Surfando o Random Walk
Daniel Oliveira a 16 de Maio de 2010:
Soubemos recentemente que, contra todas as expectativas, o crescimento económico em Portugal foi, no primeiro trimeste deste ano, de um por cento. É, nem mais nem menos, o maior de todos os países ocidentais. Para se ter uma ideia, se a coisa se mantivesse assim estaríamos a falar de 4,06 por cento de crescimento num ano, o maior da última década. E isto em plena crise.
Chamo a atenção para as casa decimais. O Daniel deu-se ao trabalho de fazer as contas com o maior rigor possível. Não é 4%. É 4.06% porque o acréscimo de Pib em cada trimestre sofre ele próprio um acréscimo nos trimestres seguintes. O que dá a tal diferença de 0.06%. Desde que Constâncio previu o défice de 2005 que não se faziam contas tão rigorosas em Portugal.
Agora um bocadinho de estatística. As séries temporais de fenómenos complexos têm uma componente aleatória que se sobrepõe à tendência de médio prazo. Isto tanto é válido para o crescimento trimestral do PIB como para as variações anuais dos fogos florestais. No caso do crescimento do PIB podemos estar a falar de oscilações de 1% que têm que ser consideradas aleatórias (no sentido em que a causa não pode ser determinada e que portanto o fenómeno se comporta como aleatório). Quem tenta cavalgar estas oscilações aleatórias, tirando delas grandes conclusões políticas, aplicando aos cálculos grande rigor, arrisca-se a fazer má figura.
As componentes aleatórias são lixadas.
Um gajo quer ser rigoroso e nunca se livra delas.
Pis
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A alienação política aplicada aleatoriamente às estatísticas – essas cabras! – só dão dores de cabeça, não é JMiranda?
Pode lá ser! Portugal a ter um desempenho que contraria o que dele espera a toda a direita tropeçona?!
Eu que saiba!
É preciso que tudo regresse à “normalidade” da suspeita, da maldicência e do medina-carreirismo para que vc tenha aquela sinapse de volta ao estado normal?
Tou ta ber!
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Economia portuguesa terá crescido 0,1% no segundo trimestre. Esperemos agora por uma análise tão séria e competente como as com que fomos brindamos à 3 meses pelos assessores…
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É sempre uma felicidade ver que tanto o autor como o citado apresentaram apenas os argumentos que convinham à razão motivada de ambos.
Seria bom que ambos lessem este artigo da Newsweek sobre a irracionalidade humana na argumentação e esta breve descrição sobre falácias na Wikipedia.
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Sim, a nossa performance é estonteante! O PIB cresce, as exportações também, assim como o défice externo e a dívida (interna e externa), as importações, o saldo orçamental (negativo), a inflação e o desemprego. Talvez, quiçá, até fosse bom pedir a Braga de Macedo para gizar uma nova variante (actualizada) do discurso do oásis.
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Nem de propósito, vejam os resultados, hoje divulgados, para o 2º semestre (0,2%).
O que é preciso fazer para acabar com a incompetência e a corrupção?
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Corrijo, 2º trimestre.
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No mesmo período do crescimento de 1%, o Estado endividou-nos mais 5%.
Ou seja um crescimento claramente negativo.
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basta a mímima oscilação aleatória (também *cheirei* séries temporais)num dos muitos patãmetros da Economia(*arte* de que nada sei) para que os pirotécnicos socratinos embadeiem em arco. O pior para eles é que estas oscilações têm a mania de não permanecerem no mesmo sentdo : e vão-se ABAIXO não tarda nada.
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parâmetros (of course. . .)
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#8,
“No mesmo período do crescimento de 1%, o Estado endividou-nos mais 5%.
Ou seja um crescimento claramente negativo.”
Uh. Explique lá essa lógica?
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«no sentido em que a causa não pode ser determinada e que portanto o fenómeno se comporta como aleatório»?
Então é o facto de não determinarmos uma “causa” que torna um fenómeno aleatório? Quem pena não haver Prémio Nobel da Estatística…
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“Então é o facto de não determinarmos uma “causa” que torna um fenómeno aleatório?”
Não sou advogado do JMiranda, mas o que ele disse, e o LMR citou, não foi isso, o que ele disse foi que “se comporta como aleatório”, e não que era aleatório. Do ponto de vista do observador, o que o JMiranda diz parece-me correcto. Não tendo sabendo as causas, que também podem ser aleatórias, diga-se de passagem, o fenómeno é observassionalmente equivalente a um processo aleatório. (isto para nem falar de processos determínisticos caóticos, ou coisas parecidas)
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observassionalmente -> observacionalmente
determínisticos -> determinísticos
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No primeiro trimestre crescemos 1%, ou no primeiro trimestre crescemos 1% ao ano?. É um pouco diferente…
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Confirmei que crescemos 1% em relação ao trimestre anterior. crescimento homólogo 1,8% no primeiro trimestre. Mas se olharmos para a série “crescimento em cadeia” doa anos anteriores percebe-se que multiplicar por 4 o crescimento trimestral dá um número tão bom como atirar uma moeda ao ar.
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João,
O mero facto de ter conseguido fazer as contas para chegar ao resultado de 4,06% já chega para o Daniel Oliveira fazer boa figura. Não lhe peça para interpretar correctamente seja o que fôr, particularmente na área da Economia.
Não apenas isso está completamente fora do alcance do Daniel como o obrigaria a reconhecer as incomparáveis incompetência e hipocrisia do mentiroso-mor. E o João não espera milagres, pois não?
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