Terrorismo e castanholas
Se os jornalistas portugueses gostassem, pudessem e quisessem investigar não lhes faltaria matéria no caso da ETA. A nossa relação com a ETA parece ser a mesma que alimentamos com certas doenças que teimam em não se manifestar no nosso país. (A propósito deste síndroma de abstinência alguém sabe onde pára a gripe das aves?) Assim, nos dias da megalomania optimista, escreve-se que um português será o mediador desse processo que, consoante as disposições do governo espanhol, ora se chama de paz ora se torna de combate ao terrorismo, atirando-se invariavelmente com o nome de Mário Soares para esse lugar. A realidade parece ser um bocadinho mais prosaica embora não menos interessante: a ETA/Batasuna, interessada numa de terminada fase na internacionalização do conflito basco, sugeriu vários nomes para mediadores, nomeadamente o de Mário Soares e nesse sentido manteve contactos com o ex-presidente da República português. Infelizmente até hoje jornalista algum se interessou por saber o que foi declarado a Mário Soares pelos dirigentes etarras que recebeu em Lisboa, nomeadamente Elena Beloki e Joseba Álvarez.
Provavelmente não disseram nada de relevante pois esses encontros valiam por si mesmos – um ex-presidente dum país da UE recebia gente que o estado espanhol considerava terrorista. Muito menos pareceu oportuno investigar-se qual o grau de conhecimento ou interesse dos diversos governos portugueses nestes contactos de Mário Soares. Pois não é suposto que tudo isto tenha acontecido sem que o governo português fosse previamente informado. Ou será que os portugueses considerariam natural que um antigo chefe de governo espanhol, ou até algum membro da família real espanhola, recebesse os implicados no processo das FP-25 (que na verdade não passavam dum grupo de amadores quando comparado com a ETA) sem que disso desse conhecimento institucional? Como é óbvio um ex-presidente da República não recebe quem o procura com o mesmo à vontade de qualquer um de nós, pois um ex-presidente não é nem nunca será um cidadão qualquer, e infelizmente Mário Soares nem sequer os recebeu na sua casa mas sim na sua fundação que conta com fortes apoios do estado português.
Enfim, arrumada esta fase grandiloquente em que nos víamos mediadores dum caso tão grave, entrámos numa espécie de histeria vitimista. Em qualquer aluguer de carros e apartamentos, por parte de cidadãos espanhóis, vislumbramos bases da ETA e hipóteses de atentados em Portugal. De um dia para o outro unidades luso-espanholas para combater a ETA tornaram-se uma necessidade tão imperiosa quanto até há alguns meses o era declarar o sucesso antecipado daquilo a que Zapatero (e nunca a ETA) chamou “processo de paz”. Todo este alarido com a “base da ETA em Portugal”, além de nos abrilhantar perversamente o ego de pequeno país em busca de protagonismo, pode ajudar a fazer agenda mediática e quiçá a legitimar mais mexidas nas forças policiais. A propósito: a colaboração entre as polícias dos dois países tem dado bons resultados? Tudo indica que sim. Deste modo, antes de alterar os canais dessa colaboração convém que se pergunte se aquilo que agora nos é apresentado como indispensável não é mais um daqueles caso onde a nossa fraqueza de quem como “Pedro Sem já teve e agora não tem” nos vai levar a fazer de idiotas úteis. Com muito mediatismo é certo.
*PÚBLICO

“A integridade física de Rui Mateus estaria alegadamente ameaçada, havendo fortes indícios de que terão sido feitos contactos com indivíduos ligados ao mundo do crime, para se encarregarem desta «operação» (…). As pressões eram muitas, a começar com as «recomendações de amigo» de Almeida Santos, que o Presidente da República enviara apressadamente de Marrocos e com quem reuniríamos regularmente a partir do dia 17 de Maio em sua casa. Por outro lado eu estava a ser «olhado» como um traidor à causa «soarista» (…).
Rui Mateus
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É incrível como o nosso jornalismo se preocupa com assuntos menores, questões internas que fazem correr rios de tinta ocupando a atenção dos portugueses, sem o retorno da mais valia que é obrigação de qualquer orgão de comunicação social, e, que se prende com a função didáctica que envolve todo o processo de emissão e divulgação da notícia, sobretudo numa sociedade como a portuguesa em que o nível médio de conhecimento dos cidadãos se encontra muito abaixo do europeu.
Conheço a posição do Dr. Mário Soares quanto à questão da ETA, que particularmente subscrevo.
O paralelismo aqui estabelecido entre as organizações ETA e FP 25 é no mínimo surreal.
Não vejo porque Mário Soares não possa mediar este conflito, inclusive com o conhecimento do governo, recebendo os seus representantes na sua fundação. Por um lado, MS não faz parte da política activa do país, e, o facto de ser um ex-Presidente da República não é razão suficiente para não seguir as suas próprias convicções. Por outro lado, se a dita fundação recebe «fortes apoios do estado português», encontro na tentativa de resolução deste conflito que envolve a vizinha Espanha, uma forte justificação para a recepção desses mesmos apoios.
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O livro a que 1 faz referência só poderia dar cadeia…em Israel. Não aqui. É só um livro sobre o presidente da república em exercício à data, que todos fazem muito bem de conta que não conhecem. É o que ser um país comunistóide.
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Hoje começa o terrorismo. Abriu a caça. Milhares de energumenos desatam a disparar contra aves livre. E com a autorizaçao do governo e benesse. Criminosos terroristas que matam aquilo que nao é deles. Matam as aves que gostaria que voassem nos ares livres. Bandidagem medonha! Vergonha da humanidade!
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Mas, o Dr. Mário Soares não fala só do meta-liberalismo, do neo-capitalismo e da malévola globalização?
Isso e do ecumenismo!
Quanto aos seus amigos, Carlucci, Rui Mateus ou Alegre, já são passado!
Ahh, e já agora, será que Soares ainda considera os falecidos Craxi e Savimbi como seus Amigos eternos?
Ou, de como os troca-tintas se safam sempre.
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As aves migratórias chegam de longes paragens. Cansadas. E os bandidos matam-nas. Gente sem alma ou valores. Vergonhoso. Os horrososos. Um crime.
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a censura do largo dos ratos não permite que se trate de:
trabalho infantil (zé chavez no ccb-deixai vir a mim as criancinhas)
portugueses que emigram a fugir à fome e às estatisticas do desemprego
corrupção dos colarinhos brancos
morte de brasileiros e ciganos-onde estás quinta da fonte?
custos das obras públicas, dos hospitais
a lista é enorme para um desgoverno sempre em festa
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“O mais difícil nessa altura era escolher entre os que se queriam associar ao projecto lançado e apadrinhado por Mário Soares (…). Com muitas dezenas de milhares de contos ‘oferecidos’ por Maxwell em 1987 e 1988, com consideráveis verbas oriundas do ex-MASP e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos, houve o suficiente para aumentar o capital da Emaudio de 5 para 100 mil contos”
“No dia seguinte apresentar-se-ia na Rua da Palmeira com um saco donde retiraria massos de notas de cinco mil escudos, no total de cerca de cinquenta mil contos(…). O dinheiro não fora entregue a Melancia e em Abril de 1988 Peter Bier oferece uma dádiva à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse(…). Mário Soares nomearia então Almeida Santos e seu filho para proporem uma solução e mediarem o conflito (…). Pouco tempo antes tinham sido recebidos os cinquenta mil contos da Weidleplan e outras contribuições por intermédio de Almeida Santos”.
“A Procuradoria-Geral da República manteve sempre um silêncio sobre estas actividades criminosas”
Rui Mateus
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então, esse mário não propôs diálogo com o bin laden? Mas as grutas do Waziristão não têm o luxo de nafarros e vau. Ainda hoje esse ilustre é contra a guerra no afeganistão, chorando pelos talibãs, e fechando os olhos à escravatura das mulheres.como era possível dialogar com gajos entretidos a matar mulheres em estádios d futebol com tiros e à pedrada, actividades do agrado da malta progressista k se manifestou contra a invasão USA (CGTP, PCP,etc.). Até um grupito fantasma satélite do pcq “movimento democrata das mulheres” chorou pela queda dos talibãns! Preferiam ver as mulheres d burka, sem direito à educação e à saúde, a morrer à pedrada!!!
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hoje a aldina abandonou a ironia subtil e adoptou a linha directa…
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Minha senhora,
verifiquei que não publicou o meu anterior comentário, não admitindo, portanto o exercício do contraditório.
Devo, no entanto, acrescentar, para que fique claro, que não sou “soarista”, muito pelo contrário…
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Posso também dizer que o Marocas tinha uma amante, a Xicote, que é Professora Catedrática numa Universidade Pública. Ia papá-la para o atellier que era camarário e que o João quando foi Presidente da Câmara deu-o ao escultor rabicho que lá vive, para ele não falar do assunto.
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E já agora, Aldina, quem é que papava o escultor rabicho?
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Eles são dois!
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Dois em um?
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Artículo mencionado en el Blog de Luis del Pino (Libertad Digital)
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http://blogs.libertaddigital.com/enigmas-del-11-m/maniobras-orquestales-en-la-oscuridad-3665/
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Obrigado, amigo RCataluna
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De nada, Antonio!
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