Obesidade, Síndrome metabólico e tuberculose.
Um dos artigos médicos mais interessantes do corrente ano é o texto “Evolutionary Speculation About Tuberculosis and the Metabolic and Inflammatory Processes of Obesity”, de J. Roth, publicado no JAMA.
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/extract/301/24/2586
Algumas das consequencias da corrente epidemia de obesidade encontraria uma justificação na exposição dos nossos antepassados ao bacilo de Koch.
O autor expõe a teoria segundo a qual um contexto biológico (o “síndrome metabólico”) desfavoreceria uma determinada infecção (a tuberculose). O síndrome metabólico, constituído, segundo uma definição, por obesidade visceral, hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia (triglicerideos elevados, colesterol HDL baixo), favoreceria a existência de um ambiente inflamatório, o qual levaria a uma “advantage during the tuberculosis pandemic when food availability was limited and average life span was short”.
O autor conclui que “Speculation that the previous tuberculosis pandemic may have intensified the metabolic syndrome and inflammatory processes associated with obesity suggests a plausible, though hypothetical, evolutionary process.”
Uma teoria mais antiga com um mecanismo semelhante (um traço biológico, ou uma “doença”, protege de outra) consiste na relação entre a malária e a hemoglobina S.
http://sickle.bwh.harvard.edu/malaria_sickle.html
José Pedro Lopes Nunes
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