Uma palavra aos liberais por vezes descrentes do liberalismo (3)
19 Setembro, 2008
O liberalismo não é apenas uma teoria económica – isso é uma perigosa redução que, normalmente, resulta do economicismo: a doença infantil do liberalismo (e não só).
O maior liberal que conheço é Alexis de Tocqueville. Era jurista, destacou-se como pensador social e nas suas obras não falava de economia.
67 comentários
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O Caso Bragaparques
Toda a verdade sobre a Golpada dos Manos Sá!
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Ó Zé Preto isso já se sabe há muito, vamos ver no que dá.
O Zé já fez falta a alguém pois claro.
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De acordo: A.De Tocqueville foi um promontório e farol do liberalismo.
Mas não conheço, ou melhor, quase todos os liberiais com quem falo, “resvalam” com maior ou menor incidência, sempre para a economia, para os mercados. O que é natural e compreensível.
Há excepções, quando falo com liberais mais interessados na humanidade e na cultura. Estes, proporcionam-me especial prazer. E cultivam peculiar e saudável humor.
Mr. Zé Preto,
Não quero de modo algum culpar seja quem fôr, mas pressinto que há “qualquer coisa” muito difusa, inexplicada, cinzentona, nesse caso.
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ó CAA, ás vezes não o entendo. Mas se é assim, então somos TODOS liberais. Liberalismo Político? Concerteza! Separação de poderes, assembleia representativa, tribunais independentes. Não há um único militante do PS, por exemplo que não concorde com isto. Mas afinal quem está a reduzir e/ ou a ampliar o conceito?. Sabe bem que quando se fala em Liberalismo hoje, falamos de modelo económico, não no político, relativamente ao qual há quase consenso…
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«Liberalismo Político? Concerteza! Separação de poderes, assembleia representativa, tribunais independentes.»
não necessáriamente, o liberalismo é anterior e está para além dessas caracteristicas. Recordo apenas a título de exemplo que há 300 e tal anos que no Reino unido não existe separação de poderes.
O liberalismo é na essencia pela liberdade individual, pela limitação de poder, pelo estado de direito, pela não interferencia na autonomia individual, pela correspondente protecção da propriedade, etc., etc., podendo tal consubstanciar-se em diferentes modelos de organização politica, desde que na prática assegure aqueles principios.
Evidentemente, quando nos dias de hoje se fala a propósito do «modelo económico» e/ou respectivas interferencias dos poderes públicos e similares é sobre a defesa da liberdade individual que se fala, sobre a defesa da propriedade, sobre a limitação do poder, etc.
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pois, estes liberais livrescos e de pacotilha andam aflitos com a falência do ‘mercado’. afinal os amérikas na hora da verdade também socializam os prejuízos. nem sequer é marx que é ressuscitado. é mesmo lenine em todo o seu esplendor. e logo na américa. estes burros queques aprendem umas teorias na católica e já se julgam sabedores. néscios!
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“O liberalismo não é apenas uma teoria económica – isso é uma perigosa redução”
tarde demais, o liberalismo e os seus blogs foram tomados de assalto por nerds de economia. Ainda se continuam a discutir números com toda a ferocidade por esta net fora quando isto foi uma decisão politica.
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Á excepção do exemplo britânico (que não entendi completamente)- como pode o poder ser limitado sem o “check’s and balances”? E como garantir check’s and balances sem Separação de poderes? Locke e Montesquieu explicam isso )- estamos a dizer a mesma coisa Gabriel. Trata-se de uma consequência: como pode, ou como podiam os Liberais defender a propriedade e a autonomia se não propugnassem a separação de poderes? Não era o arbítrio do poder ilimitado do Principe que punha em causa a liberdade individual e a propriedade privada? Parece-me que sim.
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1. Alexis de tocquevill era Francês.
2. Jesus Cristo foi o mais liberal cidadão de sempre.
PS Quando me refiro a Jesus Cristo, refiro-me ao homem e não a outrém….
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Atenção! O CAA é que sabe o que é ser liberal!
Bebamos as suas palavras como doce mel em recatado silêncio.
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Mas o meu ponto é este: há confusão de conceitos. O conceito de democracia liberal, por exemplo, nasceu para designar o sistema político nascido da democratização do liberalismo – sufrágio universal, cidadania, etc. Ora eu SOU LIBERAL neste sentido. A democracia liberal, enquanto categoria política, nãi supõe necessariamente um Estado liberal no campo económico e social. Pelo contrário, aliás. Em suma, de que liberalismo fala o CAA e o blasfémias?!
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referia-me ao facto de no Reino Unido, por exemplo, não existir separação entre poder executivo e poder legislativo. Ou seja, a «separação de poderes» não era, não é, um modelo absolutamente necessário para a preservação da liberdade.
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I beg your pardon?! Está a falar do ÚNICO país onde há o designado PARLAMENTARISMO puro. Havendo parlamentarismo puro, a questão só se coloca, em matéria de separação de poderes, relativamente ao poder judicial. porque o controle do parlamento sobre o governo é TOTAL. Mais uma vez, o conceito chave aqui é o do Checs and balances…e a verdade é que o Parlamento derruba governos( o Member of parliament, não está sujeito á disciplina de voto) O Churchill que o diga!
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Chega a disparar 8,5% 14:59
PSI 20 regista melhor desempenho de sempre
A confiança regressou à praça portuguesa, com os investidores euforicos com as medidas anunciadas pela Administração Bush para salvar o sistema financeiro e estabilizar os mercados accionistas. O índice de referência nacional valoriza 7,5%, o maior ganho diário de sempre. O BES sobe mais de 16,5%, liderando as subidas.
EUA / Abertura (Act.) 16:00
Wall Street em forte alta com limitação do ‘short-selling’
Os principais índices bolsistas norte-americanos seguem em alta, acentuando a maior subida em dois dias desde 1970, impulsionados pela limitação das operações de ‘short-selling’ imposta pelos reguladores britânico e norte-americano, bem como pelas medidas do Governo de George W. Bush para travar a crise do mercado de crédito.
A alegria dos especuladores pela utilização de dinheiro dos contribuintes para cobrir os prejuízos privados é absolutamente obscena. é o ‘liberalismo’ no seu melhor. p q os p!!!
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Caro Gabriel Silva,
Não está um bocadinho baralhado? No Reino Unido há separação dos poderes legislativos e executivos há séculos e definitivamente afirmados com a Glorious Revolution e a “entrada em jogo” da Casa de Orange… isto em 1688! Não é bem “há 200 anos”, é mais há 320!
Aliás, eu acho um piadão desgraçado aos “admiradores” da tradição americana, como se os americanos tivessem “inventado” o liberalismo político.
Não, o que eles “inventaram” foi a eleitorabilidade do poder executivo, i.e., um “rei electivo” com termo fixo – e isto porque o Sr. George Washington ACHOU que o poder deveria ser limitado temporalmente. A figura de referência para a RÉPUBLICA americana foi sempre a RÉPUBLICA romana pré-império, sendo o Presidente uma versão actualizada e condensada do cônsul, com alguns laivos de “dictator”.
Admito que o sistema é mais prático que o inglês em caso de manifesta incompetência – ou pior, incompetência dolosa – do monarca, que obriga ou a um regicídio ou a regentes, uma vez que na pior das hipóteses o homem é “corrido” de lá para fora passado 4-5 anos. No entanto, falha , por um lado, ao não permitir uma supervisão de topo sobre o poder executivo; e por outro, ao tornar o executivo “eterno” durante o seu termo (fora razões judiciais).
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Carlos Duarte,
– Está mal informado. O poder executivo não é separado do legislativo. E mesmo o judicial…
– Eu escrevi «300 e tal anos», o que bate certo.
– «como se os americanos tivessem “inventado” o liberalismo político.» Exacto, aqui ninguém disse isso.
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A propósito de Liberalismo, mesmo na “mouche”:
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reduzir a actual Crise Global a Pó ?
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. Isto é Capitalismo, ovo de colombo.
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Se os os depósitos dos Cidadãos nos Bancos estiverem garantidos a 100% pelos Fundos Estaduais de Garantia dos Depositos Bancários o que é que interessa que Bancos entrem em bancarrota ?
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apenas NADA.
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Reverte-se a situação, em Capitalismo puro e duro, para uma mera questão das Leis de Mercado: os banqueiros que se aventuraram nos “chico-espertismos” abrem falência pura e simplesmente. Aguentem-se com o prejuízo como é natural no Capitalismo ou em qualuer outra Empresa Privada ou Investimento de qualquer Cidadão. A uns seguir-se-ão sem quaisquer dramas outros novos mais disciplinadas e ajustados. Dinheiro defende-se e ataca-se com Dinheiro, Liberalismo exemplar.
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Ao injectarem “mais heroina nas veias bancárias (financeiras)”, fuga para a frente para salvar os Causadores contra as Vitimas (Depositantes), estupidamente apenas adiam mais a Crise. As grandes parangonas de medidas salvadoras surgem potenciais agravadoras da Crise.
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E como para distraír Povos e Nações É COMPLETAMENTE IMPOSSIVEL a “solução” duma nova Guerra, seja na Europa ou Eurasia ou Medio Oriente, é facil concluirem-se as SOLUÇÕES para resgatar de facto o “ocidente” neste poderoso reajustamento planetário.
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Os EUA apenas foram os primeiros a constitucionalizar os direitos fundamentais dos seus cidadãos, com a correspondente reserva da constituição, a estabelecer uma jurisdição como salvaguarda dos mesmos pelos Tribunais comuns com a aplicabilidade directa desses mesmos direitos e garantias.
Direitos esses que pre existiam, pressuposto constitucional, ao Estado e dos quais derivava a sua natureza!
Isto para além de terem sido os primeiros a atribuir a um Tribunal poderes de tutela sobre o executivo e legislativo…uma espécie de reserva constitucional, que salvo erro apenas foi retomado com a Constituição de Weimar!!
Se já existia um Estado de Direito Liberal com estas caracteristicas, por favor informe!!
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Caro Gabriel Silva,
1- O poder executivo não é separado do legislativo? Não percebi… O poder legislativo é exercido pelo parlamento – tendo o monarca o poder de veto (apesar de não o exercer há séculos!) – e o executivo “de jure” pelo monarca, “de facto” pelo governo.
2- Peço desculpa, li 200 anos… de qualquer forma, existia uma “proto”-separação que foi violada pelos Stuart, tendo o segundo perdido a cabeça (literalmente) e o 4 o trono! Para evitar futuras “confusões” e passar a coisa a escrito é que aparecerão em 1701 os Acts of Settlement.
3- Nem eu disse que alguem, neste post, tenha dito. O que me choca é que as pessoas às vezes esquecem-se da origem das coisas… era apenas um desabafo não-dirigido.
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“…podendo tal consubstanciar-se em diferentes modelos de organização politica, desde que na prática assegure aqueles principios.”
O Ford modelo T também podia “consubstanciar-se” em qualquer cor, desde que fosse preto.
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Nem mais! Reduzir o liberalismo ao plano económico nunca me pareceu honesto ou coerente…
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“Mundo: McCain não se compromete a reunir-se com Zapatero
19.09.2008
Fonte: Público
Um conselheiro da campanha confirma que McCain não se quis comprometer com um encontro com o presidente do Governo espanhol. Os media norte-americanos estão dividos entre as hipóteses de «gaffe», mal-entendido e declaração política por causa da retirada espanhola do Iraque, mas o conselheiro de política externa Randy Sheunemann já garantiu que o senador sabia muito bem o que estava a dizer. ”
http://www.publico.clix.pt/videos/?v=20080919165633&z=1
E ainda há quem defenda estes americanos da treta dizendo que eles são o símbolo da democracia no mundo.
Nem sequer sabem quem é o 1º ministro de Espanha.
Comedores de Mcdonalds…
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Nem Tocqueville falava de economia nem os papas, cardeais, arcebispos e bispos do liberalismo ( Hayek, Friedman, Stigler, Buchanan, Coase, Becker, etc, etc, não esquecendo o próprio A. Smith) alguma vez falaram de humanismo, de altruismo ou de solidariedade social. Muito pelo contrário, sempre defenderam interesses das classes privilegiadas, fosse qual fosse o modo como estas obtinham as fortunas.
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Pronto a conversa interessante acerca das “matizes” do Liberalismo e da confusão que por aí vai, fica agarrada à questão britânica cujas especificidades do sistema “enganou” Montesquieu mas não o Gabriel Silva, claro.
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Como era de esperar o Estado “dá” o Estado tira.
http://www.telegraph.co.uk/news/uknews/2983652/Baroness-Warnock-Dementia-sufferers-may-have-a-duty-to-die.html
Baroness Warnock: Dementia sufferers may have a ‘duty to die’
Elderly people suffering from dementia should consider ending their lives because they are a burden on the NHS and their families, according to the influential medical ethics expert Baroness Warnock.(…)
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parecem-me mais ideias fornadas nas mentes do economicismo, essa doença infantil dos liberais.
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Há aqui uma separação entre o chamado liberalismo económico e o liberalismo social/de costumes que não faz grande sentido.
O liberalismo consiste em valorizar a liberdade acima de qualquer outra coisa, e partindo deste princípio tirar resultados práticos, que não interessa se são económicos ou sociais ou de outra natureza qualquer.
Por exemplo, aceitar como legítimo qualquer contrato livremente e conscientemente estabelecido entre duas pessoas e que apenas a elas diga respeito é uma posição tipicamente liberal (com mais ou menos nuances).
Não me parece é que faça qualquer sentido dizer que esta regra é válida quando é um contrato “social/de costumes”, mas inválida quando é um contrato “económico”,
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Dinis!
“Sabe bem que quando se fala em Liberalismo hoje, falamos de modelo económico, não no político, relativamente ao qual há quase consenso…” Eu creio que há um consenso muito mais alargado, no mundo, relativamente ao Liberalismo como modelo económico!(Aliás o liberalismo económico precede, em séculos, na história o liberalismo politico-jurídico)
Em relação à defesa e manutenção do Estado de Direito Liberal, parece-me óbvio que este prevaleceu como síntese da história e é hoje assimilado por Socialistas que nunca acreditaram nas limitações aos poderes do Estado, pelo contrário consideraram-nas um impeçilho à realização do bem comum.
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nunca pensei ver o liberalismo a cair de podre mas bem, está a acontecer. parece que a morgan stanley vai ser comprada pelos chineses.
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Justiniano: Tirando a questão cronológica (que não discuto) parece, então que estamos de acordo…É isso?
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A. Silva!
É natural!
Os credores vieram cobrar os créditos!!
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Dinis!
Creio que sim!
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Dinis!
Mas o mais relevante, e creio que é essa a motivação dos posts angustiados do CAA, que, de certo modo, espelham um estado de espírito de alguma derrota pelo momento actual, é não admitir a confusão entre o liberalismo económico, o Estado de Direito Liberal e a liberdade de circulação de bens, serviços e capitais no mundo de hoje!
Há quem esteja pronto a sacrificar o último mas nunca o segundo!
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“Tirando a questão cronológica (que não discuto)”
Compreendo que é controverso definir liberalismo económico!
Mas os traços básicos(a defesa da propriedade, a liberdade de produzir bens e serviços e a liberdade de os trocar)podem ser, pacificamente, considerados precedentes ao Estado de Direito Liberal!
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“A alegria dos especuladores pela utilização de dinheiro dos contribuintes para cobrir os prejuízos privados é absolutamente obscena. é o ‘liberalismo’ no seu melhor. p q os p!!!”
Os prejuízos foram provocados pela interferência dos Governos(incluíndo o Congresso) Americanos na economia. Se o Governo Americano tem leis que obrigam os bancos a emprestar dinheiro, tinha duas empresas Fannie Mae e Freddie Mac semi-privadas com o intuíto de espandir o crédito a todos os americnaos e o próprio FED manipula as taxas de juro que raio é que espera que aconteça? experimente começar a emprestar dinheiro a 1% e todos lhe batem á porta..
“nunca pensei ver o liberalismo a cair de podre mas bem, está a acontecer. parece que a morgan stanley vai ser comprada pelos chineses.”
Santa ignorância mais um esquerdista que nada entende. A Obsessão Americana continua.
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“liberalismo não é apenas uma teoria económica”
Exactamente.
O liberalismo designa um núcleo de ideias centrais para além das quais se desdobra em várias “espécies” (económico, político, filosófico, etc) e graus.
Não é fácil encerrá-lo numa definição,mas pode-se dizer que se centra no indivíduo e rejeita a reificação das entidades colectivas.
A sanha contra o liberalismo económico (o terrível “neoliberalismo” que assombra os dias do Dr Soares e de bastas récuas de tontinhos) entende-se facilmente: a maioria das pessoas tem dificuldade em compreender que uma ordem espontânea possa ser melhor que uma ordem planeada, apesar de a língua, a matemática, a riqueza, a Internet, o Estado de Direito, as Constituições, etc, não terem sido outorgadas por seres superiores iluminados, mas criadas na interacção livre entre indivíduos.
O liberalismo contempla uma infinidade de variantes, que vão de Adam Smith a Hayek, passando por Tocquevile, Bastiat, Stuart Mill, Popper, Friedman, Durkheim etc, etc.
Também há graus…Nozik tem uma visão restrita, Rawls uma mais lata.
De um modo geral pode dizer-se que o liberalismo concebe a sociedade como sendo composta por indivíduos que procuram maximizar o seu bem-estar, pelo que as regras devem ser tais que permitam essa demanda sem atropelar a demanda dos outros.
Admite que há indivíduos mais aptos que outros para determinadas tarefas e por isso aceita como justo o princípio de que a recompensa deve ser diferente. Isto propicia “desigualdade”, mas ela é aceitável desde que se fixe num nível tal que, para a esbater, se prejudicassem todos, a começar pelos mais fracos.
Os Drs Soares e demais esquerda bacoca, que rejeitam o liberalismo porque foram condicionados a vê-lo como o Mafarrico, vão buscar as injustiças que existem em todas as sociedades, pretendendo que “isso” é que é o liberalismo, sem perceberem que na verdade, as grandes injustiças são quase sempre o resultado da menos liberalismo.
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Caro Carlos Duarte!
Se entende que a origem do Estado de Direito Liberal se encontra na “bill of rights (Inglesa)” ou nos “Acts of Settlement” podia tão bem entender que tem origem talvez no édito de caracalla que era bem mais denso!
A dimensão e densidade dos direitos fundamentais “inerentes à dignidade da pessoa humana” plasmada na Constituição Americana não tem precedente nem sucessor no século seguinte!
A diferença entre a Constituição Americana e os seus precedentes Ingleses equivale à diferença entre a idade da pedra e a idade do bronze!
A densificação dos direitos fundamentais ia muito para além do entendimento do seu tempo, aliás apenas igualada em pleno sec. XX na Europa!
Compreendo que estejamos em época de amaldiçoar a decadencia americana, e algumas pessoas são sensíveis a esse embaraço, mas devemos ser sempre honestos com a história!!
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“Liberalismo Político? Concerteza! Separação de poderes, assembleia representativa, tribunais independentes. Não há um único militante do PS, por exemplo que não concorde com isto.”
Não vejo muita separação de poderes. Assembleia e Governo são quase uma única entidade.
Assembleia representativa com um Governo dirigista e listas de deputados? Não é uma contradição?
Tribunais independentes? O Tribunal Constituional? Com recursos distribuidos pelo Governo?
“Mas os traços básicos(a defesa da propriedade, a liberdade de produzir bens e serviços e a liberdade de os trocar)podem ser, pacificamente, considerados precedentes ao Estado de Direito Liberal!”
Sim óbviamente já nos tempos Romanos, mas incompleta. O que ainda faz mais resaltar a loucura do Século Socialista XX.
É impossível separar a liberdade da parte económica da parte política ou social. A falta de uma torna a liberdade coxa e é o autoritarismo, a falta de duas ou todas é o totalitarismo.
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como assim obsessao esquerdista americana? os blogues liberais não fazem mais nada todo o dia senão falar na américa e lamentar que portugal não seja mais parecido com os eua. Muitos deles na impossibilidade de viverem la fisicamente vivem de facto com a cabeça lá. Será desta obsessao de que está a falar? Ou vai cair nos estereotipos do costume?
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Lucklucky!
O Estado de Direito Liberal comporta o pressuposto da sua intrínseca ligação à dignidade da pessoa humana e manifesta a ideia da imponderabilidade da vida humana! Deste modo assenta numa valoração hierárquica dos direito fundamentais “inerentes à dignidade da pessoa humana” ou aqueles, sem os quais se não compreende o indivíduo humano em plena dignidade!
Desse modo a ideia de propriedade reduz-se a uma hierarquia menor, finalisticamente ordenada pela ideia de máxima eficiencia na exploração económica dos bens, uma espécie de direito de natureza económica com a sua consequente natureza relativa.
Deste modo decai perante os direitos, liberdades e garantias e o seu reconhecimento apenas existe na medida em que corresponda a uma efectiva vantagem superior à restrição que comporta para outros direitos!
Deste modo a liberdade económica assente na base da propriedade é manifestamente relativa face às liberades individuais, podendo opor-se restrições à propriedade (ou funcionalizações da propriedade) que serão admissíveis em extensão que não seria admissível face a outros direitos fundamentais!
Se fizer decair as primeiras (direitos liberdade e garantias )em relação às segundas (direitos de natureza económica e social) é que certamente estará a replicar o totalitarismo do sec. XX (e anteriores)!
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Caro Justiniano,
Não percebi. O edito de que fala apenas “extendeu” a cidadania romana ao Império, não tem relevância do ponto de vista do liberalismo, mais ainda quando foi promolugado por um Imperador absoluto (o senado, naquela época, não passava de uma fantochada).
Quanto aos direitos fundamentais que aparecem na constituição americana, desculpe, mas não percebi…
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O liberalismo politico e economico, é na realidade o modelo em voga no mundo : vg Venezuela , Bolivia , China, Russia , EUA e Portugal
só achei obsceno filmarem aquela senhora chinesa no portoalto que aplicava o liberalismo ao sector do calçado … os ASAEs então tão ufanos contra o perigo amarelo … enquanto isso a EDP tem golden share, e há milhentos de certficados obrigatórios , compulsivos para exercer actividade …os quais devem matar qq vontade de ser liberal e ser empresário…é deixar tudo para os tubarões …
… o resto da manada , anda de canga com a euribor ao pescoço 50 anos a pagar prestações ao capital liberal da banca .
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é a selecção das espécies …
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“Sua concepção da estrutura social norte-americana era baseada mais na lógica e em informações não comprovadas do que na evidência de fatos que o autor tinha pouco interesse em pesquisar. Apesar disso, durante muito tempo foi tida como verdadeira “bíblia” pela maioria dos estudiosos da sociedade norte-americana. No quadro social igualitário pintado por Tocqueville, cada americano era considerado como igual ao outro, não importando as circunstâncias de nascimento; e a riqueza era distribuída quase igualmente entre todos…. Este quadro pitoresco de uma democracia social rude e inebriante, porém, foi amplamente demolido pela pesquisa moderna.” (Edward Pessen, Status and Social Class in America, in: Making America: the Society and Culture of the United States, edited by Luther S. Luedtke – Washington, D.C., U.S. Information Agency, 1987, p. 276)
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“como assim obsessao esquerdista americana? os blogues liberais não fazem mais nada todo o dia senão falar na américa e lamentar que portugal não seja mais parecido com os eua. Muitos deles na impossibilidade de viverem la fisicamente vivem de facto com a cabeça lá. Será desta obsessao de que está a falar? Ou vai cair nos estereotipos do costume?”
Os EUA estão longe de terem uma economia liberal. É apenas em geral mas não em alguns casos particulares mais liberal ou menos iliberal que a Europa conforme a perspectiva que se olhe. Se olhar para os blogues liberais vê quantos tópicos a dizer que nos EUA isto ou aquilo é bom ou muito bom? Não vê quase nenhums, o que vê é contestações á narrativa de esquerda de que nos EUA é tudo pior que na Europa. É uma atitude reactiva. É uma destinção de valor Bom Vs Menos Mau ou suficiente que deve fazer.
No caso dos problemas do subprime a maioria foram os maus incentivos que a regulação via Congresso e a intervenção do FED(baixas taxas de juro que chegaram a 1%) e do Governo, fazendo com que muita gente estivesse habilitada a pedir crédito quando não tinha capacidade para o pagar. Há várias outras questões mas o essencial da bolha nasceu daí. Depois não há qualquer sentido de proporção na sua crítica. Quantas empresas faliram Vs as existentes?
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“O Estado de Direito Liberal comporta o pressuposto da sua intrínseca ligação à dignidade da pessoa humana e manifesta a ideia da imponderabilidade da vida humana! Deste modo assenta numa valoração hierárquica dos direito fundamentais “inerentes à dignidade da pessoa humana” ou aqueles, sem os quais se não compreende o indivíduo humano em plena dignidade!”
Como é que separa tal coisa da propriedade? Que valores você usa para fazer a tal valoração da hiérarquica?
-A Escravatura é trabalho forçado, passou a ser legítima? A propriedade de um objecto, terreno se pode ser tirado ao seu proprietário em que é que isso difere de tirar o seu trabalho/tempo etc?
-Impossibilitar alguém de trabalhar para assim ter propriedade como é que consegue separar tal coisa da Liberdade do ser Humano?
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Pegando na deixa de que um comentador mais acima, e na dicotomia “liberalismo económico”/”liberalismo de costumes”, pergunto: alguém conhece um liberal puro? Porque os defensores do liberalismo económico tendem a ser conservadores em matéria de costumes (conspurcando, portanto, a liberdade individual) e os liberais em matéria de costumes, tendem a defender uma maior regulação do mercado.Há relativamente pouco tempo, o Pedro Lomba dizia que era, precisamente, um desses liberais prodigiosos (não o conheço – o que escreve, leia-se – e se será, ou não).
Não consigo, no entanto, deixar de reconhecer uma hipocrisia incontornável naqueles que se apresentando como liberais (e não, simplesmente, como conservadores) não louvam, noutras matérias (curiosamente, muito menores repercussões para terceiros), liberdade nenhuma. Claro que arranjam sempre desculpas para coarctar as liberdades alheias, mas – vá lá, assumam! – então não são liberais. Um bom exemplo disso, foi a Quadratura do Circulo de ontem. Gostei muito das ideias do Lobo Xavier… desculpem, da irmã dele.
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l.luke qual critica? o que fiz foi uma constatação. A stanley morgan que representa na perfeição o sistema financeiro americano, responsável pela liberalização do mercado financeiro nos últimos 30 anos, entra em colapso e é comprada pela empresa de um país que representa o sistema oposto, o da hiper regulação.
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Isto é o que se diz puxar a brasa à sardinha, à sua, que bem precisa nestes longos dias, ó CAA, e talvez seja em vão, de pouco lhe valendo ainda vivo algum batalhão de tocquevilles.
Em troca, lá se contente do seu Cheney e do seu Bush, belicosos benfiquistas deste mundo louco.
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Como não estudei ciência política, alguém me diz qual é o país onde esses ideais liberais são mais aplicados ?
Já perguntei à minha tia Ambrosina, que é uma “barra”, mas mandou-me passear.
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Meus amigos o capitalismo não é mais do que uma prostitta de luxo que vende os seus serviços a quem pagar mais..o pior é sew ela tem sida ..lá vai a freguesia..mesmo que seja boato..
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Exemplos: Dinamarca..Noruega,..SUÉCIA..fINLãndia…Islãndia..países do terceiro mundo eu sei…mas por vezes há que apRender com os mais atrasADOS…
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“l.luke qual critica? o que fiz foi uma constatação. A stanley morgan que representa na perfeição o sistema financeiro americano, responsável pela liberalização do mercado financeiro nos últimos 30 anos, entra em colapso e é comprada pela empresa de um país que representa o sistema oposto, o da hiper regulação.”
Então a China tem uma lei que indica que as entidades que fazem empréstimos os têm de fazer obrigatóriamente a comunidades desfavorecidas? Ou tem uma das leis e cada vez mais complexas de contabilidade? você provavelmente não encontra país com mais regulamentos do que os EUA no sector financeiro.
Mas o problema é o conceito de olhar para o capitalismo como uma pirâmide imutável -essa visão é que faz as tantas teorias da conspiração- você procura aquilo que é impossível haver num mercado : coisas imutáveis. Provávelmente acabará daqui a uns anos, décadas a Microsoft outras nascerão e outras morrerão. Em Portugal no ano passado faliram mais de 15000 empresas. Os negócios são actividades com altas taxas de falhanço, como a cultura vigente é da segurança a todos os níveis torna-se difícil entender tal coisa.
O que eu acho estranho na esquerda é quando uma empresa abre falência, apesar de milhões de empresas existentes, é um sinal da falência sistémica. Um sistema estatizado único falha e isso não faz ninguém deixar de ser socialista. Apesar de ser o sistema todo em causa.
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Luckyluke,
A FED não é um órgão do Governo Americano. Aliás, o Tesouro Americano (Estado) decidiu esta semana, emprestar ao FED, cerca de 800 mil milhões de dolares.
———————————-
Quanto ao resto, vê-se para aqui tanto disparate, do tipo: 1) a Dionamarca, Suécia e outros nórdicos até parece que são regimes comunistas ou sequer socialistas….2) A Morgan Stanley, vil representante do capitalismo…..é só o 2º maior banco de investimento Americano, maior Ícone será a Goldman Sachs. 3) a América é um regime com virtudes e defeitos. 4) Obama veio apoiar as medidas tomadas ontem pelo Tesouro (Hank Paulson, ex-CEO da Goldman)….
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Por causa da história da galp , que deu início a esta série de posts do CAA.
O consumo de gasolina desceu , não foi? a gente ao fim de semana e tal , já não vai tão longe , ou seja gasolina para passear é racionada ; ora , a galp sentiu esse decréscimo de consumo e que é que faz? não desce o preço quando a procura diminui porque sabe que ele há muita gente que a necessita para trabalhar e não a pode racionar e assim tapa o buraco da diminuição de procura. Simples. A lógica dos traficantes: há sempre alguém viciado que paga seja o que for.
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Resumindo..se uma puta está com o cio o preço baixa..se está com o período o preço sobe se aprocura for muita pois a msma não está muito disponivel..mas a apetência do mercado está sempre sofrega..
Deixe uma Resposta -um barril de petróleo
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mesmo no crepusculo da urss também haviam pessoas que julgavam que o sistema precisava era de mais comunismo e novas oportunidades.
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“A FED não é um órgão do Governo Americano. Aliás, o Tesouro Americano (Estado) decidiu esta semana, emprestar ao FED, cerca de 800 mil milhões de dolares.”
Para quê esta terminologia hipócrita?
O que o Tesouro Americano (Estado) decidiu esta semana, foi dar ao FED uma ordem de impressão de notas no valor de cerca de 800 mil milhões de dolares…
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Eu até concordo que o economicismo principalmente envolvendo “eficientismo” como prejudicial.
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Caro CAA,
Subscrevo o que dissestes.
É hora para reflectir sobre assuntos que foram deixados de lado em virtude do economicismo das últimas décadas.
Temas como a soberania, a defesa nacional, a política externa(vivemos a beira de tempos conturbados), a justiça, a moeda e a constituição, tão caros aos liberais do passado, devem ser imediatamente retomados.
O país vai a reboque de um projecto sobre o qual não possui nenhum controlo. É um facto que hoje a maior parte das nossas leis vêm prontas de fora, com a assinatura da UE e da ONU, ou são aprovadas por pressão de lobbies financiados por bilionárias fundações. Chegamos ao ponto de entregar o monopólio da emissão da nossa moeda a uma instituição que obedece ordens estranhas, de um poder que também está por detrás da actual situação financeira mundial(Não sou eu que o digo, para o constatar basta consultar Murray Rothbard(.
Se isso acontecer, será uma verdadeira restauração.
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“O que o Tesouro Americano (Estado) decidiu esta semana, foi dar ao FED uma ordem de impressão de notas no valor de cerca de 800 mil milhões de dolares…”
Essa é que é essa! E o resultado vai ser uma inflação galopante que se fará sentir dentro do pouco tempo.
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Uma palavra aos liberais por vezes descrentes do liberalismo:
Credo in Deum Patrem omnipotentem,
creatorem coeli et terrae,
et in Iesum Christum,
Filium eius unicum,
Dominum nostrum,
qui conceptus est de Spiritu Sancto,
natus ex Maria Virgine,
passus sub Pontio Pilato,
cruxifixus, mortuus et sepultus,
descendit ad inferno (vel ad inferos),
tertia die resurrexit a mortuis,
ascendit ad coelos,
sedet ad dextram Dei Patris omnipotentis,
inde venturus est iudicare vivos et mortuos,
Credo in Spiritum Sanctum,
sanctam Ecclesian catholicam,
sanctorum communionem,
remissionem peccatorum,
carnis resurrectionem,
et vitam aeternam.
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Caro Carlos Duarte!
“O edito de que fala apenas “extendeu” a cidadania romana ao Império, não tem relevância do ponto de vista do liberalismo”…Se assim entende!!
Para além do “these truths to be self evident” recebida como elemento material da constituição, pode ler “the bill of rights” em especial o IV, V, VI e IX, cuja densidade se mantém ainda hoje actual!
Lucklucky!
A ponderação parece-me evidente! A vida e as liberdades são em si valores absolutos no sentido em que se não relacionam com outra qualquer natureza nem são instrumento de realização de nenhum outro valor sendo o valor em si!
A propriedade não creio que tenha a mesma natureza! Creio ser um instrumento de realização do indivíduo…quanto ao trabalho temos de distinguir entre o trabalho em sentido lato como elemento da liberdade do homem e nesse sentido falaremos de liberdade de trabalhar e o trabalho como relação jurídica entre dois sujeitos que terá uma natureza menor!
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VIVA o ESTADO! LOL
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Caro Justiano,
Não estou com muita paciência para andar a ler lei britânica para poder apresentar citações corrects, mas todos esses artigos (eventualmente com algumas adaptações devido a existência de um soberano) já existiam na tradição britânica (que no caso anglo-saxónico implica que formam precedentes legais) e foram desta retirados. Não “inventaram” nada… quanto muito, clarificaram e passaram de lei ordinária a lei constitucional (o que não faz sentido no caso britânico, que não tem constituição).
Quanto ao Édito de Caracalla, continuo sem perceber como a extensão da cidadania romana a todos os habitantes livres (pois é…) do Império é relevante. Do ponto de vista dos romanos foi uma afronta, uma vez que estes consideravam apenas os italianos (e com reservas) como Romanos, sendo os restantes territórios colónias e dependencias. A única coisa que o édito consagra, se quiser, é a institucionalização do Império Romano.
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Como é que o CAA gosta tanto de um católico fervoroso como Alexis de Toqueville e que dava tanta importância aos sentimentos religiosos das sociedades,nomeadamente da americana?Como é que um ateu tão convicto e consequente,como dizem os PCs,cita e elogia Alexis de Toqueville? Estará em marcha um processo de conversão?À atençâo do Pedro Arroja!
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Caro Carlos Duarte!
“Não “inventaram” nada… quanto muito, clarificaram e passaram de lei ordinária a lei constitucional (o que não faz sentido no caso britânico, que não tem constituição).”
Quanto muito!!!???
Se não reconhece a alteração substancial que a constitucionalização provoca na densidade de direitos e garantias “reconhecidas” aos indivíduos, enquanto tal, será inútil qualquer discussão sobre a salvaguarda do Estado de Direito Liberal e da sua origem prática.
Quanto ao édito de caracalla não tenho pretensão de preleccionar história do direito romano, mas posso adiantar que as liberdades e direitos tutelados pelo direito romano apenas se aplicavam aos cidadãos romanos.
Em todo o caso não lhe disse que o édito de caracalla é fundador do Estado de Direito Liberal apenas lhe disse que era um contributo como o foi a magna carta ou o bill of rights inglês e muitos outros na Europa Continental, sendo que nenhum destes actos é constitutivo do Estado de Direito Liberal!
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