O partido que quer ser auxiliar de acção educativa*
Passos Coelho tem razão: o Orçamento é mau. Além disso as propostas ontem apresentadas por Passos Coelho permitem ao Governo negociar. Mas, francamente, ter razão não chega e sobretudo Passos Coelho está enganado em tudo mais, nomeadamente quando pensa que é líder da oposição.
Para se ser líder da oposição tem de se liderar o próprio partido. Coisa quase tecnicamente impossível de suceder no PSD. E depois Passos Coelho não ignora que o PSD, além das várias divisões internas, se deixou subalternizar para um estatuto político próximo do estatuto da auxiliar de acção educativa. Ou seja, quem define o que é certo e errado é o PS. E o PSD vive sob o constante ónus de ser liberal, de não defender o Estado social, de apenas se preocupar com o betão ou de viver em obsessão com o défice. A cada uma destas acusações os sucessivos líderes do PSD desfazem-se em explicações e justificações que só acentuam o efeito dos rótulos que lhe colam. (Aos mais esquecidos sugiro que vejam os sobressaltos e as aflições que os dirigentes laranjas tiveram quando, nos idos de 2002, se viram acusados de viverem obcecados com o défice . Ou como recuaram imediatamente quando Miguel Frasquilho defendeu a redução dos salários da função pública no último congresso ou como sendo governo deixaram que o discurso de Jorge Sampaio de 25 de Abril de 2003 se tornasse um dogma )
Nos raros momentos em que o PSD acredita que pode quebrar este ciclo acentua-se-lhe a costela sebastianista. Morto Sá Carneiro, recordam os anos de Cavaco Silva em S. Bento como o seu Camelot. Desde aí despacham líderes como se trabalhassem numa linha de montagem. Até chegarem ao tal. E é óbvio que Passos Coelho pensa poder ser esse tal mas boa parte do seu partido pensa que esse tal deverá ser outro. Por exemplo Rui Rio.
Passos Coelho causou um sério embaraço ao seu próprio partido quando tomou a sério o debate do Orçamento. É como se ele não tivesse percebido que aquilo que se esperava dele era que aprovasse o Orçamento, deixasse passar o tempo e na altura devida se deixasse afastar para a prateleira honorífica dos pretéritos líderes sociais-democratas.
Quando o debate do Orçamento terminar saberemos também se o líder do PSD já está a prazo ou não.
*PÚBLICO (actualizado)

No estrolabio.blogspot.com a maior lavagem de finanças públicas de que há memória.Às 13.30 h
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boa ideia sim senhor,como criada do prof passos coelho não terá de pedir desculapas aos alunos….
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Um partido inexistente. Passos deu um ar de sua graça, mas muito fraco.
Os impostos sobem para destruir mais Economia Livre e dar mais poder a Sócrates e ao PS…
e o que ele diz é não subam tanto…
.
Quanto ao resto do PSD escolhe o facilitismo, e o oportunismo, resultados da cultura da responsabilidade ou seja da recusa de qualquer conflito que se instalou no PSD desde Cavaco.
Ou seja o PSD é o partido do Politicamente Correcto.
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Rui Rio o D.Sebastião do PSD?
Que eu saiba, D.Sebastião não era contabilista.
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Quem muito se desculpa, muito culpado deve sentir-se.
O problema é que, como diz o povo, quanto mais se baixam, mais se lhes vê o traseiro.
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Lider da oposição?
Quanto muito poderá ser lider do maior partido da oposição, o que é muito diferente. Eu que sou de um partido da oposição nunca votei neste senhor para ser meu lider.
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PPC foi “traido” pelos seus pares, que lhe tiraram a força necessária para bater o pé ao Sócrates.
Espero que obrigue o governo a explicar como é que o déficit é de 9 mil milhões mas o aumento da dívida é de 15 mil milhões até Setembro.
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Se não tivesse percebido quando é oposição – então quando for governo (deus me livre) passa muita coisa por cima da sua cabeça
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Eduardo Catroga??????? IHIHIHIHIHHHHHHHHHH
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…
Um dos fins do blog é divertir-nos. Mas, Helena, veja lá se leva isto um bocadinho mais a sério, está bem?
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O eterno problema do PSD é de liderança.
No entanto, no momento actual, a isto acresce uma questão ideológica de fundo.
O «Cavaquismo» deixou sequelas profundas que, pelos vistos, se não conseguem ultrapassar com facilidade.
Desde há muito, o PSD necessita de se debater e de se questionar.
A liderança de Passos Coelho parecia querer impor uma perspectiva «liberal», contrária à génese do Partido e já ultrapassada no tempo (a estranha proposta de revisão constitucional de que se falou, é disso prova plena).
Como é óbvio, o que se deveria fazer -apresentar propostas credíveis para o país -, ainda se não fez e não me parece que se vá fazer.
Assim sendo, a subalternização Social-Democrata é inevitável e a «mexicanização» da democracia Portuguesa, parece evidente.
PSD – Ontem, na SIC-N Pedro Santana Lopes esteve muito bem, ao chamar a atenção para a catástrofe política quec se desenhou, com a colaboração activa dos «media», no final do seu mandato.
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O PPC já deve ter percebido que cortar das despesas sociais como saúde, educação, reformas, antes de cortar do desperdicio do sector publico alargado é uma péssima estratégia eleitoral e um erro económico.
Seguir as ideias bacocas de Paulo Teixeira Pinto e outros que defendem o mito “neo-liberal” é uma forma se calhar consciente de manter o PS no poder.
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