Criminalidade violenta em 2008 foi normal
13 Março, 2009
Ler jornais é saber menos. O DN noticia hoje que em 2008 a criminalidade atingiu a maior subida de sempre. Possivelmente é verdade, mas não é surpreendente. Em 2007 sofreu a maior descida dos últimos anos. Quando os dados de criminalidade violenta de 2008 são comparados com a tendência dos últimos anos, chega-se à conclusão que o ano excepcional foi o de 2007 e não o de 2008. A criminalidade violenta em 2008 até foi inferior à de 2004 e 2006, anos em que não existiu a paranóia mediática da “onda de criminalidade”.


Estatisticamente “normal” ?
Ó João, mas isto é um gráfico de registo da produção que é normal subir com o aumento da produtividade?
Políticamente, isto é normal?
Moralmente e humanamente, isto é admissível?
A existência de um só crime não é já anormal?
GostarGostar
“O sítio é calmo, dias de sol, praias aprazíveis, a malta tá-se bem, qual crime, mais crime menos crime tanto faz, os ricos que se lixem, desde que não me atinja, fosga-se”. Texto retirado do magalhães durante um curso avançado das novas oportunidades – Como levar a vida numa boa sem fazer nada para além de andar sempre com o símbolo da mãozinha na testa. Contra as campanhas negras sempre, paulo pedroso a presidente”.
Nos jornais: Sindicato dos Magistrados leva petição com mil assinaturas a Cavaco. Lá vai mais uma petição para o caixote do lixo.
GostarGostar
Deixo aqui uma teoria, publicada em Agosto de 2008, que encaixa na perfeição nesses números:
A recente onda de criminalidade violenta, noticiada profusamente em todos os orgãos de comunicação social, deu os seus frutos. Recapitulando:
– No dia 7 de Agosto dois brasileiros assaltaram a dependência do BES em Campolide; fizeram reféns e um deles acabou com um tiro na cabeça; presente estava o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira (e a sua amiga Cândida Vilar) – quantos sequestros no nosso país serão acompanhados ou dirigidos por procuradores e ministros…
– Nas duas semanas seguintes cai-nos sobre a cabeça um verdadeiro ciclone mediático; homicídios, assaltos, tiroteios, violência étnica – tudo devidamente mostrado na pantalha sem os pudores e secretismos habituais.
– Pelo meio surgem reivindicações de representantes de altas patentes das forças policiais; é necessário uniformizar as bases de dados, algo tão lógico que não se compreende porque nunca avançou antes – talvez devido às reservas, dos meios judiciais, a que o poder político tenha acesso às mesmas…
– Vinte dias depois, é aprovada a lei que cria a figura do Secretário-Geral de Segurança Interna, cargo de nomeação política e que vai ter acesso a todos os processos criminais a decorrer em Portugal – Desta vez Cavaco Silva não se mostrou “preocupado” nem mandou verificar a inconstitucionalidade da lei, como solicitavam os juízes, os primeiros a criticar a descarada imiscuição da política na justiça, comparando-o a regimes como a União Soviética.
Ou seja, todo o alarido criado em torno de casos que são o nosso (e não deles) dia-a-dia há várias décadas (com excepção talvez da semântica trazida com o Acordo Ortográfico, como “carjacking”) serviram para uma coisa: para dar ao governo o controlo de todas as investigações e processos criminais a decorrer em Portugal.
Um autarca a ser investigado por corrupção, um político suspeito de negociatas, um empresário a ser escutado por favorecimentos, através de uma simples consulta informática toda essa informação estará ao alcance do novo Secretário ao serviço de Rui Pereira e do Ministério da Administração Interna.
A oposição caladinha, o PSD a dizer que sim, porque isto é assunto que interessa a todos. Aliás, no que toca a tráficos de influências e corrupção, comem todos do mesmo tacho, ou não tivessem todos os partidos pessoas em cargos públicos e muito bem remunerados. É ver quem anda pelo Banco de Portugal ou pela Caixa Geral de Depósitos, encontra-se gente desde o CDS ao PCP, todos em cargos de administração e com a reforma garantida. Deve ser o que chamam serviço público, ou servirem-se do que é público, quase parecendo uma cantina cheia de tacho e avental.
Adivinham-se portanto, com esta nova lei do PS, enormes avanços no combate à corrupção, ao compadrio, às negociatas, aos tachos, aos favorecimentos, e a tudo o que tenha a ver com crimes cometidos por políticos e seus financiadores. Tal como o crime violento, e como disse Rui Pereira, também os crimes de corrupção passarão a ser “casos pontuais”. E cirúrgicos, adivinha-se.
GostarGostar
Aposto que estavas à espera desta desde o ano passado…
GostarGostar
Muito bem João Miranda.
Também estava à espera desta publicação para se ver a demagogia que por aí proliferava.
GostarGostar
Pela tendência do gráfico, se recuarmos no tempo vai haver um ano sem crimes.
GostarGostar
A demagogia?! De quem, do próprio Governo, certo?
Para depois aplicar novas medidas de controlo do Sistema.
O post #3 explica uma pequena parte do enredo.
Nunca mais haverá Casas Pias, Freeports, Felgueiras, Isaltinos, etc., que não sejam processos cirúrgicos (inclusive dentro do próprio PS).
GostarGostar
Eu por acaso penso que a “Paranóia” deveria ter existido desde 1999. Em 10 anos o crime subiu 57%. É um valor extraordinário e que demonstra bem mais um desastre do regime e este bem directo ao Estado. Porque a segurança é “Só” a mais importante justificação para a existência de Estado.
Mas um Estado dedicado ao Social e com uma cultura esquerdista a segurança vem sempre atrás dos subsídios e clientelas.
-Estou certo que o aumento de crime não aparece nas estatísticas da inflação que obriga os Portugueses a gastar muito mais em segurança como demonstra todas as variantes de Prosegur que têm aparecido como cogumelos.
GostarGostar
Excelente post. Parabéns.
GostarGostar
estes dados estatísticos – manipulados pelas entidades “competentes,como é da praxe – são tão fiáveis como os anúncios do “engenheiro”.
GostarGostar
Será que os números de 2007 foram fornecidos pelo ISCTE ou pel UNI?
GostarGostar
“Adivinham-se portanto, com esta nova lei do PS, enormes avanços no combate à corrupção, ao compadrio, às negociatas, aos tachos, aos favorecimentos, e a tudo o que tenha a ver com crimes cometidos por políticos e seus financiadores. Tal como o crime violento, e como disse Rui Pereira, também os crimes de corrupção passarão a ser “casos pontuais”. E cirúrgicos, adivinha-se.”
Acho que não:
http://dn.sapo.pt/2009/03/13/nacional/skin_revela_offshores_tio_socrates.html
GostarGostar
Tolices e mais tolices. E passados meses mais tolices. Para quem está no terreno resta uma certeza: eles estarão à vossa espera na próxima esquina.
As campanhas do governo neste caso são um exemplo acabado das palavras do poeta: chegam a fingir que é dôr a dôr que deveras se sente.
Convém notar que, além do mais, há um crime que tem aumentado significativamente e sem quebras: o da corrupção. Infelizmente não vem retratado nos gráficos apresentados.
GostarGostar
Nos últimos dez anos, passámos de 15 para 24 mil, um aumento de 60%. Nada de assinalar, portanto.
“É o maior crescimento da última década, com 421 mil crimes participados às polícias durante o último ano, sendo que os meses de Julho e Agosto foram os meses com mais crimes e mais homicídios. No terceiro trimestre de 2008 os casos mais graves tiveram uma subida de 16,8 por cento, mas registou-se um abrandamento nos últimos três meses.
No primeiro trimestre houve 98788 crimes, no segundo 105.243, no terceiro 112.750 e no último 104.256. ”
“Segundo o «Diário de Notícias», entre os crimes mais graves encontram-se os aumentos brutais dos assaltos a bancos e às bombas de gasolina, praticamente para o dobro. Houve 230 roubos a bancos, contra 108 de 2007 e 468 assaltos a postos de abastecimento de combustível, contra 241 no ano anterior.” em TVI24
GostarGostar
só para ver se apagam o comentário:
os dados estatísticos – devidamente manipulados pelas entidades “competentes”, como é da praxe – são tão fiáveis como os discursos do “engenheiro”.
GostarGostar
E os critérios de contabilização? Terão sido os mesmos ao longo da década ou houve mudanças?
GostarGostar
Colarinhos brancos e canos serrados unidos vencerão.Que o digam os ourives.Com cerca de um milhão de pobres do mundo por aí acho bem que CGTP faça barulho, reivindique contra os patrões e o governo mas mantenha a solidariedade para com o internacionalismo do grande africanizador que ainda agora anda pelo ex-ultramar a arranjar mais lenha para se queimar…
Nada de expulsões, mais carrinhas do SEF nas zonas libertadas para legalizar, mais mariculas nas escolas que nõ sendo SEF são logo ministério das Finanças.Mais doentes de SIDA a 2000 euros por mês fora o resto que os professores têm que pagar com a “avaliação” que se destina só a “embaratecer” para poderem dar mais aos que ganham menos.10 anos a ganhar menos para outros ganharem mais e ainda existe criminalidade?O governo est+a cheio de incompetentes.Que não adoçaram as estatisticas o suficiente.Que traduzam o país de leite e mel que é Portugal multicultural.Grandes inginheiros sociais…
GostarGostar
Tá bem, JM, “prontos”, leve lá a bicicleta.
GostarGostar
As estatísticas são as grandes vítimas dos dias de hoje.Elimidadas secretamente, desbastadas, amassadas com porrada, batidas, pintadas ao gosto tudo sofrem essas vítimas sem um protesto da Assembleias Nacional de esquerda que está tratando de reconstruir um império cá dentro e por nossa conta.Vão ter que ganhar menos…
GostarGostar
“E os critérios de contabilização? Terão sido os mesmos ao longo da década ou houve mudanças?”
Boa pergunta.
GostarGostar
E’ um aumento de quase 60% em apenas 10 anos. Isto numa altura em que com as melhorias das condicoes de vida e dos apoios sociais, a tendencia deveria ser para diminuir a criminalidade.
GostarGostar
O pessoal está farto de estatísticas! Vive-se pior… vive-se com mais insegurança… o governo nada faz para resolver problemas estruturais… é só show-off e jogar com números e utilizar referências inexistentes… hoje vem no Público, nas últimas páginas sobre economia, as questões colocadas pelo Deputado Europeu do CDS, José Ribeiro e Castro ao presidente do BCE, J.C. Trinchet, nomeadamente se os governos tinham algo a ver com a baixa da taxa de juro na zona EURO, e em particular se o P.M. Português J. Sócrates o tinha abordado sobre este assunto (tal como referido na mensagem de Natal do PM)…a resposta é um não categórico!
Uma notícia destas merecia mais relevo… demonstra, mais uma vez, a forma desta gente governar!
GostarGostar
paranoias mediáticas e crendices é que povo quer…
GostarGostar
Assaltos a bombas de combustível:
1994- 441
1995- 194
1996- 334
1997- 233
1998- 219
1999- 335
2000- 324
2001- 198
2002- 343
2003- 240
2004- 285
2005- 224
2006- 222
2007- 240
(dia 15 Setembro de 2007 entra em vigor o novo CPP)
2008- 468
Assaltos a bancos:
1994- 98
1995- 99
1996- 126
1997- 188
1998- 130
1999- 105
2000- 64
2001- 72
2002- 155
2003- 173
2004- 101
2005- 153
2006- 139
2007- 108
(dia 15 Setembro de 2007 entra em vigor o novo CPP)
2008- 230
Uma notícia interessante, para reflectir:
“315 presos libertados em seis meses [de 16 de Setembro de 2007 a Março de 2008] com novas leis penais (…) O que contabiliza mais 83 libertações que nos seis meses anteriores, de Março a Setembro de 2007 (quando foram libertados 232), período em que ainda vigorava o anterior CPP (…) E nesse mesmo dia em que o diploma entrou em vigor [15 de Setembro de 2007] as portas das prisões abriram-se, a meio da tarde, para cerca de 115 presos (…)”
Cada qual que tire as sus ilações
GostarGostar
Pode-se comparar a criminalidade aqui
GostarGostar