O ministro, a bastonária, o merceeiro e o diabo
Por princípio a baixa de impostos é sempre algo positivo. No entanto, tentar fazer da política fiscal um instrumento para baixar o preço dos bens para o consumidor é não apenas uma ideia estapafúrdia, como também algo profundamente estúpido, perverso e contraproducente, prejudicando sobretudo as pessoas mais pobres.
A iliteracia económica da generalidade da população e a dificuldade que a maioria das pessoas tem em fazer uma análise racional e contraintuitiva das medidas para além do imediatismo epidérmico que possa ser visível, é campo aberto para a manipulação dos mais despudorados políticos da nossa praça, em especial o videirinho caudilho que é António Costa.
Mas sobre preço já fiz crónicas e, por isso, a pretexto da telenovela do “Iva Zero” destaco dois outros aspectos.
Desde logo a falta de vergonha na cara dos nossos jornalistas em convidar para comentar as medidas do governo familiares próximos dos titulares de cargos políticos. Eis, por exemplo a mulher do ministro da saúde a comentar as medidas do seu marido: ver vídeo ao 1m30s.
Outra coisa extraordinária e dificilmente explicável é a facilidade com que a grande distribuição ou muda de opinião, ou é profundamente ingénua ou é activamente colaborante com as patranhas do governo. Repare por exemplo na evolução das posições públicas de um dos grandes players no mercado. Em 2018 o dono do Pingo Doce confiava em António Costa, este ano já considera o governo uma cambada de mentirosos e desonesto, mas passados breves dias a associação que representa a empresa está aos abraços ao primeiro-ministro e feliz por ter feito um pacto com o Diabo, perdão, com o governo: ver vídeo aos 2m48s.
Isto não se inventa.
O país é uma anedota de mau gosto.
Convite
Noventa mil euros de Guterres platinado
Um mamarracho que foi adjudicado directamente entre socialistas jaz hoje num jardim em Vizela. A encomenda da estátua de António Guterres custou 89.980€.
A Câmara gasta. O contribuinte paga. O povo gosta.
Na minha crónica-vídeo de hoje, deixo aos visitantes do Blasfémias a oportunidade de verem declarações do edil que considera esta peça “uma obra prima” justificando o dinheiro gasto com a inflação e o aumento do preço do bronze. O presidente da Câmara local assegura que a escultura está “muito bem conseguida” e, por isso, não tem comparação possível com a do busto de Ronaldo na Madeira.
Estado ladrão

Quando chamo “ladrão” a este Estado que nos governa, estou a ser muito simpática. Porque na verdade ele é muito mais do que isso. Além de ladrão: é corrupto, é mentiroso, é criminoso, é aldrabão, é arrogante, é ditador, é manipulador, é incompetente, é falso, é negligente e por isto tudo, extremamente perigoso.
Ler mais…PSD não sabe o que são preços
A mulher do ministro da saúde falou ao país e afirmou que aquilo que ela acham serem as margens de «lucro» dos alimentos têm sido “imorais”. Acrescentou a esposa de Manuel Pizarro que é imperioso que se fixe um “tecto máximo para os preços dos produtos hortofrutícolas”.
Hoje em dia qualquer matarruano sem noção do ridículo é capaz de defender a mais estúpida e errada das teses acerca de questões que não tem a mínima capacidade de compreender nem sobre as quais está mentalmente disponível para aprender. Portanto, não é preciso ter a manha ou ser mestre da velhacaria como Marcelo para dizer estas asneiras…
Neste tema do preço dos bens alimentares, se a maioria dos jornalistas rejeita a hipótese de eles próprios serem ignorantes, incompetentes e completamente impreparados para abordar temas muito básicos de economia, as únicas explicações plausíveis para darem erros grosseiros e veicularem conceitos defeituosos sobre “lucro”, “margem” ou “inflação” é a de os jornalistas serem meros serventuários do governo ou, então, estarem possuídos por um activismo marxista requentado.
André Ventura percebe tanto de economia como eu de física quântica e, na ânsia de ser popular, Chega a ser ridículo a ultrapassagem que faz ao Bloco pela esquerda propondo medidas chavistas como limitar a margem de lucro na venda de bens alimentares essenciais durante seis meses. Ventura diz que os preços dos alimentos são “pornográficos”, mas o que pôs a nu foi a sua intrínseca vertigem para o arrivismo e a demagogia.
Mas mais preocupante é a posição do PSD sobre a matéria. Este partido destacou um ex-jotinha que nunca deixou de ser tanso para comunicar aos portugueses a sua orientação política. Em vez de rejeitar liminarmente a contraproducente e criminosa proposta para impor limites às margens na venda de bens essenciais, este infeliz Pedro Duarte contemporiza e diz apenas ser algo “prematuro e precoce” defender tal coisa.
Dois ou três neurónios chegariam para perceber quatro coisas:
- O controlo de preços é equivalente a deixar de usar um termómetro para medir a febre.
- O controlo de preços nunca resultou e prejudica sempre, sobretudo, os mais desfavorecidos e pode deixar à fome os desvalidos.
- A inflação não é um aumento de preços, mas sim a perda do poder de compra da moeda.
- O aumento dos preços não é inflação. A injecção de dinheiro em circulação na economia é que gera aumento de preços.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Reagendamento do lançamento do meu livro

Por indisponibilidade da minha editora, de ter um representante na data avançada anteriormente, foi necessário fazer um REAGENDAMENTO do lançamento do meu livro, inicialmente previsto para dia 19.
Assim, o evento irá realizar-se no dia 26 de Março, pelas 17h, no Soho Club, em Alcântara, Lisboa.
A apresentação do livro será da responsabilidade das minhas queridas amigas, Maria Vieira e Dra. Graça Rocha.
Sejam TODOS muito bem vindos!
Endereço google maps: https://g.co/kgs/3Pm9kY
Alimentação segura e saudável?

Não é pelo ambiente. Não é pela sua saúde. Não é por um planeta mais sustentável. É depopulação.
O Homem de hoje desenvolveu-se exponencialmente graças às melhorias na alimentação. Inicialmente vegetariano recolector, voltou-se para a caça e pesca e descobriu o fogo. E é a partir daqui que desenvolve o cérebro de tal forma, que hoje é dos animais mais inteligentes na Terra. Está tudo explicadinho pelos cientistas. Mas claro, a agenda 2021 e que prosseguiu para 2030, já está a ajustar todas as narrativas para que acreditemos que o Homem vive, saudavelmente, exclusivamente de saladas, frutas e… insectos. Que conveniente.
Ler mais…Idosos castigados e esquecidos
Se se recordam, estas cenas escabrosas em que António Costa é impedido in-extremis de bater num velhote, passaram-se em 2019, em Lisboa, quando um homem interpelou o chefe do partido socialista durante uma acção de campanha eleitoral.
A falta de consideração e cuidado na relação com idosos é uma marca dos nossos tempos, de uma sociedade que rejeita o passado para viver hedonisticamente o presente e onde os mais velhos que se mantêm activos e teimam em viver são considerados um estorvo e material descartável, quando não desejavelmente eutanasiável.
Se é certo que muitas famílias não têm a dignidade de cuidar continuadamente de pais e avós, os nossos políticos também se têm demitido das suas responsabilidades, nomeadamente deixando que lares de idosos continuem a funcionar pessimamente durante demasiado tempo. O constante e apatetado sorriso da ministra da segurança social, não faz esquecer as responsabilidades das autoridades na manutenção das repugnantes condições a que foram abandonados os idosos do lar de Reguengos de Monsaraz ou, mais recentemente, no lar “Delicado Raminho” na Lourinhã, ou no “Lar do Comércio” em Matosinhos.
Durante a cobardolas alucinação colectiva com um vírus chinês, recordo que as autoridades permitiram que na Figueira da Foz se içassem familiares em gruas para visitar os idosos institucionalizados através de uma janela exterior. E ainda hoje, ancorados na já gasta mendaz e calhorda narrativa da “protecção dos mais vulneráveis”, o governo permite que os idosos continuem a ser repetidamente castigados e violentados com a completamente injustificada e anti-científica necessidade de uso de máscara nos lares e residências sénior.
Estas instituições, desejosas de receber elogios por parte das burocracias estatais avaliadoras de desempenho, não hesitam em fazer interpretações extensivas das já infames e transviadas orientações da DGS, em prejuízo das pessoas que têm a seu cargo. De forma consciente, mas ardilosa, as autoridades de saúde incentivam a que as instituições de acolhimento de idosos tenham normas ambígua e opacas sobre o que configura uma imposição da lei ou apenas uma recomendação sobre o uso de máscara.
A utilização de máscaras faciais é totalmente ineficaz nestes meios, e perverte e corrompe os breves e raros momentos de sociabilidade que os idosos teriam ainda oportunidade de usufruir numa fase de ocaso da sua vida.
Apesar de já terem sido alvo de três anos de canalhas e desumanas campanhas de indução de medo, é hora de o governo deixar de coagir os idosos a usar um trapo da cara e, finalmente, deixar à sua total liberdade de escolha essa opção.
Marcelo e as suas “verdades alternativas”
É sabido que temos um presidente da república que não lida maravilhosamente com a verdade. Tal como um menino traquinas que ainda faz xixi na cama, Marcelo é invariavelmente um palrador fingido, trapaceiro e dissimulado que não hesita em inventar tretas e tramas para manipular a opinião pública e tentar interferir de forma desleal e traiçoeira na vida política nacional.
Um exemplo da sua habitual sonsice pestilenta ocorreu há dias quanto Marcelo negou ter conhecimento de que Lula da Silva teria um lugar de destaque durante as próximas cerimónias de comemoração do 25 de Abril na Assembleia da República. Deu a entender até ter ficado surpreendido com o facto de o Ministro dos Negócios Estrangeiros nada lhe ter contado a este respeito.
Ora, foi o próprio Marcelo que em Dezembro de 2022 não só anunciou a vinda de Lula da Silva a Portugal a seu convite, como Marcelo fez questão de dizer na altura que essa visita culminaria com a participação de Lula no Parlamento português (ver vídeo aqui)
Mais: o infantil egocêntrico de Cascais disse eufórico e com bazófia que tinha o programa todo da visita do presidente brasileiro na sua cabeça, incluindo obviamente a participação de Lula na Assembleia da República para as cerimónias do 25 de abril. Ora esteja atento a isto (ver vídeo).
Marcelo apalhaçou e abandalhou por completo a Presidência da República. Os seus mandatos demonstram que não se pode confiar no Presidente da República e, pelo contrário, em qualquer palavra proferida por Marcelo sabemos de antemão que a verdade dos factos está do lado oposto.
Se a criação de verdades alternativas fosse crime, provavelmente já teria transitado em julgado uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça condenatória do Presidente da República por acto praticado no exercício das suas funções.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Especulação imobiliária
Por muito que se critique o chamado “pacote” de António Costa para a habitação, a verdade é que grande parte do país está de acordo com algumas das premissas falaciosas que o primeiro-ministro usa para manipular os Portugueses e levá-los a acreditar na sua bizarra doutrina.
Existe a ideia generalizada de que os promotores e proprietários são uns gananciosos e que não colocam casas no mercado a preço acessível por pura maldade. Desses, os piores de todos são os “especuladores” imobiliários, cuja existência, dizem, é uma afronta às famílias. Ora, qualquer actividade económica produtiva tem por base a especulação. O especulador imobiliário é aquele que antecipando e antevendo uma procura futura por habitação promove a construção de novos empreendimentos. É um empresário que arrisca os seus próprios recursos e património procurando ser compensado com lucro se tiver acertado na identificação da oportunidade de mercado.
Ouço também muita gente dizer em tom crítico que um especulador imobiliário compra imóveis a preço baixo e depois os revende a um preço muito superior. Quando a procura é reduzida o preço dos imóveis baixa. Há algum mal em que nessa altura um investidor compre imóveis? E seria preferível o especulador não colocar casas no mercado precisamente na altura em que as pessoas necessitam de mais novas habitações?
Depois, gerações inteiras de urbanos mal-acostumados, têm a convicção estapafúrdia de terem direito a viver nas zonas privilegiadas das principais cidades do país. Pois eu ainda sou do tempo em que o património edificado dos centros das cidades estava ao abandono, ocupado por toxicodependentes e prostitutas. Ninguém queria lá viver. Agora que os “especuladores imobiliários” reabilitaram edifícios, e os privados abriram negócios e serviços criando espaços agradáveis e confortáveis, uma cambada de gente mimada acha-se no direito de exigir que lhes ofereçam habitação a preços que os meninos considerem acessíveis. São os mesmos pamonhas que julgam “pensar a cidade” em nome do “bem-comum” e que alertam para patetices como a gentrificação das cidades, a pegada turística, ou o desvio de prédios para alojamento local.
A esta gente não ocorrem simples factos. Um, por exemplo, é o de que se não têm dinheiro para viver nos centros das cidades é porque o Estado lhes rouba uma fatia gigante do seu rendimento. Outro facto é que os privados não colocam mais casas no mercado a mais baixos preços, não porque não tenham potenciais clientes, mas porque o Estado distorce e estraga o mercado.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Abusos na Igreja
Os crimes contra crianças e jovens e, em especial, abusos sexuais, são de perversidade e maldade hediondas. Não há circunstâncias nem atenuantes que diminuam a repulsa ou a sede de justiça que provocam. Se noutros tempos históricos a moral e os padrões comportamentais socialmente aceites eram diferentes, nas décadas mais próximas dos dias de hoje, a pedofilia, por exemplo, é pura e simplesmente considerada um delito abjecto.
Todavia, talvez por um reflexo de defesa quanto ao desconforto de racionalizar tão asquerosos atentados, a nossa sociedade em geral e, em particular, as classes dirigentes parecem ter-se recusado a aceitar a evidência de que esses crimes sempre aconteceram à nossa volta, por vezes dentro de quadros familiares ou de círculos de proximidade social e política.
Pela natureza das coisas, existem actividades e instituições que os abusadores de crianças vêem como sendo mais permissivas ou fáceis de usar como meio para pôr em prática os seus actos. A Igreja parece ser uma dessas instituições. Tragicamente, porque está na sua natureza e é reconhecido o inexcedível trabalho meritório ao longo de séculos na protecção dos menores e mais desamparados. Assim como a esmagadora maioria dos jovens em Portugal participa de forma alegre e enriquecedora nas actividades das catequeses, escuteiros, etc. Daí, o choque com o que revela o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.
Importa, pois, aferir se a Igreja tinha e tem os procedimentos e mecanismos de controlo mais apertados possíveis para tentar banir do seu seio estes abusos. E será muito relevante também saber se os superiores hierárquicos actuaram e actuam de forma diligente, sem receio de escândalos ou má imagem pública.
Se a colaboração do clero português com a investigação independente foi sincera e não apenas uma reacção de contenção de danos perante a enormidade da situação, haverá que reconhecer que, pelo menos agora, souberam ter o desassombro e retidão moral de abrir a sua própria casa ao escrutínio.
Se é irreparável o dano infligido às vítimas e não há consolo que lhes possa valer, é nosso dever exigir vigilância e precaução por parte da Igreja. Será fundamental a Igreja dar a conhecer o que pretende fazer para garantir a detecção e punição de casos no futuro.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Emigrante em apuros
O país assiste há vários anos ao crescente desespero e vertigem para um colapso nervoso de um seu compatriota que arranjou emprego no estrangeiro. Apesar desse nosso conterrâneo manter o recebimento de uma subvenção vitalícia em Portugal e auferir de um salário lá fora, a verdade é que as tarefas laborais que lhe foram atribuídas parece que o têm deixado de tal forma desorientado e ansioso que os sinais exteriores do seu desarranjo intelectual e de ruína da sua condição de equilíbrio mínimo são já absolutamente impossíveis de esconder.
Como Portugueses, creio que é nosso dever acudir, na medida do possível, a esta situação dramática. Apesar de as imagens que se seguem poderem chocar pessoas mais sensíveis, julgo que será útil exemplificar como a pessoa em questão se encontrava há um mero par de dias:
O meu livro já está nas Livrarias Bertrand

O meu primeiro livro – “As Minhas Blasfémias – já se encontra à venda nas Livrarias Bertrand:
https://www.bertrand.pt/livro/as-minhas-blasfemias-cristina-miranda/28074168
Pode ainda adquiri-lo:
Na WOOK
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Na Livraria Atlântico
https://www.livrariaatlantico.com/ficcao/as-minhas-blasfemias
Encomende já o seu e boas leituras!
#AsMinhasBlasfemias
#OmeuPrimeiroLivro
Substituição do Regime
O partido socialista tem colonizado os cargos dirigentes da administração pública, dos reguladores, das empresas públicas e das concessionárias de serviços públicos com boys, militantes e amigos do PS, sem qualquer pudor nem cerimónia. As tramoias e viciação para preenchimento de vagas em cargos públicos de topo são uma marca indelével no PS.
O PS é useiro e vezeiro no truque de evitar concursos públicos para recrutamento destas pessoas através do uso do chamado “regime de substituição” para nomear directamente os apadrinhados pelos socialistas. Com este expediente manhoso, evita-se a avaliação e escrutínio de candidatos pela CRESAP.
A CRESAP foi criada por Passos Coelho para dificultar o compadrio e amiguismo partidário nas nomeações para cargos que não são de confiança política e tentar garantir maior independência e rigor no recrutamento. O nome do primeiro responsável deste organismo foi até sugerido por António José Seguro, à altura secretário-geral do PS.
Para colocar a pessoa que interessa ou é conveniente, o Governo começa por nomear os dirigentes em regime de substituição para o lugar de direção vago. Aguarda-se uns meses antes de abrir concurso de recrutamento, e durante esse tempo a pessoa ganha experiência no cargo através da “nomeação provisória”. Quando o concurso é finalmente aberto, os amigos do governo estão vantagem na avaliação curricular da CRESAP, sendo praticamente certa a sua selecção para uma short-list final de três candidatos. Entre os três finalistas, o membro do Governo tem a possibilidade de escolher por seu exclusivo critério quem pretende nomear e, curiosamente, a escolha recai invariavelmente por um militante socialista.
Os governos de António Costa mandaram a lisura de processos às malvas. Entre 2019 e 2021, antes de ocupar o cargo para que se candidataram, 70% dos dirigentes da administração pública tinha sido previamente designado para a mesma função em regime de substituição. Destes, 83% esteve em regime de substituição durante mais de um ano. Isto sem contar com os dirigentes que saíram directamente de gabinetes governamentais para os lugares postos a concurso. Actualmente, por exemplo na Segurança Social, 67% dos diretores distritais têm ligações ao PS.
A ocasião faz o socialista, e em final do ano passado o próprio governo admitiu haver 30% de dirigentes da administração pública em regime de substituição. A CRESAP já disse que esta é uma situação alarmante e aquilo que devia ser uma excepção tem-se tornado regra, mas é uma prática abusiva da lei.
Esta rebaldaria poderia acabar rápida e simplesmente, bastando para isso o legislador determinar que todos os candidatos a um lugar vago na administração pública, inclusive o designado em regime de substituição, teriam de ser avaliados tendo apenas em conta a experiência e a qualificação do concorrente à data em que o lugar ficou vago, e não à data em que o concurso é aberto.
Não seria, portanto, necessário acabar com o regime de substituição, mas talvez implicasse a substituição do Regime…
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Os professores têm razão

Imagine que no início da sua vida profissional – e depois de devidamente informado sobre as regalias, condições e garantias -, decidia seguir uma determinada profissão acreditando que era uma carreira promissora. Como ficaria, com o passar dos anos, assim que se desse conta que fora enganado? É assim que deve começar por analisar a eterna luta dos professores.
Ler mais…Filhos da booster
O meu artigo de hoje na coluna da Oficina da Liberdade, onde assinalo o aniversário do meu internamento hospitalar por covid, reflectindo sobre decisões tomadas e retirando algumas conclusões.
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Serve a minha história para demonstrar que a incapacidade de compreensão das razões de quem opta por não se ter vacinado, faz deflagrar reacções primárias autoritárias e despóticas.
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Há um ano deixei o hospital depois de quinze dias internado (dez dos quais em UCI) por ter desenvolvido covid19 e complicações de sobreinfecção bacteriana e hipoxemia grave.
Por opção autónoma e informada, ponderando riscos e vantagens de acordo com a minha circunstância e segundo o meu próprio critério, decidi nunca ser injectado com produtos da Pfizer, Moderna ou Janssen. Vista hoje à distância, essa decisão foi acertadíssima e racional.
A principal razão sempre foi assente no princípio de que a imunidade natural conferida pela infecção por covid-19 é superior e muito mais perene à eventualmente obtida pela “vacina” contra a doença. Algo que se negou durante o período de hipnose colectiva que vivemos, mas que durante muitas décadas sempre se tomou como correcto e basilar em relação a qualquer coronavírus.
Confesso ter algum orgulho em não me ter “vacinado”, simplesmente porque a chantagem que era exercida à altura pelas agências governamentais e os legisladores era pesada e de modo a que, na prática e salvo raras excepções, pouquíssimas pessoas poderiam levar uma vida minimamente normal e decente, sem sucumbirem aos ditames perversos dos tiranetes colocados em posição de poder para violarem as mais básicas e historicamente validadas regras éticas, de saúde pública e de respeito pelo ser humano.
A pressão social ilustrada na mesquinhez dos bufos, na patológica vertigem sádica dos «agentes de saúde pública», na segregação de pessoas defendida pelos bio-fascistas, e nas esdrúxulas e egoístas atitudes da esmagadora maioria da população, fez quebrar muitos não-“vacinados”, obrigando-os a resignarem-se à inoculação.
A mim, tudo isso foi indiferente para a decisão tomada. Porém, ao contrário da resistência aos abusos de poder das chamadas “autoridades”, o meu descaso dos bandos de histéricos evangelistas da ameaça da covid à sobrevivência da humanidade não teve nada de corajoso, nem constitui motivo de orgulho. A total indiferença a patetas tolhidos pelo medo foi tão só a minha reacção pessoal, natural e automática.
De igual modo, em rigorosamente nada me afectou ou abalou as dezenas de mensagens que recebi através das redes sociais de arruinados mentais desejando a minha morte, as centenas de comentários de pervertidos morais torcendo para o vírus me “dar uma lição”, as inúmeras bocas de palermas dizendo que «o Telmo pôs-se a jeito», ou, intuo, a inconfessada vontade de muitos cobardes para que eu também vergasse. Promovia-se a cegueira do comportamento de rebanho e censurava-se a divergência da norma. Pobres espíritos, tristes espécimes, fracas figuras.
A interacção de patogéneos com o nosso sistema imunitário é tão complexa e imprevisível que o que é assinalável é que, não tendo sido inoculado e estando o sars-cov-2 em circulação desde Março de 2020, tenham passado quase dois anos sem que eu contraísse doença ou sequer ficasse infectado.
Os viciados em sinalização de suposta virtude – mas sem vergonha na cara – ainda me tentaram apanhar na curva, com o derradeiro argumento de que não seria legítimo a um não-“vacinado” colocar pressão no SNS ou “roubar” camas a quem seguiu e respeitou escrupulosamente as normas do ministério da saúde. Debalde. Apesar de pagar impostos que sustentam um serviço de saúde em pantanas, mas que os infantis medricas parecem apreciar, paguei do meu bolso os cuidados privados que tive na CUF e, mesmo assim, continuo a ser roubado do meu rendimento de trabalho para manter um estado sôfrego de coleta e um rebanho de indigentes intelectuais que suportam o socialismo.
Mais do que grotescas, as normas sanitárias e de simulação de “contenção” da epidemia são já reconhecidas por um grande número de pessoas como tendo sido altamente contraproducentes. Adensa-se também a hipótese de que o excesso de mortalidade que se verifica no nosso país advenha em parte de efeitos adversos das “vacinas” contra a covid19. A opacidade (ou mesmo intenção de esconder) das autoridades de saúde no fornecimento de dados a este respeito, alimenta a ideia e a probabilidade de estarem correctos aqueles que alertam para que não se possa excluir a possibilidade de a “vacinação” massificada estar associada à percepção de escalada de casos de mortes súbitas, acréscimo insólito de pessoas com problemas cardíacos, crescente número de tumores galopantes, alterações nos ciclos menstruais das mulheres (incluindo raparigas pré-adolescentes), ou de maior frequência de abortos espontâneos. É plausível que estas “vacinas” introduzam desvios e distorções no sistema imunitário, incentivando o organismo a dar respostas específicas à covid19, mas «adormecendo-o» quanto à reacção que seria expectável contra outras agressões e doenças.
Entretanto, no corrente mês de Janeiro, a DGS, indicou «não ter encontrado evidência científica que suporte a recomendação da vacinação universal da população entre os 18 e os 49 anos», assim como acrescentou: «não há evidência científica que uma segunda dose de reforço ofereça um benefício significativo relativamente a doença grave».
Ora, sabe-se duas coisas: uma é que as complicações em caso de infecção de não-“vacinados” é sempre muito rara e, provavelmente, indiferente a profilaxias genéticas farmacológicas; outra é que a alegada protecção das vacinas se esvai muito significativamente com o passar de um relativamente curto espaço de tempo. Portanto, tendo sido useira e vezeira na desinformação e trapaça sobre a covid, e não podendo agora perder a face sob pena de descrédito total generalizado, o que a DGS está a querer dizer traduz-se em bom Português como sendo desaconselhável a vacinação de pessoas abaixo dos 50 anos.
Fosse qual fosse a recomendação da DGS, o risco da não-vacinação é, como agora reconhece explicitamente a DGS, “uma decisão individual”. Mas o politicamente correcto que asfixiava a sociedade na altura do meu internamento e até há bem pouco tempo, impunha um pensamento único sobre a questão da vacinação, incentivava um execrável clima de bufaria e repugnante delação de não-“vacinados”, determinava o cancelamento e censura de opinião livre e desalinhada e premiava patifarias moralistas com reconhecimento social.
Serve a minha história em relação às “vacinas” para demonstrar que a incapacidade de compreensão das razões de quem opta por não se ter vacinado, assim como a falta de humildade em reconhecer essas limitações, faz deflagrar reacções primárias autoritárias e despóticas por parte de quem não lida maravilhosamente com a liberdade e a essência da natureza humana. Não compreendendo o fenómeno, têm medo dos não-“vacinados” e acreditam na fábula de que o melhor é excluir e segregar pessoas saudáveis da vida em sociedade.
Que me recorde o mundo rico do hemisfério norte e as sociedades do bem-estar já não viviam uma cultura de falta de discernimento e menosprezo pelo ser humano como esta desde os tempos do aparecimento do HIV e da SIDA, lá pelos inícios da década de oitenta do século passado.
Dispenso muito, mas muito bem que me peçam desculpa. Mas o regresso a um normal convívio em sociedade impõe que, se não são capazes de sentir remorsos pela torpeza dos atentados que cometeram, pelo menos os «filhos da booster» tentem reconhecer interiormente os seus próprios erros.
Antes PS no poder, do que Chega em minoria
Do processo eleitoral na Iniciativa Liberal, resulta claro que a liderança do partido não aceitará qualquer compromisso nem acordo com o Chega para promover uma eventual solução parlamentar ou governativa para tirar o PS do poder.
Ancorado em «linhas vermelhas» imaginadas por uma elite urbana bem-pensante, entre ser útil aos portugueses para os libertar do polvo do PS ou fazer proclamações de virtude inconsequentes, a Iniciativa Liberal não hesita em escolher a segunda hipótese.
Ora, tendo o Chega tido 400 mil votos e a Iniciativa Liberal 270 mil votos nas últimas legislativas, qualquer alternativa de governo ao PS terá de passar também pelo terceiro maior partido nacional, o Chega.
Em termos de representação da vontade popular à Direita, a Iniciativa Liberal é o mais pequeno dos partidos. Além disso, a soma de todo o eleitorado à Direita é escassa (se é que é mesmo suficiente) para um projecto de poder alternativo ao PS. Portanto, enquanto a parte mais fraca numa solução ou arranjo para tirar o PS do poleiro, a Iniciativa liberal terá de arranjar maneira de se entender com o PSD, mas também com o Chega. Caso contrário, estará a beneficiar o infractor – o PS – e a condenar os Portugueses a um aprofundar do caminho socialista para o empobrecimento.
É também ridículo e, diria até antidemocrático o desprezo e exacerbado sentido de superioridade que se sente nos dirigentes da Iniciativa Liberal em relação ao que eleitorado do Chega. Compreender-se-ia alguma animosidade para com André Ventura, que é na verdade um videirinho. Mas deplorar 400 mil portugueses não parece consistente com a doutrina liberal.
Até porque a maior parte dos votantes no Chega vem do PSD e não propriamente de catacumbas de trogloditas. A Iniciativa Liberal parece continuar a dar gás à prosápia infantil da cerca sanitária ao Chega. Parecem preferir o PS no poder ao Chega em minoria. A ênfase da nova liderança da Iniciativa Liberal é agora «romper com o bipartidarismo».
Pena é que não se dediquem a romper com o socialismo.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Resumo mesmo resumido do congresso IL
Após décadas de epítetos de fascistas, ontem foi a vez dos habituais receptores de tais epítetos chamarem fascistas aos outros.
A próxima pandemia

As elites financeiras que mandam nisto tudo, não desistem. Se pensava que depois desta “palermia” – que nos destruiu literalmente a economia do país e famílias -, nos iam deixar em paz, esqueça. Não há dinheiro a perder (nem as agendas globais podem esperar) e as viroses de laboratório já demonstraram há décadas serem muito lucrativas. É como a indústria do armamento que não vive de paz e amor no mundo e tem de forçar guerras com a ajuda dos políticos para vender armamento senão vão à falência, estão a ver?
Ler mais…Feminismo ESG – egocentrismo de privilegiadas
Um grupo de três serigaitas lisboetas, privilegiadas, com ligações de diversa ordem a grandes escritórios de advogados da capital, a uma dita elite de gestores de grandes empresas nacionais e até a um grupo chinês que aqui há uns anos foi condenado pela autoridade espanhola da concorrência a pagar uma coima de 23 milhões de euros num processo relativo a práticas concertadas do mercado do seu sector de actividade, lançou uma iniciativa que, se não fosse uma fantochada pegada, estas raparigas diriam que é, cito, “para conectar, organizar e promover mulheres com destacada experiência em ESG em Portugal”.
Os «princípios ESG» são, como se sabe, uma artimanha travestida de fingidas piedosas boas intenções, mas que serve apenas para dirigentes e empresas manterem privilégios à margem do livre mercado e da sã concorrência.
O lançamento público deste ridículo projecto será em início de Março e contará com, cito, uma “masterclass”, um ciclo de “talks” e uma “academy”. As meninas convidaram uma série de, cito, “embaixadores” para dar uma suposta aparência de seriedade à coisa, dizendo portanto que a sua agremiação é, cito novamente, “powered by” estes seus convidados.
Num só projecto as três espevitadas donzelas conseguem ainda a proeza de fazer a síntese de duas causas da moda: o ESG e o feminismo. Com isto revelam assim não só o ambiente grã-fino em que vivem, mas o completo desfasamento da realidade e preocupações da esmagadora maioria dos portugueses e em particular das mulheres do nosso país. Por exemplo da mulher de 41 anos com uma gravidez de 33 semanas que ainda há dias teve de fazer mais de 200 quilómetros para dar entrada num hospital e dar à luz, tudo porque o INEM encaminhou a ambulância por engano para uma urgência que estava fechada.
A alta-roda urbana portuguesa preocupada com quotas para mulheres em cargos de liderança, sustentabilidade, inclusividade, o «combate» às alterações climáticas e outras tretas que tais, não está só alucinada e alienada. É também um conjunto de pessoas com péssimas ideias, interesses perigosos, uma agenda perversa e desprovido de qualquer sentido de razoabilidade ou de humanidade.
Não me apetece fazer publicidade ao estabelecimento que as moças estão a montar para satisfação do seu próprio ego. Por isso não direi o nome da marca parola que escolherem. Dir-vos-ei apenas que as três senhoras têm apelidos Rendeiro, Khouri e Pantaleão.
Tomai juízo meninas!
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Lançamento do meu 1º livro

O dia tão esperado chegou finalmente! Depois de muitos contratempos com uma espera interminável por um prefácio que nunca chegou (isto sem sequer ter havido por parte desse indivíduo uma ponta de dignidade para pelo menos dar-me uma explicação para tal), outro atraso na revisão do livro e uma paragem de ano e meio para abraçar um projecto político, só agora foi possível proceder ao lançamento do meu PRIMEIRO livro.
Aprendi nesta longa espera que nada na vida é por acaso. Foi graças a estes percalços que atrasaram todo o processo, que entretanto conheci pessoalmente a minha querida Maria Vieira – de quem sou fã incondicional e que passei a admirar ainda mais pelo seu acérrimo combate ao sistema político corrupto que tomou conta deste país – pelo que não resisti em pedir-lhe que fosse a autora do meu prefácio. Que em boa verdade, só mesmo uma mulher de fibra, politicamente incorrecta, sem papas na língua e destemida, na qual me revejo, poderia fazê-lo tão bem!
Esta espera trouxe-me ainda dois seres maravilhosos que deram um grande contributo para a concretização deste sonho.
O lançamento será no dia 19 de Março no Soho Club em Lisboa pelas 15h30.
Espero-vos todos lá!
Ética e Escolas de Gestão
Todos assistimos pelos jornais e televisões ao desenrolar das telenovelas deprimentes envolvendo Alexandra «Quinhentos Mil» Reis e Rita «Porta Giratória» Marques.
O primeiro caso é o de Alexandra, uma senhora que andou a saltitar entre administrações de empresas públicas até aterrar na secretaria de estado do Tesouro com uma indemnização milionária indevida e calçada em sapatos Louboutin, caríssimos.
O segundo caso é o de Rita, uma senhora que veio para a praça pública de forma fanfarrona e gabarolas, na prática dizer que se estava a marimbar para o cumprimento da lei e que estava absolutamente segura de que 30 dias após deixar de ser secretária de estado do Turismo poderia tornar-se administradora de um grupo privado do sector que tutelou directamente.
A semelhança óbvia entre os casos é o amiguismo e a falta de vergonha típica dos socialistas que tratam o país como um feudo para explorar até ao tutano, em benefício próprio.
Mas faço notar outra semelhança curiosa: Rita «Porta Giratória» Marques foi diretora executiva da Porto Business School para área de MBAs e pós-graduações. Trata-se de uma escola de negócios na órbita próxima e directa da Universidade do Porto a maior universidade pública do país. Por sua vez, Alexandra «Quinhentos Mil» Reis é professora na AESE, a mais antiga escola de negócios do país e lecciona cadeiras para gestores de empresas de referência.
Ora, se a Universidade do Porto tem uma Comissão de Ética que visa “promover o cumprimento dos mais altos padrões éticos em todas as atividades da Universidade” e a AESE se apresenta como tendo um corpo docente que visa transmitir aos executivos seus alunos “valores centrados na ética e no humanismo”, o que está a falhar nestas instituições?
Em geral todas as escolas de gestão do país sucumbiram à moda dos chamados “princípios ESG” que, na prática, são mandamentos de uma seita evangelizadora e uma artimanha para dirigentes e empresas manterem privilégios à margem do livre mercado e da sã concorrência. (ver aqui e aqui, pex)
Portanto, como é que as universidades e instituições de ensino de executivos compaginam o perfil do seu corpo docente com os lirismos e sinalização de suposta virtude das bandeiras anti-capitalistas ESG que agitam?
Valeria a pena haver um escrutínio mais rigoroso sobre quem se convida para ensinar aos outros princípios éticos que os próprios docentes não praticam.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
A tolice do ministério da Habitação
A criação de um ministério como resposta a uma questão social grave é uma fantasia para enganar pacóvios e uma asneira clássica dos estatistas que só aprofunda o problema. Quer faça parte do grupo dos pacóvios enganados ou do dos socialistas, como seria de esperar Marcelo acha positiva a tolice de criação de um ministério da Habitação.
A jovem Marina Gonçalves andou sempre na escolinha do PS e fez carreira na fábrica socialista de burocratas servis ao líder do partido. Experiência profissional e vivência prática no sector de actividade que agora tutela não tem nenhuma. Numa ascensão fulgurante de estagiária e dirigente da juventude socialista, foi feita ministra.
Ainda enquanto ajudante de Pedro Nuno Santos a rapariga atingiu o estrelado com a afirmação de que – e passo a citar – : «Toda a gente tem direito a viver nas zonas mais caras de Lisboa». Ora, se assim fosse, o Estado teria obrigação de assegurar que os desejos e sonhos daqueles Portugueses que quisessem mudar-se para a Lapa ou para o Chiado fossem cumpridos. O próprio António Costa tem casa na zona de Benfica com garagens que ficam inundadas quando chove com intensidade na cidade, e como quando era presidente da câmara de Lisboa chegou a arrendar uma penthouse duplex em plena Av. da Liberdade, será que ele agora terá uma conversa especial com a sua ministra para lhe providenciar habitação numa zona residencial privilegiada?
Como é evidente para qualquer pessoa com dois neurónios funcionais, um direito não é um verdadeiro direito se gerar uma obrigação para terceiros e, sobretudo, se a factura fôr paga pelos contribuintes que não vão na cantiga demagógica, parva e intrinsecamente parola da agora nova ministra da Habitação.
Como já referi noutras crónicas (pex aqui e aqui, a tragédia do sector da habitação em Portugal resulta directamente da intervenção e distorção do mercado por parte do Estado.
A acessibilidade do preço da habitação não se decreta por lei nem os custos de construção baixam através de varinhas mágicas. A jovem ministra Gonçalves, à boa maneira socialista, continuará a política de aplicação de uma brutal carga de impostos no sector e continuará a alimentar a já de si gigante burocracia e kafkiana regulamentação, afastando investimentos privados. Por seu lado as classes média e baixa continuarão sem acesso a casas que possam pagar.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Quando a Porca de Murça torce o rabo
O ano termina com sinais contraditórios para o futuro. Por um lado, Portugal continua dormente a assistir ao poço escatológico sem fundo do vazio moral e ético de António Costa e dos seus ajudantes. Por outro lado, gente digna e sábia parece ter acordado para o facto de o país ter como chefe de estado uma personagem que evidencia graves distúrbios de narcisismo e ser hoje o mais infantil e inútil presidente da república.
No caso de Alexandra «Quinhentos Mil» Reis, o ministro das Finanças fez-se de sonso num número de teatro próprio de bordel. A agora ex-secretária do Tesouro é amiga próxima da mulher de Fernando Medina e esta era na altura da decisão de atribuição da polémica indeminização directora jurídica da TAP. Ou seja, Medina dorme, literalmente, na mesma cama de quem não poderia deixar de estar a par de todos os pormenores do caso, mas o ministro quer-nos fazer crer que não sabia de nada. E nem na saída Alexandra «Quinhentos Mil» Reis do Governo Medina foi homem suficiente para em vez de solicitar à senhora que apresentasse o seu pedido de demissão, pura e simplesmente exonerar a secretária de estado.
Alexandra «Quinhentos Mil» Reis foi nomeada por Pedro Nuno Santos e Fernando Medina para tutelar a TAP sabendo ambos que estava incompatibilizada com a sua anterior chefe na empresa. Mas os ministros tentam passar a imagem de que foram apanhados de surpresa com tudo isto. Já o escritório de advogados do irmão de Marcelo esteve directamente envolvido na negociação das condições de saída da TAP, ao abrigo da qual foi executado um acordo de confidencialidade entre as partes. Mas o presidente da República quer-nos fazer crer ser mera coincidência estar a par de todos os pormenores do processo que, aliás, divulgou à comunicação social sem segredo.
Ou seja, como em qualquer regime moribundo e putrefacto, safam-se os dirigentes políticos e verdadeiros responsáveis pela bandalheira e saque do país e sacrifica-se a engenheira de penteado bizarro para proteger a imagem do chefe do governo.
Mas talvez haja esperança no meio desta fétida rebaldaria. Há quem diga verdades, não tenha medo, nem olhe a conveniências. Tomara que em 2023 muitos mais vejam nestes dois homens exemplo da dignidade e resistência de um povo contra a oligarquia parasita e sanguessuga que se instalou no país. Ora veja aqui:
Pai Natal só há um
Desde 2015 sempre na senda do progresso, do crescimento e da prosperidade.
António Costa é o Pai Natal de todos nós, louvado seja!
No vídeo abaixo, excertos de anteriores mensagens natalícias do primeiro-ministro.
As polícias políticas do PS
Portugal é aparentemente caso único na União Europeia em que a cooperação policial internacional passou para as mãos de alguém que responde e é tutelado directamente pelo primeiro-ministro.
As estruturas nacionais do Europol e da Interpol são dos principais meios de cooperação internacional ao dispor da investigação criminal da Polícia Judiciária e do Ministério Público. Ora, António Costa, com apoio unicamente do Partido Socialista, conseguiu retirar o gabinete de coordenação nacional destas polícias da alçada da PJ para a passar para a Secretaria-Geral de Segurança Interna.
Sucede que o secretário-geral é nomeado e responde directamente ao primeiro-ministro, tem um estatuto equiparado a secretário de Estado e, ao contrário do que acontecia com a PJ, não responde ao poder judicial e, portanto, não está obrigado ao segredo de justiça.
Os serviços da Interpol e da Europol tratam por exemplo da execução de mandados de detenção e de pedidos de informações fundamentais para os inquéritos criminais e gerem informações sensíveis de processos de corrupção e de outra criminalidade.
Recentemente, até o Parlamento Europeu ficou preocupado com o “risco real de interferência política ou acesso indevido de informações sobre investigações criminais em curso” tendo pedido formalmente e por escrito explicações a António Costa sobre esta moscambilha socialista.
Mas apesar do nosso Tribunal Constitucional ter entretanto que avaliado a manobra de integração das unidades nacionais da Europol e da Interpol na Secretaria-Geral de Segurança Interna como “uma opção legítima do legislador dentro da margem de constitucionalidade”, a verdade é que, politicamente, com uma ainda maior proximidade destes organismos ao primeiro-ministro, instala-se uma confusão nada saudável entre o sistema judiciário e o poder político.
Ao longo das últimas décadas, maioritariamente com governos do PS, os Portugueses ficaram escaldados com o acesso do poder político a informação relevante e a sua influência sobre processos importantes relacionados com a criminalidade económico-financeira. Tendo agora a Europol e a Interpol dentro de “casa”, as tentações de aproveitamento por parte do gabinete do primeiro-ministro dessa circunstância serão mais do que muitas.
É pois não só legítimo como razoável atribuir ao governo de Costa a intenção de facilitar aos corredores e gabinetes do poder manobrar e condicionar a Polícia Judiciária nos seus processos de investigação de casos de corrupção e criminalidade económico-financeira.
Como se sabe, na arte político-partidária os inimigos e os incómodos são mais bem controlados e amansados se forem mantidos próximos da cadeia de comando. Alguns dirigentes terão até inconfessáveis sonhos de instaurar de novo uma polícia política.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Os Apanhados do Clima
São astutos. Perceberam muito cedo o filão da agenda do clima. Mas havia que dar um “empurrão” à Mãe Natureza que não compactua com AGENDAS políticas.
A verdade que NUNCA irá ver denunciada nas TVs generalistas avençadas dos políticos, é que a emergência climática foi uma invenção que, sem ela, não seria possível sacrificar toda a população de um Planeta para enriquecer, ainda mais, uma dúzia de multimilionários que se julgam donos do mundo.
Ler mais…Quando o ódio veste jornalismo

Havia tanto para investigar. Desde a escandalosa gestão de uma suposta “pandemia” (que já sabemos, por outros verdadeiros e corajosos jornalistas, que não o foi) à corrupção e fraudes estratosféricas que vão desde o governo às autarquias, em todos os sectores do Estado, um fartote de casos que nunca mais acabam e que deveriam estar expostos. Mas não. Nasceu o jornalismo ideológico do mainstream que não trabalha para informar, mas sim, para a formatação e angariação de militantes. Da esquerda, claro. É o marxismo cultural no seu auge, caso esteja distraído.
Ler mais…ISP – a farsa que nos sai muito cara
A falta de vergonha na cara da cambada que está no governo é já conhecida de todos. Mas algumas pessoas pensavam ingenuamente que o descaramento de António Costa e dos seus ajudantes já tinha atingido um pico máximo de desfaçatez.
Longe disso! O último episódio de gozo descarado com os portugueses e demonstração de total falta de escrúpulos dos socialistas pela gente que trabalha é a nova subida do ISP, o imposto sobre produtos petrolíferos. Os incompetentes jornalistas e avençados «opinadores» do costume chamam eufemisticamente a este aumento de impostos uma “redução do desconto no ISP”.
O rufia político João Galamba que se considera a ele próprio um urbano sofisticado e moderno mas que não passa de simplório serventuário de quem lhe pode dar esmolas de pequenos poderes, ainda ensaia a narrativa de que a subida do ISP quando o preço dos combustíveis nos mercados internacionais está em baixa se justifica por razões de política energética.
Mas ao contrário do que seria a expectativa deste «sectário de estado», nem todos os portugueses são parvos e muitos já perceberam que o governo de António Costa se está a marimbar completamente para a transição energética ou a diversificação de fontes de energia. Aquilo que eles chamam de “política energética” é uma aldrabice pegada. Do que se trata é única e exclusivamente de uma política fiscal do PS, ou melhor, do característico esbulho fiscal dos socialistas.
Quando os preços dos combustíveis subiram de tal modo que os portugueses, desprevenidos, se assustaram, o governo não teve outro remédio a, contrariado, diminuir ligeiramente o imposto para acalmar os ânimos. Agora, num cenário de inflação generalizada e persistente e mesmo com uma cobrança fiscal consolidada em valores estratosféricos e extraordinários, o governo de António Costa decidiu penalizar ainda mais os portugueses porque é insaciável e irresistível a sua vontade de encher os cofres do Estado quando as pessoas já estão psicologicamente conformadas em pagar 2€ por litro de combustível e, ainda por cima, estão por estes dias distraídas com o campeonato do mundo de futebol.
Os patetas da oposição, sempre disponíveis para embarcar nas historietas sinalizadoras de virtude da necessidade de diminuição do consumo de combustíveis fósseis, ainda não perceberam que a “política energética” é uma farsa para inglês e português ver e que serve de ferramenta para o PS fazer tudo e o seu contrário conforme der jeito a cada momento. Com uma única constância e invariável certeza: o povo é que paga.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
Idiotas ou defensores da liberdade?
As manifestações na China contra as restrições impostas pelo governo chinês a pretexto do suposto combate à covid19 têm vindo a ser apresentadas em Portugal como eventos de grande mérito e coragem e vistos como acontecimentos louváveis em defesa da liberdade das pessoas e dos direitos humanos. Há quem faça até o paralelo com os chineses que em 1989 protestaram em massa por liberdade e democracia na Praça Tiananmen em Pequim (ver vídeo aos 35s).
Mas há um ano, em Novembro de 2021, por toda a Europa também houve protestos populares com os mesmos propósitos de lutar contra as restrições e imposições a pretexto da covid19, mas nessa altura os acontecimentos foram vistos como manifestações de negacionistas, chalupas ou idiotas. Ora veja o que dizia o ano passado o primeiro-ministro holandês, o nosso bonacheirão João Soares, ou o decano fariseu Paulo Portas no vídeo aos 2m14s.
Em 2022 as manifestações na China são virtuosas e incentivadas.
Em 2021, a comissão europeia contemporizava com a ideia de limitar manifestações e o pequeno alcoviteiro do regime Marques Mendes dizia sem nojo de si próprio ser contra a obrigatoriedade da vacinação das pessoas desde que estas se vacinassem voluntariamente. Já quem optasse por não se vacinar teria a liberdade de ser obrigatoriamente injectado a mando do estado (ver vídeo aos 3m46s)
A verdade é aborrecida de lembrar, mas enquanto se continuar a tentar reescrever a história dos últimos três anos passando um pano por cima de todos os crimes contra a liberdade, não aprenderemos nada e erros tremendos idênticos serão cometidos no futuro.
A minha crónica de hoje, completa aqui:
Václav Klaus para a Oficina da Liberdade
Václav Klaus é um dos mais importantes políticos europeus desde a queda do comunismo. É Economista e Professor de Finanças. Foi presidente da República Checa de 2003 até 2013 e primeiro-ministro entre 1992 e 1997. Intelectual de reconhecida craveira internacional aceitou o convite para escrever para a coluna de opinião da Oficina da Liberdade.
Abaixo o artigo completo:
Devolvamos ao Ocidente o seu significado original
Václav Klaus
Convidado da Oficina da Liberdade
Um pré-requisito para encontrar o caminho certo para a recuperação do Ocidente é livrar-se dos nossos próprios erros e pressuposições, não culpando o mundo em nosso redor.
O 17 de Novembro é um dia importante para a República Checa. Nesse dia, há exactamente trinta e três anos, teve lugar uma manifestação estudantil originalmente pequena no centro de Praga. Os participantes, incluindo o meu filho, foram brutalmente agredidos pela polícia comunista. Esse comportamento agressivo iniciou um processo de alteração social que ficou conhecido como a “Revolução de Veludo”.
Chegou no momento certo. O comunismo já estava tão fraco que não era capaz nem estava pronto para se defender com eficácia. Digo repetidamente que o comunismo não foi derrotado. De alguma forma, derreteu.
A “Revolução de Veludo” é considerada um marco fundamental da história moderna. Tornou-se o ponto de partida da nossa caminhada em direcção à liberdade, democracia parlamentar e à economia de mercado. E no sentido de uma vida normal. Três semanas depois, fiz parte do primeiro governo pós-comunista e assumi a importante pasta de ministro das Finanças. Essa circunstância deu-me a oportunidade de preparar e organizar uma radical transformação económica, social e política do país.
Mencionar este evento histórico já quase esquecido não é sem propósito. A experiência Checa, tanto antes como depois da queda do comunismo, não deve ser esquecida ou negligenciada. Pode-se aprender muito com ela. Deve tornar-se uma lembrança presente nos nossos actuais esforços para lidar com o momento muito problemático que vivemos da história humana. Devemos estar atentos, mais do que em qualquer altura destes trinta e três anos. Estamos numa encruzilhada. De novo.
O comunismo empobreceu-nos em muitos aspectos. Privou-nos de muitas “normalidades” que os cidadãos de países livres consideram – e sempre consideraram – um dado adquirido. Vivi 60% da minha vida antes do fim do comunismo. Não foi um período curto. Foi uma perda, uma privação, um empobrecimento. Por outro lado, foi uma oportunidade de aprender muito durante essa época. A nossa visão do mundo está, portanto, mais aguçada e, sem surpresa, a nossa análise da era actual mais crítica.
Acho esta experiência particularmente relevante quando vejo o que acontece no mundo. A minha frustração de hoje começa a ser comparável aos sentimentos que experimentamos nos últimos anos do comunismo. Os sonhos e ambições que tínhamos no momento da queda do comunismo não se tornaram – para meu grande pesar – na nossa realidade de hoje. A realidade actual não é o que considerávamos uma sociedade livre. Não apenas no meu país ou na minha parte do mundo.
O que está a acontecer connosco ou em nosso redor? Tenho dúvidas quanto à adequação da frase utilizada em diversos fóruns, bem como em tantos outros textos, de que “estamos perante um mundo novo”. Um mundo novo? Agora? Em que sentido é novo? Estamos a andar para a frente ou para trás? Eventualmente, quererão os autores dessa expressão lembrar-nos que, no Ocidente, estamos a sair da era relativamente livre, tranquila e próspera das últimas décadas? Terá sido essa era um período singular, uma excepção histórica?
Não falemos de um “mundo novo”. Vamos chamar-lhe pelo nome certo. Vamos chamar-lhe mundo pós-democrático, pós-político e pós-normal. Não parece haver algo de novo. No passado a humanidade viveu muitas vezes tais situações. No entanto, pode haver agora uma diferença. Estou alarmado com a inegável perda de normalidade, racionalidade e bom senso.
Alguns de nós – eu inclusive – frequentemente usamos a famosa expressão “admirável mundo novo” de Aldous Huxley. A minha ênfase sempre foi no adjectivo “admirável”, não no qualificativo “novo”. Todos os sinais indicam que entramos numa perigosa era da instabilidade política, económica e financeira ligada à supressão da liberdade e do mercado livre. Ouso dizer que estamos agora a aproximarmo-nos de uma variante desse admirável mundo novo.
Onde surgem os principais sintomas desta nova fase? Desde logo na esfera política. Há várias décadas assistimos à evaporação das disputas político-ideológicas. Com isso, os problemas fundamentais da sociedade deixaram de ser abordados politicamente. Coincide esta particularidade com o enfraquecimento dos partidos políticos, que se tornaram nada mais do que um adorno enganoso do nosso sistema. Funcionam apenas como uma aparência de democracia. Na realidade, os interesses da maioria passaram a ser subordinados aos interesses de minorias barulhentas e agressivas, representadas por grupos arrogantes de rentismo, e não por partidos políticos. A totalidade da sociedade não é agora, por isso, nem suficientemente representada nem satisfatoriamente levada em consideração.
As clássicas disputas políticas com base em ideias claras e bem definidas, formuladas e expressas com autenticidade pelos partidos, caíram em descrédito e estão a ser substituídas por talk-shows superficiais na TV e por uma “democracia de especialistas” em que os políticos perdem a preponderância do seu papel na sociedade. As figuras públicas e os autoproclamados especialistas, assumiram essa função.
A relevância sem precedentes dos especialistas ficou visível durante a epidemia de Covid. A política, significando a avaliação de alternativas e de custos e benefícios, como resultado do seu modo de pensar, desapareceu. Não tornou o sistema mais democrático, mais amigável, nem mais eficiente. Lembra-me os anos e décadas de esforços dos ideólogos comunistas para substituir a política pela “expertocracia”.
Aquilo com que lidamos agora não é uma importação do Leste. Foi auto-fabricado no Ocidente. Foi o próprio Ocidente que abriu as portas para a migração em massa ao aceitar a ideologia do multiculturalismo. Foi o próprio Ocidente que levou a uma profunda crise energética ao promover as loucuras do ambientalismo e do Green Deal, causando a si mesmo enormes prejuízos económicos. E foi o próprio Ocidente que minou sua competitividade ao suprimir os mercados por meio de uma extensa e prejudicial regulação burocrática baseada em objectivos políticos. Um pré-requisito para encontrar o caminho certo para a recuperação do Ocidente é livrar-se dos nossos próprios erros e pressuposições, não culpando o mundo em nosso redor.
Concentremo-nos nos nossos equívocos. Não falemos de “reconfiguração de alianças na Europa”, não tentemos encontrar “novos equilíbrios”. Falemos sobre um retorno à política com conteúdo ideológico. Sobre a necessidade de um renascimento dos partidos políticos. Procuremos novos líderes políticos corajosos. Regressemos à “política política”.
Concordo que é preciso – como se costuma dizer – “reinventar a política externa”. Temos de voltar a adoptar o seu significado e conteúdo originais. A política externa deve expressar e perseguir os interesses nacionais e promovê-los procurando compromissos úteis. Como estamos a ver agora na Ucrânia, onde não há compromisso, há uma guerra. Quando não falamos uns com os outros, disparamos uns contra os outros. Todas as partes do conflito actual deveriam há muito ter começado a negociar. Não apenas os russos e os ucranianos.
Todos sabemos que a guerra não caiu do céu. Há muito tempo que está em criação. Os problemas não começaram em Fevereiro de 2022. Já em 2014, alertei para a desestabilização da Ucrânia e o crescente confronto entre o Ocidente e a Rússia. Infelizmente, o então confronto transformou-se numa guerra de grande escala com milhares de vítimas, enorme destruição de vastas regiões da Ucrânia e mudanças fundamentais na cena internacional. Culpar o agressor é fácil, mas mais difícil é conseguir ver e compreender toda a sequência dos acontecimentos que levaram a isso.
Menciona-se frequentemente o papel fundamental dos estados do sudeste europeu na expectativa da NATO e da União Europeia. Após visitar recentemente o norte da Macedónia, posso confirmar que as pessoas estão confusas e se sentem maltratadas. Os Estados da Europa de Leste não veem com bons olhos a constante condescendência do Ocidente. Estes estados têm, sem dúvida, história, cultura, religião e experiências recentes diferentes da dos europeus ocidentais e centrais. Não estão apenas geograficamente mais perto de Istambul do que de Bruxelas, mas também mental e historicamente mais próximos. Devemos estar cientes disso.
O PSD descolará do socialismo?
Por estes dias muito se tem falado da especialíssima relação entre oligarquia socialista portuguesa e a oligarquia angolana, nomeadamente na facilidade com que Isabel dos Santos tomou posições nos bancos portugueses. Mas o governo socialista também acarinhou politicamente a aquisição do controlo accionista da EFACEC por parte da filha do ex-Presidente de Angola, visto na altura como a forma de salvação da empresa.
Apesar da lenga-lenga sobre o “caráter estratégico da Efacec ao serviço do desenvolvimento da indústria e do aparelho produtivo nacional” a verdade é que o mercado não teve, nem tem, a mesma opinião virtuosa que os políticos e assim a empresa acumula prejuízos na ordem dos 180 milhões de euros.
Isabel dos Santos tornou-se entretanto politicamente tóxica e o governo socialista resolveu nacionalizar a EFACEC. Apesar de o ex-ministro Siza Vieira ter anunciado diversas vezes que a reprivatização da empresa estava iminente, o processo revelou-se um fiasco monumental. O actual ministro Costa e Silva reconheceu o falhanço socialista e alertou que o Estado poderá não recuperar o dinheiro dos contribuintes que lá foi injectando. Mais, avisou recentemente que a segunda tentativa de reprivatização da Efacec que o Governo quer fazer poderá outra vez não ter resultado e, independentemente disso, que o Governo poderá mesmo torrar na empresa mais dinheiro dos impostos dos portugueses que trabalham.
António Costa pôs todos os contribuintes a pagar a manutenção de uma empresa zombie e moribunda que ninguém quer comprar e vai cavando um buraco cada vez maior à custa do nosso dinheiro.
Curiosamente, na discussão do orçamento de estado desta semana a proposta do PCP para integrar a Efacec no setor empresarial do Estado mereceu a abstenção do PSD, pelo que não se percebe se Luís Montenegro fosse governante não faria idênticas asneiras às dos socialistas.
O líder do PSD tem ainda um longo caminho para dar evidências e transmitir confiança ao eleitorado não-socialista de que um futuro governo liderado por Montenegro fará diferença significativa para as opções e prática política do PS.
O acordo que se prepara entre PSD e PS no âmbito da revisão constitucional e episódios como este do voto de abstenção à integração da Efacec no setor empresarial do Estado não ajudam a descolar o PSD de um socialismo empedernido.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:
A normalização da anormalidade

Chama-se “agenda Woke” e está aí em força. É um movimento “progressista” que surge de décadas de formatação social para que haja uma percepção distorcida do que é certo ou errado, do que é normal ou anormal, do que é ciência ou teoria. Não tem nada a ver com aceitação, igualdade de direitos, respeito pelas diferenças. É a normalização, por imposição, do feio, do absurdo, do grotesco e das teorias sem fundamento científico com um objectivo (dissimulado) bem definido: o controlo social.
Ler mais…Diga o que disser a Constituição
No meu artigo de hoje para a coluna da Oficina da Liberdade no Observador escrevo sobre a perversa revisão da Constituição, usada para amnistia de responsabilidades políticas e respaldo de tiranetes:
(…)
Mas depois do contundente raspanete dos tribunais, as ratazanas políticas entendem que numa futura emergência sanitária “é preciso ter tudo bem certinho” e por isso querem fazer uma revisão da Constituição para tornar constitucional tudo o que se passou, ou seja, em vez de conformar as leis e a prática política ao cumprimento da Constituição, altera-se a Constituição existente para dar suporte legal aos actos governativos e administrativos que forem convenientes a quem está no poder. Por isso o bastonário da Ordem dos Advogados alertou que se trata de uma “deriva muito preocupante” e o Presidente do Tribunal Constitucional uma “situação comatosa” do Estado de direito.
Tal como todos os partidos abriram no Parlamento a porta para a reinstalação da censura por via legal com a aprovação da «carta dos direitos digitais», também agora PSD e PS estão mancomunados para subverter a Constituição garantindo salvo-conduto a intromissões dos governos na liberdade das pessoas, desconsiderando direitos e garantias dos cidadãos contra abusos do Estado e conferindo enquadramento legal à possibilidade de permanente governação em estado de excepção a pretexto de emergências sanitárias. Prevê-se que o estado de emergência passe a ser declarado por burocratas ou técnicos, sem controlo e vigilância democráticas dos órgãos de soberania, quando antes era necessária uma proposta do Presidente da República, uma autorização da Assembleia da República, consulta ao Governo, e tinha duração máxima de quinze dias. A possibilidade de decreto de estado de exceção constitucional servia até agora precisamente para que o Estado não pudesse reclamar poderes que extrapolassem o âmbito de um regime democrático.
(…)
Para contornar a ilegalidade de todas as medidas políticas adoptadas com argumentário sanitário desde 2020, o PSD e o PS estão articulados para consagrar que possa ser o Governo a declarar uma emergência de saúde pública de modo unilateral, passando apenas por uma resolução do Conselho de Ministros. Isso permitiria adoptar, sob a capa de uma legalidade contrafeita, as medidas que mereceram total repúdio do Tribunal Constitucional como isolamentos, quarentenas, testagem generalizada e confinamentos preventivos baseados em conceitos vagos e falíveis de «risco», «necessidade» e «ameaça iminente» que radicariam em pareceres especulativos e preditivos de uma futura «Comissão Científica» a ser nomeada para o efeito pelo próprio Primeiro-Ministro. É um pouco como escolher o carrasco de um condenado à morte para seu advogado de defesa.
De uma assentada, a revisão constitucional que se quer fazer ilibará de responsabilidades políticas e até criminais os protagonistas de todas as decisões anteriores. Pior ainda: a Constituição deixa de ser uma defesa do cidadão perante os abusos do Estado e dos governos e passa a ser uma justificação para a sonegação dessa proteção legal de acordo com os estados de alma de quem está no poder.
O texto completo, aqui:

PSD: um partido servil de Costa
A encenação do processo de revisão da Constituição é a seguinte: o PSD apresenta publicamente os traços gerais da sua proposta. Propostas essas que não têm qualquer interesse fundamental, mas que geram muito burburinho e cobertura mediática como a de redução do número de deputados no Parlamento, a risível e insensata proposta de direito de voto a partir dos 16 anos ou a de passar para mandato único a Presidência da República.
Mas é evidente para gente não distraída que as únicas propostas relevantes são as do Partido Socialista, pois a Constituição será revista na exacta medida e no exacto sentido que apetecer a António Costa. E o que o PS quer resolver são os problemas relativos à conformidade constitucional que permita aprovar uma nova «Lei de Emergência Sanitária».
A minha crónica completa está no vídeo partilhado abaixo onde a partir do 2m32s se podem apreciar declarações de soberba com respaldo de inimputabilidade ao mesmo tempo que se «aprecia» pitorescas imagens de Marcelo Rebelo de Sousa, na indelével apalhaçada marca da sua presidência:
“Queremos o Nosso Voto!”

A desinformação impera por todos os media do mainstream. Não é por falta de investigação. É mesmo propositado. Há uma narrativa em construção para que você acredite que os “bolsonaristas” querem o regresso de uma ditadura por “não aceitarem a derrota eleitoral”. Nada mais FALSO. Mas, a esta falsidade, nenhum “fact cheker” fará uma verificação séria. Não é para isso que eles servem.
Ler mais…Quatro «tesourinhos deprimentes»
Na minha crónica-vídeo de hoje mostro excertos de quatro «tesourinhos deprimentes»: 1) Guterres possuído; 2) o genro de Louçã saudoso de trogloditas; 3) o revolucionário ambiental que se identifica como do sexo feminino e 4) a rapariga alucinada pela justiça climática.
São exemplos de como os privilegiados profetas da seita eco-extremista como Guterres deixam em agonia a juventude.
António Guterres parece possuído por alguma entidade sobrenatural tão extraordinárias são as suas profecias catastrofistas, próprias de seitas apocalípticas e não de um homem no gozo das suas faculdades. A deriva de Guterres para a nova religião eco-extremista tem-se vindo a agravar, como se comprova pela sua recente intervenção na COP27.
Estes cenários fantasmagóricos e de fim-do-mundo que habitam a mente perturbada e histérica de Guterres são aproveitados por oportunistas neo-marxistas como o genro de Francisco Louçã para, à boleia da suposta virtude de protecção do ambiente, promover o regresso da nossa sociedade à idade das cavernas.
Sucede que narrativas insanas e desumanas, criam ansiedades e disrupções mentais nos mais vulneráveis, nomeadamente nos jovens que são apanhados na sua ingenuidade e ignorância pela vertigem de ideologias grotescas e perigosas.
Os lesados das profecias apocalípticas das alterações climáticas estão moribundos, mas não sabem.
Tenhamos esperança que ainda possam ressuscitar das trevas e viver a vida como qualquer pessoa.
Os vídeos podem ser vistos, aqui:
Os 125€ do Costa
Certo dia, estava no supermercado quando ouvi dois funcionários a comentarem os 125€ do Costa. A dado momento, disse um deles: “(…) bem… é pouco … mas é melhor que nada…” ao que o colega anuiu. Isto é bem representativo do nível a que chegou a sociedade durante anos consecutivos de formatação socialista: o conformismo com migalhas atiradas ao chão, quando se devia exigir de um Estado ladrão em impostos, o correspondente ao roubo.
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EFACEC: um morto-vivo pago pelos Portugueses
Os socialistas andaram anos a bajular a oligarquia angolana e a seduzi-los a serem accionistas da EFACEC tendo feito tudo para facilitar a entrada de Isabel dos Santos no capital desta empresa portuguesa. Entretanto os ventos políticos e da opinião pública mudaram e, com a mesma desfaçatez, os socialistas passaram a considerar o capital angolano um activo tóxico.
Vai daí que o governo de António Costa resolveu nacionalizar a EFACEC ficando com a quota de mais de 70% que pertencia à filha do ex-presidente de Angola. Siza Vieira, que à altura era o ministro Ronaldo da Economia, engendrou uma operação absolutamente magnífica e cheia de virtudes, vista aliás pelo presidente da República como um imperativo nacional. (ver vídeo aos 1m00s)
Os mais reputados e esclarecidos comentadores e analistas da nossa praça consideravam a empresa fantástica e a decisão do governo excelente (ver vídeo aos 2m03s)
A generalidade dos partidos políticos ou aplaudiram a opção do governo ou, através do seu silêncio, concordaram tacitamente com a nacionalização. Com a excepção, reconheça-se, do ex-líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos.
Mas na verdade, à boa maneira socialista, o que o governo fez foi utilizar o dinheiro dos contribuintes para nacionalizar a EFACEC escondendo a situação económico-financeira calamitosa da empresa ao mesmo tempo que manteve em funções a equipa de gestão que conduziu a resultados desastrosos.
Há mais de dois anos que a empresa é um sorvedor de dinheiro dos portugueses, com injecções de capital por parte do Estado, garantias públicas e mais endividamento. Em 2021, a EFACEC teve um prejuízo consolidado de 184 milhões de euros e uma dívida líquida de 193 milhões de euros. Este ano a empresa já agravou o buraco.
Ao contrário da narrativa com que quiseram enganar os portugueses, a EFACEC revela-se uma empresa inviável. Mas o governo socialista não tem pudor em torrar dinheiro dos contribuintes numa empresa zombie, falida, mal gerida e sem mercado.
Entretanto o actual ministro da economia, o pseudo-poeta Prof. Lero-Lero, já se comprometeu a resolver o imbróglio criado pelos próprios socialistas que é o mesmo que dizer que a conta será paga pelos portugueses que trabalham e que continuam a ser alvo de um saque fiscal.
A minha crónica-vídeo de hoje, aqui: