O PIOR DE 2009 (2)
29 Dezembro, 2009
… o orçamento rectificativo no final do ano. O governo justificou o orçamento rectificativo com a quebra de receitas. Um embuste!
Não foram os portugueses que boicotaram o orçamento, pagando menos impostos. A previsão da receita é que estava muito empolada já no OE original. O governo tinha inflacionado as receitas para assim poder, de forma despudorada, justificar despesa em ano eleitoral. Gastou à tripa forra, distribuiu benesses e aumentou os funcionários públicos em quase três por cento.
Enquanto os trabalhadores das empresas privadas vão para o desemprego, com uma absoluta insensibilidade social, o governo garante o aumento do poder de compra aos seus funcionários.
41 comentários
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“… o orçamento rectificativo no final do ano. O governo justificou o orçamento rectificativo com a quebra de receitas. Um embuste!”
quer voce dizer que as ultimas eleiçoes legislativas, foram uma fraude…e pensar que os PASSISTAS se aliaram a essa gentalha que ocupa o poder e consequentemente apoiaram o ENDIVIDAMENTO DE PORTUGAL…RATAZANAS…como a memoria nao existe, daqui a uns tempos vao aparecer como salvadores da Patria…os Passistas, sao os SOcretinos versao PSD
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Ainda sobre o OE de 2009, escrevia em Janeiro de 2009:
http://jn.sapo.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=1067810&opiniao=Paulo%20Morais
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É coisa que nunca li, um Orçamento do Estado. Daí a minha dificuldade em comentar este post.
Não tem uma versão de bolso?
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Para usar uma palavra inglesa agora muito usada pelos mais jovens:
RESTLESS!
Ainda bem que a recuperaram. Não vão faltar oportunidades para a usarem.
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mas o que e que interessa o que voce escreveu, se nao foi consequente…apoiou implicitamente Jose Socrates nas ultimas eleiçoes! quando o que estava em causa nas ultimas eleiçoes era o ENDIVIDAMENTO DE PORTUGAL e as grandes OBRAS!
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O Estado é o nosso paizinho. Dá-nos papinha, pôe-nos a fazer cocó e xixi, muda-nos a fralda, dá-nos brinquedos, chuchas e canções de embalar…
Que mais queremos?
Vamos (continuar a) fazer óó, tá bem?
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Comunistas da raça de Jesus Cristo
É certo e sabido que a tecnologia tem evoluído muito mais depressa que as ciências sociais segundo as quais se organizam as sociedades.
O tipo de sociedade que têm prevalecido entre os macacos sapiens é a formação de grandes estados com uma chefia centralizada, que vai delegando poderes, consoante surge a incapacidade de gerir determinado sector.
Surge então a propriedade privada que gere um determinado sector, pagando por isso ao estado. Os sectores que o estado não cede ao sector privado, o estado gere-os delegando responsabilidades entre os seus mais fiéis servidores, gastando para isso os contributos dos elementos que gerem o sector privado.
Mas existe gente que tudo quer controlar: o trabalho, o ócio, o amor a reprodução e até a alma.
Quando macacos desse tipo conseguem controlar o estado surgem as ditaduras mais brutas e mais duras, que no entanto entram rapidamente em colapso pois é impossível controlar tudo de forma eficiente, e a produção de bens escasseia, estas situações de penúria resultam em climas de contestação que originam revoltas e mais cedo ou mais tarde mudança de regime.
Fartos da complexidade de uma sociedade multifacetada em que coabitam múltiplos poderes privados e públicos, e quando não conseguem tomar conta do estado, surgem alguns cultos que pretendem organizar todas as vivências de uma sociedade, levando atrás de si pequenos grupos que formam pequenas sociedades que mais não são do que uma tentativa de regresso a um estado tribal anterior à formação dos grandes estados.
Estas sociedades após um período de euforia inicial entram em colapso, pois quando a sua pirâmide social estabiliza, os elementos que pertencem á escala inferior, começam, se tiverem hipóteses para isso a abandonar o culto.
Em pouco tempo a tribo começa a perder força e extingue-se devido à falta de macacos.
A experiência mais bem sucedida e que ainda vai durar mais sessenta anos é a dos comunistas sionistas. Este comunismo surgiu espontaneamente entre os seus membros. Não foi imposto por um grupo que tomou conta do estado. Os kibutzin
http://omacacoqueriglobal.blogspot.com/2009/05/comunistas-da-raca-de-jesus-cristo.html
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«as ultimas eleições legislativas, foram uma fraude»
Mais do que isso.
Fraude,fraude, foi a decisão política de fazer três eleições no mesmo ano.
Entretidos a brincar ás eleições em 2009,
tal como em 2004 a brincar aos estádios de futebol.
Os ‘pretos’ de Moçambique, foram capazes de levar a cabo eleições simultâneas neste ano. Uns atrasados.
Em 2010, garantido que vamos brincar aos comboios/TGV.
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Caro Paulo Morais,
Os orçamentos socialistas obedecem sempre a 2 regras:
– as receitas são inflacionadas;
– as despesas são controladas, ou estabilizadas (estabilizadores automáticos, lembra-se?).
No fim o resultado é sempre o oposto. Depois arranjam-se as desculpas do costume: crise internacional, funcionários públicos, professores, sindicatos. A culpa é sempre atribuída a alguns destes.
Portugal só tem uma solução: a implosão orçamental. Enquanto isso não acontecer, é impossível controlar as contas, porque cada um gasta para seu lado, e o governo inventa sempre despesas novas a juntar às que já existem.
Cada vez que lavo as mãos na escola gasto sabonete, papel e água. Lavo muitas vezes as mãos.
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os beneficiários do ps
e os estúpidos votam ps
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Eu pago impostos, contrariado – é daquelas coisas que eu gostava que só acontecessem aos outros-, mas pago.
Terão usado mal o dinheiro dos meus impostos? Fui prejudicado?
Por favor, diga-me:
– qual foi a despesa em ano eleitoral, que justificou este orçamento?
– o governo gastou à tripa forra, em quê?
– quais foram as benesses distribuídas?
– o governo aumentou os funcionários públicos em quase três por cento, mas como dizem que nos últimos dez anos os ditos perderam poder de compra. Terei ficado prejudicado nos impostos?
Li com atenção: “…enquanto os trabalhadores das empresas privadas vão para o desemprego, com uma absoluta insensibilidade social, o governo garante o aumento do poder de compra aos seus funcionários.”.
Por favor, diga-me: – dizem que os chinocas, que o Alberto João tanto gosta, é que são culpados pelo fecho de milhares de empresas privadas e pelo desemprego de milhares de trabalhadores. É verdade?
Por favor, diga-me: Este governo não tem sensibilidade social. Então gastam menos dinheiro dos meus impostos?
Por favor, não o quero maçar, mas diga-me só mais uma coisa: qual é o partido da oposição que tem sensibilidade social? É só para saber em quem não devo votar. Assim gastam menos dinheiro dos meus impostos.Não é?
Agradeço-lhe, antecipadamente, as respostas.
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Acho que o problema não é entre os trabalhadores públicos e privados. Isso é um falso problema. Parece-me que os privados estão mais à mercê da exploração, é um facto, mas os públicos são aqueles que ainda vão retendo alguns direitos. Mas isso não significa que estes últimos tenham de perder os já poucos direitos que têm mas o contrário. A solução passar por um nivelamento por cima e não por baixo.
Passa também por uma maior independência do poder político relativamente ao poder económico, que se traduz muitas vezes em negócios danosos para a economia do país e da maioria dos portugueses.
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“O governo tinha inflacionado as receitas para assim poder, de forma despudorada, justificar despesa em ano eleitoral.”
Acredito perfeitamente. Da mesma forma que empolam agora o número de passageiros do TGV para tentar justificar o projecto. Para este não há limites de mentira e manipulação do povo. Parece que foi o Diabo quem os criou.
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#11 Desconfio que você não vive neste país ou então vive numa caverna sem comunicação com o exterior.
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“Por favor, diga-me: – dizem que os chinocas, que o Alberto João tanto gosta, é que são culpados pelo fecho de milhares de empresas privadas e pelo desemprego de milhares de trabalhadores. É verdade?”
E se fosse? Como se justifica aumentar impostos (através do código contributivo) quando as empresas estão a batalhar tanto para sobreviver, e depois usar esse dinheiro para dar aumentos bastante acima da inflação aos funcionários públicos?
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“é um facto, mas os públicos são aqueles que ainda vão retendo alguns direitos.”
privilégios, para sermos mais exactos, considerando o peso do Estado na economia portuguesa.
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Essa, de o governo garantir “o aumento do poder de compra dos seus funcionários”, não colhe.
Por isto:
— Os funcionários públicos não estão obrigados a concordar com todas as leis, procedimentos, decisões do governo, e muito menos com o governante A ou B;
— Nem todos os funcionários públicos são simpatizantes ou militantes do PS;
— Os aumentos são dados com uma mão e…retirados com outra — é só fazer contas….
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#16
Embora conheça algumas pessoas que defendem essa tese, não concordo. Chamo-lhes direitos. Ao chamar-lhes privilégios estaria a admitir que os outros, que menos direitos têm, já têm o suficiente, e que os primeiros teriam a mais. Tal não é verdade, do meu ponto de vista.
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Eleições ganhas de forma manhosa?Uma chapelada?À moda antiga?Porra pá…
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Era assim em 2005:
Os funcionários públicos “auferem um salário mensal claramente acima dos seus congéneres do sector privado”, mostra um estudo do Banco de Portugal.
“Os trabalhadores do sector público auferem um salário médio mensal claramente acima dos seus congéneres do sector privado, tendo o respectivo diferencial aumentado ao longo do tempo, de cerca de 50% em 1996 para quase 75% em 2005″, diz o documento, assinado por Maria Manuel Campos e Manuel Coutinho Pereira.
O estudo, que não leva em conta a reforma da Administração Pública lançada a partir de 2005 pelo actual Executivo, conclui que o diferencial entre o salário médio da Administração Pública e o salário do sector privado para trabalhadores com as mesmas funções aumentou de 50 para 75%, entre 1996 e 2005.”
Esta gente sabe tratar bem dos seus “direitos”.
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#16
Não percebeu a ironia!
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#20
Se houvesse “direitos” não diria tantos disparates.
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“Se houvesse “direitos” não diria tantos disparates.”
Lá vêm os ataques pessoais dos ranhosos de esquerda.
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Tina, eu diria mais:
“Os funcionários privados “auferem um salário mensal claramente abaixo dos seus congéneres do sector privado”
Como diz o ditado, o caminho não é acabar com os “ricos”, é acabar com os pobres! “Ricos” entre aspas pois os funcionários públicos estão longe de serem ricos; a sua “riqueza” é relativa.
O nivelamente deve ser feito por cima. A solução é dar mais direitos, mais condições e melhores salários aos funcionários do sector privado, retirando-os da sua miséria e envolvendo-os na economia. Há hoje em dia muitos funcionários do sector privado que mal ganham para comer, situação típica de um país terceiro-mundista.
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Queria dizer obviamente “congéneres do sector público”
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“Lá vêm os ataques pessoais dos ranhosos de esquerda.”
Diga disparates até não poder mais. Quem sabe, no meio deles, se encontre algo aproveitável.
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“O nivelamente deve ser feito por cima. A solução é dar mais direitos, mais condições e melhores salários aos funcionários do sector privado, retirando-os da sua miséria e envolvendo-os na economia.”
A diferença é que os salários no privado são estabelecidos de acordo com a procura e oferta. Portanto, é o valor real que aquela pessoa tem para oferecer que se está a pagar. Tentar distorcer os preços nunca resulta, as empresas acabarão por procurar trabalho mais barato no exterior, empregarão menos gente, etc. No Estado os salários podem ser distorcidos e inflaccionados à vontade porque não estão em competição com ninguém. Assim não só se explica os salários mais altos dos funcionários públicos, como as inúmeras reformas chorudas que podem usufruir, o salário do Constâncio, etc, etc. Agora imagine, se o nivelamento fosse feito por esta bitela, todas as empresas privadas iriam à falência.
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Não concordo quando afirma “valor real que aquela pessoa tem para oferecer que se está a pagar.” O que é o valor real? O valor “real” é um produto da relação entre a procura e a oferta como muito bem disse. É um produto, por exemplo, do nível de desemprego. Num país com 10% da força produtiva desempregada, a procura é muito elevada, a oferta desce. Os salários descem. Agora fica a questão: a mim, trabalhador, que me importa se aquilo que me pagam é o valor “real” ou um “menos real?” A mim importa-me sim que o que ganho chegue para viver com dignidade, cubra os meus gastos, permita pagar os estudos aos meus filhos, etc. Se não chega, não me contenta que o valor pago seja “real” ou não. Por isso é que é tão importante garantir, através da lei, salários dignos, condições dignas e direitos, tanto para os públicos mas principalmente para os privados. Porque a economia deve servir as pessoas, e as pessoas só devem servir a economia quando esta as servir a elas próprias. No estado actual de coisas, temos grandes grupos económicos com alta produtividade e muitos apresentam lucros crescentes no ano transacto, mas essa produtividade não se reflectiu em melhor condições para os que trabalham. Esta é a realidade, quer queiramos, quer não.
Nota: não estou a meter Constâncios e outros que ganham ordenados chorudos no mesmo saco quando falo de funcionários públicos.
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Mais uma “bitela” sinfónica de disparates.
…”Assim não só se explica os salários mais altos dos funcionários públicos, …Agora imagine, se o nivelamento fosse feito por esta bitela, todas as empresas privadas iriam à falência.”
No meio desta “bitela” de tontices, de que funcionários públicos estará a falar?”
– dos “novos funcionários públicos” que usam como solução de vida o recurso ao Rendimento Social de Inserção (vulgo RSI, antigo Rendimento Mínimo)?
– das três novas categorias: técnico superior, assistente técnico e assistente operacional?
– ou tudo ao monte: governantes, médicos, enfermeiros, juízes, juristas, engenheiros, arquitectos, presidentes, directores gerais, directores adjuntos, reitores, professores universitários, militares, funcionários dos impostos e das alfândegas, oficiais de justiça, funcionários dos registos e notariado, directores de serviços, chefes de divisão, professores do ensino secundário e do ensino básico, técnicos superiores, educadores de infância, chefes de repartição, chefes de secção, pessoal técnico-profissional, pessoal administrativo, auxiliares de acção educativa, telefonistas, motoristas…?
Deve ser tudo igual, bora a nivelar por baixo!
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“Por isso é que é tão importante garantir, através da lei, salários dignos, condições dignas e direitos, tanto para os públicos mas principalmente para os privados”
Fixar um salário digno significa que então uma PME, por mais pequena que fosse, deveria pagar o mesmo que uma grande corporação. Ou que um estagiário deveria receber quase tanto como alguém com experiência. Um profissional medíocre, iria receber tanto como um bom. A secretária deveria ganhar tanto como um engenheiro. Etc. Todos deveriam receber salários dignos.
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“Se não chega, não me contenta que o valor pago seja “real” ou não.”
Fala assim porque tem emprego. Se estivesse no desemprego, acabaria por ficar contente com um salário menos digno mas com trabalho.
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P: Porque é que os lisboetas dizem que as bolotas fazem mal aos intestinos?
R: Ainda não descobriram que as bolotas devem ser ingeridas via oral
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“Fixar um salário digno significa que então uma PME, por mais pequena que fosse, deveria pagar o mesmo que uma grande corporação. Ou que um estagiário deveria receber quase tanto como alguém com experiência.”
Quem aqui falou em fixar não fui eu. Eu disse garantir. Também não falei em salários iguais para um estagiário ou um trabalhador experiente, mas de um nível mínimo acima do qual todos se deveriam enquadrar.
Quanto à segunda resposta: não, não tenho emprego. Mas segundo essa ideia que transmite, e que me parece profundamente retrógada e algo superficial, ficaria contente por trabalhar por uma tijela de arroz. É claro que é melhor do que ficar no desemprego. Mas acho depois que séculos de evolução das sociedades huamanas poderíamos pedir um pouco mais. Ou não?
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#11
A minha opinião sobre a matéria, em termos gerais, está expressa no artigo do comentário 2.
Quanto à sensibilidade / insensibilidade social, devo dizer-lhe que não me parece adequado aumentar o poder de compra a parte dos portugueses, quanbdo uma outra parte cai no flagelo do desemprego.
As eleições não podem justificar tudo…
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A este propósito e relembrando a existência de uma “coisa” chamada de Conta Geral do Estado, espécie de balanço da execução do Orçamento, aconselho a leitura deste post de Pinho Cardão no 4Republica.
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#13
“manipulação e mentira”
100% de acordo.
Justificaçoes lirambolantes e promessas de viabilidade económica com resultados invariavelmente desastrosos, projectos falidos e equipamentos inúteis
Foi sempre assim e sempre assim será com os grandes investimentos públicos (Complexo de Sines,Centro Cultural de Belém,Museu de Foz Côa, Euro 2004, NAL, TGV).
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Mr. e caro Paulo Morais,
O CCBelém é um “projecto falido” ? — todos os museus e centros culturais criados até então, no país e no estrangeiro são “equipamentos inúteis” ?
O Museu (natural, note sff) de Foz Côa é dispensável, mais “rentável”, se submerso do que explorável por quem, no futuro, o saiba reprojectar junto da comunidade científica e agências de viagem ? É irrelevante ?
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“Por isso é que é tão importante garantir, através da lei, salários dignos, condições dignas e direitos, tanto para os públicos mas principalmente para os privados.”
A sociedade portuguesa, tal como está, devia começar por definir DEVERES antes disto tudo. Mas claro, nesses ninguém fala.
Além disso, não reparou que tudo o que propõe já foi feito? Já se estabeleceu um limite mínimo para o salário de modo a ser digno, condições dignas e direitos quer mais? Uma das mais inflexíveis leis laborais é a nossa. Tudo isto, claro, com os resultados que se conhece e do qual o Sr. se queixa! De que mais condições dignas e direitos precisa, pode explicitar?
Talvez a Economia devesse servir as pessoas, é o que ela tenta fazer quando não é deturpada. Só que as pessoas não se encontram a servir a Economia, encontram-se a servir um Estado completamente fora de controlo que em mais nada pensa senão em gastar.
Ora bem. O Estado consome quase (ou se calhar já mais) 50% do que os portugueses produzem. Isto não tem diminuído, tem aumentado sempre. A nossa dívida nunca esteve tão alta e cavalga por aí fora. Sabe quem a vai pagar, não sabe? E visto isto, o que o Sr. propõe é um aumento dos salários? Pode dizer-nos onde se arranja o dinheiro para o fazer? Já sei, vai falar dos carros deste e das casas daquele e das idas às putas do outro. Ignorando invejas tão nossas típicas, sabe porventura se estes sequer já são a maioria? Se não estão a definhar?
Pense igualmente como a maioria dos portugueses se comporta no trabalho. Direitos, direitos, deveres logo se vê. Uma pessoa minha conhecida trabalha numa fábrica de congelados que há meses estava em actividade mínima. Receberam há duas semanas uma encomenda gigantesca que ou se concretiza até 10 de Janeiro ou o cliente não quer. Sabe onde está a maioria dos empregados esta semana? De férias. Apesar de o patrão ter pedido para ficarem e ter dito que pagava o tempo ou lhes dava o equivalente das férias no proximo ano. Se a fábrica fecha, vão falar do quê? De direitos, claro. Outros N casos de empresas que, estando em altura fundamental de decisão de encerramento ou continuação, levam com uma greve dos respectivos trabalhadores. Para falar de quê? De direitos, claro. Só se esquecem dos direitos quando vão lá para fora. Aí são exemplares, segundo dizem. Nem que seja a limpar o cú às madames. Já não têm o resto da manada para se apoiar e têm de mostrar o que valem, senão vão parar ao olho da rua.
Outros mais casos existem sobre a irresponsabilidade de quem trabalha, desde o tipo do talho que começa a limpar a máquina às 21 quando o supermercado fecha às 22 até ao informático que abandona o cliente com problemas porque já são 5 da tarde e o sindicato não permite. Aliás, o que dizer de pessoas que se endividam acima das suas capacidades? Acha que isto é de gente que sequer pensa? Sabe que são muitos, não sabe? Todos a clamar por mais direitos. Coitados, só podem ter sido os bancos que lhes impingiram os créditos, eles nem queriam e/ou não estavam informados, se calhar nem foram eles que assinaram o contrato. Pessoas completamente informadas sobre os direitos que pretendem, mas que não sabem fazer contas entre o que ganham e o que podem pagar.
Mas a prosa já vai longa. No entanto, de um lado temos uma maioria de seres que acordam não para trabalhar a sério mas para pedir direitos e do outro temos o estado a sugar 50% do que se produz, estando as empresas no meio. A sua solução? Aumentem-se os salários! Sim senhor. Mas olhe que essa sugestão não chega. Diga-nos lá onde é que se vai buscar o dinheiro. Diga-nos também o que é para si um salário digno. É que sabe, todos os outros que investiram algo na sua formação ou que demonstram ter sido excelentes no trabalho que fazem dependem dessa meta que fixar.
Repare. Desculpe a sinceridade, mas no fundo eu não tenho nada a ver que o Sr. ou quem quer que seja tenha casa para pagar (alugue, como eu), carro para pagar, que tenha filhos para pagar os estudos (N casais existem que ponderam sobre ter filhos porque fazem contas à vida) e que tenha cão para alimentar e a conta da Internet para pagar (tem, não tem? Ou posta da cabine telefónica?). Chama-se RESPONSABILIDADE calcular isso ANTES de se meter em trabalhos, não depois. Eu teria a ver se ao Sr. e aos seus filhos (e ao seu cão) lhe faltasse o que comer e vestir. Falta-lhe dinheiro para o resto? Comece por si antes de implicar todos os outros nas suas decisões.
É que o Sr. pode não se importar sobre o seu valor real. Inflacione-se se bem entender, considere-se insubstituível num mundo onde isso já não existe. O sr. não tem é o direito de impor isso aos outros porque, vejam bem, tem gastos que não dispensa e acha que todos os outros lhe têm de suportar os gastos. Convença-se lá que isto também é um disparate e prossiga como está se bem entender. Pode ser que um dia caia na real e descubra que o problema é seu.
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#37
Pode-me dizer, por favor, para que serve o CCB?
Com Foz Côa, sei também o que se perdeu: produção de energia, independência energética (parcial) e regulação de caudais. Não sei o que se ganhou. Mas diga-me, por favor.
Desejo-lhe um Bom Ano, cheio de sucesso e de troca de opiniões por estas paragens. Por aqui, ainda há liberdade de expressão.
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Exactamente como o Unreal disse. O problema é que a classe trabalhadora portuguesa está altamente politizada. Pensam só nos direitos que têm, nunca dão de si mais do que o mínimo exigido. A inflexibilidade das leis laborais deste país está ao nível dos países mais atrasados do mundo (http://www.heritage.org/Index/). O Estado apoia e promove esta atitude, mantendo as leis inflexíveis, aumentando salários mínimos, etc. Não acompanha os tempos de globalização, onde tudo evolui muito depressa e tem de haver flexibilidade para acompanhar custos, procura e oferta, etc. Portugal agarra-se a leis ultrapassadíssimas, dos tempos pós-25 de Abril em que os trabalhadores tinham muita força.
Uma das consequências é que “ENTRE 2000 e 2008, PORTUGAL RECUOU DA 18ª PARA A 32ª POSIÇÃO DOS PAÍSES CONSIDERADOS MAIS RICOS DO MUNDO. Este ano, arrastado pela crise, tocará no fundo, ultrapassado pela Eslováquia, destina o Fundo (FMI)”
“FMI : «Portugal ultrapassado pela Eslováquia em 2010»
Portugal: O mais pobre entre os ricos Portugal será ultrapassado pela Eslováquia em 2010 e aparece como o país mais pobre entre os ricos no World Economic Outlook do FMI.
O fosso da pobreza
O retrato de Portugal nas estatísticas de riqueza produzida na União Europeia é cada vez mais pálido.
O bom aluno dos primeiros anos da adesão deu lugar a um país que se habituou à anemia económica e a descer nas tabelas do nível de vida.
O passo de caracol da economia a que o país se resignou desde o início do novo milénio levou a que a Grécia, o até então país mais pobre da Europa a 15 , ficasse mais rico.
Agora Portugal já não é apenas o último da Europa a 15. Já são 4 países do alargamento (República Checa, Eslovénia, Chipre e Malta) que têm um nível de riqueza superior. ”
Por isso, podem muito bem continuar a pensar nos vossos direitos e salários dignos, em total desfasamento com o resto do mundo, que também ninguém investirá aqui; até os mais ricos empresários portugueses hoje em dia investem fora do país. Não admira que o país viva praticamente à custa de endividamento.
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Mr. e caro Paulo Morais,
“para que serve o CCB ?” — sugiro-lhe que pesquise as programações. Por exemplo, nos últimos 10 anos. Música, teatro, dança, exposições, conferências, etc, etc.
Peço-lhe que indague quais, e que públicos formou, incluindo muitos milhares de estudantes.
Convido-o a visitar a Colecção Berardo.
Antes do CCB, Lisboa tinha como grande espaço cultural e expositivo sómente a FGulbenkian. A capital do país não merecia o CCB ?
O Porto, o Norte, não merecem a Fundação e o Museu de Serralves ? — obviamente que merecem !! E da sua programação (e investimento) muito têm usufruído.
E outras cidades e regiões não merecem centros culturais entretanto criados de raíz ? — Vila Flor, VNFamalicão, Sines, Lagos, etc, etc.
Quanto ao caso Foz Côa: qualquer país desejaria ter aqueles registos da História da Humanidade. Há que revalorizá-los, explorá-los turisticamente e ‘disponibilizá-los’ a historiadores.
Grato, desejo-lhe um Excelente 2010 !
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