Para que servem os sindicatos?*
Quando José Sócrates resolveu reenquadrar a relação do Governo com os sindicatos foram revelados alguns dados, não muitos mas os suficientes, para que a opinião pública percebesse que os sindicatos e respectivos dirigentes são uma extensão da administração pública e por ela devidamente sustentada: «Os 450 professores que estão destacados nos sindicatos representam uma despesa anual superior a oito milhões de euros. No ano lectivo passado, estavam destacados 1327 docentes (…) que custavam por ano 20 milhões de euros, segundo estimativas do Governo.» – informava, em 2006, a agência Lusa. As coisas são como são e a verdade é que os sindicatos não só dependem das verbas estatais como ainda a sua agenda está longe de coincidir com a defesa da qualidade e da transparência dos serviços prestados por esses trabalhadores. Isto não tira nem acrescenta razão às reivindicações dos sindicatos em matéria de contagens de tempo de serviço, avaliações de desempenho… mas em determinados momentos o seu silêncio sobre assuntos não corporativos torna-se assombroso. Por exemplo, os sindicatos dos professores não deviam ter sido os primeiros a condenar as patéticas figuras a que os professores são sujeitos nas acções de formação do Magalhães? Tal como no passado nunca se ouviu sindicato algum denunciar os crimes cometidos na Casa Pia, tal como foi difícil que os sindicatos apoiassem os professores e os funcionários vítimas de violência nas escolas – porque isso implicava admitir a existência de problemas muito sérios nesse micro-cosmos da ideologia estatizante tão cara aos sindicatos que são as escolas públicas – também agora não foi por eles que a denúncia e a indignação chegaram. É pena.
*PÚBLICO 21 DE OUTUBRO

1. Se fazer palermices nas formações é a ultima técnica que demonstra bons resultados
2. Se os professores estavam todos contentes e divertidos
3. Se no fim tiveram não só aquilo mas também a formação clássica
4. Se tiveram os slides e os informáticos da intel
5. Se até o professor que relatou o que não gostou disse que a formação na parte dada pela intel até foi válida
Para que é que os sindicatos iriam intervir?
Para fazerem política , atacarem o Magalhães e fazerem uma demonstração de como saõ calhaus?
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Tenho a ideia que a técnica usada nestas formações poderia ser aplicada na AR pelo menso nos dias de debate da nação. Talvez ajudasse a que os deputados não abondanassem a sala a meio da sessão depois do líder da bancada falar. Se os deputados fizessem um intervalo de meia ou uma hora em que aos grupos iam ao palco mostrar uma actuação que tivessem preparado, de dança, cantoria, strip, teatro, stand-up comedy ou o que fosse a coisa seria melhorada. E as audiencias até subiam. E quem sabe, seriam muito mais produtivos.
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PARABÉNS Helena, brilhante artigo. O que é estranho é não haver mais jornalistas a denunciarem estas situações. Por favor, insista com isso da mesma maneira que insiste com o problema das rendas. O facto de poucos falarem sobre isto, mostra como a mentalidade socialista está tão entranhada nas pessoas. Há muita falta de normalidade e estes artigos são mesmo uma grande lufada de ar fresco.
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Outra apanhada do clima. Agora é a mentalidade socialista que consegue entender que no país de origem da intel, lá nesse país retrogado dos states, dar formação de 3 dias implica ter um dia para usar certas técnicas estranhas para aumentar a eficácia da aprendizagem. Os outros coitados não conseguem entender que pular e saltar como criancinhas seja util e acham assim o degredo.
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Cara Helena, o seu desconhecimento do funcionamento interno dos sindicatos é, no mínimo, decepcionante. Passo a esclarecer caso não saiba:
1-Muitos desses milhões euros que refere no seu artigo, servem para que os delegados sindicais existam em vários pontos do país e não apenas “colados” à metropole
2-Existem excelentes delegados sindicais que muito têm feito para ajudar alguns professores em situações de extrema injustiça. Aliás, não existe códido do trabalho mais omisso e mais contraditório do que o Estatuto da Carreira Docente, permitindo que sejam feitas as maiores barbaridades ao abrigo de…nada.
3-Dentro dos sindicatos existem várias correntes, as quais por vezes entram em conflito interno com a direcção. E digo-lhe já que algumas fortes minorias preocupam-se bem mais do que pensa relativamente à palhaçada do MAgalhães e com a questão da violência escolar
4-Essa alergia sindical que percorre a nossa sociedade é extremamente preocupante. Basta voltar a ler com atenção jornais da epoca pos-1929 para se ver um paralelismo que a mim me preocupa. Não sou professor nem sindicalista (aliás hoje até tenho a minha própria PME, ou seja, estou do “outro ” lado), mas o direito à defesa do trabalho e das suas condições legais tem que existir por muito que isso custe a muita gente. Senão, o contrário seria muito pior…
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Os sindicatos não deviam eram ser pagos pelo estado. Deviam ser apenas pelos contributos dos sindicalizados e os professores destacados pelos sindicatos deixariam de receber como professores e eram pagos pelo sindicato. Assim seriam mais livres.
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Realmente temos o país que merecemos. Venham mais Magalhães pagos pelo Estado, para a alienação e a desresponsabilização ser total.
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Veja lá esta notícia: http://news.zdnet.com/2424-9595_22-242636.html. Poderão encontrar na Bíblia muitas passagens ainda melhores sem risco de serem decapitados.
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5 – alergia sindical? Não tem a obrigação de saber se sou ou não sindicalizada, se tenho ou não participado na vida sindical. Mas não pode afirmar o que não sabe. Presume. Mas no caso presume mal. Por isso mesmo lastimo o acantonamento dos sindicatos e o seu corporativismo que em casos como o dos professores tem consequências lastimáveis
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O post acerta em cheio no que é óbvio mas poucos querem ver. Através da colaboração em certas iniciativas de formação, ou nas tomadas de posição políticas (por exemplo, o manifesto pela escola pública) os sindicatos têm-se assumido como alter-egos do ministério da educação, adoptando a sua linguagem, colorindo-a com frases contestatárias, mas defendendo, no essencial, a mesma política de educação. Muito antes do actual processo de avaliação, já as escolas estavam inundadas do paleio das competências, atitudes, grelhas para isto e aquilo… todos foram achando normal e usando o mesmo vocabulário rasca como se fosse uma coisa séria.
Também é curioso recordar que o Sindicato do Superior era comandado no tempo de Guterres por alguém que logo foi chamado para uma posição de escolha governamental. Precisamente depois de ter conseguido um aumento significativo das remunerações no Superior e no Politécnico.
No fundo, Sindicatos e Ministérios sempre se deram bem e precisam uns dos outros.
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“Tal como no passado nunca se ouviu sindicato algum denunciar os crimes cometidos na Casa Pia”
“porque isso implicava admitir a existência de problemas muito sérios nesse micro-cosmos da ideologia estatizante tão cara aos sindicatos que são as escolas públicas”
Caceteirismo Rules! A direita portuguesa no seu melhor.
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Comeram com o proceso de avaliação .Agora já não querem . Pois …
Aperceberam-se tarde da FRAUDE do mesmo .Apenas um ardil do Ministério das Finanças para reduzir as progressões “ditas2” automáticas e respectiva massa salarial … parte significativa … e “parece” a única manobrável do Orçamento de Estado.
E quotas … coercivas … tão coercivas que se prestam a todo o tipo de injustiças .
Pode um funcionário esfalfar-se por um Muito Bom , mas se há 3 colegas para Muito Bom ,… e apenas um para dar ……. como é ???
Sistema de avaliação de desempenho é uma fraude geral.
Não é assim que vamos lá , fichas e ficholas , e caganças que não servem para a excelência que o governo vomita pretender.
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“Os sindicatos não deviam eram ser pagos pelo estado.”
Também os governantes não deviam ser pagos pelo Estado, mas sim pelos eleitores que os lá puseram.
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Chegámos a um novo estado em que se esconde das próprias forças policiais da Escola Segura a violência grave praticada nas escola primárias. Da comissão de educação da AR sai um relatório sem uma única referência a “bullying”! Esta semana passaram na TVI cenas de agressões extremamente violentas a murro e pontapé, muito mais graves que o caso do telemóvel e ninguém pia, com as direcções das escolas a afirmar que “os alunos têm que se tocar”! É preciso dizer mais algumas coisa? Isto só é conseguido com comércio de interesses ou medo.
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Por alguns professores serem palermas, não quer dizer que todos sejam palermas…
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“Os sindicatos não deviam eram ser pagos pelo estado.”
Claro que não deviam. Só assim seria uma luta justa entre patrões e trabalhadores. Seriamos obrigados a aceitar a luta dos trabalhadores como sendo completamente igual porque seriam eles sozinhos a defender os seus direitos. A partir do momento em que o Estado se põe ao lado deles, torna-se uma luta injusta e os sindicatos perdem toda a legitimidade moral.
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Helena, algumas concordâncias, algumas profundas discordâncias, logo a primeira.
1. Uma sociedade livre tem obrigatóriamente que ter sindicatos. Seria ainda pior, que o “lado patronal” estivesse sem contraponto. É fundamental que haja equilíbrio na sociedade, se não, o fundamentalismo entra em “prego a fundo”.
2. Carvalho da Silva e João Proença (como antes Torres Couto) são a miséria de imagem do sindicalismo em portugal. Como é que alguém pode estar no mesmo lugar durante décadas? Não há infalíveis. Não há insubstituíveis? Porque será que os “patrões” dos sindicatos em Portugal são inamovíveis?
3. O sindicalismo deve ter algum incentivo a nível do exercício das suas funções, mas o exagero do número de Professores dedicados a “full time” ao sindicalismo foi “bem apanhado” por Sócrates. Aliás, Sócrates tem a aspiração de Tatcher, ou seja, acabar com a “espinha do sindicalismo português”. Já falta pouco para alcançar o objectivo.
4. Quanto ao “colaboracionismo” dos sindicatos, de que a “operação Magalhães” é só mais um caso, é conhecido há muito. Helena, sabe qual é o passado do actual Secretário de Estado Jorge Pedreira? Antigo Presidente de um Sindixato do Ensino Superior. Aliás, a grande ambição de muitos sindicalistas relacionados com o sector público é a “escada da política”.
5. O Caso Casa Pia é outra moda. É um caso que rebenta toda a sociedade, e não só o sindicalismo. Os “clientes” da Casa Pia estão em todas as cores, daí as vítimas estarem abandonadas. É o “Ballet Rose” da III República, e a prova de que a III República deve dar origem a uma IV República, mais justa, equilibrada e transparente. Mas, sempre em Regime Democrático.
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Sr. Pi-erre
O seu comentário é absolutamente despropositado. É que eu não me lembro de ter voz na matéria acerca da direcção dos sindicatos ao passo que os governantes vão a sufrágio universal. Isto é tão básico e óbvio que até mete dó ter que o explicar…
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17- Mas eu nunca escrevi nem disse que os sindicatos não fazem falta
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“Claro que não deviam. Só assim seria uma luta justa entre patrões e trabalhadores. Seriamos obrigados a aceitar a luta dos trabalhadores como sendo completamente igual porque seriam eles sozinhos a defender os seus direitos. A partir do momento em que o Estado se põe ao lado deles, torna-se uma luta injusta e os sindicatos perdem toda a legitimidade moral.”
E, como toda a gente sabe, o patronato em Portugal atinge níveis de pobreza impressionantes devido aos chorudos salários que paga, imerecidamente claro, aos trabalhadores.
Enfim, já não atribuo estas afirmações a estupidez. Trata-se apenas de crueldade imoral e escamoteamento da realidade.
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“patronato em Portugal atinge níveis de pobreza impressionantes devido aos chorudos salários que paga, imerecidamente claro, aos trabalhadores.”
E para que é que os sindicatos negoceiam sempre aumentos salariais em %? Já se sabe que aumenta o fosso dos salarios menores para os mais pequenos. Ainda não tiveram tenmpo para descobrir isso?
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“E, como toda a gente sabe, o patronato em Portugal atinge níveis de pobreza impressionantes devido aos chorudos salários que paga, imerecidamente claro, aos trabalhadores.”
Pois, e o Zé que nunca saíu do escritório da repartição pública onde trabalha, a não ser para ir tomar café nas horas de expediente, e ler o Record sentado à mesa do restaurante, há-de saber realmente muito sobre o mundo empresarial!…
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Helena
Tem toda a razão no que escreve a este propósito.
Na nossa democracia que necessita urgentemente de ser renovada ou melhor reestruturada. Os sindicatos são mais uma peça do puzzle.
http://sol.sapo.pt/EdicaoImpressa/1Caderno.aspx
Este assunto descrito no “sol” é a infeliz realidade deste país sem coragem de enfrentar os problemas com seriedade e sem hipocrisia.
Se por acaso meditarem sobre este e outros assuntos do género verificarão que se não mudarmos nunca mais saímos da “cepa torta”.
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Anónimo Diz:
23 Outubro, 2008 às 9:06 am
Tenho a ideia que a técnica usada nestas formações poderia ser aplicada na AR … Se os deputados fizessem um intervalo de meia ou uma hora em que aos grupos iam ao palco mostrar uma actuação que tivessem preparado, de … stand-up comedy …
Este anónimo não está atento. Então stand-up comedy não é o que eles fazem por lá todos os dias? Pelo menos quando se levantam para falar…
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tina Diz:
23 Outubro, 2008 às 9:10 am
… O facto de poucos falarem sobre isto, mostra como a mentalidade socialista está tão entranhada nas pessoas. …
O que é que isto tem que ver com mentalidade socialista? A isto chama-se, em bom português, vigarice, bandalheira, indignidade.
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“JDC Diz:
23 Outubro, 2008 às 10:38 am
Sr. Pi-erre
O seu comentário é absolutamente despropositado. É que eu não me lembro de ter voz na matéria acerca da direcção dos sindicatos ao passo que os governantes vão a sufrágio universal. Isto é tão básico e óbvio que até mete dó ter que o explicar…”
Vê-se bem que não sabe do que fala. Dispenso as suas explicações. Tenha dó de si que bem precisa.
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Cara Helena, a questão da alergia depreende-se pelo conteúdo da escrita e em parte pela forma. Não foi minha intenção criar um juizo de valor, mas o que está escrito pode ser entendido dessa maneira.
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não seria má ideia não confundirem Sindicalismo com “sindicatos e respectivos dirigentes … da administração pública”
partir da crítica ao (não) funcionamento do ministério da educação para criticar o Sindicalismo em geral, não é de grande inteligência.
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Vinte mil milhões para servirem de almofada aos bancos, duzentos milhões que “voaram” da Segurança Social. Quem é que a Helena pensa que vai pagar isto? E vem-nos falar dos “trocos” para pagar aos sindicalistas?
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É abjecta a posição dos que defendem que dirigentes sindicais devem continuar a ser pagos pelo erário público, isto é, pelo dinheiro dos nossos impostos.
A que propósito é que parte do meu IRS vai, por exemplo, para o ordenado de um dirigente do Sindicato dos Professores, que não elegi e com o qual nada tenho a ver?
Haja vergonha!
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Porque muitas empresas recebem muito do estado. E da UE.
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Bom texto e muito oportuno.
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Caríssimo Sr. Pi-erre
De facto, não percebo do que falo. A sua posição tem muito mais lógica: cada eleitor pagaria uma quota parte do salário dos governantes que elegeu. Isso sim, é que era. Como propõe a discriminação de quem paga a quem? Abolição do voto secreto ou por voluntários? Se calhar a primeira é impossível e a segunda inviável. Então, se calhar, os partidos pagavam aos próprios deputados, por exemplo, e as pessoas limitavam-se a pagar aos partidos. Era a lei do mais forte, ao estilo americano só-posso-candidatar-me-a-presidente-se-angariar-5-milhões-de-dólares…
Realmente, tenho que ter dó de mim mesmo, porque não consegui perceber a sua ideia.
Já os sindicatos, por exemplo dos professores, devem ser pagos por todos nós. Uma associação que visa defender (e bem) os direitos de um grupo restrito de trabalhadores deve ser paga por todos os contribuintes, mesmo aqueles que não tenham nem uma palavra a dizer sobre quem pertence à direcção dessa organização. É de interesse nacional? Quantas outras não o são? Não serão todas?
A sério, não se incomode com a minha ignorância. Deve ter mais do que fazer e eu não o quero importunar
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