“Volta, companheiro Vasco, estás perdoado!”*
É tempo de fazermos justiça ao general Vasco Gonçalves. Ele foi provavelmente o único homem que, sentado na cadeira de primeiro-ministro em Portugal, acreditou que quando dizia que o país ia ser socialista tal propósito era mesmo para ser levado à letra. Nacionalizou quanto pôde, defendeu ao limite o colectivismo e por essa via teria entusiasticamente prosseguido não fosse ele e o seu fervor comicieiro terem-se tornado obviamente dispensáveis em Setembro de 1975, quando o país já podia arrumar a revolução e as violas no saco. Em África já estava repartido o que havia a repartir e, por cá, os verdadeiros protagonistas preparavam-se para outros jogos de poder, onde Vasco Gonçalves não só já não era necessário como muito menos tinham lugar o misto de candura e destravamento que o caracterizavam. Talvez por nunca lhe terem perdoado os embaraços que tal ingenuidade lhes criara, quando o general e antigo primeiro-ministro morreu nem o governo de então nem a classe política se fizeram representar condignamente no seu funeral. Mas nunca é tarde para se reparar uma injustiça. E nós ainda vamos a tempo de remendar o muito que asneámos quando dissemos mal de Vasco Gonçalves e da sua revolução socialista. Essa revolução tinha o bendito mérito de ser socialista os 365 dias do ano, sem esquecer a excepção dos bissextos. Ora o que nos tem vindo a acontecer desde que, em Setembro de 1975, virámos as costas à muralha de aço de Vasco Gonçalves, é que como empregados ou empresários trabalhamos cada vez mais para sustentar um Estado que gasta como se fosse socialista, cresce como se fosse socialista e por isso precisa cada vez mais que alguns milhões de portugueses façam figura de parvos, trabalhando como se o país fosse capitalista e o enriquecimento resultante do trabalho não fosse cada vez mais uma impossibilidade técnica. Afinal o que Vasco Gonçalves nunca percebeu é que sem o sonho capitalista de enriquecer não existe dinheiro para fazer socialismo e muito menos para fazer medrar dirigentes socialistas. Logo, ao contrário do que o general acreditava, acabar com a iniciativa privada seria um erro crasso. (Quem o percebeu notavelmente foram alguns militantes destacados do PCP que se transferiram de tácticas e estratégias para o PS.)
Nesta versão local das teses chinesas “de um país, dois sistemas” os cidadãos, ao contrário do que acontecia nos países socialistas, não esperam nada do Estado e muito menos o confrontam com os seus erros e responsabilidades, como supostamente acontece no capitalismo. Por exemplo, se as opções de Vasco Gonçalves tivessem saído vitoriosas, hoje muitos portugueses estariam indignados porque uma obra pública, o Eixo Norte-Sul foi projectado de forma que, ao passar em viaduto, num lugar chamado Sete-Rios, cria uma catarata em dias de chuva, inundando em segundos os prédios que ficam por baixo. Talvez alguns dos hóspedes do Jardim Zoológico se sintam mais em casa ao ver aquela Niagara lusitana, mas feita essa zoológica excepção não se percebe como pode aquilo acontecer. Infelizmente Portugal não se tornou um país socialista segundo o modelo Vasco Gonçalves. Logo neste país em que dos dois sistemas nos sai sempre o pior de cada um, ninguém vai querer ouvir falar deste assunto embora por diversas razões. Os contribuintes já sabem que caso a obra seja corrigida isso lhes vai custar dinheiro. Acrescenta-se a este facto que empresa privada alguma que tenha estado envolvida nesta ou noutra obra pública jamais abrirá a boca para explicar o que quer que seja. Tal como não deixam que o seu nome saia na lista dos credores do Estado ou na daqueles que patrocinaram o estudo do novo aeroporto, não vá o Governo irritar-se com a ousadia, as empresas também contam que o Governo feche os olhos a muita coisa, seja essa muita coisa o crescimento exponencial dos orçamentos das obras ou os erros de que estas enfermam. De igual modo, os inundados também não pedem responsabilidades porque temem que tal lhes prejudique o seu objectivo de alterarem a sua relação com o estado socialista, trocando, graças à aquífera circunstância, o seu estatuto de contribuintes pelo de protegidos ou assistencializados: uma casinha da câmara, mais um apoio da Junta, quiçá uma permuta de terreno para mudar o local do negócio… Acima de tudo isto paira a nomenklatura. Nuns dias o Governo declara-se direcção comercial de luxo, noutros aprova projectos PIN ou mega-obras públicas. Às vezes a nomenklatura protagoniza o salvamento do país de catástrofes mundiais, sendo que nos últimos anos já perdi o conto a tanto salvamento: foi a gripe das aves, as alterações de clima, a falta de combustíveis, a falta de alimentos, a praga da obesidade, os lucros obscenos dos bancos e a falência dos mesmos. Nos dias em que a nomenklatura desce à terrinha anuncia que o “Governo dá” computadores, subsídios e vai provocar choques tecnológicos ou culturais. Tudo isto já se si é irritante mas o pior é que é muito caro.
Até meados de Junho de 2008 os portugueses trabalharam apenas para pagar impostos. A cada ano que passa trabalham mais dias para sustentar o seu Estado. Em 2009, a despesa estatal vai continuar a aumentar e muito provavelmente o dia 16 de Junho já não será aquele em que finalmente os portugueses podem dizer de si para si que já deram tudo o que tinham a dar ao Estado nesse ano. Com o socialismo a tornar-se-nos cada vez mais pesado, o sonho de cada português é tornar-se mais um protegido ou, enquanto tal não acontece, que o deixem em paz, uma vez cumpridos todos os requisitos da máquina estatal. Se não fosse a morte ter tornado esse pedido impossível acho que terminava esta crónica escrevendo: “Volta, companheiro Vasco, estás perdoado!” O socialista que ele foi fazia de nós opositores. Os actuais transformam-nos em contribuintes faltosos ou, caso tenhamos conseguido o milagre de ter tudo pago, licenciado e devidamente aprovado, em cidadãos pouco solidários.
*PÚBLICO, 21 de Outubro

Excelente.
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O país sempre foi socialista, ou melhor, comunista envergonhado.
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Deve ser horrível. Mais horrível é uma pessoa descobrir que afinal é assim em todo o lado e ainda pior nos países que diziam ser mais liberais.
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O que vale é que em Janeiro já temos o superObama que veio para salvar o mundo.
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Se fosse hoje, o camarada Vasco voltaria a dizer:
“Esta política é uma merda, esta política é uma merda”.
Que saudades dos comicieiros…
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esta revolução sempre foi socialista: tende para o poder total do estado.
os súbditos que se cuidem
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Vasco Gonçalves foi, basicamente, um Traidor à Pátria!
Entregou África à União Soviética e a Cuba: deixou próximo da miséria milhões de portugueses africanos e europeus.
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Bom dia Helena,
Duas precisões:
1. Como sabe, basta fazer contas, o VI Governo provisório presidido por Pinheiro de Azevedo nacionalizou mais do que os Governos presididos por Vasco Gonçalves.
2. O PPD (actual PSD) foi membro dos IV e VI Governos provisórios (os que mais nacionalizações efectuaram)
Parafraseando alguém: «E esta, hei?…»
Saudações democráticas
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E já se sabe que para o ano os partidos vão gastar dinheiro em campanhas eleitorais que é paga pelo estado ou seja pelos impostos. Portnato o unico modo de quem paga impostos não ficar a perder é ir a todos os almoços , jantaradas, aos conbíbios e musicais de todos os partidos. Não falhem a nenhum e se forme apnahdos e filmados acenem para as camaras, e digam que são apenas observadores do panorama.
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“1. Como sabe, basta fazer contas, o VI Governo provisório presidido por Pinheiro de Azevedo nacionalizou mais do que os Governos presididos por Vasco Gonçalves”.
Quem “governava” à data de 11 de Março de 1975?
O que é “nacionalizar” mais? Mais empresas? Maior número de trabalhadores? Maior valor de activos nacionalizados?
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Obviamente, não é o “companheiro” Vasco que deve voltar por estar perdoado mas sim o “camarada” Vasco. A Helena deveria saber isto, quanto mais não fosse devido à sua (dela) experiência militante. Não é?
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Por falar em nacionalizações… a grécia esteve ontem ou anteontem em greve nacional, parada. Todos em greve incluindo jornalistas. Por causa do estado querer privatizar.
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“Por falar em nacionalizações… a grécia esteve ontem ou anteontem em greve nacional, parada. Todos em greve incluindo jornalistas. Por causa do estado querer privatizar.”
Nós por cá estamos parados para ver Sócrates a desbundar.
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e eu já estou farto dessa cantiga, ó anónimo 13, sempre a dizer que a culpa é de Socrates, Socrates isto e aquilo. É só pascácios.
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O Vasco era doido mas serviu propósitos vis bem conhecidos.
De qualquer modo os de agora não são melhores e não demora muito o caldo entornado. Conforme previsto até o ópio da bola fura com o porto como vai furar com os outros. Sem ópio e sem dinheiro no bolso nem na caixa o tuga vai acordar um dia destes.
O tuga anda fraco, alheio, desmoralizado. Ao acordar vai esperguiçar-se, arrotar de seguida, vai dar uma lambada nos que estão mais próximos, vai perguntar ” Mas então não há nada para comer?” e quando ouvir a resposta vai sair para a rua. O que ele vai fazer não se sabe, sózinho não vai fazer grande coisa, o pior é se encontra outros como ele à esquina, à porta do café miserável que já foi assaltado três vezes, ou no paseio onde as tampas dos esgotos foram roubadas durante a madrugada. Os tempos já estiveram melhores para o pinóquio.
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Viva o camarada vasco e os seus acólitos, de tipos assim é que nós precisávamos. Já não existe a URSS nem o alvarito mas ainda temos o nobel e Cuba pode sempre dar uma mãozinha. Se eles desembarcaram em Angola porque não aqui e agora tanto mais que a UE e os EU, esses fascistas de primeira tigela, andam distraídos e nem sequer se lembram do Zé roto e embriagado.
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Um idiota (muito)útil para aquele tempo…Só que os tempos, sem ninguém dar por isso, já tinham mudado – e radicalmente.
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Ninguém responde a Vilarigues?
Nessa altura até o PPD era Socialista e o CDS centrista, e o PCP social-fascista! Dito pelo educador da classe operária, Durão Barroso, e o seu comunismo da treta ao serviço de Soares/Eanes.
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VI Governo provisório presidido por Pinheiro de Azevedo nacionalizou mais do que os Governos presididos por Vasco Gonçalves.
Mas qual é a novidade?
Se o governo anterior levou tudo para perto do colapso o que é que o este havia de fazer.
Fechar as portas e entregar as chaves ao Kalinin?
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Vasco Gonçalves foi, basicamente, um Traidor à Pátria!
Sim mas já morreu e agora deve andar entretidissímo a jogar às cartas com o camarada Cunhal.
O pior são o que estão vivos e bem vivos.
Ainda outro dia mostrarm o fulano que ia de Chaimite tomar a bica.
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Mas sem dúvida o que melhor escreveu os seus textos. Alzira Seixas
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O vilarigues encontra sempre uns apontamentos curiosos para vomitar dejectos do social fascismo. Um dia vamos ter que lhe lembrar umas reuniões tempestuosas do pc onde ele não tugia nem mugia. Essa de ele ter morrido e agora andar entretidissímo a jogar às cartas com o camarada Cunhal´é boa, mas o alvarinho nunca lhe deu a importância que ele não merecia. Utilizou-o é tudo e muitos outros que ainda estão vivos embora não de boa saúde por causa da gordura.
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“e eu já estou farto dessa cantiga, ó anónimo 13, sempre a dizer que a culpa é de Socrates, Socrates isto e aquilo. É só pascácios.”
Mas não é isso que o Sócrates faz com o último governo da direita, apesar de ter maioria absoluta? Não me diga que ele é pascácio como eu.
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Excelente, Vilagues!
Nada como dizer as verdades.
Estes que choram as colónias deviam ser era colonizados aí por quem?
Deixa cá ver…
Na minha opinião, pelos yemenitas ou pelos somális que era para eles verem o que custa ser colonizado. Os cretinos!
A miséria intelectual continua a dar mais dividendos que as acções da Bolsa!
Não houve, não há, e nunca haverá uma solução verdadeiramente socialista para Portugal. Mas, no fundo, era o que esta gente queria/merecia: Um estado que tomasse conta deles!
Um dia de manhã, querem um Estado guarda-nocturno e à tarde, já querem polícias e cadeias por todo o lado, e regras para tomarem conta dos bancos. Um verdadeiro arraial é o que é!!!
MFerrer
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(assim está melhor)
Excelente, Vilarigues!
Nada como dizer as verdades.
Estes que choram as colónias deviam ser era colonizados aí por quem?
Deixa cá ver…
Na minha opinião, pelos yemenitas ou pelos somális que era para eles verem o que custa ser colonizado. Os cretinos!
A miséria intelectual continua a dar mais dividendos que as acções da Bolsa!
Não houve, não há, e nunca haverá uma solução verdadeiramente socialista para Portugal. Mas, no fundo, era o que esta gente queria/merecia: Um estado que tomasse conta deles!
Um dia de manhã, querem um Estado guarda-nocturno e à tarde, já querem polícias e cadeias por todo o lado, e regras para tomarem conta dos bancos. Um verdadeiro arraial é o que é!!!
MFerrer
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Esclarecimentos adicionais:
1. No dia 11 de Março de 1975 não se nacionalizou nenhuma empresa. Devem estar mal informados…
2. Nacionalizar «mais» em valor da riqueza produzida pelas empresas. E creio, não garanto, que mesmo em número de empresas.
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Que tal ser colonizado pelo Saddam MFerrer?
“Entregou África à União Soviética e a Cuba: deixou próximo da miséria milhões de portugueses africanos e europeus.”
E esqueceu o mais de 1 milhão de mortos depois do 25 de Abril.
—–
A Helena já percebeu, não há Assalto Social sem alguém que produza Riqueza. A Esquerda actual já tem a noção da sua incompetência, já não quer gerir Refinarias, Siderugias, Minas, Estaleiros, é muito mais confortável estar na bancada, mandar umas bocas Populistas para justificar o nível de Impostos e destribuir o dinheiro que outros ganharam pela clientela.
Pelo menos a esquerda antiga tinha a honestidade daqueles que acreditam em si mesmos.
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Alguns tadinhos e algumas tadinhas “remediados” ao sentirem mais uns Euros no bolso ou na conta bancária, e se ocupam espaços opinativos com alguma projecção, agem como alguns ricos que quase exigem a vénia às classes mais desfavorecidas.
“É o que há”. Deviam ter vergonha antes de colocarem alguns posts ou comentários neste tempo de miséria acentuada à sua volta.
Uns pilantras que se contentam com restos materiais dados pela ralé enriquecida à custa de “esquemas”…
Vasco Gonçalves errou bastante. Foi um “lírico”. Mas teve humanismo para tentar cuidar dos desfavorecidos face aos vilões, alguns ainda hoje activos ou já com descendentes, por aí e por aqui…
Mr. António Vilarigues
tem razão em algumas das suas observações e rectificações.
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Vasco Gonçalves não cuidou de coisa nenhuma. Destruiu conhecimento e riqueza. O seu Partisanismo destruiu muita cooperação voluntária que existia na sociedade Portuguesa impedindo-a de criar riqueza por muitos anos.
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“Vasco Gonçalves errou bastante. Foi um “lírico”. Mas teve humanismo para tentar cuidar dos desfavorecidos face aos vilões, alguns ainda hoje activos ou já com descendentes, por aí e por aqui…”
Lírico? Já leu o “1984”? Alguma vez se coloca alguém num posto daqueles a ser “lírico”?
Orwell explicou bem o conceito de “idiota útil”. Agora, “lírico”? Nem com aspas.
Era o que faltava, era ser delicado com quem foi um criminoso. Não foi só o António das Botas que foi criminoso!
Evidentemente que os tempos que se vivem não são bons. Mas, há 30 anos, nem 500 milcarros existiam! Há 30 anos, o leite era raccionado. Há menos de 30 anos, Portugal foi intervencionado pelo FMI, no célebre casamento do Diogo e do Freitas.
Sempre, com Orwell, a memória não se apaga.
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“célebre casamento do Diogo e do Freitas”
…e do Mário….
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O António Vilarigues tem razão, no dia 11 não foi nada nacionalizado. Foi mesmo só a partir do dia 13 de Março……e directamente pelo Conselho da Revolução e não pelo governo.
Mas está redondamente enganado e não é verdade que «o VI Governo provisório presidido por Pinheiro de Azevedo nacionalizou mais do que os Governos presididos por Vasco Gonçalves.»
Essas continhas é que estão muito mal feitas.
Basta aliás consultar o farol dos «proletários de todo o mundo», o célebre «Militante» (que julgo que conhece) que sinteticamente enuncia:
«O Conselho da Revolução, constituído a 13 de Março de 1975, dois dias após o golpe, iniciou no dia seguinte um processo de nacionalização dos sectores básicos da economia, processo que se prolongou até meados de 1976.
«Desde logo, com a vital nacionalização da banca e dos seguros, através dos DL 132-A/75 de 14 de Março, que nacionalizou todas as instituições de crédito, as caixas económicas e as caixas de crédito agrícola mútuo, com excepção das instituições com participação de capital estrangeiro e do DL 135-A/75 de 15 de Março, que nacionalizou todas as companhias de seguros, excepto aquelas em que ocorriam participações estrangeiras, bem como as agências de companhias de seguros estrangeiras e mútuas de seguros.
Através do DL 203-C/75 de 15 de Abril, foram aprovados entre outros, o Programa de Controlo dos Sectores Básicos Industriais e o Programa de Transportes e Comunicações, que vieram dar enquadramento a vários diplomas de nacionalização .
Em 16 de Abril, foram nacionalizadas todas as empresas petrolíferas de capital nacional (DL 205-A/75), os Caminhos de Ferro Portugueses (DL 205-B/75), a Companhia Nacional de Navegação (DL 205-C/75), a Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos (DL 205-D/75), a TAP (DL 205-E/75), a Siderurgia Nacional (DL 205-F/75) e as principais empresas de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica (DL 205-G/75).
Em 9 e 13 de Maio, foram respectivamente nacionalizadas várias empresas cimenteiras (DL 221-A/75), várias empresas de celulose (DL 221-B/75) e vários empresas de tabacos (DL 228-A/75).
Em 5 de Junho, foram nacionalizados o Metropolitano de Lisboa (DL 280-A/75), a Empresa Geral de Transportes (DL 280-B/75) e 54 empresas de camionagem (DL 280-C/75). Em 3 de Julho, foi nacionalizada a Carris (DL 346/75).
Em Agosto, respectivamente a 14, 21, e 22, foram nacionalizadas as empresa mineiras Pirites Alentejanas (parte nacional) e Sociedade Mineira de Santiago (DL 434/75), a Companhia Nacional de Petroquímica (DL 453/75) e a Sociedade Portuguesa de Petroquímica, o Amoníaco Português e os Nitratos de Portugal (DL 457/75).
Em 1 e 25 de Setembro, foram nacionalizados respectivamente, os Estaleiros Navais de Setúbal e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (DL 487/75) e a CUF (DL 532/75).
Em 2 de Outubro, o DL 561/75 nacionalizou a Sociedade de Gestão e Financiamento e a Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes (do grupo CUF).
Em 2 de Dezembro, foram nacionalizados várias estações de rádio (DL 674-C/75) e a RTP (DL 674-D/75).
Em 17 de Dezembro, foram nacionalizadas respectivamente a Sociedade de Fainas do Mar e Rio (DL 701-C/75), várias empresas de transportes fluviais do Tejo (DL 701-D/75) e a Sociedade de Cargas e Descargas Marítimas (DL 701-E/75). Em 20 de Julho, o DL 572/76 nacionalizou várias empresas de pesca.
Finalmente, em 29 de Julho de 1976, o DL 639/76 nacionalizou várias empresas ligadas à comunicação social escrita detentoras dos principais jornais da época.»
http://omilitante.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=95&Itemid=32
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“Nessa altura até o PPD era Socialista e o CDS centrista, e o PCP social-fascista! Dito pelo educador da classe operária, Durão Barroso, e o seu comunismo da treta ao serviço de Soares/Eanes.”
E a Helena, inspirada pelo mui nobre exemplo da Sierra Maestra, andava pela Serra da Estrela…A fazer a revolução, com aquela dose necessária de voluntarismo alheio a toda a sorte de “condições objectivas”.
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“todas as instituições de crédito, as caixas económicas e as caixas de crédito agrícola mútuo, com excepção das instituições com participação de capital estrangeiro e do DL 135-A/75 de 15 de Março, que nacionalizou todas as companhias de seguros, excepto aquelas em que ocorriam participações estrangeiras”
Os comunas cá do sítio tinham grande respeito pelo Kapital estrangeiro. permaneceram 3 bancos estrangeiros, um dos quais o Lloyds, vá-se lá saber porquê!
O Shampoolimão e os Mellos é que eram maus. O internacionalismo do Kapital até era aceitável. Até o Coronel paraquedista Chavéz é menos internacionalista (os Espanhóis e os Americanos que o digam)!
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Obrigado Daniel Silva pela informação justa. Os social fascistas aparecem sempre com a prosápia de quem tudo sabe.
Lembremos as tomadas deposição do biltre em inglês:
He told the Italian journalist Oriana Fallaci:
If you think the Socialist Party with its 40 per cent and the Popular Democrats with its 27 per cent constitutes the majority, you’re the victim of a misunderstanding . . . I’m telling you that elections have nothing or very little to do with the dynamics of a revolution . . . I promise you there will be no parliament in Portugal.
Talvez o vilarigues se lembre.
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Parece que já responderam ao Vilarigues ( no militante)! Como vai reagir António Vilarigues a este ataque.
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Cara HM, socialismo???
Socrates?? Cavaco??
Hummm
Nããã!!!
Nem social democracia quanto mais socialismo.
CÁ COMO LÁ, PREVALECE A LOGICA DA ECONOMIA DE MERCADO
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Quem diria Gabriel… Desde quando é que acha que “O Militante” diz a verdade? Desde que passou a dar jeito, não é? Só lhe falta enunciar o resto das nacionalizações e dizer quantas dessas foram feitas pelo Pinheiro de Azevedo (você já enunciou algumas… os jornais, as rádios!, essa parte já é mentira d’O Militante, claro… teve de ser o Vasco e os 12% de deputados do PCP). E já agora, não se esqueça que o Sá Carneiro e outros semelhantes levantaram o cu da cadeira no dia e na hora de votar a constituição.
Enfim… esta gente sempre a dar-lhe com a merda das injecções atrás da orelha e as criancinhas… Preocupem-se mas é em (a)pagar a crise seus otários e seus cartolas, que agora que a União Soviética já acabou vocês estão por vossa conta. E chamem o Fukuyama que ele diz que percebe disso.
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.
Parabens Helena. Do melhor nos ultimos tempos na Comunicação social Portuguesa. Eles perdem-se no trivial quem fez o quê ou do quê foi o quê. Fogem que nem enguias de agarrar o “touro pelos cornos”. Mas a “geopolitica” entrou em cheque-mate a Portugal, assim uma espécie de “marcelismo”, bandaid.
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Caro Gabriel Silva,
Muito obrigado pela correcção. Não há nada como ir às fontes…
Tirando a minha 1ª correcção as outras mantêm-se. Nomeadamente o facto do PPD ter subscrito todas as nacionalizações, excepto as 54 durante a breve vigência do 5º Governo Provisório (8 de Agosto a 19 de Setembro de 1975).
Aproveitando a boleia do Gabriel:
1. De 13 de Março até ao fim do IV Governo Provisório foram nacionalizadas 150 empresas.
2. V Governo Provisório 54 empresas.
3. VI Governo Provisório (até 23 Julho 1976)41 empresas
No total 245 empresas. Para mais detalhes podem ir a: «A Revolução Portuguesa – O Passado e o Futuro (Relatório aprovado pelo Comité Central para o VIII Congresso do PCP)», Álvaro Cunhal, Editorial Avante!, 1976 págªs 87 e 88
Já agora: desde o 1º comentário que estou a enumerar factos. Não pretendi atacar a Helena Matos (com quem tenho públicas e profundas divergência ideológicas e de estilo). Nem considero a correcção do Gabriel Silva um ataque. Essa é a minha postura enquanto, e por ser, comunista. Se alguns ditos liberais não pensam nem agem assim problema deles.
Quanto à entrevista de Oriana Fallaci a Álvaro Cunhal ainda bem que foram buscar o tema. É a única entrevista em muitos anos em que o secretário-geral do PCP não exigiu que fosse gravada (e em dois exemplares…). As consequências são conhecidas…
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não exigiu que fosse gravada (e em dois exemplares…). As consequências são conhecidas…
Mas alguém acredita que uma raposa como Cunhal com trezentos anos de experiência de Moscovo e KGB não tivesse escutas montadas por todo o lado quando a Oriana o entrevistou.
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Excelente artigo! Estava inspirada quando escreveu… Destaco:
“como empregados ou empresários trabalhamos cada vez mais para sustentar um Estado que gasta como se fosse socialista, cresce como se fosse socialista e por isso precisa cada vez mais que alguns milhões de portugueses façam figura de parvos, trabalhando como se o país fosse capitalista e o enriquecimento resultante do trabalho não fosse cada vez mais uma impossibilidade técnica”. Estamos num beco quanto ao crescimento/desenvolvimento… Sem saída á vista!!
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Acho piada quando a esquerda Comunista vem falar de votos quando a mesma esquerda assaltava e intimidava política e económicamente de quem discordava. Alguém acha que se vivia livremente no Portugal de 74-75-76? ou era apenas alguns que tentavam salvar os dedos entregando os aneís?
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Ainda há tipos como o vilarigues que continuam a negar a evidência. Lembro-me da questão ter sido posta ao alvarinho por um jornalista que o confrontou com a resposta dada a Oriana Fallacci. Não negou. A própria jornalista, algum tempo depois confirmou a intervenção. Não foi refutada por ninguém.
O vilarigues como bom marxista leninista sabia que o alvarinho era coerente. Mais que o camarada breznev que em 1975 não foi na conversa dele. O antónio ainda deve sonhar em partir os dentes à reacção e essas coisas giras que não estão esquecidas. Nesta altura de crise, com o capitalismo em estilhaços, será a altura de avançar com o camarada jeróimo para a revolução, o proletariado aguarda ansiosamente.
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Pensei que iam falar do Vasco Púlido Valente, agora do Gonçalces?!
Fico como a outra. “Quando os Vascos eram Santanas”
Será que no Youtube tem aquela música patética do : “Força, força camarada Vasco. Nós faremos a muralha de aço” Lembram-se? Vou ver …infelizmente, parece que não.
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Marcello Caetano (“Constituições Portuguesas”, Verbo, 7ª edição, 1994):
“O Movimento das Forças Armadas (M.F.A.), como organização conspiratória, antes da Revolução obedecia a uma Comissão Coordenadora onde, nas semanas anteriores a 25 de Abril de 1974, ganharam nítida preponderância os oficiais de ideias marxistas, cuja formação política se reflectiu no programa do Movimento submetido ao general Spínola e que este modificou em sentido menos socializante.” (…)
“Alarmado com o crecente domínio comunista no País e nas Forças Armadas, e vendo fugir-lhe das mãos o processo de descolonização do Ultramar (…) o general Spínola procurou consolidar a sua autoridade (…) mediante uma manifestação popular prebiscitária, para a qual era convocada a ‘maioria silenciosa’, mas que o Partido Comunista fez gorar, levantando barricadas nas vias de acesso a Lisboa e ao local da manifestação.”
Sim! O Partido Comunista não queria que as pessoas se manifestassem contra si! Democrático? Só se for em Cuba e na Coreia do Norte…
Neste livro, Marcello Caetano fala ainda nas ‘prisões sem culpa formada’, que sobrelotaram as cadeias (quem fosse contra o PC era fascista e logo preso), dos assaltos às sedes dos partidos considerados “de direita”, e da Imprensa diária do País que foi quase toda estatizada (e obviamente controlada). Três partidos proíbidos de funcionar porque eram adversários do PC.
Seguiu-se a “revolução social”: saneamentos na administração pública, nas escolas, nas empresas (quem não fosse do PC era expurgado). Fábricas e fazendas foram ocupadas de forma selvagem (daí Jerónimo de Sousa e o PC não criticarem o que se passa no Zimbabwe, pois já tinham feito o mesmo cá), assembleias de soldados foram constituídas nas unidades militares, sovietes operários e camponeses. Enfim. Quem viveu nesse tempo certamente se recordará das perseguições, dos abusos, da falta de liberdade e dos atentados à democracia. Imagine-se o que diria o camarada Jerónimo se o actual governo tomasse estas medidas…
Cara Helena, prefere mesmo viver em Cuba, Zimbabwe ou na Coreia do Norte?
Ou é apenas mais um frete ao Sr Belmiro e à Cruzada de JMF contra Sócrates?
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Ah a Muralha de Aço.
Curiosamente, ou talvez não, o autor da cançoneta do “Força, Força Companheiro Vasco” é o Alberto Moniz, cuja conjuge actual é Secretária de Estado deste governo.
O Herman José participava no coro da cançoneta.
O fabuloso Alberto Moniz, obviamente está outra vez em grande, na RTP1, paga com os nossos impostos. Até já tem um programa.
O Mário Soares tb.
Os zombies estão a sair das tumbas e a saturar o espaço mediático.
Estamos metidos num filme de terror.
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O Vilarigues mente descaradamente e torna a mentir sempre que lhe parece útil.
Ele sabe que, de uma mentira mil vezes repetida, sempre alguma coisa fica. Por isso, não hesita.
O pior para ele é que está mais que topado e já ninguém leva a sério os disparates que vai destilando.
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“Essa é a minha postura enquanto, e por ser, comunista”
Que um tipo seja burro, vá que não vá, a culpa não é toda dele, j+a nesceu assim e as Leis de Mendel são inexoráveis.
Mas que se orgulhe disse e o assuma publicamente, é que é de cair de costas.
Diga-me lá, ó cromo, como é que alguem pode ser “comunista”, conhecendo a história negra dessa ideologia, ao longo do sec XX?
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