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Verónicas tauromáquicas e bíblicas

3 Julho, 2009

na entrevista que Manuel Pinho deu à SIC após a sua demissão existem duas frases importantíssimas.

Uma ideológica:

“(…) e eu fico muito ferido quando, depois de todo este trabalho que foi feito para recuperar os os postos de trabalho e a vida dessas famílias, partidos que se dizem de esquerda e que dizem defender os trabalhadores tomam atitudes como a que tomaram (…)”

O ministro Pinho acumulou gaffes mas enunciou aquilo que vai ser o argumentário do PS: a esquerda é amiga dos trabalhadores e a esquerda é moralmente superior. Se o par de cornos tivesse sido feito por um ministro do PSD ou do CDS o caso tinha contornos ideológicos que aqui foram anulados porque quer o PS quer o PCP e o BE se dizem de esquerda logo são amigos do trabalhadores. Digamos que têm divergências quanto às manifestações dessa amizade. Mas estão de acordo em que são eles os amigos dos trabalhadares. Esta vai ser a faena dos próximos meses.

A outra de retrato do governo:

“(…) os trabalhadores quando eu fui lá ficaram muito agradecidos. E foi uma situação tão  complicada! Vou partilhar consigo um segredo: estavam lá várias câmaras de televisão. Eu cinco minutos antes de me apresentar nas minas estava eu na estação de gasolina à saída da auto-estrada  a fechar o negócio. Porque aquilo foi uma coisa  no último minuto Muitas vezes não se sabe que um político passa por estas situações: as câmaras a olharem para nós e cinco minutos antes eu arriscava-me a que aquilo não estivesse tudo concluído.”

Provavelmente para o futuro do governo de Sócrates ficará a imagem do par de cornos feito por Pinho. Mas o que caracterizou foi este governar diante das câmaras de televisão. Era preciso ter anúncio para dar às câmaras. Note-se que Pinho nem fala de jornalistas. Ele sabia que tinha de dar qualquer coisas às câmaras. Quando disse: “as câmaras a olharem para nós e cinco minutos antes eu arriscava-me a que aquilo não estivesse tudo concluído” Pinho resumiu um estilo de governação. E tem razão quando diz  “Muitas vezes não se sabe que um político passa por estas situações”. Não só não sabemos como de facto um político não devia passar por estas situações: não se pode decidir assim em cinco minutos um assunto desta natureza. Unicamente porque as câmaras estavam lá e havia que as alimentar. A verdadeira pressão era essa.

15 comentários leave one →
  1. Anónimo permalink
    3 Julho, 2009 11:52

    Não sabe nada de nada mas é capaz de deduzir tudo pelo que aparece na tv

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  2. helenafmatos permalink
    3 Julho, 2009 11:53

    FOi manuel Pinho quem disse: “as câmaras a olharem para nós e cinco minutos antes eu arriscava-me a que aquilo não estivesse tudo concluído»

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  3. Anónimo permalink
    3 Julho, 2009 11:58

    Este blog vai merecer o proximo governo que vai ter.
    Vão ter aquilo que querem. Depois queixem-se.

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  4. Anónimo permalink
    3 Julho, 2009 12:02

    verónica? chiquelena, talvez.

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  5. 3 Julho, 2009 12:09

    I Parte

    Limpando a podridão
    da nossa sociedade,
    tamanha é a devassidão
    repleta de imbecilidade.

    O inexorável apodrecimento
    alastra de forma viciosa,
    repele o desenvolvimento
    e atrai a cultura capciosa.

    II Parte

    Neste país acanhado
    de sintomas bipolares,
    o povo fica acabrunhado
    reflectido nos seus olhares.

    Nas malhas do omnipresente
    com a sua teia burocrática,
    este é o nosso presente
    de débil cultura democrática.

    É elevado o endividamento
    deste país adiado,
    o fado do entristecimento
    tem sido toureado.

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  6. Lus Miguel permalink
    3 Julho, 2009 13:35

    Medindo as devidas distâncias, não houve aqui há uns meses uma troca de insultos entre deputados, com convite a resolver o problema no exterior do parlamento?
    Houve alguma consequência politica? Ou é uma questão menor?

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  7. Marafado de Buliquei-me permalink
    3 Julho, 2009 13:58

    Se fosse comigo, eu mandava-o para a:

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  8. Anti Liberais permalink
    3 Julho, 2009 14:19

    Isto é lindíssimo!

    Não nego que foi uma atitude manhosa por parte do homenzito, que diga-se, não foi brilhante ao longo do seu mandato, mas também não foi assim tão mau como o pintam – não tinha era grande jeito para a comunicação…

    Mas depois de ver, nestes últimos 15 anos (afinal só tenho ainda 32…), tanto insulto, atoarda e mentira mandada de parte a parte no parlamento, ainda consigo ver esta gente armar-se em ‘copinhos de leite’ por causa de um gesto da treta!

    Esta gente, estes deputados não têm grande moral para criticar uma atitude de reacção que o homem teve! Com tanto bater no ceguinho até me admira como é que não se passou mais cedo! Vocês, laranjinhas aqui da zona, imagino o que diriam que o vosso magnânimo Alberto João Jardim estivesse no parlamento ou Governo e mandasse uma das suas… Não foi ele ontem que chamou SS ao Primeiro Ministro? Tipo… Nazi? Porque carga de água não o mandam ir pastar longe?…

    Não dá jeito não é?…

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  9. 3 Julho, 2009 15:20

    Sra Helena Matos,

    Mais uma vez acho que as suas conclusões são bastante limitadas, pois ao escrever este post revela que não tem bom senso, porque não fez referência ao valente “raspanete” de Jaime Gama a Paulo Rangel, isso não interessa, é certo que a gravidade do gesto de Manuel Pinho é inqualificável, mas se a discussão politica se vai focar neste assunto e não no que realmente interessa, a conclusão a que chego é que alguns jornalistas limitados e mal formados, não conseguem elaborar um discurso sério, isento e com alguma coerência, penso que é isso a sua função, denunciar factos e argumentos válidos e não alimentar polémicas que nada ajudam ao debate político, reflecte o desespero e a limitação de alguns ditos jornalista, que seguem com rigor e isenção a sua profissão, respeitando valores instituídos, isto sim é jornalismo sério e profissional, não aquele jornalismo fácil, oportunista,digno de uma revista ” cor-de-rosa”, aonde o que conta são as polémicas e não o estado da nação….

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  10. 3 Julho, 2009 15:31

    “José Eduardo Martins pede desculpa a todos os deputados menos ao socialista Afonso Candal” in, Público.

    A dona Helena cidadã já pediu à Dona Helena jornalista que pedisse no Público a demissão deste deputado da nação?

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  11. José Barros permalink
    3 Julho, 2009 15:50

    Quando disse: “as câmaras a olharem para nós e cinco minutos antes eu arriscava-me a que aquilo não estivesse tudo concluído” Pinho resumiu um estilo de governação. – Helena Matos

    Este estilo de governação assim resumido é muito mais grave que os corninhos de Pinho ao Bernardino Soares. Demonstra pela enésima vez que o governo tem como preocupação única a sua imagem, tomada como linha de orientação governamental de forma mais doentia até do que no governo de Santana Lopes.

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  12. artur mendes permalink
    3 Julho, 2009 16:22

    Desvendado o vencedor: E o premio da “CORNADURA” vai… vai… vai… p’ro ANONIMO!
    Com direito a musica!

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  13. K2ou3 permalink
    3 Julho, 2009 17:29

    Já agora, ele pagou a multa de ter sido apanhado em flagrante, em assiciação criminosa, com Sócrates a fumar num avião da TAP?
    É que se eu somente pedir desculpas, tenho a certeza que a ASAE ou outros não me largam.

    Fazer força para ele deixar o Governo com “contas Limpas”

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  14. 3 Julho, 2009 22:33

    UM PATETA
    Manuel Pinho, também no cada vez mais ridículo “debate sobre o estado a que isto chegou”, simulou uns chifres feitos com a sua delicada mãozinha e “investiu”, directo, contra o PP. O ministro S. Silva até foi obrigado a pedir desculpas pelo inusitado gesto da caricata criatura. Já assistimos a finais mais dolorosos mas não tão trágico-cómicos. Este é apenas do domínio circense.

    Adenda: Foi, parece, contra o PC como se isso importasse. O que importa é que o homem é mesmo um pateta. Mesmo sem ser ministro. Nem à história passa porque não tem uma.
    http://www.portugaldospequeninos.blogspot.com/2009/07/um-pateta.html

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  15. O puto novo no bairro permalink
    4 Julho, 2009 10:25

    O gesto do Manuel Pinho, coisa que ninguém disse até agora, é não só popular como mediterrãnico e populista. Bordalo Pinheiro fixou alguns desses gestos, Um deles é o manguito do Zé (O Zé Povinho, de sorriso alarve), estatuinha que estava presente em todas as tascas. (Ah queres fiado? Toma!)

    Agora, para o bem e para o mal, passará a ser um gesto do repertório socialista. Já havia o Malho, do santos silva, agora os corninhos. Além da série de “imitações” que agora o PM faz do discurso dos seus adversários.

    Pode-se dizer que a linguagem gestual mais expressiva chegou à Assembleia da República. Quando a massa cinzenta agioniza, e não tem argumentos, saca~se o varapau, as figas, os exorcismos de liceal.

    Para os cro-magnons, e demais perros e macacada este tipo de gestos tem – vá-se lá saber – porquê – conotações viris. Demonstra “tomates.” Isto e o berro são tudo a que chegou a razão prática e a razão transcedental portugesas em matéria de política.

    Belo! O que se prova é que Bordalo – a crítica de Bordalo ap açrve, continua na ordem do dia. Os portugueses tem um caso mental deicidamente. Nada mudou desde o século XIX, maugrado a revolução tecnológica e a saturação de auto-estradas.

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