Dona Guidinha *

Margarida Correia da Silva, 95 anos, morreu à fome, desamparada, em pleno centro do Porto. Os vizinhos dizem que ela já não estava boa da cabeça e que se fartaram de denunciar o caso à Segurança Social e às linhas telefónicas criadas para estes casos (e que tão bem ficam nos anúncios). Agora, o Estado vai jurar que foi uma ‘excepção’, claro.
O modelo social em que repousamos obriga-nos a pagar montantes obscenos de impostos com o pretexto de impedir situações destas.
Mas o Estado é um fim em si mesmo: a sua máquina age por si, separada das necessidades sociais. Cada vez mais gente vive à custa de subsídios que não devia receber – as ‘D. Guidinhas’, em nome das quais o Estado diz actuar, são sepultadas antes da morte na solidão e na miséria.

Plenamente de acordo CAA.
Se a desafortunada senhora tivesse dívidas ao fisco, esta desgraça não teria sucedido, porque não lhe largariam a porta.
Talvez esteja na altura de se começar a tomar atitudes contra este modelo social em que repousamos!
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Atentos que mais logo aparecerá um qualquer boneco na TV com cara triste no intervalo de um bom almoço a dizer que se vai fazer uma grande e séria investigação a este caso, isto é, saber exactamente com é que se soube que as SS estavam avisadas.
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Não é qualquer pessoa que vive até aos 95 anos.
Se calhar o segredo é não usar da tal Segurança Social.
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Brilhante.
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explique-me só um pormenor, na ausência de segurança social que o caa parece preconizar o que impediria a d. guida de morrer nas mesmas condições ou antes?
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Caro Carlos Abreu Amorim,
Na zona onde vivo há muitas pessoas que vivem com o apoio da Segurança Social. Há muitas famílias que, saindo diáriamente para o trabalho, vêm a higiene e a saúde dos seus pais ou avós deixada ao cuidado de gente da S. Social (ou enviada pela Segurança Social) que, deste modo, substitui aquilo que antigamente era a função das famílias resolvendo muitos problemas que de outro modo não poderiam ser resolvidos ou forçariam estas famílias a “meter” os seu idosos num lar…Para além disso ainda há alguns idosos (se não me engano 2) que vivem sozinhos e que caso não tivessem o apoio da Segurança Social teriam um destino parecido com o da Sra Guidinha.
O caso da D. Guidinha pode ter sido mesmo uma excepção. E é obvio que há sempre coisas a melhorar…
Felizmente a minha situação económica deixa-me de fora deste grupo de pessoas que dependem da Segurança Social e não necessito do seu apoio. Contudo não acho “obsceno” que uma parte dos meus impostos seja usada para assistir esta gente que de outro modo estaria bem pior…
O seu artigo não passa de uma reflexão populista sobre um problemo sério…Tudo na sua cruzada pelo tal “liberalismo” que defende, que, a julgar por artigos como este, não passa de um nada com um nome e sem sentido.
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Onde se le: Tudo na sua cruzada pelo tal “liberalismo” que defende, que, a julgar por artigos como este, não passa de um nada com um nome e sem sentido.
Deve ler-se : Tudo parece ter pouco substrato na sua cruzada pelo tal “liberalismo” que defende, que, a julgar por artigos como este, não passa de um nada com um nome e sem sentido.
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Um cidadão que recebe cerca de 2.000 euros, paga mais de 40% de impostos (IRS + Segurança social), como se fosse um indivíduo rico. Quando 2.000 euros por mês, é um salário muito baixo em comparação com a UE-Euro.
Se juntarmos a contribuição da Entidade Patronal, (mais 24% para a Segurança social), é caso para perguntar o que é que o Governo, que é quem gere os Impostos da malta, faz a tanto dinheiro?
Não são só as Quintas da Fonte, os Falcons, ou as Consultoras. Não são só os pareceres jurídicos do Prof. Fretes do Amaral, nem os submarinos do Portas, ou as derrapagens do Metro de Lisboa.
Anda muita gente a comer…..e as D. Guidinhas a erem o “bibelot” da propaganda oficial!
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Os vizinhos fartaram-se de denunciar?!?!? Que grandes filhos da puta, deixaram a senhora morrer à fome.
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Muito bem.
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Discordo totalmente. O Estado não tem que acudir a situações destas assim.
Existe Segurança Social. As pessoas por via legal e por cumprirem determinados requisitos têm direito a X. Não estando nessas situações, não têm direito a prestações.
Se estão ou não a morrer à fome é indiferente.
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«denunciar o caso à Segurança Social e às linhas telefónicas»,
depois, «no pasa nada».
Um exemplo acabado da forma lusitana de funcionar. Ou não funcionar.
Leis e regulamentos, muitas e muitos, a tudo prever…
Com tal profusão de escritos, ficam os escritores cansados mas satisfeitos do trabalho feito.
No CM, na AR, nos corredores dos ministérios, nas instituições…
É o mal fadado sentido prático dos tugas.
Tudo certinho, tudo previsto, tudo ‘garantido’.
Nada executado, mas sem qq culpa e responsabilidade de quem quer que seja.
Tudo legal na Lusitânia.
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E não houve alguém do Porto que, por iniciativa própria e sem esperar pelo Estado, ajudasse a Dona Margarida!?
Segundo penso, é essa a perspectiva dos liberais: o Estado não faz, ou faz mal; por isso a sociedade civil que actue!
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Pois…
Acho que temos de fazer mais leis .Esta não resultou.
Mais uma linha estilo ” Peça ajuda – que a gente ajuda-a a votar ” Se calhar a D.Guidinha já não ia a votos … já era caso perdido para as camionetas que aregimentam os “beneficiários sociais”
Qual a carreira do dia de eleições dos Quinta da Fonte ?
Há que pagar mais taxas como aquela “escamoteada” na factura da EDP para as “novas energias alternativas”…destas até a Kerkus acaba por amaciadamente concordar…e a Martifer tb
País de servos …
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Se fosse em Lisboa não tinham deixado a senhora morrer à fome.
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Carlos,
“Eis o que leva ao intervencionismo do Estado: o povo converte-se em carne e massa que alimenta o simples artefacto e máquina que é o Estado”.
ORTEGA y GASSET
Infelizmente, esta circunstância também é sentida no mais liberal Estado.
É incrivel que a resposta ainda esteja em Adam Smith. Só que a sua leitura deve ser feita segundo estes pressupostos:
Serão os nossos códigos morais idênticos aos de Smith?
E, se fosse hoje, escreveria Smith o que escreveu?
Circuntâncias e pressupostos à parte, é lamentável a indeferença que grassa por toda a sociedade.
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