Açores – último reduto para a longa noite que se avizinha?
O medo que os detentores do poder têm de o perder suplanta frequentemente, e em largo grau, a esperança que os aspirantes ao poder têm de o conquistar. Quando os sinais de queda iminente se sucedem, o estado de pânico pode instalar-se, e é necessário tomar medidas.
É neste contexto que poderá ser vista a medida tomada, nos Açores, de poupar os funcionários a uma redução salarial. A questão foi já anteriormente analisada e há suspeitas que existam motivos eleitoralistas. Olhando um pouco mais em profundidade, podemos verificar que, na perspectiva do actual poder, os Açores poderão substituir Macau como último reduto numa longa noite que se avizinha.
Durante a “longa noite” do governo de A. Cavaco Silva (na perspectiva dos seus opositores da altura), a administração de Macau terá permitido colocar algumas pessoas sem colocação no continente. O colapso político, visto como iminente por muitos dos actuais detentores do poder, e a correspondente alternância partidária, faz com que os Açores assumam um papel particularmente importante, uma vez que a outra região autónoma está “com o outro lado”.
Se no futuro, por mecanismos já criados ou a criar, possivelmente em conexão com a colaboração transatlântica e/ou militar, surgirem alguns lugares “apetecíveis” para pessoas sem colocação no continente, poderemos voltar a olhar para este tópico.
José Pedro Lopes Nunes

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