A potência olímpica (reposição)
15 Agosto, 2008
No fim dos jogos olímpicos de Atenas, um responsável da União Europeia exultou: a União Europeia tinha ganho 286 medalhas, contra as 103 ganhas pelos Estados Unidos. Fiquei a saber que a União Europeia tem competências em tudo, incluindo no desporto. O mesmo responsável disse ainda que em 2008 em Pequim vai ser ainda melhor. Porquê? Porque o desporto europeu se vai desenvolver ainda mais? Nope. Porque a Roménia e a Bulgária vão aderir à União em 2007 e a União vai passar a ter mais medalhas em ginástica, boxe e halterofilismo. Ao que parece, está a ser estudada a adesão da Etiópia e do Quénia, fortes nas corridas de fundo, e de algumas ilhas das Caraíbas com tradições nas corridas de velocidade.
As medalhas europeias tornaram-se motivo de orgulho para alguns blogs internacionalistas, para os quais o nacionalismo é mau, excepto à escala continental e contra os Estados Unidos. Há apenas um pequeno detalhe a estragar a festa: a União Europeia não é um país e não está sujeita aos limites de 3 atletas por modalidade individual e de uma equipa por modalidade colectiva.
(Este post foi publicado pela primeira vez em 2004 e é republicado de 4 em 4 anos. Nunca desactualiza.)
47 comentários
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“As medalhas europeias tornaram-se motivo de orgulho para alguns blogs internacionalistas, para os quais o nacionalismo é mau, excepto à escala continental e contra os Estados Unidos.”
Tornaram-se um orgulho para os blogs e pessoas federalistas, independentemente de serem “pró” ou “anti” americanos..
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Curioso é pensar o que é que um Sueco tem a ver com um Romeno, ou um Português com um Britânico!
Aliás, o “fish and fries” diz tanto a um português como o “cozido à portuguesa” dirá a um Francês!
Quem pensa que a UE é uma “Federação” ou alguma vez será, no sentido de ser parecida com um país, enganado está e estará.
Apenas só o dinheiro une a UE.
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Não me parece mesmo nada que o autor dessa prosa seja anti-americano ou “internacionalista” (seja isso lá o que for), mas enfim…
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Só hoje em ciclismo foram Ouro-GB, Prata-França e Bronze-Alemanha. Na natação são 2 atletas por país.
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deviam ganhar a medalha do petróleo
a da paz na europa de leste
a da economia
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Vejam o ranking das medalhas per capita:
1. Slovakia
2. Mongolia
3. Australia
4. Armenia
5. Georgia
6. Slovenia
7. Cuba
8. Kyrgyzstan
9. Czech Republic
10. Azerbaijan
11. Hungary
12. South Korea
13. Switzerland
14. Finland
15. Netherlands
16. Norway
17. Sweden
18. France
19. Kazakhstan
20. Belarus
28. United States
43. China
Isto é, mesmo sem cair no erro de agregar as medalhas dos países da UE, podemos ver que eles estão muito bem representados na cena desportiva.
Cumprimentos
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saber que até podemos gozar com os nossos e as suas listas de desculpas parece-me bem mais saudável do que a obsessão desse trio russia/china/eua que jogam bastante mais do que apenas desporto.
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“As medalhas europeias tornaram-se motivo de orgulho para alguns blogs internacionalistas, para os quais o nacionalismo é mau, excepto à escala continental e contra os Estados Unidos.”
Excelente análise social.
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Para o 2.) Experimente também encontrar as semelhanças entre um redneck do Alabama com um yuppie de Nova Iorque…
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quantos atletas poderiam estar em Pequim se a UE fosse um país?
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Muito boa a sua crónica de hoje no DN. Gostei.
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Porque será nos estados unidos há muitos menos americanos ocupados no bota abaixo aos estados unidos e a defender a europa, e na europa existem uns obcecados que defendem a pés juntos tudo o que seja americano e se ocupam no bota-abaixo dos seus países?
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Hoje é o dia de Michael Phelps.
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Noa podiam fazer um esforcinho e dizer bem dos estados unidos sem ter que deprimir a europa? Para que raio é que estao sempre a medir o tamanho do mercedes?
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Nas medalhas per capita, até o Cazaquistão está à frente da América.
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João Miranda, o seu paternalismo em relação ao americanos é comovente, mas um bocado ridiculo. É natural que quem seja europeu, puxe a brasa à sua sardinha, não é? Para quê esssa irritaçãozinha miudinha? Ainda por cima, prova-se mesmo que o ranking pré capita, a Europa ganha de longe. Deixe lá isso.
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Dos atletas portugueses só desejava duas coisas: que dessem o seu melhor e que quando perdessem não tivessem um comportamento igual ao de Telma Monteiro e João Pina. Ao menos saibamos perder.
Detesto desculpas destas
“Muitas vezes esses países não se mostram muito, não aparecem para não serem controlados no doping. Vemos evoluções brutais (em atletas) e a nível de força ainda se nota mais. Por isso se calhar até é essa a razão (…) Quando em certos cargos estão pessoas de nacionalidade com quem estamos a lutar, os árbitros às vezes sentem-se um bocado pressionados e isso talvez possa acontecer um bocado aqui no judo” (João Pina)
“Não tivemos uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir. Pensei que estava a lutar contra quatro pessoas. Mas nem quero dar isso como desculpa. Quando estamos num dia para ganhar, entramos e projectamos a outra pessoa por Ippon se for preciso, mesmo que os árbitros não estejam a ajudar (…) Há coisas que para mim não estiveram bem, mas a verdade é que elas me projectaram e souberam jogar com a arbitragem. Se calhar o erro é meu que quero projectar. Infelizmente parece que é um erro querer ganhar, mas é um erro que vou ter sempre” (Telma Monteiro)
SE ESTIVESSEM CALADINHOS
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««Isto é, mesmo sem cair no erro de agregar as medalhas dos países da UE, podemos ver que eles estão muito bem representados na cena desportiva.»»
Os melhores países da UE estão bem classificados. E os piores, onde é que eles estão? Acima ou abaixo dos EUA? E porque é que que a UE é representada pelos seus melhores países em vez de ser representada pelos seus piores países?
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Ó João Miranda, Os states também são bons, pronto, pá. A gente gosta dos americanos.
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O meu tributo aos americanos, muito especialmente a Reuben Mattus, por ter inventado os gelados Haagen Dazs, os melhores do mundo, mesmo sem medalha olímpica.
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Se não me enganei nas contas, a média da UE para medalhas de ouro per capita dá 0.0515, contra 0.0464 dos EUA.
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Os Estados Unidos possuem uma diferença em relaçao a todos os outros países. Que julgo só ser possível por ter uma grande populaçao e uma apetencia pelo desporto generalizada na populaçao. A organizaçao olimpica é a unica do mundo que nao depende e quase nao recebe tusto do governo federal. É compeltamente privada e vive das empresas, do marqeting, das roupas que vende e do sucesso dos atletas. Começou com o capital que ganhou do governo num dos jogos olimpicos passados e a partir daí voa sozinha. E voa bem. Deviam aprender com aquela organizaçao, que é aquela máquina.
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O Joao Miranda pode ir ao site da USOC, ler a história e clicar lá num local que dá um dolar à organizaçao. 🙂
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Nem de propósito, John, que ainda ontem falando a um responsável da CE vituperei com ele, por que raio a Europa não nacionaliza de uma vez os negros da América, originários, todos, que se saiba, das nossas muitas colónias como dos vários europeus tráficos negreiros.
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E ganharemos sempre, incluso quando a CE se estender pela Mongólia abaixo até à Índia e à Indochina, abraçando essa chinesa potência, de caminho.
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Já eu nao consigo entender como é que um treinador de uma equipa de remo fica em casa, quando noutra comitiva até vao atletas antigos só para passear e que nem vao competir. Depois queixam-se de tudo e da falta de subsidios. Gastam dinheiro à toa.
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O que é incrível é que aqueles que vieram com essas estatísticas da União Europeia vs outros, não perceberam imediatamente que havia qualquer coisa errada. O típico anti-americano é sempre tão burro!…
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Comparar o incomparável.
Os EUA levaram uma selecção de basquetebol; a UE levou 27 selecções de basquetebol. Os EUA levaram uma selecção de Futebol; a UE levou 27 selecções de Futebol, etc.
Mas depois também há uma desvantagem para a UE: não pode fazer uma equipa com os melhores de toda a união para defender um lugar.
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“como o “cozido à portuguesa” dirá a um Francês!”
Ó J:
Há “cozido à portuguesa” em quase todos os países da Europa, com pequenas variantes é certo. Variantes que também existem nas várias regiões portuguesas, do Minho dos Açores.
Em França chama-se “Pot au feu”.
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Pois, mas os EUA têm 50 Estados.
Falta a estatística das medalhas por Estado dos EUA.
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A União Europeia leva então 27 x mais equipas do que os Estados Unidos mas só tem para aí 2 x mais medalhas. Que pobreza, Minha Nossa Senhora!…
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A minha tia Ernestina tem duas medalhas de Nossa Senhora e nunca foi aos Jogos Olímpicos.
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Muito bem, muito bem. O senhor Provedor do Respeitinho pelos Estados Unidos, Doutor João Miranda, continua a receber manifestações de desagravo para com a ofensa aos Estados Unidos por parte daquele responsável pela União Europeia.
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Minha cara Tina, não invoque Nossa Senhora em vão. É óbvio que se a Europa levasse só uma equipa, levaria os melhores, isto é, os que nestes jogos foram medalhados. E que se os States pudessem levar 50 equipas, levariam os que agora lá não foram, isto é, os que teriam menos hipóteses de medalhas. Percebeu?
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Viva a União Europeia.
Aliás, se não existisse a UE, Portugal onde estaria?????
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e as medalhas per capita prvam o que? que muitos paises pobres desviam recursos excessivos para a pratica desportiva? que os melhores sao os pobrezinhos? que os ricos têm obrigação de ser bons no desporto? afinal isso prova o que?
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«Há apenas um pequeno detalhe a estragar a festa: a União Europeia não é um país e não está sujeita aos limites de 3 atletas por modalidade individual e de uma equipa por modalidade colectiva.»
Este argumento pode ser rebatido pela contagem das medalhas de ouro. Aí a soma dos países da UE é superior a qualquer país do ranking oficial. Mesmo que uma hipotética delegação da UE levasse apenas os 3 melhores individuos/equipas, teria esse mesmo nº de medalhas de ouro, como é óbvio…
Já agora seria interessante argumentar sobre a vantagem da gestão e financiamento descentralizado do desporto, em que salta a vista os casos dos EUA e da UE (pelo menos 27 organismos independentes entre si).
José Alfaiate
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Errata:
os 3 melhores individuos/equipas em cada modalidade, claro.
José Alfaiate
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Errata 2:
Retiro a expressão «como é óbvio»; o que quero dizer é que não haveria razão para supor que teria um total de medalhas inferior a qualquer outra delegação oficial. Embora seja de supor que teria menos medalhas do que a soma que efectivamente teve (em 3, um dia mau de 1 atleta pode ser catastrófico; em 3*27 se calhar não)…
José Alfaiate
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E que se os States pudessem levar 50 equipas, levariam os que agora lá não foram, isto é, os que teriam menos hipóteses de medalhas. Percebeu?
O que eu percebo é que nem sempre são os melhores que ganham as provas, e que se os Estados Unidos levassem mais atletas, mais medalhas também teriam trazido, mesmo que bronze fosse. Percebeu, Caramelo?
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Oi Gente só agora que eu daiane e a seleção podemos entrar na web apesar de agente ter perdido nós agradecemos pela torcida de vocês e nós estamos felicíssimas com o resultado e vocês?
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José Alfaiate,
Tendo em conta as performances dos países, é provável que a UE tivesse o maior número de medalhas se participasse como uma entidade única, mas a análise não é tão simples como descontar os dias maus dos atletas. Isso é verdade nos desportos em que haja um domínio absoluto de um atleta/equipa, mas nos outros casos as probabilidades de vitória podem ser facilmente alteradas. Para simplificar, imagine que uma equipa dos EUA compete apenas contra equipas da UE, precisa de ganhar três jogos para ser campeã e tem 80% de probabilidades de ganhar cada jogo, se ambas as equipas jogarem ao seu melhor nível. A probabilidade de ganhar a medalha de ouro é pouco maior que 50%, jogando ao seu melhor nível, apesar de a equipa ser claramente superior. Se for uma modalidade mais equilibrada e todas as equipas tiverem 50% de probabilidades de ganhar cada jogo, é muito provável que uma equipa da UE ganhe.
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Parabens Jade! 🙂
Lindo
E também grande medalha de C. Filho! Que emoçao.
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“é republicano de 4 em 4 anos”
Deus nos livre. Já nos bastou o Bush.
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E ao fim, como desde o princípio, a Europa é superior aos mais em tudo, salvo que menos a ocidente do que os Stats e menos a leste do que a China, a Rússia, o Japão e as coreias, como o Irão, a Índia e outros. Tirando isso, a Europa leva a palma a todos, também nos olímpicos.
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Anónimo (16 Agosto, 2008 às 8:56 pm ),
Assim sendo, é como disse, não há razões para crer que a UE tivesse resultados piores que qualquer delegação oficial se só pudesse apresentar os melhores atletas ou a melhor equipa (as probabilidades seriam as mesmas que as dos EUA, na análise que fez – nada digo em relação ao mérito da mesma).
Nos desportos de equipa, claro, só poderia ganhar no máximo 1 medalha por modalidade. Tendo assim um total de medalhas inferior à soma actual dos seus 27 países, pois há casos em que várias equipas de países da UE sobem ao pódio.
Já nos desportos individuais poderia ter 3 atletas no pódio, se dispusesse dos 3 melhores atletas a nível mundial, independentemente da sua nacionalidade dentro da UE.
José Alfaite
PS: Os EUA continuariam a ter a grande figura da natação, que acabo de ver triunfar mais uma vez.
A Jamaica continuaria a ter a actuação mais espectacular: Usain Bolt, o grande.
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Típica discussão de perdedores. E Portugal, em quantas medalhas vai? De certeza que deixamos os EUA a ver navios, não é? Ah pois é, os árbitros, a malapata, a vitória moral…
Ganhem vergonha na cara, e comecem a trabalhar com afinco anted de começarem a disparar bitaites como se ainda tivessemos muito que ensinar aos EUA…
Lá fora, e sobretudo em competições onde estão representados os melhores do mundo, ganha não só quem tem talento mas também que trabalhou muito para maximizar esse talento. Claro que isto combina mal com a mentalidade portuguesa, que nunca se deu bem, com a concorrência com o trabalho. Um país que sempre fingiu acreditar na “verdade” das vitorias decididas na secretaria e que só dá medalhas aqueles que estão por inerência (“cunha”) autorizados a ganhar
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