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O voto do medo.

20 Janeiro, 2011
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Quem sabe não esquece e o actual Presidente da República, agora candidato, tem mostrado estar em grande forma, ao fazer aquilo que bem sabe – juntar pessoas sob a sua bandeira e levá-las atrás de si, numa demonstração de capacidade de liderar que não terá muitos paralelos por estes lados – em cima de um automóvel se necessário for. Boa campanha de Fernando Nobre, com moderação, serenidade e sentido de Estado, superando as expectativas de alguns e levando a pensar que é uma pessoa relativamente à qual ainda ouviremos falar bastante.

O ano de 2011 não será o ano do voto útil no sentido partidário do termo – o voto no qual o eleitor pondera racionalmente a utilidade do seu voto, podendo optar por votar numa alternativa que não escolheria sem essa reflexão. Muitas pessoas estarão, na verdade, com medo – medo do amanhã, não num sentido figurado relativo a um futuro longínquo, mas um amanhã próximo, para não dizer imediato. Medo de ver o salário reduzido. Medo de perder o emprego. Medo de eventual insegurança nas ruas.

Prepara-se o voto do medo – o voto da emoção, para além da razão. O voto no qual se esquecem ideologias, se esquecem antipatias, se esquecem estratégias políticas, e se pensa na sobrevivência. Em suma, o voto Darwiniano.

José Pedro Lopes Nunes

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