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Emprestaria dinheiro a este país?

28 Abril, 2010

Imagine-se na pele de um credor do estado português. Imagine que está a ponderar emprestar mais dinheiro ao estado português. Como é que os factores seguintes podem afectar a sua ponderação:

1. O Presidente da República diz que está tudo bem com a economia portuguesa e que não há nada a temer;

2. O líder da oposição fala em “ataque especulativo” do qual a pátria se tem que defender. Isto quando não está ocupado a defender cortes na despesa através do investimento em software livre e em cortes na despesa intermédia (muito conveniente).

3. O Ministro das finanças quando não diz que está tudo bem, apela à tomada urgente de medidas, esquecendo-se que é ele que as tem que tomar.

4. Destacados líderes políticos ameaçam regulação da actividade dos credores.

5. Destacados dirigentes políticos dizem que deve ser a Alemanha a pagar as dívidas portuguesas.

6. Políticos com responsabilidades governativas responsabilizam toda a gente (Alemanha, especuladores, os anglo-saxónicos) excepto a si próprios.

7. Medidas de aumento de impostos parecem mais credíveis e prováveis que medidas de corte na despesa.

8. O primeiro-ministro só aparece nas inaugurações ou quando há boas notícias.

9. Todos os dias são anunciadas novas despesas.

10. O país está sob uma onda de greves.

11. Ex-primeiro ministro responsável pelo descalabro (Guterres) aparece a responsabilizar a União Europeia.

28 comentários leave one →
  1. Fado Alexandrino's avatar
    28 Abril, 2010 12:56

    Em acrescentava outra muito engraçada.
    A Assembleia da República (parece que é orgão máximo de poder) entretem-se com as despesas da deputada e com umas tricas por causa de uma televisão.

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  2. Desconhecida's avatar
    Tuga preto que está cá desde o terramoto de 1755+1 para o GS permalink
    28 Abril, 2010 12:58

    Mas o Teixeira não foi tratar da adesão á União Africana?

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  3. tina's avatar
    tina permalink
    28 Abril, 2010 13:02

    E não esquecer que foi a própria UE que avisou a quem quis ouvir que as medidas do PEC português não eram suficientes.

    Esta do “ataque especulativo” é jargão sem sentido nenhum. Se calhar queriam que os investidores tivessem pena de nós e deixassem o dinheiro numa situação considerada de risco.

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  4. bandiduh's avatar
    bandiduh permalink
    28 Abril, 2010 13:24

    Primeiro Ministro antecipa medidas previstas só para 2011 porque “não há razão para não as antecipar”. Mas então porque é que há um mês atrás as pleaneou só para 2011?

    Aposto que bolsa vai baixar

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  5. Piscoiso's avatar
    28 Abril, 2010 13:32

    Emprestar dinheiro ao país?
    Ora essa! Eu faço parte do meu país.
    Não vou emprestar nada a mim mesmo.

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  6. Desconhecida's avatar
    Tuga preto que está cá desde o terramoto de 1755+1 para o GS permalink
    28 Abril, 2010 13:37

    Pois o coiso tem razão.Vou levantar os certificados de aforro e colocar o dinheiro a 6%…

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  7. ingénuo's avatar
    ingénuo permalink
    28 Abril, 2010 13:39

    Heh, até os “ratos” que tem medo de “pantanos” já levantam a garimpa…

    Existe por aí na net um post que compara as reacções entre o Min Fin grego e o tuga, e já estamos no mesmo momento antes de o grego atirar a toalha ao chão e pedir ajuda ao FMI.

    Acredito que a próxima vez que o nosso Min abrir a boca será para pedir ajuda, com a mão estendida:

    http://ftalphaville.ft.com/blog/2010/04/27/213446/introducing-fernando-teixeira-dos-santos-portugals-finmin/

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  8. Desconhecida's avatar
    luikki permalink
    28 Abril, 2010 14:01

    está na hora de abrir o champagne ( ou água das pedras, ou uma garrafita de verde rasca)! para celebrar.
    é agora que este sítio pantanoso e infecto vai estourar…
    não adianta à escumalha vinda do patrão dop padre frederico, nem a bola nem a praia…

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  9. Desconhecida's avatar
    José permalink
    28 Abril, 2010 14:05

    O Presidente da República fez um jogo político com este primeiro-ministro de calculismo. Desvalorizou todos os sinais que o apontavam como incapaz de governar de modo decente, desde o caso da licencitatura. Não deu cavaco ao assunto e agora vê-se o que aconteceu.

    Este Cavaco Silva é outros dos responsáveis pelo descalabro e é bom que se comecem a nomear os responsáveis.

    À primeira quem quer cai.

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  10. Gestor privado's avatar
    28 Abril, 2010 14:08

    Como se esperava, Passos Coelho não desiludiu… É que ninguém foge à sua natureza.
    Estavam, portanto, errados os que sempre acharam que o sujeito não passa de um Sócrates II…

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  11. Desconhecida's avatar
    Joao Fernandes permalink
    28 Abril, 2010 14:20

    O Esteves estuda na Escola Secundária de Colinas-de-Cima e pretende ingressar na Universidade Montanhesa (BEM/SERVIÇO).
    Para tal, precisa de obter uma média de 16 valores (CRÉDITO).
    O seu trabalho é avaliado pelos seus professores (RATING).

    Cenário #1
    O Esteves aplica-se, estuda e obtém 17 valores atribuídos pelos seus professores que lhe permite aceder à Universidade
    Cenário #1.1
    A Universidade Montanhesa reconhece como válido o crédito atribuído e permite o acesso
    Cenário #1.2
    A Universidade Montanhesa não reconhece as capacidades de avaliação dos professores e nega o acesso ao Esteves.

    Cenário #2
    O Esteves balda-se, leva com 13 valores
    Cenário #2.1
    O Esteves alega que os professores entraram em conluio para o prejudicar.
    Cenário #2.2
    O Esteves aprende a lição, e esforça-se no ano seguinte para melhorar a sua nota.

    Portugal encontra-se neste momento no Cenário #2.1

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  12. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    28 Abril, 2010 14:26

    Vão-se todos foder.
    Vou assaltar um banco.
    Assim como assim vêm-me buscar a massa para pagar aos seus gestores.
    E vocês aqui a aconselhar que seja pior.

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  13. Trinta e três's avatar
    28 Abril, 2010 14:45

    Imagino, sim senhor e afirmo que, nesse caso, emprestava dinheiro a Portugal, de caras. Em primeiro lugar, porque sabia que o risco seria relativo. Em segundo, porque perante o pânico que está lançado (e que muita gente cá dentro trata de alimentar), tinha grandes possibilidades de vir a lucrar com o aumento dos juros daí decorrentes. Grande negócio!

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  14. e-ko's avatar
    28 Abril, 2010 14:49

    ora como se engana o JM, quanto maiores forem as percentagens dos juros, maiores são os lucros e maiores os ganhos de agências e especuladores… assim também eu emprestaria o meu dinheiro, mas por curtos períodos porque não nasci ontem… os ataques estão directamente dirigidos à zona e ao euro, não se vê o mesmo ataque ao UK, porque não está na zona euro…

    relembro umas coisas que já comentei lá mais para atrás:

    “mas, ao que se assiste, não são ataques dos mercados. são sim ataques de especuladores e contra isto nem PPC nem MFL podem qualquer coisa… a Grécia tomou medias austeras que serão pagas com altos custos para os gregos, que protestam, e isso não impediu que os ataques continuassem…

    mais uma reunião que já devia ter sido agendada mais cedo e mais eficaz para defender a zona euro do que estes inúteis encontros domésticos:

    http://www.lemonde.fr/europe/article/2010/04/28/la-dette-grecque-ne-sera-pas-restructuree_1343692_3214.html

    se os alemães pensam que podem escapar ilesos destes ataques de especuladores, estão muito enganados… a Espanha e a França já andaram a lamber a areia do chão das bolsas, ou fazem alguma coisa de sério e consequente na Europa da zona e dos 27 ou os ataques serão cada vez mais cerrados… e vem aí uma presidência europeia pela Bélgica, que está cada vez menos capaz de se governar a si mesma.

    um artigo interessante:

    http://www.nytimes.com/2010/04/28/business/global/28euro.html?th&emc=th

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  15. Trinta e três's avatar
    28 Abril, 2010 14:52

    “se os alemães pensam que podem escapar ilesos destes ataques de especuladores, estão muito enganados…”

    A menos que sejam eles a promovê-los…

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  16. e-ko's avatar
    28 Abril, 2010 14:52

    um excelente resumo da imprensa internacional sobre o assunto:

    La réaction des marchés laisse suggérer que les efforts de l’UE pour endiguer la crise grecque ont clairement échoué.” Pour le Wall Street Journal, c’est toute la zone euro qui pâtit de la défiance des marchés. Et la décision de Standard & Poor’s d’abaisser la note de la Grèce et du Portugal pourrait favoriser un effet de contagion. “L’économie stagnante du Portugal est perçue comme une des plus faibles de la zone euro, alors que son déficit et sa dette sont inférieurs à ceux de la Grèce”, souligne le journal, qui rappelle que “les déboires de la Grèce ont été enclenchés par une dégradation similaire de sa notation en décembre dernier, combinée aux inquiétudes qui pesaient sur sa dette”.

    L’abaissement des notes pourrait contraindre les Européens à “envisager une contagion à des économies plus importantes, en particulier celle de l’Espagne”, quatrième économie de la zone euro. Cité par le Wall Street Journal, un analyste rappelle qu”‘il y a un certain nombre de pays en Europe pour lesquels le fardeau de la dette est à peine soutenable, surtout si les taux augmentent encore.”

    “VIRUS MÉDITERRANÉEN”

    Le quotidien britannique Times évoque lui aussi un “virus méditerranéen d’insolvabilité et de mauvaises dettes qui infecterait le reste de l’Europe”, une situation provoquée par “des années de dépenses et d’emprunts imprudents (qui) ont conduit la Grèce à un niveau de dette insoutenable”. Des excès sanctionnés par la Commission européenne, qui a accusé la Grèce “d’avoir publié des statistiques faussées pour masquer le déficit”.

    Le New York Times mentionne quant à lui les effets de “spillover” (débordement) que pourrait engendrer un défaut de la Grèce sur les autres pays. Le journaliste souligne la division des européens sur l’aide à apporter à la Grèce, une indécision qui mine la crédibilité de la zone euro : “Il devient de plus en plus évident que la communauté internationale devra fournir une somme bien plus importante pour renflouer non seulement la Grèce, mais aussi le Portugal et l’Espagne.” Le journal rappelle à ce titre que l’Espagne a l’un des “déficits jumeaux” (qui mesure la dépendance d’un pays aux investissements étrangers) les plus élevés au monde et que le pays va devoir s’acquitter de “225 milliards d’euros de dette cette année.” L’Espagne n’est pas seule dans la ligne de mire : le journal rappelle que les niveaux de dette du Royaume-Uni et des Etats-Unis ne cessent d’augmenter.

    Une inquiétude reprise par Newsweek, qui décrit les risques de dégradation des notes des Etats-Unis et du Royaume-Uni, dont les niveaux de dette “ne sont pas bien loin” de ceux de la Grèce. Citant des prévisions de Morgan Stanley, le journaliste rapporte que l’Allemagne “pourrait elle-même sortir de la zone euro pour ne pas avoir à renflouer ses voisins”. L’Allemagne est pourtant jugée largement responsable de la situation actuelle, écrit Der Spiegel, qui accuse le pays d’avoir “fait la morale à la Grèce et renâclé à lui fournir de l’aide”, signal interprété par les spéculateurs comme un encouragement à s’attaquer à d’autres pays à l’économie fragilisée par la crise.

    “LA RÉPONSE POLITIQUE EST ÉQUIVOQUE ET LA DÉFIANCE S’ACCROÎT”

    Pour El Pais, “la crise grecque est en fait une crise européenne”. Le journal fustige la naïveté des pays européens prompts à clamer “qu’ils n’ont rien de commun avec la Grèce”. Même si “aucun autre pays ne combine un déficit et une dette aussi forts”, il existe des “symptômes inquiétants”, écrit le journaliste : “La réponse politique est équivoque et la défiance s’accroît.”

    L’effet de domino pourrait en outre être aggravé par l’exposition des banques européennes sur les marchés grecs, portuguais, espagnols, irlandais ou italiens, rappelle Le Temps. Selon le quotidien suisse, les établissements financiers français “sont les principaux créanciers des cinq pays au centre des inquiétudes”, suivie de près par l’Allemagne, le Royaume-Uni et les Etats-Unis.

    La gravité de la situation pousse de plus en plus les médias, comme The Independent, à comparer la crise grecque à l’affaire Lehman Brothers, dont la faillite en septembre 2008 avait suscité une vague de critiques contre le gigantisme des grands établissements financiers et leur imbrication. Pour le journal, “la dette souveraine est le nouveau subprime”. “L’effet de domino est le même.” Il craint “une crise paneuropéenne” qui pourrait “avoir des répercussions mondiales et menacer la reprise économique”.

    Audrey Fournier (no Le Monde de hoje)

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  17. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    28 Abril, 2010 14:58

    isto faz dos preliminares do negócio das taxas de juro, quando acordarem o negócio todos querem emprestar. se não damos garantias de pagar, tanto faz que a taxa seja 3 como 8, mas se for 10 todos querem emprestar.

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  18. e-ko's avatar
    28 Abril, 2010 15:02

    a crise grega, e europeia como se está já a ver, explicada às loiras ou como se fossemos todos muito burros:

    http://www.lemonde.fr/economie/infographie/2010/03/03/du-deficit-au-defaut-de-paiement-comment-la-grece-peut-faire-sombrer-la-zone-euro_1313920_3234.html#ens_id=1268560

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  19. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    28 Abril, 2010 15:43

    e-ko faça as contas e não diga disparates.

    Ser austero é não se endividar. Não é se endividar pouco menos do que no passado. As medidas gregas estão muito longe de serem suficientes. Acha por exemplo que os 8,3% de defice para este ano é “austeridade”.

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  20. e-ko's avatar
    28 Abril, 2010 15:57

    ó luchluckyky, tem a certeza que não é você que diz disparates?

    questão de dívidas: as dívidas inglesas e americanas são superiores à portuguesa e não estão a ser atacadas como a grega ou portuguesa…

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  21. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    28 Abril, 2010 17:00

    Leu o que escrevi? E meta cabeça a trabalhar, um rico tem mais possibilidades de pagar a dívida mesmo proporcional, há despesas fixas básicas, um pobre tem muito mais percentagem de rendimentos básicos. Um Português que deixa de ter carro não é o mesmo que um americano que deixa de ter o segundo carro.

    Pior nós não crescemos coisa que se veja na última década mesmo com injecções maciças de dívida e ajudas europeias. Segundo, a Inglaterra tem dívidas de longo prazo, tem mais tempo para fazer correcções. No entanto o caminho dos EUA e do UK é igual ao nosso,viverem acimas das posibilidades mas ainda não chegaram ao nosso patamar.

    A Espanha foi descida para AA com outlook negativo.

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  22. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    28 Abril, 2010 17:01

    Peço desculpa por alguns erros.

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  23. e-ko's avatar
    28 Abril, 2010 17:07

    ISTO E SERVIÇO PUBLICO

    ora cá está o que eu já esperava:

    http://www.elpais.com/articulo/economia/Standard/26/Poor/s/rebaja/escalon/calidad/deuda/espanola/elpepueco/20100428elpepueco_5/Tes

    e depois falem de medidas concretas, para acalmar os ataques!…

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  24. e-ko's avatar
    28 Abril, 2010 17:14

    ó lucklucky, mas eu até estou de acordo que nós produzimos pouco e que é melhor não se endividar, mas não foi isso que a finança nacional e internacional andou a dizer, os juros estavam baratos e ninguém previu a hecatombe… o que quero dizer é que os europeus têm de tomar medidas para não caírem nas malhas dos especuladores por intermédio das agências de rating americanas!…

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  25. OLP's avatar
    OLP permalink
    28 Abril, 2010 18:09

    As agências de rating fazem o serviço aos donos do dinheiro que já deixaram de ser os americanos faz anos.
    Quando será que meterão isto na cabeça.
    Follow the money.
    Vejam quem o tem, quem o acumulou na ultima década com petróleos ou com mão de obra escrava e e encontrarão os tais “especuladores”.

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  26. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    28 Abril, 2010 18:41

    Quem puder deve fugir com a família o mais rapidamente possível.

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  27. Desconhecida's avatar
    28 Abril, 2010 19:42

    Quem empresta dinheiro a este país?

    É muito engraçado quando alguns dizem que não emprestam nem gostam daqueles que emprestam a juros.

    No entanto, é o que eles fazem quando depositam o seu dinheiro nos bancos.

    Já agora, será que o emprestariam a um desempregado bem falante ou a um trabalhador sorumbático?

    Eu por mim emprestaria a qualquer desempregado que tencionasse comprar um BMW topo de gama.

    Mas isso sou eu, que sou burro.

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