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Digam NÃO por nós, vá lá*

20 Março, 2008

A DECO promoveu várias acções de alerta sobre os perigos da publicidade aos alimentos infantis. A par de informar sobre o fraco interesse alimentar destes produtos pretende a DECO que a publicidade que lhes é feita seja muito mais restrita. Porquê? Porque como explica uma representante da DECO aos microfones da SIC: “As crianças pedem e não é facil aos pais dizerem que não.” Logo para resolver este problema de exercício da autoridade por parte dos pais não viu a DECO nada mais adequado que pretender que seja mais controlada a publicidade destinada às crianças. Donde teremos rapidamente que restringir também a publicidade aos brinquedos, a roupa, livros, parques infantis  e Jardim Zoológico pois nada impedirá os petizes de transferirem as suas birras dos flocos para outros quaisquer objectos. Não são as leis, os códigos e as associações como a DECO que podem dizer não pelos pais. O problema não está nas prateleiras dos supermercados nem nos anúncios. Está mesmo em os pais não conseguirem dizer que não.

*PÚBLICO

8 comentários leave one →
  1. Rui's avatar
    20 Março, 2008 08:49

    Claro que está.
    Mas temos de viver e lidar com a realidade e não com o que desejaríamos que ela fosse (a realidade é uma chatice, vem sempre estragar os nossos ideais).
    Se fosse para proteger adultos deles próprios, concordava com a ideia transmitida no seu post (tirando os exageros de retórica).
    Com crianças (e, vá lá, estamos de acordo, com pais que ainda não deixaram de ser crianças e, por isso, não conseguem diferenciar-se e ter autoridade sobre elas) acho que a recomendação da DECO faz todo o sentido.
    (ps: sei do que falo, sou professor regular de 170 alunos)

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  2. Piscoiso's avatar
    20 Março, 2008 09:38

    O problema não está na DECO, mas numa frase menos feliz de quem a pronunciou.
    Qualquer dia temos a Comissária Helena a abespinhar-se contra a proibição, por causa das crianças, da publicidade pornográfica.

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  3. Desconhecida's avatar
    Pois permalink
    20 Março, 2008 11:34

    Pelos vistos a senhora da Deco é que não explicou bem.
    Não será difícil aos pais dizerem não, o que acontece é que esse “não” cria “infelicidade” na criança.
    Evitando a publicidade, evita-se essa infelicidade, que não faz falta nenhuma.

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  4. AS's avatar
    20 Março, 2008 12:27

    Acho estranho que os advogados da DECO nunca se tenham lembrado de defender os consumidores de serviços jurídicos.

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  5. Desconhecida's avatar
    António permalink
    20 Março, 2008 13:45

    e se acabassemos com as crianças!

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  6. Desconhecida's avatar
    20 Março, 2008 15:23

    Quando nos media se publicita que o papel higiénico tem 8 vitaminas mais ferro, o que promove o crescimento das crianças, o leite baixa o colesterol e faz subir o tesão, a água tira a fome e controla a tensão arterial, e o detergente para a louça tem anti-bactérias e quinino contra o paludismo (tudo comprovado pelos médicos com fronteiras) acho que o Zé Camelo já não sabe o que anda a meter dentro.
    Se lhe disserem que um ovo de chocolate impede a doença-dos-pézinhos e ainda por cima tem um brinquedo acredito que acredite.

    PS.Essa história do crucifixo que cura tudo também devia ser investigada pela ASAE

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  7. lololinhazinha's avatar
    lololinhazinha permalink
    20 Março, 2008 16:46

    CD,

    papel higiénico com ferro? que coisa mais estranha…

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  8. Fernando Vasconcelos's avatar
    21 Março, 2008 01:06

    Aqui concordo em absoluto com a Helena. Obviamente esta é daquelas regulações absurdas. A unica coisa a regular na publicidade está mais do que sabido. Não se pode mentir. Ponto final paragrafo. Tudo o resto tem de ser permitido e deixado ao julgamento do consumidor. Vivemos numa sociedade de informação em que dizemos que temos mais acesso à dita. Então deixem-nos decidir por nós e confiem nas nossas capacidades de julgamento. Não queiram fazer-nos a “papa” que não precisamos. Os miudos não sabem discernir já ouço alguém dizer. Provavelmente. Mas quem vos disse que o papel dos pais não é também precisamente intervir nesses casos ?

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