Brincar ao faz de conta da igualdade
Em português corrente pequeno é quase sempre sinónimo de bom. Um bairro de vivendas pode ser uma aberração arquitectónica e estar implantado numa arriba, mas será sempre visto como um mal menor ao pé de um edifício de dez andares, simplesmente porque as vivendas caem no paradigma do pequeno e o prédio do grande. Transposto para a ideologia, temos a diabolização das grandes fortunas e dos grandes grupos económicos, como se a grandeza fosse um mal per se ou dela resultasse a pobreza alheia. A visão que temos dos pequenos partidos enquadra-se nesta concepção benévola de tudo o que se nos apresenta como pequeno. Assim considera-se que os pequenos partidos serão mais transparentes, mais honestos e mais coerentes do que os grandes partidos. Na verdade, não sabemos nada acerca dos ditos “pequenos partidos”, em boa parte porque eles só dão sinal de vida aquando das campanhas e estas em muitos casos resumem-se à cobertura jornalística das declarações dos respectivos dirigentes. Muitos dos pequenos partidos apenas existem na comunicação social e graças a ela.
Contudo, esta concepção amistosa dos pequenos partidos pode ter-se quebrado nas recentes legislativas, quando alguns dos pequenos partidos recorreram para a justiça procurando desse modo impor a sua presença nos debates organizados pelas televisões. Como se sabe, um tribunal deu razão a duas dessas providências cautelares e assim acabámos com juízes a determinarem sobre conteúdos editoriais como quem decide tempos de antena. Esta foi uma péssima decisão. Em primeiro lugar, porque não cabe aos tribunais decidir sobre opções editoriais e em segundo porque, para travar este igualitarismo televisivo, os partidos com assento parlamentar serão facilmente tentados a tornar mais exigente a legislação sobre a constituição dos partidos. Note-se que três desses partidos, o POUS, o PDA e o PH, não conseguiram sequer chegar aos cinco mil votos nestas legislativas, o que leva a questionar se conseguiriam hoje reunir sequer as cinco mil assinaturas necessárias à constituição de um partido. E naturalmente ficou sem legitimidade o argumentário que muitos dos pequenos partidos apresentaram ainda em Fevereiro deste ano, quando contestaram a respectiva lei de financiamento. “Não pode ser tratado da mesma maneira aquilo que é diferente“, argumentava então Carmelinda Pereira, do POUS, reivindicando uma contabilidade simplificada para os pequenos partidos. Mas isso era em Fevereiro. Em Junho já eram todos iguais.
Nas próximas legislativas alguns dos actuais pequenos partidos talvez já não existam. Outros como o PAN e o MRPP poderão conseguir representação parlamentar, sendo que no caso do MRPP a sua presença no Parlamento fará dos outros deputados uns sérios candidatos à beatificação. Por resolver ficarão os partidos que ninguém sabe sequer quantos eleitores têm ou sequer se os têm, como é o caso do Partido Ecologista Os Verdes, que, à beira de celebrar 30 anos de existência, nunca foi capaz de se apresentar sozinho a votos.
Como se vê nos partidos, como em tudo o mais, brincar ao faz-de-conta da igualdade pode ser uma coisa um bocadinho perversa.
*PÚBLICO
Obs. Ainda a propósito do MRPP estou mais ou menos como o Tomás Vasques

BRINCAR AOS JORNALISTAS
A democracia é de facto uma maçada para muitos jornalistas, que afogando a voz e emperrando a caneta retardaram ronceiramente a remoção de Sócrates. E com crónica visão turva nem viram Passos ganhar-lhe o debate. Sobra-lhes o “incómodo dos pequenos partidos”. Muitos dos grandes mistificadores que glorificam, só existem na comunicação social, graças a ela, a bondosas linhas editoriais e a escrivas alinhados, serventuários do poder.
GostarGostar
Como se da grandeza resultasse a pobreza alheia! Claro que sim, num mundo onde o crescimento real agregado ficou limitado pela disponibilidade de recursos, para já, energia e alimentação, passe a redundância, isso será CADA VEZ MAIS uma certeza. Agora, se resulta de pobreza no mesmo país ou não, é coisa que depende de como foi construida essa grandeza. Convençam-se que a economia tradicional cada vez funciona menos.
GostarGostar
Os pequenos partidos têm razão em apelar à justiça. Em 2009 era-lhes negada a presença nos debates dos 5 por critérios jornalísticos. Mas quando um dos pequenos se destacava e tinha acções de campanha dinâmicas, era-lhe negada cobertura jornalística para não ficar em vantagem sobre os outros pequenos partidos!
O sistema actual cria barreiras artificiais à entrada de novos partidos no sistema. Quem defende a liberdade não terá dificuldade em perceber que isto só prejudica o eleitor que acaba por estar limitado na sua escolha.
Já que não queremos “brincar ao faz de conta da igualdade” poderíamos no mínimo ter um círculo nacional, garantindo que cada partido tinha uma representação proporcional aos votos obtidos.
Andamos a brincar, sim, mas é com a democracia e com o jornalismo.
GostarGostar
ontem tentei digerir o artº de helena matos no público…debalde!!!
podia fazer um estágio com VPV…
GostarGostar
Eu mantenho a firme opinião que este país está há muitas décadas entregue a uma elite de poderosos senhores que vão rodando no governo para os tachos chegarem a todos. Um compadrio consentido e bem representado, de fingidos ódios em frente ás câmaras, e apertos de mãos nos corredores. E os portugueses acreditam mesmo que ali há rivalidades e eriçam-se contra os maus ( que a seu ver são os do partido que não gostam) e enchem-se de piedade dos “bons”.É a alegria da casa… Qual novela mexicana que leva os portugueses a sentir forte no peito, como se a eles estivessem a fazer mal. Depois nos bastidores é só amizades e as coisas tem que ficar em bom termo pq há muitos tachos que tem que ser dados mesmo ao partido adversário. Faz parte das regras. Os Pequenos partidos são apenas figurantes da novela, desprovidos ainda de poder estimular sentimentos na plateia.
Agora uma coisa é certa, seja qual for o partido que chegue ao poder as premissas já estão traçadas, o dados já estão lançados, e o jogo está viciado. Não há como não alinhar no despesismo e corrupção que por ali prolifera, sem que arraste para a lama uns quantos cabecilhas políticos fulcrais na praça politica, e para isso ainda está para nascer o candidato que vai ter ….. para enfrentar o touro pelos cornos. Por isso contem com a continuação da novela do costume de corrupção, despesismo, tachos, favores etc pq o problema nunca foi dos candidatos mas sim do poder politico estar sem governo e sem limites.
GostarGostar
Zita,
muito bem dito .
Não há democracia nenhuma quando os concorrentes não têm a mesma exposição , pois toda a gente sabe que tudo o que não aparece na TV é tratado como se não existisse.
GostarGostar
Os jornalistas são pessoas com acesso ao divino e por isso devem ser eles a determinar quais os partidos que devem existir.
.
A lei e a democracia são uma chatice, não devemos perder tempo com esses pormenores, pois os jornalistas é que sabem o que deve ser escolhido pelos portugueses.
.
Os jornalistas sabem de tudo, desde ciência, economia, legislação, filosofia, artes, tudo é fácil para um jornalista.
GostarGostar
Não obstante . . .
Se não fossem eles lutarem (na sua maioeia . . .) pela liberdade de expressão,
pela imprensa livre, e se se deixassem acobardar/corromper pela política
(como no caso paradigmático Sócrates/M. Moura Guedes) *isto* ainda estaria
um millhão de vezes pior . . .
GostarGostar
Sou contra os tempos de antenas e contra os debates oficiais.
Também sou contra assubvenções públicas aos partidos.
Os partidos, as campanhas e as respectivas publicidades devem ser por conta exclusiva das respectivas organizações e com os apoios e donativos dos militantes e simpatizantes.
Quanto aos debates as televisões devem ter a liberdade de promovê-los de acordo com critérios jornalísticos.
Como nos Estados Unidos da América, a Pátria da Liberdade.
GostarGostar
Em Portugal, existem, alguns Jornalistas, também há, moços de recados e lambe botas.
A grande maioria dos “jornalistas”, acha, que a sociadade deve ser aquilo, que eles acham, querem ser eles a realidade.
Continuam, como no século passado, servis dos poderes.
GostarGostar
Esta malta dos jornalistas não tem vergonha e não se vê ao espelho ?
.
Quanto manipulação existiu na comunicação social nos ultimos tempos ?
.
Mas os jornalistas é que fazem politica ou devem informar e relatar imparcialmente ?
GostarGostar
Em primeiro lugar (que agora á moda…), o assunto não interessa puto. Em segundo, os de(puta)dos que andam pelos par(a)mento a roçaar-se pelas cadeiras, quando são menos de 20 ou30 só andam a chatear, a fazer perder tempo e a sacar dinheiro dos contribuintes. Por último (isto é, em teceiro lugar), os três mais votados – e assim como estão – ficam muito bem na fotogafia e dizem menos disparates.
Se conseguissem correr com o socoalistas e socretinos, que a começar por uma data de idiotas do estilo Francisco Assis (que nem o nome honra…) e comparsas e a Roseira de Belém que, como as outras linguarudas, nunca maiis se cala, é mais feia que uma chiba – nenhuma se aproveita naquele ramalhete bichoso -. aquela gentinha não está ali a fazer nada e só complica… e o pior á que levam uma data de dinheiro para casa que não mereceriam mesmo que fossem encarregadas da limpeza das salas e salão, isto é, promovidas a mulheres de limpeza.
GostarGostar
Já tinha fechado isto quando, de repente, me lembrei da Ana Gomes, uma de(puta)da horrorosa e que me põe os cabelos em pé só pelos dislates que aquela imbecil é capaz de fazer, a dar no estrangeiro exemplos daquilo que, apesar de tudo, as portuguesas não são.
GostarGostar
Tudo o que é pequeno é bom, salvo seja. O PNR é mau, por causa do fássssismo e isso. Já o PAN é bom, o MRPP também e o POUS idem, embora por razões diferentes. O PPV também não será muito aconselhável, porque reaccionário e pouco progressista. Ao contrário do PH, tão nietzscheano que até dói. Que tais partidos só aparecem ou dão sinal de vida quando das campanhas eleitorais não é correcto. Eu, quando andei lá pelas bandas do PNR, reparei que até havia bastantes actividades extra-eleitorais que, naturalmente, não eram consideradas pela comunicação social e etc. O que é normal. Se até o Roger Scruton foi crucificado por participar em conferência do VB sobre um assunto sério, quanto mais o pequeno e malévolo PNR que fazia conferências não-fracturantes.
GostarGostar
A DGERT tem por missão apoiar a concepção das políticas relativas ao emprego e formação profissional e às relações profissionais, incluindo as condições de trabalho e de segurança saúde e bem-estar no trabalho, cabendo-lhe ainda o acompanhamento e fomento da contratação colectiva e da prevenção de conflitos colectivos de trabalho e promover a acreditação das entidades formadoras.
Tudo uma grande mentira, as provas são dadas com o despedimento colectivo de 112 pessoas do CASINO ESTORIL
“Para Os Trabalhadores da empresa casino estoril no final se fará justiça, reconhecendo a insustentabilidade de um despedimento Colectivo oportunista promovido por uma empresa que, para além do incumprimento de diversas disposições legais, apresenta elevados lucros e que declara querer substituir os trabalhadores que despede por outros contratados em regime de outsoursing”.
GostarGostar