As setas, os asteriscos e a maldição dos quadros explicativos*
Alinhei-os todos numa mesa. Vão desde a antiga 4.ª classe ao actual 12.º ano. São várias dezenas de manuais escolares das disciplinas de Português e História, ou melhor dizendo, dos vários nomes que essas duas disciplinas têm tido ao longo dos últimos 40 anos. O resultado é assustador.
1.Crianças grandes. Ao arrumá-los por data de publicação o que imediatamente sobressai é a infantilização patente nos actuais manuais. Por exemplo, um manual de Português de 1972, usado no equivalente ao actual 7.º unificado, só tem paralelo no trato adulto daqueles a quem se dirige nos manuais actualmente destinados ao 10.º ano (e mesmo assim o 10.º ano está aqui com muita benevolência). Hoje dificilmente encontramos nos manuais de Português uma página em que só haja texto. Que não tenha uma caixinha com linhas de leitura, um quadrinho explicativo, um asterisco a indicar os significados das palavras tidas como difíceis, uma fotografia daquelas de banco de imagem que dão bem com tudo, umas ilustrações quase invariavelmente a remeterem para os livrinhos do jardim-de-infância, o crucigrama (vulgo palavras cruzadas) e o inevitável quadro das correspondências.
Na fantasia barroca constituída pelas páginas destes manuais detecta-se uma espécie de horror ao vazio, ou seja, à possibilidade de alunos e professores ficarem sós perante um texto. É como se alunos e professores tivessem como objectivo não aprender e ensinar mas sim a execução de umas actividades comuns. De preferência envoltas numa parafrenália lúdico-desconstrutiva que os tornará “giros”.
Como já escrevi várias vezes, tenho inúmeras reservas quanto ao desperdício de dinheiro e papel representado pelo facto de em Portugal não se reutilizarem os manuais escolares. Contudo, no que ao conteúdo dos manuais respeita, creio que os editores se limitam a seguir o ar do tempo. E o ar do tempo das últimas décadas levou a que se tratassem os jovens como adultos no que respeita à sua sexualidade, lazer, poder de compra, e como crianças no que toca aos seus deveres e à sua condição de alunos. É tempo de nos interrogarmos como pode ser possível que os alunos dos anos 70 resolvessem no equivalente ao actual 9.º ano testes que agora fazem vacilar os seus colegas do 12.º ano.
Os alunos de hoje não são menos inteligentes que os do passado, as escolas estão actualmente muito melhor apetrechadas, por pouco alfabetizados que sejam os pais de muitos alunos certamente que têm muito mais habilitações que os pais das gerações anteriores. Mas creio que se há 40 anos nos tivessem tratado como criancinhas o resultado não teria sido nada diferente do actual. Provavelmente, teria sido até bem pior.
2.O horror à literatura e aos livros. Se alguma coisa emana dos manuais de Língua Portuguesa ou Português do 9.º, 10.º, 11.º e 12.º anos é um profundo fastio aos livros em si mesmos. Obras como O Auto da Barca do Inferno, Os Lusíadas, A Aia, Folhas Caídas, O Primo Basílio ou Os Maias são devidamente esquartejados em capítulos, excertos e parágrafos seleccionados. O critério para esta segmentação está longe de ser claro – num dos manuais mais populares em vigor no 9.º ano não consta o episódio do Velho do Restelo – e basicamente as obras são desconjuntadas de molde a ilustrarem as teses que constam nas fichas de leitura e quadros interpretativos. Creio que muitos alunos terminam o 12.º ano sem terem consciência de que aqueles pedaços de texto constituem livros e que esses livros têm muitas outras páginas que mereciam ser lidas. Por fim, esta apresentação “mastigada” de alguns dos nossos melhores autores contribui para aquela nefanda ideia de que existem livros fáceis e livros difíceis.
Seria um extraordinário contributo para o gosto pela literatura que em vez desses grossos volumes de literatura às postas que são os manuais do 10.º ao 12.º anos, os alunos passassem a usar as edições anotadas destas obras, cujo valor monetário todo somado é mais ou menos o do manual.
3. Sem rei nem roque. A tabuada e os reis foram durante anos os símbolos da pérfida memorização. As crianças memorizam canções, dezenas de nomes de actores, jogadores, cantores, jogos, etc., mas memorizar o nome dos sucessores de D. Afonso Henriques e a tabuada dos nove eram exercícios vistos como desumanos, além de inúteis.
O paradigma da total inutilidade ia para os exames cuja extinção era tida como certa. Se procurarem nas edições do Diário de Lisboa e do Diário Popular dos anos 80 encontrarão vozes tidas como profundamente informadas na matéria desenhando um futuro onde os exames não constariam. Como se percebe, a profecia sobre os exames transformou-se numa maldição e agora vivemos assombrados pelo peso dos exames escolares.
A tabuada também já foi recuperada. Já os reis, entendendo por reis a sequência cronológica da História de Portugal, continuam arredados. Porque o ensino cronológico da História, sobretudo tendo essa cronologia como marco a figura de cada rei, foi vista como uma opção reaccionária perante a modernidade representada pela apresentação da História como os movimentos da burguesia e do povo contra a aristocracia, depois do povo contra a burguesia… enfim, tudo sempre no colectivo. Com o passar dos anos foram-se incluindo uns rostos no meio dessas movimentações sociais mas não se percebe qual a continuidade entre os factos. No 8.º ano de escolaridade pula-se do desenvolvimento do iluminismo para as invasões francesas e posteriores revoltas liberais. Como praticamente não se refere o reinado de Dona Maria I, e a transferência da corte portuguesa para o Brasil é resolvida em duas linhas, o mínimo que se pode concluir é que os alunos das escolas portuguesas sabem tão pouco que nem percebem que nesta narrativa falta qualquer coisa.
É certo que os alunos quando chegam ao 8.º ano já ultrapassaram aquela que deve ser a mais espantosa súmula da História de Portugal. A saber, o programa do 5.º ano, que começa com os povos recolectores na Península Ibérica e vai até ao absolutismo do século XVIII. Pelo meio, devidamente arrumados em unidades, ficaram, e passo a citar o índice de um manual em vigor: os povos agro-pastoris, os povos visitantes, os romanos, os muçulmanos, o reino de Portugal, os grupos sociais e actividades económicas no século XIII, as terras senhoriais no século XIII, os mosteiros no século XIII, os concelhos no século XIII, a crise de 1383-1385, as descobertas do século XV, o império português nos século XV e XVI, o encontro dos mundos, Lisboa quinhentista, o tempo dos Filipes e a Restauração, o açúcar e o ouro do Brasil.
A não ser que os infantes de dez e onze anos que frequentam o 5.º ano tivessem uma preparação de excelência a História no ensino primário – e não têm e provavelmente nem deverão ter -. só podem sair completamente desnorteados destas aulas, destes programas e destes manuais.
4.Será que é desta? Penso que com uma crise desta dimensão fica óbvio que não se pode continuar a impor às famílias que gastem em média cem euros por cada filho em idade escolar em manuais. E também não se deve considerar que o Estado pagará por aquelas que têm menos recursos.A partir do 5.º ano, os manuais escolares podem e devem ser utilizados mais do que num ano lectivo. Deitá-los fora como hoje acontece é um desperdício intolerável que agora se tornou também insustentável.
*PÚBLICO
Obs. Sobre os manuais escolares aconselho a leitura deste texto de Paulo Guinote: História, memória e manuais escolares

Há una anos descobri em casa dos meus Pais alguns livros que usei na escola primária, entre os quais o livro de historia da antiga 4ª classe, um livrinho com a capa azul.( Fiz a 4ª classe está agora a fazer 50 anos). O meu filho mais velho, que sempre gostou de historia, devorou o livro, e depois disse-me que viu lá coisas que estava a aprender nesse ano. No 9º ano!
Mas disse-me mais. Disse-me que a maneira como o livro apresentava a materia, era muito mais facilmente entendivel do que o livro por onde ele tinha que estudar. Ainda ficamos admirados por gastarmos milhares de milhões para “educarmos” analfabetos.
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É a verdade inteira. Hoje, os alunos são mais adultos em tudo, menos no respeito e inteligência que se pede. E esses livros não passam de bonequeira infantil e rebuscada, inteiramente verdade.
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A Helena nao sabe do que fala. Parte para analise dos manuais (e dos programas) com uma atitude contraria a genuina atitude critica. Quero dizer, o seu objectivo e exactamente confirmar os seus preconceitos anteriores ao inves de tentar compreender e reflectir verdadeiramente o que se lhe apresenta. O resultado esta a vista: a Helena confirmou tudo o que ja sabia, tinha toda a razao (claro!!!), e nao aprendeu nada. Entretanto mistura duas problematicas diferentes e a meu ver completamente ortogonais: o reaproveitamento dos manuais e a questao dos programas e da forma como estes se articulam com os tais manuais. Na questao dos programas volta a misturar tudo outra vez: confunde o modo como os conteudos sao apresentados nos manuais com os programas per si (dir-se-ia que o professor nao esta na aula a fazer nada, que nao distribui materiais pedagogicos complementares, que nao da apontamentos etc etc etc). A Helena ate pode ter frequentado o liceu nos anos 70 mas olhe que os artigos que sistematicamente faz publicar revelam acima de tudo um olhar completamente enviesado sobre a realidade, incapaz de se libertar duma visao preconcebida da mesma. Isto nao e um artigo nao, e retorica. Da ma!!!!
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É uma estratégia de poder.
A Esquerda precisa de crianças burras para ter um povo burro, que não saiba fazer contas, não sabe o que é o Défice, o que é a Dívida Publica, nem quer saber mais.
É essa simplesmente a razão.
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Já nos anos 80 , quando inventaram que notas de 0 a 20 eram discriminatórias e as substituiram por 0 a 5, como se a discriminação não fosse essencial à escola para esta ser útil- os livros eram um pastiche desconjuntado.
Um criança aprendia muito mais a ler um boa enciclopédia do que a ler a porcaria dos manuais.
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@ lucklucky
Não é de 0 a 5, é de 1 a 5. E ai do professor de dê 1, é uma heresia. E dar 2, também não é bem visto. Na prática, as notas começam no 3 e vão até ao 5.
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Ao escrever que ” os artigos que (a Helena) sistematicamente faz publicar revelam acima de tudo um olhar completamente enviesado sobre a realidade, incapaz de se libertar duma visao preconcebida da mesma”, o José demonstra claramente quem é que tem “um olhar completamente enviesado sobre a realidade”.
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Vamos a ser inteligentes Jose:
Se os manuais (que quere branquear) estão contra os programas não seriam certamente publicados.
Tambem não se concebe que a presença do professor na aula contraeie os programas superiormente
definidos pelo Ministério.
Por outro lado as matérias *de fscto* não vai desmentir ACSilveira que para isso teria de ir ao pormenor.
Logo (ERGO) o preconceito vem a ser SEU (de que agora os cursos são mais exigentes).
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Um aparte. Nunca percebi por que os livros de texto, que em tempos mais apertados ficavam
incólumes de irmão mais velho pra o mais novo, AGORA têm que ser anotados pelos alunos.
MAS QUE INÚIIL GASTO DE PAPEL (não será apenas uma mina de dinheiro para as Editoras?)
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@licas,
Afirma no seu comentario que eu disse coisas que, de facto, nao disse:
1 – Nao disse que o ensino agora e mais exigente do que antigamente.
2 – Nao tentei branquear os manuais.
A critica que fiz a Helena prende-se sobretudo com a forma como ela apresenta a tese que pretende veicular tanto a respeito da educacao em geral como a respeito dos manuais em particular. Ela apoia-se sobretudo em preconceitos, ideias feitas, lugares comuns e exemplos discricionarios e depois debita opinioes que misturam tudo.
O licas padece de doenca mais grave: le o que nao esta escrito, inventa e ve o mundo a preto e branco (e o que se conclui do seu comentario). Veja bem licas… Os manuais sao um instrumento pedagogico e inserem-se num conjunto de instrumentos pedagogicos que devem ser articulados por forma a garantir a aprendizagem dos conteudos e a aquisicao das competencias que constam do programa. Ora esta articulacao deve ser gerida em primeiro lugar pelo professor, mas tambem (pasme-se!!!) pelo aluno. Sendo um instrumento pedagogico entre varios (fichas de leitura, notas das aulas, livros de apoio, etc etc etc), os conteudos que um qualquer manual veicula nao tem de coincidir perfeitamente com os conteudos da disciplina (pode incluir detalhes que nao fazem parte do programa e pode excluir detalhes que ate constam). Mas mais, ha conteudos que nao cabem no ambito de um manual. Eu dou-lhe um exemplo: a leitura integral d’”Os Maias” consta do programa do decimo primeiro ano de Portugues. Ninguem esta a espera que o manual contenha a transcricao completa do romance integral. Ha que compra-lo separadamente, o que nao quer dizer que a sua leitura nao esteja no programa.
Acrescento apenas mais uma nota. A Helena Matos critica as caixas de texto e acha que elas servem apenas para infantilizar a exposicao da materia. Nada mais falso, estas caixas de texto servem, as mais das vezes, para apresentar pequenos excertos de documentos muito relevantes de autores conceituados e assim conseguir veicular uma visao mais plural dos conteudos. Lembro-me, por exemplo, de encontrar no meu manual de Portugues do decimo segundo ano, fragmentos de ensaios do Prof. Eduardo Lourenco e do Prof. Prado Coelho nessas tais caixas de texto.
Sublinho mais uma vez que nao estou a defender os manuais, estou simplesmente a observar que a vida (assim como os manuais) nao e a preto e branco.
@joaquim: nada a dizer.
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Eu fui recentemente, durante a pré reforma, um ‘aprendente’ de Sociologia.
Não é que tendo atingido os sixties, acabei por descobrir em alguns manuais
este enriquecimento linguístico?
Em vez de Professores e Alunos:
há agora nas escolas, seres ‘ensinantes’ e seres ‘aprendentes’.
Creio que a bem da dignidade dos antigos Contínuos.
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Sócrates tinha razão.
Ele sabia melhor do que ninguém que o actual «sistema de ensino» era (e continua a ser) uma boa merda.
A escola deve ser um local de trabalho e não um espaço de recreio.
E quem quiser fazer «experiências educativas» que faça com o seu dinheiro, e não com o dinheiro dos contribuintes!
Mass o PSD tinha «pena» dos senhores professores, coitadinhos…
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Jose
Primeiro de tudo, peço perdão de me ter imiscuido no que era afinal uma
conversa entre si e a Helena: não deveria ter feito.
Segundo, não afirmou explicitamente que o ensino entretanto melhorou . . .
Só que existe, em qualquer texto, o explícito e o implícito, parte em que ao receptor
é pedido intuir. Na forma popular : o que é que ele (o emssor) quere chegar?
FINIS EST.
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Aquele José nada tem a ver com o José do Portadaloja- ó tricas. Nota-se a milhas.
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“Em primeiro lugar”, expressão muito usada pelos socretinos, este tema é perfeitamente pertinente.
Seria interessante varrer todo o lixo que se foi acumulando ao longo dos anos e que só contribui para a parvoíce espalhada por toda a parte e que “os meios de comunicação”, em particular, as televisões tanto se esforçam para aumentar.
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Não me atrevo a discutir a substância dos posts do Jose. Admito até que tenha razão. Agora que o estilo da sua “narrativa” soa a Circular do Ministério da Educação, lá isso soa.
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Hawk:
.
Este não é o José do Portadaloja!!!!!
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Cara Helena Matos:
Excelente artigo! Andava, desde há muito, para escrever algo semelhante, poupou-me o trabalho. Se bem que, como sabe, ainda há bastante mais a dizer.
Quanto ao José, não percebe nada nem de Ensino nem de Educação. Infelizmente, a quantidade de gente de baixo nível cultural que – na sequência da reforma iniciada (já lá vão 25 anos!) pelo sr. eng.º Roberto Carneiro – passou a sair quer das universidades quer das ESE’s, inundando as escolas do ensino básico e secundário com uma visão pedagógica do mesmo calibre, é já de tal monta que, sem uma reciclagem de conhecimentos e de formação dos professores, será impossível qualquer reforma efectiva e credível. Pela simples razão de que serão, em grande medida, pela sua própria formação enquanto alunos, incapazes de acompanhar um movimento de maior exigência e rigor, tanto na leccionação (onde confundem esses termos com os de “elitismo” e rigidez) como na aprendizagem (onde os confundem com o de “desprazer”) – diga-se, já agora, que os bons alunos (o gabinete de pedagogia do ME, apesar dos seus esforços, não conseguiu extingui-los por completo) procederam sempre, durante este ominoso quarto de século, ao contrário do que os alçados a pedagogos lhes sugeriam; foi essa sua rebeldia que os salvou do descalabro.
Por tudo isto, cara Helena, é que, apesar de todos os artigos que possam escrever-se e de toda a razoabilidade que neles possa existir, eu me mantenho céptico quanto à possibilidade de haver uma próxima e verdadeira reforma no ensino em Portugal. A dimensão das resistências que, pela inércia fomentada e instituída (com a devida aparência de dinamismo, de modo a vingar com absoluta segurança), se lhe oporão é tal que não demorará muito a ser neutralizada e desacreditada.
Mas, enfim, veremos.
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Os paradigmas alteraram-se e vocês continuam a falar de flores.
Bibliotecas vivas nos bairros, nas escolas e nas casas dos nossos aluno já. Livros de papel e digitais. Ler e sentido crítico capacidades a fomentar em casa, na escola e por aí…
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“É tempo de nos interrogarmos como pode ser possível que os alunos dos anos 70 resolvessem no equivalente ao actual 9.º ano testes que agora fazem vacilar os seus colegas do 12.º ano.”
E depois, como é que alguns professores os corrigiam?
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Excelente post !!
Acho que só aqueles que não podem comparar, através de vivência própria, o que
foi aprender por manuais pouco ou mesmo nada ilustrados, com as porcarias a que
hoje chamam manuais é que ainda defendem estes. Afirmar como o José (não é o da
Porta? não desmentiu isto) que para lá dos livros existem as fichas, as “notas das aulas”, livros de
apoio, etc, etc, etc não é relevante, pois tudo isso pode acumular com Manuais mais substanciais,
e menos infantis. Já agora, deixo o meu exemplo de aluno do secundário, um de 5 filhos, de pais pobres,
no inicio dos anos 80 frequentei o 10º, 11º, 12º anos e nalgumas disciplinas não havia dinheiro
para comprar manuais… havia que optar por quais… Havia isso sim aqueles profs que se empenhavam
e TODA a matéria era escrita/esquematizada/diria esquartejada nos quadros das salas de aula e outros
que iam para lá falar do Benfica ou das novelas da TV, com risada pelo meio….. Um bom professor
tornava absolutamente irrelevante um manual e lembro-me que na matematica, nem o seguiam;
mas a sua pessoal sequencia de fichas, indo apenas buscar demonstrações de teoremas e alguns
exercicios se necessario. Apesar das dificuldades lá consegui entrar em Medicina em 1983, um ano
de numerus clausus muito apertado. Portanto não vale a pena defender a “colidade” dos manuais actuais.
As Escolas ditas Superiores de Educação (ex:Piaget, etc) são um cancro no sistema actual, por isso
não são adquiridas competencias nas escolas publicas, é ver os politicos, até como o Sócrates, a
pôr os filhos em escolas elitistas privadas….
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