É só para lembrar…
Em finais de Agosto comentei as imagens televisivas acerca do desastre (do último dos) da Linha do Tua.
Como de costume, fui injuriado por anónimos e pseudónimos. Avançaram com tecnicidades e alegaram os argumentos habituais do ‘especialista’: só o perito profissional na coisa pode opinar acerca da dita.
Aceitei o repto e consultei um perito, meu conhecido – o que ouvi foi uma história de terror: desleixo generalizado, traves de madeira com 50 anos e a desfazerem-se, veículos desadequados e o costumeiro conhecimento geral desta desgraça por quase todos os interessados embora ninguém o admita publicamente.
Hoje conheceu-se um Relatório que confirma tudo o que então temia – será que os ‘peritos’ de Agosto, i.e. os assessores da CP e da Refer, ainda têm o topete (de que abusaram há dois meses) de continuarem a negar as evidências?
Já agora, a sempre tão assertiva Secretária de Estado Ana Paula Vitorino já pediu desculpas à famílias das vítimas pelas declarações – em jeito de conclusão final – feitas após o último acidente?
BLASFÉMIAS 
Vamos ver agora se avançam com processos por negligência criminosa ou, não avançando, quais as desculpas esfarrapadas que vão dar.
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há outros desastres a norte:
fcp
menezes
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“Vamos ver agora se avançam com processos por negligência criminosa”
Conocrdo. Mas, é curto. Neste tipo de casos, as vítimas deveriam accionar judicialmente os Presidentes da Refer, CP e mesmo a própria secretária de Estado, e não só as Instituições. É que se só forem as Instituições a serem punidas, é o Contribuinte apenas que paga. Se forem as Instituições e os seus Responsáveis a serem penalizados, ….para a próxima serão mais Responsáveis.
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não tinha sido necessário comissões de inquérito, bastava terem perguntado ao Amorim.
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No pasa nada, nada de novo na frente do Tua.
No relatório e nas palavras do CAA, todo um retrato de um país
com quase três décadas de bloco central,
da impunidade e irresponsabilidade do bloco central.
Parece ser o que há, o que temos.
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O relatório de hoje é o relatório dos jornalistas nos telejornais do próprio dia do acidente. Bastava chegar, olhar para o estado da linha e concluir.
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A secretária d’estado disse que estava tudo bem porque havia vistoria a cada 15 dias. Portanto, já deveria ter sido demitida do cargo, como se faz nos países em vias de se tornarem civilizados, porque nos civilizados ela teria sido demitida logo que disse aquilo.
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“Portanto, já deveria ter sido demitida do cargo, como se faz nos países em vias de se tornarem civilizados, porque nos civilizados ela teria sido demitida logo que disse aquilo”.
Quem? A Prof. Dra. Vitorino? Uma das mais ferrenhas Socráticas? Será mais fácil demitir o PGR!
Apenas e só, o seguinte: as vítimas colocarem-lhe um processo em tribunal, nem que vá parar a Tribunal europeu, daqui por 10 anos, a exigirem o seu julgamento.
De resto, politicamente, intocável!
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E quem é o Zé Godinho Sucateiro?
E a Sociedade de Empreitadas Ferroviárias?
Pois …
Cherchez la femme!
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Do Terreiro do Paço não se lobriga o Tua. Os mais ousados, ministros e secretários de estado admitem que possa ser no allgarve, os secretários inclinam-se mais para se localizar no Brasil.
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Eu já venho há vários anos a sugerir que se crie um movimento / associação / qq-coisa destinado a colocar em tribunal casos escandalosos como este, processando pessoalmente os responsáveis. Bastaria reunir esforços, seleccionar alguns exemplos mais gritantes e divulgar bem o que se estava a fazer (mesmo que o processo demorasse anos e anos) para que começasse a haver mais cuidado por parte desta gente que nos envergonha.
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“Eu já venho há vários anos a sugerir que se crie um movimento / associação / qq-coisa destinado a colocar em tribunal casos escandalosos como este, processando pessoalmente os responsáveis. Bastaria reunir esforços, seleccionar alguns exemplos mais gritantes e divulgar bem o que se estava a fazer (mesmo que o processo demorasse anos e anos) para que começasse a haver mais cuidado por parte desta gente que nos envergonha.”
E talvez processar o MP ou a PGR. Ou talvez não, se eles estiverem amordaçados pelas leis emanadas da assembleia.
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O relatório distribui as culpas. Isto é torna-as difusas. A culpa é do “empeno”, que é aliás quase imperceptível, e da automotora, essa malvada. Falta explicar porque razão aqueles bogies e estrutura das caixas que circulam desde os anos 70 noutras linhas – sim, aquilo são as velhas jugoslavas remodeladas -, com troços em pior estado e mais sinuosos (Corgo e Tâmega) que os da Linha do Tua, e nunca nada lhes aconteceu. Podem ir vê-las amanhã entre a Régua e Vila Real e entre a Livração e Amarante. O estado dessas vias também é “inadmissível”.
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Culpa do maquinista, que, tomado do sino, não viu a curva próxima.
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“Como de costume, fui injuriado por anónimos e pseudónimos”
Sou anonimo mas não injuriei ninguém. Na altura só vim aqui defender os pobres dos parafusos que diziam que estavam largos. E então a culpa era dos parafusos?!? Não parece. Era de toda a estrutura, não dos parafusos que desapertavam.
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Quem acompanhou a história do encerramento de várias linhas do interior do País, está a ver a repetição de um filme. Seria importante que houvesse uma opinião pública forte que denunciasse estas situações e afirmasse que é mesmo importante encontrar culpados.
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..e além do mais como é que um pobre anónimo como eu que na altura vim inocentemente defender os parafusos ia sequer pensar na hipotese daquilo estar tudo podre e toda a gente saber do “desleixo generalizado, traves de madeira com 50 anos e a desfazerem-se, veículos desadequados” e ninguém dizer tal coisa e os responsáveis ( quem será?) conseguirem dormir descansados e almoçar e jantar? .. não me passava pela cabeça que alguém fosse capaz de permitir que uma via turistica fosse um bilhete para a morte.
Estou já arrependido de ter vindo aqui defender os parafusos que eram laxos. Bem que às vezes devia era ficar calado.
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e os passageiros, esses inconscientes, que iam mal distribuidos dentro da carripana!! poupem-me!
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…seguidamente o sr. Amorim, como defensor dos sacrossantos valores do mercado, vai fazer um postezinho no blog sobre o passivo gigante destas empresas, e como sorvem os dinheiros públicos, com a aclamação das aves canoras costumeiras.
Querem sol na eira e chuva no nabal: a exploração de linhas com dois comboios diários, seguras, com custos de manutenção altíssimos, material circulante moderno, bilhetes pagos pelos passageiros muito abaixo do valor real, com tarifas sociais impostas pelo governo, e por outro lado empresas ferroviárias sem deficit, financeiramente independentes do estado, fortes, sólidas, patati… patata…
assumam de vez que estas empresas não podem dar lucro, ou calem-se para sempre.
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Há uma série num dos canais Discovery sobre grandes acidentes, onde por vezes paro. O último que vi foi um acidente ferroviário na Alemanha, em que a busca das causas foi minuciosa.
A conclusão, como em quase todos os programas que vi desta série, foi um conjunto de pequenos factores que por si só não dariam origem ao acidente, mas porque acidentalmente ocorreram em simultâneo… e deu-se o desastre.
O que não consta é os desastres terem sido provocados pelos políticos.
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E se em vez de pedirem desculpas, hipócritas como sempre, tivessem começado, desde logo, por assumir os custos com as despesas hospitalares e afins que até hoje, ao que parece, ainda não começaram a pagar? Diz que estavam à espera do relatório. Será que esses burgessos, vulgarmente conhecidos como decisores políticos, nunca ouviram falar em direito de regresso? O mínimo da decência para com os incautos que se aventuravam naquela linha da morte era pagar primeiro e apurar responsabilidades depois.
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