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11 de Março de 2010: o PEC e o neoliberalismo

11 Março, 2010

O PEC prevê receitas de privatizações da ordem dos 6 mil milhões de euros. É a única forma que o governo tem para travar o crescimento da dívida (os superavits estão fora dos planos de qualquer governo nos próximos 35 anos, tal como estiveram nos 35 anteriores).  E travar neste caso não significa reverter.

Lembro que há pouco mais de um ano a esquerda celebrava o fim do neoliberalismo que seria substituído pelo regresso do Estado à economia. Parece que não foi isso que aconteceu. Sem a teta do capitalismo, o Estado (que, lembro, não produz a riqueza que consome e distribui) vai viver de quê? Anos e anos de endividamento público acumulado pressupõem uma crença no crescimento perpétuo da economia, e isso só é possível num regime capitalista.

15 comentários leave one →
  1. Zé Preto's avatar
    11 Março, 2010 07:51

    Portugal gasta mais com Mário Soares do que os EUA com Obama!

    Soares – 482.045 euros / Ano

    Obama – 293.330 euros / Ano

    Portugal gasta mais com Victor Constâncio do que os EUA com Hillary Clinton!

    Victor – 280.889 euros / Ano

    Hillary – 67.000 euros / Ano

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  2. tina's avatar
    tina permalink
    11 Março, 2010 08:37

    ahahahaha, adorei esta, João. A “nova ordem”, blábláblá, onde está ela?

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  3. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    11 Março, 2010 09:39

    “…crença no crescimento perpétuo…”

    São discípulos de D. Branca.

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  4. Desconhecida's avatar
    caa permalink
    11 Março, 2010 09:46

    Clap, clap, clap.

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  5. Pina's avatar
    Pina permalink
    11 Março, 2010 09:54

    Este miniclima também é divinal.

    http://semanariocomercio.blogspot.com/2010/03/jantar-debate-no-seixal.html

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  6. Johnny Fogaça's avatar
    Johnny Fogaça permalink
    11 Março, 2010 10:10

    …não esquecendo o que ganham os outros ex-presidentes eo que recebem em ajudas de custo. consequência certamente da ética “republicana”. parece que ao adjectivá-la, deixaram cair por terra (ou meteram na gaveta???) a verdadeira concepção da palavra. ouvi há dias no Telejornal da RTP que os espanhóis gastam 9 milhões de euros por ano com a família (leia-se, TODA) real, enquanto que Portugal, que tem apenas um quinto do seu tamanho e da sua população, gasta 16 milhões de euros com a presidência da república. e isto sem contar com os 10 milhões de euros dos nossos impostos que foram postos de parte para as celebrações dos 100 anos da República. ainda não percebi o que queremos celebrar. serão os 16 anos de caos, anarquia e terror da 1ª república? dúvido que sejam os 48 anos de autoritarismo da 2ª. talvez os 36 anos de inconsciência da 3ª? que belo trio!

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  7. Pi-Erre's avatar
  8. Fernando Andrade's avatar
    11 Março, 2010 11:10

    É espantoso que alguém continue a afirmar como se fosse evidência que o Estado não produz riqueza – como se saúde, educação ou obras públicas de produção pública não fossem riqueza. talvez seja de lembrar o perigoso socialista Adam Smith, que escreveu:

    “THE third and last duty of the sovereign or commonwealth is that of erecting and maintaining those public institutions and those public works, which, though they may be in the highest degree advantageous to a great society, are, however, of such a nature, that the profit could never repay the expence to any individual or small number of individuals”

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  9. DC's avatar
    11 Março, 2010 11:20

    “uma crença no crescimento perpétuo da economia, e isso só é possível num regime capitalista.”

    Como é que uma Economia cresce perpetuamente quando tem de competir (cada vez mais) por recursos que são, na esmagadora maioria, finitos?

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  10. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    11 Março, 2010 11:26

    ««Como é que uma Economia cresce perpetuamente quando tem de competir (cada vez mais) por recursos que são, na esmagadora maioria, finitos?»»

    Aumentando a eficiência.

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  11. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    11 Março, 2010 11:35

    crescimento perpétuo é coisa que só existe na cabeça dos economistas.

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  12. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    11 Março, 2010 12:54

    o crescimento perpétuo é um jogo de soma nula, não leva a nada

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  13. Joaquim Amado Lopes's avatar
    Joaquim Amado Lopes permalink
    11 Março, 2010 13:57

    João Miranda:
    “Anos e anos de endividamento público acumulado pressupõem uma crença no crescimento perpétuo da economia, e isso só é possível num regime capitalista.”
    A menos que se acredite que a competitividade, o crescimento económico, o investimento estrangeiro, as exportações e a taxa de desemprego podem ser determinados por decreto-lei. Pergunte a José Sócrates ou a Teixeira dos Santos como eles fazem.

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  14. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    11 Março, 2010 16:51

    A Esquerda Europeia no passado queria controlar toda a economia, isso dava trabalho, responsabilidade, as fábricass tinham de produzir e dar lucro e era preciso manter o emprego dos trabalhadores, tecnologia então era um problema, era um curto circuito mental para a lógica da esquerda cada vez mais narcisista na Europa, os resultados não eram nada animadores e para um exemplo contemporâneo olhar para Chavez.

    São mais inteligentes agora: A nova Função da Esquerda passou a ser colectar impostos e entregá-los a uma clientela que cresce a cada dia que passa . Perceberam que quem entrega coisas de “graça” nunca tem responsabilidades mediáticas algumas, já não precisam de se preocupar que as fábrica funcionem, mas mantém o mesmo ou maior poder.

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  15. Desconhecida's avatar
    Amonino permalink
    12 Março, 2010 03:42

    .
    A Economia pode crescer infinitamente: basta imprimir mais papel moeda de forma global coordenada. Os donos da ‘Casa da Moeda Mundial” é que tem a faca e o queijo na mão.
    .
    O padrão ouro, esse sim condicionaria em ultima instância o crescimento global à velocidade de extracção mineira dos pedregulhos de ouro.
    .
    No nosso caso o que os nossos credores querem saber é se temos capacidade de criação de riqueza para pagar a divida externa. O valor dela é de certa forma irrelevante se formos solventes (aparelho produtivo nacional com força para gerar cada vez mais riqueza).
    .
    Continuam a ser apostas comprovadamente falhadas os PEC’s de origem e fim FINANCEIRO (Finanças Publicas e Privadas). Só o seu abandono a favor do NOVO, origem e fim de ECONOMIA (Produção e Consumo) transforma Portugal num TECIDO PRODUTIVO LUCRATIVO E COMPETITIVO a nivel global resolvendo os problemas crónicos que se agravam diariamente.

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