é o efeito das cotas em X e Y. Até agora, nada. O investimento aumenta? A procura por parte de pagantes aumenta? Toda a teoria económica diz o contrário. O Rui Tavares ainda não apresentou nenhuma teoria que contrarie a teoria económica. Apresentou apenas a vaga ideia de que se existirem populações misturadas isso é bom. Uma alegação que não tem nada a ver com a ideia das cotas. A ideia das cotas não produz uma população mais misturada. Produz uma cidade com menos investimento.
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“Isso é tudo muito divertido… no papel. Até ao dia em que é preciso provar, preferencialmente com directos da RTP, que foi determinada pessoa ou agregado familiar a provocar o dano, apesar de todos o saberem.”
Caro J Doe,
Um tribunal de pequena instância resolveria isso rapidamente, desde que com testemunhas de terceiros. O pagamento da reparação seria retirada da caução (logo dispensava intervenção do inquilino), desde que este não interpusesse ma reclamação. Caso o fizesse, voltamos à história do tribunal. Agora, o dinheiro NÃO ESTÁ nas mãos dele.
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rui tavares Diz:
22 Julho, 2008 às 5:55 pm
Presumo que o senhor nunca entrou no prédio, por exemplo, onde está a Casa Campeão (ao lado da Pastelaria Suíça).
Para se tornar habitável em moldes modernos o miolo tem que ser totalmente substituído.
E mesmo assim vive lá gente.
Por exemplo numa das habitações existia, e julgo que ainda existe uma casa de massagens.
Pode também dar um pulo ao belo edifico que está ao lado do Eden e imaginar o que é que tem que ser ali feito para ser habitado.
Aproveite e alugue um vídeo no Club X no primeiro andar.
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JM, você não entende que não é a “ideia das cotas” que está a ser avaliada. está a ser avaliada a necessidade de intervenção política no mercado imobiliário. para avaliar essa ideia é preciso saber de que maneira o mercado está a funcionar. ora o mercado está a funcionar para manter casas desocupadas no Rossio. e a minha pergunta é: porquê? há procura zero? ninguém aceita morar lá? então o que explica aqueles prédios vazios? o congelamento das rendas não é…
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RT: a mistura social na cidade pode ajudar a diminuir problemas como os da Quinta da Fonte”
E pode não ajudar. No reino das hipóteses a imaginação é livre e as consequências gratuitas. Há precedentes? Onde? Com que resultados? Quem pagou? Não, em Amesterdão não se passa nada disso que conta. Uma casa média em Herengracht atira-se para mais de 2 milhões de euros.As montanhas de açúcar só existem na imaginação dos iludidos. É como o famoso “sistema de saúde de Cuba”.
É sempre fácil dizer que se todos tivessem asas, poderiam voar.Em matéria de damagogia o céu está ao alcance da imaginação. O inferno são os pormenores…
“RT: mistura social na cidade não é uma panaceia, mas que é melhor do que o bairro social”
Quem diz? Com que base? Não basta a força da convicção. E, mais uma vez, quem paga? Eu? Bem, lamento dizer-lhe que tenho mais e melhor em que gastar o meu dinheiro. Para educar os meus filhos, por exemplo.
“RT: Para mim, uma cidade rodeada de favelas não é uma boa alternativa, e o bairro social apresenta problemas que podem ser evitados.”
Redondo e sem espinhas. De facto é melhor ser rico e ter saúde do que pobre e doente. Alternativas destas são fantásticas para pontificar. O Inferno não é uma boa alternativa, e o Purgatório apresenta problemas que devem ser evitados. Ora nem mais.
“R.T:Essa mistura social pode ter que ser promovida através da quota imobiliária”
Temos portanto uma casa atribuída fora do mercado, digamos por 20 % do preço. O que impede o feliz contemplado, de a vender pelo preço de mercado?
Ah, o Estado…será então necessário criar uma burocracia fiscalizadora e punidora. Mais funcionários, mais estruturas burocráticas a “controlar”, a querer “regular” coisas. O Gosplan, numa palavra. Isto nunca resultou, mas os RT deste mundo têm a certeza que a culpa não foi da ideia, mas sim dos que a levaram à prática…gente ruim. Com eles, outro galo cantaria…
“R:T O centro de Amsterdão está cheio, é socialmente misturado”
POis está…de tal forma que há para ali uns bairros de muçulmanos onde a polícia só entre em formação táctica. A mistura é tal que há tempos um membro de uma comunidade outra ( um muçulmano, em língua portuguesa), misturou um facalhão no lombo de um elemento da classe opressora, que calhava a ser um cineasta, familiar longínquo de famoso pintor.
“R:T:-Lisboa não tem quotas mas o seu centro está vazio.”
Arre,que é preciso ter lata. Andam estas alminhas há décadas a defender a extraordinária sensibilidade social da lei das rendas, e a proteger o inquilino e patati,patatá e agora queixam-se do resultado e dizem que é das quotas.
Isto já não é lata…é blindagem.
“R.T A questão é: porque não funciona?”
Porque não é um mercado livre. Porque é regulado por leis idiotas. Arre!
“R.T Mas não devemos agir como se não fazer nada não tivesse também respostas a dar.”
Bem, então está bem. Eu dou uma solução igualmente exequível: construam-se casas para toda a gente. Fácil, não? (os pormenores chatos, deixo-os para os outros)
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««não podem ser tantos os prédios totalmente devolutos na Baixa? São quase todos. Os habitantes da Baixa toda não devem chegar às duas centenas. Os habitantes do Rossio inteiro são menos de dez. Ninguém quer morar no Rossio? Os prédios ali estão, vazios, sem rendas congeladas, precisam de poucas obras, não podem ter mais do que poucas obras. O que se passa? Ninguém quer morar no Rossio? Não há procura? Então porque não baixa o preço da oferta, para se ajustar? Porque não funciona o mercado?»»
Rui Tavares,
Há duas alternativas para os investidores não investirem na Baixa:
1. São estúpidos
2. Existem barreiras que tornam o investimento pouco apetecível. Barreiras podem ser: prédios à espera que os últimos inquilinos morram para se proceder à demolição, projectos encalhados na câmara, heranças encalhadas nos tribunais, PDMs demasiado rigorosos, burocracia vária, proprietários descapitalização com amor à terra, uso da propriedade como reserva de valor, espera por uma venda rentável. Ah, e ao contrário do que o Rui Tavares defende, ninguém vai alugar um prédio que precisa de obras para ser habitável.
Qualquer que seja a hipótese verdadeira, a ideia das cotas só agrava o problema.
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Em relação a esta tralha toda sobre as nacionalidades, as raças e afins, só pergunto aos presentes: qual é a nacionalidade/raça da senhora que vai lá a casa fazer umas limpezas? será cigana? será africana? será ucraniana? será portuguesa?
Pois é… a minha (não tenho vergonha nenhuma de dizê-lo) é ucraniana, e vontade de trabalhar não lhe falta. Nem a ela nem ao marido, e pelo que percebo, nem a outras pessoas da mesma nacionalidade.
O problema no meio de tudo isto é pura e simplesmente a vontade de trabalhar. É tão simples quanto isso. Trabalhar é chato, faz calos e faz doer as costas, mas ainda há pessoas que consideram que, mesmo assim, vale a pena o esforço.
E perguntam vcs, se a tal senhora ucraniana começasse a receber o RSI, não iria começar a faltar-lhe a vontade de trabalhar? E eu respondo: muito provavelmente, não. Para começar, ela ganha bem mais a trabalhar do que com o RSI (mas, sim, reconheço, ganharia mais a vender droga). E sim, trabalha durante toda a semana e ao sábado também. E pelo que conheço, é pessoa que põe esforço e brio no que faz, ainda que seja só aspirar uma casa, ou lavar uma casa de banho (sim, também se pode ter brio e orgulho profissional a fazer essas coisas “menores”).
Por outro lado, percebe-se que não é pessoa para ficar sossegadinha em casa a assistir TV no seu “futuro” plasma o dia todo, em vez de se tornar útil. O marido tem o mesmo tipo de postura, embora não conheça o seu trabalho.
Ora por esta análise muito pouco científica de um par de casos, sou levado a especular que estas pessoas foram criadas numa cultura em que o trabalho é muito valorizado, seja qual for o tipo de trabalho (sim, o trabalho braçal também é digno, não é só andar com papéis debaixo do braço o dia todo).
É justamente este tipo de cultura que não existe em absoluto no nosso país, e essa noção de que “o trabalho é bom pró preto” (passe a expressão) vai-se incutindo cada vez mais cedo, começando logo pela escola. Para quê estudar e perder horas, se há sempre mais uma oportunidade, se há sempre uma “ajudinha”, se há sempre um “empurrãozinho”?
Mas pior do que isso, pelos vistos até já contaminámos as pessoas que vinham para o nosso país trabalhar. Lembro-me perfeitamente do meu pai me contar que os “pretos” que iam aparecendo faziam o trabalho todo que os brancos não queriam. Isto há uns bons 20 anos. Hoje em dia, e passado todo este tempo, o que se vai ouvindo é que os ucranianos fazem o trabalho que já nem os “pretos” querem. Já não bastava os “brancos” não quererem “vergar a mola”, pelos vistos agora já nem os filhos (e netos) dos “pretos” o querem fazer.
Não faço ideia de quais são as orientações políticas e ideológicas do casal de ucranianos de que falo (para aqueles que estão mortinhos por dizer “ahh os benefícios de uma boa educação comunista em acção!”), mas o que é facto é que são das pessoas mais correctas e trabalhadoras que conheço. Não é que só conheça preguiçosos e calões, mas este casal tem um empenho e uma dedicação quase “abjectas” em relação ao trabalho, ao contrário da nossa clássica postura do “agora não me apetece fazer isto, vou antes ali beber um cafézinho”.
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Acho que se devem pôr os ciganos a morar no Rossio. Já lá há poucos nas ruas, além dos monhés e pretos. Excelente ideia do Rui Tavares, fazer da Baixa um Harlem! Este sociólogo é magnífico
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««JM, você não entende que não é a “ideia das cotas” que está a ser avaliada.»«
Foi o Rui Tavares que defendeu a ideia da cotas. Se não quer que ela seja avaliada, não a defenda.
««está a ser avaliada a necessidade de intervenção política no mercado imobiliário.»»
Não. Está a ser avaliada a forma de intervenção que o Rui Tavares defendeu: as cotas.
««para avaliar essa ideia é preciso saber de que maneira o mercado está a funcionar.»»
O Rui Tavares, antes de defender as cotas como defendeu, devia começar por aí. Até agora não apresentou nenhuma teoria sobre a forma como o mercado funciona. A única coisa que apresentou foi uma solução que está em clara contradição com os mecanismos de qualquer mercado.
««ora o mercado está a funcionar para manter casas desocupadas no Rossio. e a minha pergunta é: porquê? há procura zero? ninguém aceita morar lá? então o que explica aqueles prédios vazios? o congelamento das rendas não é…»»
O Rui Tavares não sabe, e defende as cotas? Isso é de uma irresponsabilidade …
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«««o congelamento das rendas não é…»»
Deixe ver se eu percebi: durante 40 ou 50 anos os proprietários foram descapitalizados. Não têm um tostão para investir. E o Rui Tavares acha que o facto de muitos deles manterem casas devolutas nada tem a ver com a lei das rendas. Outros morreram entretanto, e agora as famílias estão envolvidas num problema de heranças complicados que não puderam ser resolvidos antes porque o prédio não podia ser vendido. O Rui Tavares espanta-se eles não invistam. Outros proprietários ainda têm inquilinos a ocupar prédios degradados que não podem ser implodidos para poderem ser reconstruidos. O Rui Tavares espanta-se eles não invistam.
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“Um tribunal de pequena instância resolveria isso rapidamente, desde que com testemunhas de terceiros. O pagamento da reparação seria retirada da caução (logo dispensava intervenção do inquilino), desde que este não interpusesse ma reclamação. Caso o fizesse, voltamos à história do tribunal. Agora, o dinheiro NÃO ESTÁ nas mãos dele.”
Caro Carlos Duarte:
Comecei por dizer que ninguém quer ser ali testemunha. Contactei com a filha que já lá não mora de uma das habitantes do edifício, pois supostamente já não seria afectada com retaliações pelo que viesse a dizer, e a resposta foi que com a mãe velhota de bastante idade ainda a lá habitar tinha medo que a empurrassem da escada abaixo. Esta pessoa viveu lá toda a infância e adolescência portanto sabe bem do que fala. Os outros vizinhos também o sabem. Sugere que eu “invente” testemunhas? 🙂
Quanto à caução, estamos a falar de um arrendamento de 1968 no qual a arrendatária entrou ainda na qualidade de menor com a devida representação da mãe. A renda, hoje, 40 anos depois é de 72 euros mensais. Quer adivinhar de quanto é a caução? 🙂
Melhor ainda, há 2 fracções devolutas, uma comercial com respiradouros para o terraço da dita família e uma habitacional com ventilação na mesma situação, por debaixo desta e que não são passiveis de arrendamento por causa dos maus cheiros que provêm do terraço da dita família devido aos cães de estimação, gatos vadios e restante fauna de 4 e 2 patas que por la se mantêm e/ou alimentam. Ninguém a respirar aquilo resistiria mais de 1 mês. E fechar as aberturas de ventilação não só não é permitido no caso da comercial com também é “veementemente desaconselhado” no caso da habitacional por via da necessária utilização de gás para banhos e cozinha.
Contactada a CML disseram-me que não poderiam fazer nada se no dia em que lá fossem não lhes facultassem o acesso à fracção. Tentei uma vistoria com o necessário pre-aviso, feita por mim e acompanhado das testemunhas necessárias para ter alguma base por onde começar e, nesse dia, tudo aquilo tresandava a lexivia. Portanto pode-me sempre recomendar que marque e faça vistorias semanais ou quinzenais mas não me parece uma solução muito viável no médio prazo.
E podia continuar a contar episódios acerca da situação mas acha mesmo que vale a pena? 🙂
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Já agora e só para finalizar adianto que os próximos 15 anos de rendimentos brutos do edifício que mencionei já lá estão “investidos” num telhado novo pois após uma visita no verão passado se chegou à conclusão que estaria muito perto do desabamento.
E com as chuvas e tempestades que aconteceram em Lx no inverno passado posso hoje dizer que o telhado novo entrou mesmo a tempo pois a não ter sido totalmente refeito teria com total certeza caído por inteiro.
Esse valor irá entrar este ano no IRS por conta de obras de conservação mas para o próximo ano lá recomeçarei a entregar ao Estado 35% dos meus “especulativos rendimentos” prediais esteja ou não tudo amortizado já que pertenço ao grupo dos “capitalistas” proprietários, embora sem voto na matéria no que diz respeito à “minha” propriedade, e não tenho estatuto de utilidade publica apesar de fornecer habitação a valores simbólicos e por imposição do Estado.
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Boa JM. Dá-lhes forte.
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o imbróglio da baixa só pode ser resolvido com intervenção da camara. Não se pode esperar pelo ano 2067 quando os donos finalmente tem dinheiro e já não há heranças e morreram os inquilinos e bla bla.
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a resposta ao jm é que o mercado só funciona quando há o interesse das classes altas. Fossem as casas em cascais ou no aleixo com vista para o douro e já tinham sido compradas/reconstruídas/demolidas. Não há pdm ou heranças que resistam a uma bolsa bem recheada com vontade.
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Já cá faltava a luta de classes.
Que mania esta de desenterrar os fósseis do séc XIX. Não bastava o Mário Soares, outro fóssil na sua segunda infância marxista…
Einstein tinha razão…a estupidez é uma das coisas que dá a ideia de infinito.
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Esta tem piada, só há sentimento de classe quando se fala nos ricos. 80% dos comentários falam dos pobres “preguiçosos” “porcos” e “incivilizados” mas isso não é classificação.
Deve fazer parte do politicamente incorrecto.
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JM: os proprietários estão descapitalizados? mas têm a propriedade. podem vendê-la. o comprador pode fazer obras, alugar, vender apartamentos. o congelamento das rendas é culpado de muita coisa, mas não é culpado de tudo. os prédios no Rossio não têm inquilinos, não têm grandes obras a fazer, a sua situação legal é definida, não há processos encalhados na câmara porque não há nada para decidir, os proprietários não os podem demolir, as fachadas foram arranjadas à conta do contribuinte, estão numa das zonas mais apetecíveis da cidade. e estão vazios.
o proprietário do prédio que ardeu na av. da liberdade era um grande banco, não estava descapitalizado.
o problema não é o mercado estar a funcionar mal, ou não estar a funcionar. o mercado funciona como sempre. o problema é que os efeitos do funcionamento do mercado, no caso concreto de lisboa, são indesejáveis. a cidade continua a ficar vazia. já antes, os efeitos da intervenção do estado foram também indesejáveis. e os efeitos de ficar parado são também indesejáveis. isto só quer dizer que os ideólogos inflexíveis de vários matizes não ajudam, mas não quer dizer que não seja possível fazer algo. isto quer dizer que qualquer proposta terá imensos defeitos (a minha tem-nos) mas não quer dizer que não tenha vantagens, ou que elas não sejam maiores do que as desvantagens.
problema: existe gente que quer morar na baixa. existem casas vazia na baixa. a procura e a oferta, contudo, não se ajustam. o preço não desce até um ponto em que haja tomadores à procura de casa para viver. porque o negócio só em último lugar é de vender casas para viver. o negócio é, em primeiro lugar, comprar e vender casas. note-se que não tenho nada contra, acho óptimo, não lhe chamo especulação, não acho imoral, nada disso. apenas que o efeito é manter casas vazia (que em primeiro lugar até poderão ter ficado vazia por causa da intervenção errada do estado, ou num primeiro momento correcta e depois inadaptada a uma situação de inflação galopante, o que seja).
política: no entanto, é legítimo que a comunidade politicamente organizada (chame-se estado, município ou outra coisa qualquer) não queira ter a cidade vazia. e que tome acções políticas para interferir com o funcionamento do mercado. isto é o que nos separa, nesta e em muitas outras discussões. para o fazer, há políticas correctas e políticas incorrectas.
exemplo de política incorrecta: interferir com os preços ou o mercado de uma forma que inviabiliza a obtenção de qualquer lucro, ou permite a obtenção de um lucro residual. digamos que este é o efeito do congelamento das rendas. o proprietário não tem dinheiro para reinvestir, para recuperar, etc.
mas o facto de uma política pública ser incorrecta não quer dizer que todas sejam más, nem quer dizer que seja ilegítimo ter qualquer tipo de política pública.
pressupostos de uma política correcta: uma política correcta deve ser viabilizada economicamente garantindo que o mercado de casas para habitar é um mercado apetecível. para tal, não deve congelar nem fixar preços abaixo de uma determinada fasquia. deve até, deixá-los livres e controlar apenas os custos de uma porção de casas (digamos 10%) permitindo ao investidor um cabaz onde realize um lucro substancial. o dinheiro que perde em dez por cento ganha em noventa por cento. não é um lucro máximo potencial, mas é um lucro suficiente para o investimento compensar.
pode dar-se o caso, no entanto, de o proprietário não estar no mercado de casas para habitar. é legítimo. mas acontece que produz efeitos indesejáveis sobre a cidade, que é um bem comum. um prédio degradado na minha rua é mau para toda a gente em torno. a avenida da liberdade cheia de prédios degradados é mau para lisboa.
os cidadãos tem a legitimidade e o direito de penalizar uma prática que os prejudica. devem fazê-lo obrigando os proprietários a fazer obras, taxando fortemente os prédios devolutos, em último caso confiscando e vendendo em hasta pública — a escolha de políticas depende do caso e da gravidade. os cidadãos e os seus representantes eleitos podem considerar que, pelo menos até ao momento em que a cidade volte a apresentar taxas de ocupação a um determinado nível, o negócio de casas para não-habitação deve ser menos apetecível, para que o negócio de casas para habitação seja comparativamente mais apetecível.
isto mais uma vez, é o que nos separa. a propriedade não é absoluta. não é na nossa constituição, não era no direito romano, não era no tempo da lei das sesmarias. ela só existe porque é reconhecida politicamente.
entretanto, duas respostas a outras questões. claro que uma casa no herrengracht em amsterdão pode ser caríssima. na minha lisboa ideal, uma casa na avenida da liberdade também é cara. noventa por cento delas, pelo menos, serão caras. o meu problema não é elas serem caras. é estarem vazias.
boa parte de lisboa, entretanto, já é um mercado livre. se os investidores estão descapitalizados, vendam a quem tem capital. se eu tiver dez prédios, vendo cinco, pego no dinheiro para investir nos outros cinco.
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a outra resposta: claro que a CML deve dar o exemplo. do meu ponto de vista, deveria vender grande parte dos seus prédios em hasta pública, e colocar condições aos compradores: que uma porção fixa deles sejam para habitação. que uma porção fixa desses seja a custos controlados.
quem achar que o investimento compensa, que compre. acho que não faltarão compradores.
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««JM: os proprietários estão descapitalizados? mas têm a propriedade. podem vendê-la.»»
Se quiserem. E se não quiserem? Suponho que nesse caso o Rui Tavares defende que os proprietários que foram descapitaliados por uma lei estúpida sejam agora expropriados por outra.
««o proprietário do prédio que ardeu na av. da liberdade era um grande banco, não estava descapitalizado.»»
Tinha um projecto encalhado na câmara.
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««o problema não é o mercado estar a funcionar mal, ou não estar a funcionar. o mercado funciona como sempre. o problema é que os efeitos do funcionamento do mercado, no caso concreto de lisboa, são indesejáveis. a cidade continua a ficar vazia. já antes, os efeitos da intervenção do estado foram também indesejáveis. e os efeitos de ficar parado são também indesejáveis.»»
Ainda não percebi como é que a única intervenção que o Rui Tavares defendeu até ao momento (cotas) vai resolver o problema.
««isto só quer dizer que os ideólogos inflexíveis de vários matizes não ajudam, mas não quer dizer que não seja possível fazer algo. »»
O melhor caminho para fazer asneira é esse apelo a que se faça algo, sem sequer se perceber como é que actualmente o mercado está a funcionar.
««isto quer dizer que qualquer proposta terá imensos defeitos (a minha tem-nos) mas não quer dizer que não tenha vantagens, ou que elas não sejam maiores do que as desvantagens.»»
A sua proposta tem muitos defeitos. Isso é garantido. Tem efeitos negativos garantidos. Vantegens só se forem num mundo ilusório em que as pessoas não reagem a incentivos.
««isto mais uma vez, é o que nos separa. a propriedade não é absoluta. não é na nossa constituição, não era no direito romano, não era no tempo da lei das sesmarias. ela só existe porque é reconhecida politicamente.»»
Tudo isso é irrelevante. Se não reconhecer direitos de propriedade na Baixa ninguém lá vai querer investir. O que é que acha que investidor pensa de cada vez que lê ideias como as do Rui Tavares? Pensa que é muito mais seguro investir noutro lado e noutra coisa. O mundo é grande e a maior parte dos investidores está-se nas tintas para o destino da Baixa de Lisboa.
««boa parte de lisboa, entretanto, já é um mercado livre. se os investidores estão descapitalizados, vendam a quem tem capital. se eu tiver dez prédios, vendo cinco, pego no dinheiro para investir nos outros cinco.»»
Os investidores não vendem quando apetece ao Rui Tavares. Mas se o Rui Tavares quiser expropriá-los terá que pagar a consequência: afastará da Baixa as poucas pessoas que sentem por ela alguma afectividade. Boa sorte para as suas ideias construtivistas sobre a Baixa. Pode ser que venha outro terramoto e resolva o seu problema.
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“um prédio degradado na minha rua é mau para toda a gente em torno”
Tem razão. O que deve então fazer é contabilizar esse prejuízo, comprar o prédio com o seu dinheiro e fazer o bem que achar conveniente.
O problema é que você não quer colocar o seu dinheiro onde coloca a boca. Quer que se faça o seu bem (sintomaticamente fez-lo logo porta-voz de “toda a gente”) mas com o dinheiro “do estado”.
Ou seja, o meu.
Quanto às decisões do estado poderem ser certas ou erradas, é verdade. É como as privadas. Mas as privadas, além de afectarem universos mais reduzidos, tendem a fazer cair o céu sobre a cabeça do decisor.
As do Estado não…não só afectam muuito mais gente ( o que é catastrófico, se for uma decisão errada) como os burocratas reais que as tomam são completamente irresponsáveis pelas consequências.
Haverá muitos com sentido de missão e essa coisas. Mas haverá muitos outros que, tal como o cabrito, comem onde estão amarrados.
É por isso que as decisões privadas, à la longue, tendem a ser racionais e as do Estado não.
Adam Smith ainda se pode ler. Devia…
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taxando fortemente os prédios devolutos, em último caso confiscando e vendendo em hasta pública — a escolha de políticas depende do caso e da gravidade.
Com uma clareza impressionante Rui Tavares mostra aqui a sua política de esquerda.
Primeiro com os impostos, depois com o suicídio dos senhorios e aos recalcitrantes expropriando-se o prédio o problema fica resolvido.
101 % dos prédios devolutos na Baixa de Lisboa precisam de obras de enorme envergadura para serem colocados no mercado de habitação.
Em vez de escrever balelas era melhor ir lá visitá-los.
Para quem não conhece Lisboa por andar sempre de popó há lá duas ou três estações de Metro.
João Miranda
Conforme poderá verificar no meu blog colectivo de fotos
http://contadordeviagens.blogspot.com/2008/07/next.html
o dono do prédio ardido, tem pelo menos mais este na Avenida da Liberdade.
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A edificação e transformação do espaço é também uma actividade social. Os homens constroem socialmente a realidade em que vivem. As cidades são edificadas pelo homem, mas simultaneamente o homem delas se apropria. Por isso, a vivência social constrói-se baseada na utilização do espaço. Ou seja, a cidade é mais do que uma construção artificial – ela também representa os costumes e tradições, os sentimentos e as atitudes. A cidade é também uma organização moral. Por isso é claríssimo que o modo como construímos o espaço diz muito sobre o modo como somos. E neste particular Portugal é talvez o país europeu que pior tem organizado o seu território. A nossa ausência de planeamento urbano, que degenerou em surtos de especulação e construção segundo regras mais anárquicas , são um excelente reflexo do nosso atraso. O João Miranda acha que assim é que está bem. Qualquer intervenção camarária só pioraria as coisas. Tanta certeza até mete medo!!
A verdade é que a ideia das cotas, com uma boa dose de sabedoria e imaginação, até que poderia ser um excelente instrumento de compensação dos prejuízos que os proprietários sofreram ao longo de vários anos, devido ao congelamento das rendas.
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red snapper
idem ibidem, quem tem oportunidade de viajar pode constatar que balburdia e falta de planeamento em portugal só nos prejudicam.
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mas porque insiste vc em dizer que os investidores fogem? não fogem em nenhuma das cidades que têm cotas, ou que obrigam a vender para habitação em certas áreas da cidade, ou que expropriam se o edifício estiver ao abandono. em lisboa, com o mercado em grande parte livre, quem foge são os moradores. claro que poderemos esperar que o mercado corrija, se corrigir, até um futuro em que corrija. mas também podemos decidir que essa espera nos é prejudicial.
o proprietário do prédio que ardeu na av. da liberdade não tinha “um projecto encalhado na câmara”. não entregou foi um documento que lhe competia entregar. pelos vistos não tinha pressa. a lei deve penalizar a falta de pressa, seja no investidor privado, seja na administração local (aprovando tacitamente projectos — fora da zona histórica e monumentos — a que a câmara não dê resposta nos prazos legais).
provavelmente o proprietário ganhava mais em esperar. isso é legítimo. nós perdemos muito com a espera dele. é legítimo agir para penalizar isso, porque… a propriedade não é um valor absoluto.
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“o proprietário do prédio que ardeu na av. da liberdade não tinha “um projecto encalhado na câmara”. não entregou foi um documento que lhe competia entregar. pelos vistos não tinha pressa. a lei deve penalizar a falta de pressa, seja no investidor privado, seja na administração local ”
Isto já ultrapassa o normal Tavarar para ser poluição intelectual.
Sabe Rui,falta SEMPRE entregar mais um papel. São anos e anos por causa de mais um e outro e outro papel.
Isso dá trabalho a advogados, solicitadores e enriquece corruptos (quando se tem um “amigo” no sistema vê-se logo que já não falta mais nenhum “papel”).
Pelos vistos não tinha pressa? Que Tavaranço! É inverter o ónus da prova. Quem tem poder para pedir mais um e um e um e um papel é que terá pressa?
A lei devia penalizar a falta de pressa dos privados? Isso significa exactamente o quê?
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Pois é , só que a cidade está ao serviço dos cidadãos e não ao contrário. É a cidade que tem de se adaptar e não as pessoas. Ninguém gosta de morar em museus ,excepto os artistas e tal , acho eu.
Onde vão estacionar os carros em prédios sem garagem? Quando as pernas bambolearem vamos ficar também presos num 4 ou 5 andar sem elevador como os velhotes que ainda por lá vivem? E a qualidade do ar , que nem se pode abrir a janela de dia? E as casinhas de banho minúsculas?
E depois , claro , em Portugal as coisas chegam tarde, mas quando chegam são mais papistas que o Papa e querem preservar edificios só porque sim , porque lhes dá na gana , mesmo que não tenham rigurosamente nada de especial , em lugar de deixar ir abaixo e ditar regras claras de reconstrução em termos de estética.
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o proprietário não entregou um documento que provasse a transmissão de propriedade. não se tratava de um papelucho qualquer idiota só para chatear, mas um documento essencial para vc, eu, ou qualquer outro proprietário. segundo o vice-presidente da câmara, manuel salgado, o projecto previa a manutenção da fachada, portanto seria de aprovação rápida.
o encargo de ter um prédio abandonado deve ser alto, para forçar a reformar ou fazer negócio. a lei deveria penalizar a existência de prédios em que não se fazem obras. a lei deveria ser duríssima para proprietários que têm prédios só com um inquilino, nos quais poderiam fazer obras e alugar os apartamentos que restam, e que deixam os prédios a cair colocando em risco de vida o solitário inquilino que sobra. quantos casos destes quer que eu lhe mostre? e até conheço os senhorios, e sei que não lhes falta capacidade financeira para comprar prédios novos. mesmo que não fosse o caso: poderiam vender. nós é que não podemos estar à espera de acidentes, degradação do espaço urbano e baixa qualidade de vida. sejam as fontes quais forem: privados, burocracia autárquica, estatal, qual vier. nisso sou ecuménico.
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Blablablablabla….
Então ainda ninguém sabe o que fazer com os pretos e os ciganos que não querem trabalhar? Vão chutá-los para onde desta vez? Já percebi que soluções tipo Quinta da Fonte não servem, a Baixa também não tem consenso, então o que se faz a esta gente? Obrigá-los a trabalhar? Digam lá como. Correr com os pretos para África? Digam lá como. E o que fazemos aos ciganos? Vá lá, com tanta crítica e verborreia da esquerda à direita tem de haver alguém com uma idéia luminosa…
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casas de quatro e cinco andares sem elevador: quantas há assim em cidades por essa europa fora e estão ocupadas? os jovens chamam-lhes um figo. acha que todas as casas no herrengracht têm elevador? ou as do singel? ou as dos boulevards parisienses?
se a casa não tem elevador, baixe-se o preço e aparece comprador. a não ser que compense ter a casa vazia. se compensar ter a casa vazia, suba-se o imposto até compensar ocupá-la.
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««a lei deveria ser duríssima para proprietários que têm prédios só com um inquilino, nos quais poderiam fazer obras e alugar os apartamentos que restam,»»
Explique-me:
– se o proprietário não pode expulsar o enquilino
– se o investimento na remodelação no prédio não compensa
que objectivo é que pretende atingir com a lei duríssima?
Já reparou que 90% das suas ideias sobre urbanismo dependem da sua avaliação subjectiva da rentabilidade dos investimentos? Não lhe parece que se o mercado discorda das suas opiniões (o facto de existirem casas vazias mostra que a rentabilidade não funciona como o Rui Tavares pensa) poderá haver algum erro nas suas avaliações subjectivas?
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“o proprietário do prédio que ardeu na av. da liberdade não tinha “um projecto encalhado na câmara”. não entregou foi um documento que lhe competia entregar. pelos vistos não tinha pressa.”
Pelo conhecimento que demonstra do caso está na posição ideal para nos esclarecer em que etapa do processo, que segundo as noticias já vinha de 2005, foi esse “papel” pedido e se a emissão desse “papel” dependia somente do particular ou de um qualquer outro organismo “oficial”.
É que já por 2 vezes este mês fiz 700kmts para tentar regularizar uns “papeis” de um familiar num registo predial do norte do país e vou ter que lá voltar uma terceira porque falta sempre mais qualquer coisa que não estava previsto. 🙂
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o investimento na remodelação do prédio, com o correspondente aluguer dos apartamentos que sobram, compensa menos do que deixar o prédio abandonado com um inquilino em perigo de vida? multe-se o proprietário até compensar mais alugar ou vender. uma pessoa, uma instituição, ou uma câmara não pode limitar-se a ter um prédio a cair aos pedaços, colocando em risco a vida de quem está lá dentro ou em torno. não pode em qualquer cidade minimamente decente. quem tem propriedade tem responsabilidade.
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“casas de quatro e cinco andares sem elevador: quantas há assim em cidades por essa europa fora e estão ocupadas?”
Em PT, da ultima vez que vi, são proibidos. Prédios acima do 3º andar têm obrigatoriamente que ter elevadores. É uma das razoes para aquela curiosidade de se encontrarem tantos R/C aos níveis de 1ºs andares. 🙂
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Uma das senhoras do prédio ao lado do ardido queixou-se na televisão que lhe dava um trabalhão limpar as quinze assoalhadas.
Outro senhor lamentou-se de já lá morar há três gerações
O outro, coitado, de rendas quase congeladas foi logo contractar um advogado para pôr uma acção contra a Câmara e contra o dono do prédio ardido.
Aposto cem euros contra um que não faltarão lá quartinhos alugados ao mês.
De quem escreve aqui alguém conheçe o prédio ao lado do Eden por dentro?.
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“ou uma câmara não pode limitar-se a ter um prédio a cair aos pedaços”
Sabe quantos edifícios nesse estado são propriedade das próprias câmaras? Quem multa quem, nesses casos?
Lembra-se do edifício que desabou em frente à assembleia da republica? Que depois foi ofertado à fundação soares? Foi numa altura em que caíram vários de seguida mas curiosamente também foi, que me lembre, a primeira vez que vi na TV um tal de sr vereador Vasco Franco a não bradar por expropriações como tantas vezes fez nesse mesmo ano e nos anteriores desabamentos. 🙂
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««o investimento na remodelação do prédio, com o correspondente aluguer dos apartamentos que sobram, compensa menos do que deixar o prédio abandonado com um inquilino em perigo de vida?»»
Os prédios velhos são normalmente destruidos por dentro (não se pode destruir a fachada – em Portugal todos os prédios velhos têm valor histórico) e depois reconstruidos. Eu não sou promotor imobiliário, mas suspeito que quem o é deve saber o que anda a fazer. Fazer obras num prédio velho só para ganhar algum dinheiro com as rendas não me parece muito racional.
««multe-se o proprietário até compensar mais alugar ou vender.»»
Percebe que essa é uma boa forma de arruinar quem já está arruinado, não percebe?
Quem é que está disposto a comprar um prédio velho com um inquilino lá dentro?
E se alguém estiver disposto a comprar, vai fazer obras num prédio que devia ser demolido?
««uma pessoa, uma instituição, ou uma câmara não pode limitar-se a ter um prédio a cair aos pedaços, colocando em risco a vida de quem está lá dentro ou em torno.»»
Logo, quem já foi explorado pela lei absurda das rendas deve ser ainda mais explorado. Ok.
«« não pode em qualquer cidade minimamente decente. quem tem propriedade tem responsabilidade.»»
Pois, numa cidade decente os senhorios não são obrigados a manter inquilinos que pagam rendas de há 50 anos atrás. E se calhar as pessoas por lá têm ideias consistentes sobre urbanismo e percebem uma ou duas coisas sobre mecanismos económicos.
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“o proprietário não entregou um documento que provasse a transmissão de propriedade. não se tratava de um papelucho qualquer idiota só para chatear, mas um documento essencial para vc, eu, ou qualquer outro proprietário. segundo o vice-presidente da câmara, manuel salgado, o projecto previa a manutenção da fachada, portanto seria de aprovação rápida.”
Isto fala por si! Então esse documento não é um documento oficial, validado pelo estado? Ora o estado pede ao estado um papel ESSENCIAL e o papel do privado qual é? Fazer de portador entre duas “secções” do estado com que objectico? Com o objectivo de depois o estado poder dizer que falta outro ESSENCIAL documento (também na posse do estado mas que o privado tem de ir buscar, pedir, requerir, implorar). Sim outro documento nada idiota que é “essencial para vc, eu, ou qualquer outro proprietário”.
Seria de aprovação rápida? RÁPIDA quer dizer anos atrás de anos de mil e um serviços do estado, em que cada um diz que “só falta não sei o quê e é tudo muito rápido”
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Desculpem-me o RT e o JM por meter a colher mas…
Rui Tavares,
entre autorizações, despachos, fiscalizações e outras condições necessárias à reabilitação de prédios na baixa do Porto, a coisa demora com facilidade oito a dez anos. Oito a dez anos entre a entrada de um projecto na câmara e a finalização da obra. E não é por culpa do empreiteiro ou do canalizador.
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Sabe o que é para mim tavarar? É uma pessoa querer abrir uma “Empresa na Hora” e descobrir que afinal o prazo de entrega do documento de admissibilidade no RNPC demora quatro dias DEPOIS DE PAGARMOS.
Palavras palavras à luso-italo-grega-marroquina que são mentira grossa disfarçada num embrulho que (felismente) cada vez menos gente respeita.
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Os jovens não ficam jovens para sempre. E ás tantas têm filhos e carrinhos de bébé e quilos de compras para levar para casa. Os velhotes que lá moram também foram jovens. E mudar de casa sempre que se muda de faixa etária , ou de situação familiar ,um bocado chato. Sobretudo se foi comprada. E resta a questão do estacionamento. Cá a malta ainda não aderiu à bici como em Amsterdão. E não admira , dado as 7 colinas.
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Tavarar é “lavar mais branco” o esbulho que o estado faz das nossas energias.
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Tavarar é acreditar no Sr. Arquitecto demasiado bem integrado no sistema.
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Tavarar é o ensino público gratuito custar uma fortuna a qualquer pai.
Sabe, eu estudei um ano nos USA numa escola pública gratuita e, adivinhe o que descobri? Lá gratuito quer dizer gratuito – livros “dados” (durante um ano), equipamento desportivo dado, instrumentos musicais dados, autocarro de transporte escolar dado. Cá gratuito não é dado : é tavaradado, ou seja palavras bonitas como ouvimos a qq burlão e depois é gratuito mas a pagar.
Mete nojo a mentira diária do estado.
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Mete nojo uma comunidade cuja cultura tem traços de violência e interesseirismo contra tudo o que é de fora, viver à custa daqueles que agride na primeira oportunidade e não ter de dar nada em troca. Mas é muito pior a cobardia mole que fala com voz doce a essa gente do “plasma sim mas renda de 4 euros não vou pagar”.
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Talvez esteja na altura do estado aprender aquilo que se ensina aos pais dos toxicodependentes: amor firme. Não é ser bonzinho na aparencia do papá dá tudo e não pede respeito nem é ser frio e distante de palavras bonitas na teoria desde que não deem trabalho na prática. Amor firme. Dar ajuda a quem dela precisa (por exemplo mães solteiras) mas olhar essas pessoas olhos nos olhos, sem descontos, fazendo acordos exequíveis (pões os teus filhos na escola, cumpres o programa nacional de vacinação, pagas a renda) e, depois, exigindo que cumpram o que se combinou.
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JM:
no meu prédio, como em geral nos prédios do meu bairro, não fica uma casa por vender ou alugar mais do que dois ou três meses. há procura.
num prédio perto do meu mora só uma velhinha. no outro dia ficou com a perna entalada no soalho, que tem mais buracos do que soalhos. o prédio foi comprado por um homem que compra muitos prédios pela cidade, e depois do dela já comprou outros. não está descapitalizado.
o prédio dela tem sete apartamentos vagos, entre T2 e T4. creia que os proventos resultantes da venda ou aluguer desses apartamentos, num bairro de Lisboa, são mais do que suficientes para o investimento na recuperação.
acontece que o proprietário acha melhor ficar com o prédio parado. não sei se está à espera que a velhinha morra, que o prédio desabe, ou se acha simplesmente que é um investimento menos trabalhoso fazer assim. não o culpo nem faço juízos morais. provavelmente tem qualquer coisa em mente para o futuro. o problema é que já passaram muitos anos.
só acho que ter um prédio desocupado a a 7/8 deveria ser um luxo. deveria sair caro, muito caro, e mais caro a cada ano. sei que se esse prédio fosse colocado no mercado teria compradores. e isso seria melhor para a cidade, para a velhinha e para os vizinhos. e também não seria mau para o proprietário, embora talvez não fosse tão bom como o que quer que seja que ele tem em mente.
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“acontece que o proprietário acha melhor ficar com o prédio parado”.
Esse deve ser burro. Como compra muitos prédios e ficam todos parados é muito burro. Nos outros países felismente os prédios são comprados por pessoas espertas que querem ganhar dinheiro. Os de cá preferem tavarar.
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“sei que se esse prédio fosse colocado no mercado teria compradores”.
Ei espera lá …mas não foste tu que disseste que “o prédio foi comprado por um homem que compra muitos prédios pela cidade”.
Então foi colocado no mercado e foi comprado. Se fosse outra vez colocado no mercado também seria compra po um burro que “acha simplesmente que é um investimento menos trabalhoso fazer assim. não o culpo nem faço juízos morais”.
Não há saída Tavares! Nem saída nem lógica.
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Mas espera aí … se calhar tens razão. As pessoas que compram prédios são tão inteligentes como as que escrevem para jornais de grande circulação : têm mais sucesso que mérito.
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Já nós, o povo ignaro, fazemos juizos morais e culpamos os que Tavaram.
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Criticar eh facil, sera que consigo falar sobre a solucao
Modelo Ideal de Cidade
“É preciso desconstruir, e fazer se da visão de uma criança para a reconstrução do novo.”
Este título nos leva ao âmbito da reconstrução, uma reforma, a necessidade de criar um desenho macro e micro – uma cidade anatômica – onde o ser humano seja respeitado, um ambiente que contenha características que não fira o seu convívio nos diversos momentos e situações criados no seu dia-a-dia. O espectro dessas ocasiões nos leva à diversos locais da cidade. Saúde, Educação, Turismo, Justiça, Desenvolvimento Rural e Ambiental, Tratamento de Água, Desenvolvimento Econômico, entre outros mais, onde se afunilam e converge na menor unidade da cidade a habitação.
Um caráter de urgência e organizacional, uma fuga do caos, nos leva a repensar. As características físicas e sócias, necessitando fundamentalmente da experiência adquirida por usuários de cada sistema e segmento, para nortear os trabalhos técnicos e administrativos.
Aqui todas as ações devem ter um único objetivo concreto, para que o quadro de problemas se reverta, e a cidade crie mecanismos auto sustentáveis para a habitação, ou seja, a fixação da menor unidade da cidade – o cidadão -, portanto o objetivo torna-se propor soluções diretas para que o cidadão conviva com dignidade.
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««o proprietário do prédio que ardeu na av. da liberdade era um grande banco, não estava descapitalizado.»»…Ummmmhhhh!! Será!!???
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Rui Tavares!! “…sei que se esse prédio fosse colocado no mercado teria compradores…”
1ª Mas o tal prédio está fora do mercado!!???
2ª Teria!!?? Ou tem!!??
3º Para demonstrar que todo o imobiliário está no mercado será necessário forçar os seus proprietários a colocar o letreiro vende-se (eventualmente) em todos os imóveis!!??
4º A Casa do Rui Tavares está fora do mercado!!??
5º Será que o Rui Tavares advoga uma espécie de Lei das Sesmarias para o Imobiliário!!??
6º Fixação administrativa de preço!!??
7º Um imposto especial para o imobiliário devoluto!!?? Todo o devoluto ou apenas o vetusto!!??
8º A execução forçada de obras de recuperação de imóveis apenas para os proprietários “não descapitalizados”
9º Sabe quais são os maiores proprietários de imobiliário do País!?? E quais serão e continuarão a sê-lo , a contragosto, (desgosto deles,dos proprietários involuntários,) ainda maiores proprietários de imobiliário no futuro!!??
10º O Rui Tavares tem conta bancária!!?? O Rui Tavares tem poupança!!??
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««o prédio dela tem sete apartamentos vagos, entre T2 e T4. creia que os proventos resultantes da venda ou aluguer desses apartamentos, num bairro de Lisboa, são mais do que suficientes para o investimento na recuperação.»»
Nesse caso porque é que o prédio não foi comprado por uma empresa que faz recuperação imediata? Há qualquer coisa que não bate certo na sua teoria económica. Terá a ver com o facto de não perceber que os agentes económicos pretenderem maximizar o lucro e não ter apenas rentabilidade? Um empresário para investir em imobiliário só o faz se essa for a solução mais rentável para ele. Se o Rui Tavares, sempre bem intencionado, lhe mete mais custos, então o que terá é mais gente a investir na bolsa ou no imobiliário espanhol.
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««só acho que ter um prédio desocupado a a 7/8 deveria ser um luxo. deveria sair caro, muito caro, e mais caro a cada ano.»»
Boa ideia. Essa é uma excelente forma de afastar investidores da recuperação de edifícios para a construção de novos prédios nas periferias. Pensou nisso?
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JM: o prédio não foi comprado por uma empresa que faz recuperação imediata porque a compra para “deixar estar” não é onerosa. Você compra, e deixa estar. Se você comprar, e pagar todos os anos multas, ou um imposto crescente, por conta do prejuízo que provoca a terceiros, a compra para “deixar estar” passa a ser menos apetecível. Se decide vender e passar para os subúrbios, muito bem. O próximo comprador volta a ter uma escolha: reconstruir ou “deixar estar”. E, como digo, há vendedores e compradores no mercado das casas para habitar, que não é o mercado das casas para “deixar estar”. A cidade, ou o país, têm o direito de privilegiar o mercado das casas para habitar sobre o mercado das casas para “deixar estar”.
Por muito que lhe custe, ser proprietário não é ter uma coisa e basta. Ter um carro e basta. Ter um carro sem seguro pode sair-lhe mais caro do que fazer o seguro, porque a multa é pensada para que assim seja. Ter um carro que não vai à inspecção coloca os outros em risco, e por isso a multa é cara.
Ter uma casa abandonada não é diferente. A casa abandonada é responsabilidade do seu proprietário (incluindo, evidentemente, quando o proprietário é público, como uma câmara ou um ministério) porque, como dizem os juristas, quem tem os cómodos tem os incómodos.
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Acho que não restam dúvidas que o Rui Tavares tem boas intenções. Ele vê um problema e acredita sinceramente que políticas bem-intencionadas e (muito importante) postas em execução por gente igualmente bem-intencionada, gente que, obviamente, terá de ser seleccionada tb por outra gente bem-intencionada, and so on, são a solução para este problema. Na verdade para todos os outros problemas, mas este é agora o que está na berlinda.
A fé é uma dádiva divina e eu lamento não ter a visão rousseauniana do homem que o Rui Tavares parece ter ( mas só relativamente a certos homens, porque há outros que, para o RT, são demónios hobbesianos…basicamente os que andam à procura dos seus interesses e esses interesses passam por obter lucros).
Eu sou um desses maus, um tipo malévolo que procura maximimizar o prazer e minimizar a dor, enfim, um kirkgaardiano habitante do mundo estético, a milhas do mundo ético onde acreditam viver os RT deste mundo.
Mas, e porque a conversa é sobre boas intenções, nada como deixar aqui uma frase de Milton Friedman, o Chicago Boy:
“ As repetidas falhas sofridas pelos programas bem-intencinonados não são acidentais. Não se trata, pura e simplesmente de resultados de erros de execução. Essas falhas encontram-se profundamente enraizadas na utilização de meios errados para se alcançarem objectivos certos” (Free to choose).
Complementada por esta outra de J. F. Revel :
“ O socialismo real distinguiu-se do fascismo e do nacional-socialismo, porque fez o mal em nome do bem” ( A Grande Parada)
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O que vale é que não existe (ainda) nenhuma lei que nos obrigue a viver numa só casa. Podemos viver em quantas quisermos , não é? E sem ter a água e luz ligadas. E até sem móveis. Bastaria ao “rico” proprietário passar lá um dia ou dois de vez em quando para dizer que as habita. Ou que tem lá o seu atelier de pintura ou qualquer coisa do género. Ou que a emprestou ao primo basilio ou outro qualquer.
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««o prédio não foi comprado por uma empresa que faz recuperação imediata porque a compra para “deixar estar” não é onerosa. Você compra, e deixa estar. Se você comprar, e pagar todos os anos multas, ou um imposto crescente, por conta do prejuízo que provoca a terceiros, a compra para “deixar estar” passa a ser menos apetecível.»»
O Rui Tavares acredita que a resposta dos empresários à penalização posse de prédios devolutos é a utilização desses prédios. Já lhe ocorreu que a resposta mais provável seja o investimento noutro sítio ou noutro sector?
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««Se decide vender e passar para os subúrbios, muito bem. O próximo comprador volta a ter uma escolha: reconstruir ou “deixar estar”.»»
O que é que obriga o comprador a comprar? Se a posse é penalizada, será o comprador a comprar nos subúrbios e não o vendedor.
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Caro JC! O que descreve é o retrato que os Ruis Tavares gostavam de ter de si mesmos!!
Contudo por trás de uma pretensa pseudo ética está apenas uma lógica obtusa de Jacobinismo militante!!
Os Ruis Tavares não demandam a virtude nem qualquer regra ética!! Demandam exclusivamente a subversão da ideia de justiça comutativa…o facto de o indivíduo zelar pelo seu interesse e pela sua fazenda e desse facto ser tutelado pelo direito enfurece-os!!
A ideia colectiva de interesse dos Ruis Tavares é a ideia de poder instrumentalizar intermitentemente o património e o trabalho do indivíduo em nome de uma pretensa utilidade racional colectiva!!!
E depois….a ignorancia e o descuido com que cuida de dizer e desdizer a mesma coisa não se quedando para reflectir na quadratura do círculo!!
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Caro Justiniano, não acredito que o RT seja maquiavélico. Há alguns na área onde se move, mas creia que a imensa maioria é constituída por aquilo que Lenine chamou os “tolos úteis”.
Gente genuinamente convencida que está do lado “certo” e que o “mal” e o “bem” se definem em lógicas booleanas.
De lado do “bem”, a imensa virtude do estado feito por homens bem intencionados e devotados à “causa colectiva” , do outro lado o “mercado”, rótulo de tudo o que é negativo, egoísta,amoral.
O “público” é o BEM. O “privado” é o MAL.
Os factos demonstram exactamente o contrário, porque a natureza humana é o que é, e o “público” , em vez de ser feito por anjos, é lamentavelmente conduzido por homens e mulheres que não se conseguem livrar dessa maldita natureza humana.
Mas neste mundo da fé, os factos jamais servem como prova.
Para a próxima é que há-de ser….e já aí temos o “socialismo do séc XXI” e o Dr Soares a exumar Marx da vala comum da História.
As crenças são poderosas.
O RT acredita naquilo que diz. Esse é que é o problema. Se estivéssemos no mundo da razão ( o JM está), seria fácil argumentar com ele.
Mas tente trocar argumentos racionais com um fanático religioso e verá que daí a minutos ele já está em reciocínio circular, pretendendo provar a verdade da bíblia com a própria bíblia.
Nem o Excel admite estes raciocínios….
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Muitos ciganos dos bairros sociais, e da nomeclatura nacional!
uns aprendem com os outros a limparem o país com as mordomias, cada um à sua maneira!
Os ciganos não pagam e roubam, tem armas, negoceiam em droga!
e os presidentes da camar que deixam acumular dividas de alugueres, sem pagamento anos a fio 3 milhões, que fazem? roubam os municipes? ou è uma obra de caridade? ou será a imcompetencia, que reina neste país?
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Justiniano Diz:
23 Julho, 2008 às 4:40 pm
Caro JC! O que descreve é o retrato que os Ruis Tavares gostavam de ter de si mesmos!!
Era tão bom quando não havia blogs e só os jornalistas podiam escrever verdades.
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Lololozinha do comentário 54. Uma solução é fazer prédios sociais ao lado de prédios caros, outra é juntar no mesmo prédio um casal de realojados, como lhes chama.
A solução que aponta no Lumiar é um mini bairro social, pois são prédios sociais ao lado de condominios de luxo. Isso é um fracasso.
Juntar uma familia num prédio normal, trará algumas desvantagens ao inicio, mas com o tempo funciona
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O Rui Tavares acredita que a resposta dos empresários à penalização posse de prédios devolutos é a utilização desses prédios. Já lhe ocorreu que a resposta mais provável seja o investimento noutro sítio ou noutro sector?
Isso é bom. Vão ter que investir em outras soluções para ganhar dinheiro sem ser a especulação imobiliária.
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