Dogma das fronteiras
18 Fevereiro, 2008
Em África também existe o dogma das fronteiras coloniais, o que, como se sabe, tem contribuido para o clima de paz que prevalece em todo o continente pelo menos desde o início dos anos 60.
18 comentários
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Hehe. No entanto esse raciocínio só é valido se partirmos do principio que as coisas não podem ficar ainda piores, inversamente essa pior situação também pode eventualmente contribuir para uma mais solida estabilização. O que é pior uma guerra civil por 20 anos ou uma Guerra Convencional mais destrutiva por 4?
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A verdade é que esas fronteiras políticas se têm mantido estáveis e não têm originado qualquer guerra. as guerras em áfrica nada têma ver com as fronteiras polticas.
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Contraponto: no pós 1ª guerra mundial não existia o dogma das fronteiras- desmantelaram-se imperios e criaram-se novos estados. Em 39 começou a 2ª GG.
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As guerras em Africa, são tribais, facto, que continua por arrumar em todo o continente, por isso continuarão a ser uns desgraçados, mesmo que o seu solo tenha matèrias primas e ou petroleo.
Por isso as classes ditas superiores, fazem uma vida regalada e
eternizam-se no poder (dá vontade de rir quando se lembra a conversa colonialista) e os outros sofrem, maleitas,fome, doença,
pestes (sida etc) sem rumo na sua vida e sem emprego!
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«A verdade é que esas fronteiras políticas se têm mantido estáveis e não têm originado qualquer guerra»
Darfur, o massacre dos Tutsis pelos Hutus, a secessão do Catanga, as lutas entre zuluz e swahilis na África do Sul, não são guerras. São uma coisa parecida, que também mete tiros e explosões – mas aquilo não é bem guerra…
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continuam as mesmas de berlim 1872
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JV:
As guerras têm existido. As fronteiras, essas, é que se têm mantido estáveis. Não me lembro de ver o estado do Sudão ou da Africa do Sul a pedirem a alteração das suas fronteiras estaduais.
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Bom a Africa do Sul mudou as suas fronteiras, a Namibia ganhou a independência.
Também a Líbia guerreou com o Chade por causa de frnteiras, Houve mais.
http://www.reuters.com/article/newsOne/idUSL17797120080217?sp=true
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Terrivel/ chefe
Nao se lembra de nenhuma guerra civil. Estas não são bem guerras apenas porque não mexeram nas “fronteiras” deixadas pelos europeus.
Ainda não percebeu que a maioria destas não foram postas em causa porque dentro delas existem tantas fronteiras que originaram tantas guerras civis?
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«As guerras têm existido.»
Vejo que renega a frase, escrita acima, segundo a qual «esas fronteiras políticas se têm mantido estáveis e não têm originado qualquer guerra». Já é falar melhor.
«As fronteiras, essas, é que se têm mantido estáveis. Não me lembro de ver o estado do Sudão ou da Africa do Sul a pedirem a alteração das suas fronteiras estaduais.»
Então, tem má memória. Toda a gente se recorda do independentismo dos zulus sul-africanos nos finais dos anos 80/inícios dos anos 90. Toda a gente que ande minimamente atenta a estes assuntos sabe o sarilho que foi, durante anos, manter unidas a região animista e a região muçulmana do Sudão (até Bashir decidir, de forma assaz pragmática, passar a fio de espada todos os animistas, espoletando com isso a crise de Darfur). Toda a gente ouviu falar da tentativa de secessão do Catanga, na Nigéria. Toda a gente ouviu falar da FLEC, que busca a independência de Cabinda, em Angola. Toda a gente conhece a guerra civil que se travou em Madagáscar entre Ratsiraka e Ravalomanana quando aquele intentou a secessão de Toamasina.
O Terrível diz que «não se lembra», não diz que «não sabe». Ficam pois aqui estas notas para lhe avivar a memória, e a recomendação de que tome cápsulas de fósforo. Fazem muito bem a problemas desse tipo.
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Terrível
Se não se lembra de nenhuma guerra pela revisão das fronteiras, só posso recomendar cápsulas de fósforo: não se lembra do sarilho que foi durante anos manter a região animista e a região muçulmana do Sudão sob a mesma autoridade (até Bashir decidir passar os animistas todos a fio de espada, espoletando a crise de Darfur? Não se lembra do independentismo zulu, na África do Sul, nos finais dos anos 80? Não se recorda de ter ouvido falar da secessão do Catanga? Não tem ideia de ter ouvido falar da FLEC, que pugna pela independência da região de Cabinda, em Angola? O Terrível não soube da guerra civil entre Ratsiraki e Ravalomanana quando aquele quis a independência da província de Toamasina, em Madagáscar?
O Terrível diz que não se lembra, não diz que não sabe. Ficam aqui não lições, mas, se assim lhe podemos chamar, auxiliares de memória…
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Peço desculpa por ter postado dois comentários similares, mas o computador em que escrevo teve uma «panne» qualquer e tive a impressão de que o primeiro não apareceu.
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repito: O poder estadual nunca colocou em causa as fronteiras. O facto de existirem grupos insurgentes dentro desses estados não invalida a tese.
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Quando diz o poder estadual depreendo que queira dizer o poder estatal. E, nesse caso, erra também: Kadhaffi e Nasser já quiseram unificar todo o Norte de África alegando que a sua divisão tinha sido feita artificialmente pelas potências colonizadoras.
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Além disso, a reivindicação de uma revisão de fronteiras pelo poder central dos países africanos não é análoga à do Kosovo. A de grupos que dentro dos países reivindicam o seu direito à auto-determinação é que o é.
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Termino, dizendo que mesmo sendo uma analogia sem cabimento neste contexto, a frase «esas fronteiras políticas se têm mantido estáveis e não têm originado qualquer guerra» também é falsa, posto que levaram já, efectivamente, a uma guerra entre a Líbia e o Chade em 1973. Segue abaixo um link sobre a história desse conflito. Imagino que o Terrível também não se lembrasse dele, e que não se está (como nunca esteve até agora, claro) a falar de cátedra sobre um tema que não domina.
http://www.american.edu/ted/ice/aozou.htm
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JV:
não pus causa a ocorrência de conflitos ocasionais. O que eu disse foi que as fronteiras ” se têm mantido estáveis” quando comparadas com o “exemplo” europeu. Quanto as pretensões do kadafi, julgo que elas não originaram qualquer guerra e aS FRONTEIRAS mantem-se tal como definidas em viena.
Quanto ao kosovo, não toquei sequer no assunto.
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«não pus causa a ocorrência de conflitos ocasionais.»
Desculpe, a sua frase diz explicitamente «não têm originado QUALQUER guerra». A existência de conflitos ocasionais deita esta teoria por terra. Sem apelo nem agravo.
«O que eu disse foi que as fronteiras ” se têm mantido estáveis” quando comparadas com o “exemplo” europeu.»
É natural: as potências ocidentais têm mais interesse em manter um déspota corrupto e disposto a vender matérias-primas por tuta e meia para encher as contas que tem na Suíça e nas Caimão de zeros, do que em garantir a independência a todos os povos tendo depois de negociar individualmente com muitos deles, podendo perder oportunidades de negócio. A estabilidade não decorre de uma conformação das populações com as fronteiras, mas com a brutalidade dos poderes centrais que a Europae os EUA apoiam.
«Quanto as pretensões do kadafi, julgo que elas não originaram qualquer guerra e aS FRONTEIRAS mantem-se tal como definidas em viena.»
Espoletaram uma guerra sim, como teria visto se tivesse lido o texto que linkei: «The area had been a zone of contention among the colonial powers of Africa, and remains so today between the now independent and sovereign countries of Chad and Libya. Rumors of rich uranium deposits compelled Libya to invade and capture the Aozou region from Chad in 1973».
Ou seja, o facto de a fronteira não ser clara, potenciado pela possibilidade de lá haver urânio, levou Kadhaffi a efectivamente lançar a guerra em 1973. O Terrível mente, e de mais a mais com descaro, porque tem provas á frente da cara.
«Quanto ao kosovo, não toquei sequer no assunto»
Então é tolinho: está a comentar um texto sobre a secessão do Kosovo falando de temas em nada relacionados com o assunto?
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