Divulgar pf
Os abaixo-assinados solicitam ao Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, e ao Senhor Vereador do Desporto, Dr. Manuel Brito, que corrijam junto do promotor, com carácter de urgência, o projecto de arquitectura referente à reabilitação da Piscina Municipal do Campo Grande.
Como tem sido afirmado publicamente pelos mais variados sectores da sociedade, e que aqui os abaixo-assinados reafirmam, trata-se de um projecto de estética duvidosa e, mais grave, potencialmente atentatório ao projecto original de Keil do Amaral, referência da arquitectura paisagística do século XX, e ao próprio Jardim do Campo Grande, enquanto espaço de lazer e desporto, livre, tanto quanto possível, de construções.
Os abaixo-assinados saúdam os procedimentos e os esforços desenvolvidos pela Câmara de Lisboa em tentar reabilitar as piscinas municipais do Areeiro, Campo Grande e Olivais, mas declaram-se contra a adulteração do projecto original do Arq. Keil do Amaral e a construção de um edifício de três pisos e 5.000m2 no Campo Grande.
Lisboa, 4 de Março de 2011


Aqui no Brasil é pior , o governo não incentiva a cultura do próprio pais
Aldo Silva
http://securityofficer.wordpress.com/
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Boa iniciativa. Já assinei.
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A estética não é sempre duvidosa?
o baixo assinado é contra a estética ou contra a simples construção de um edifício no jardim?
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António Costa percebe NADA de grandes cidades, jamais entenderá Lisboa na sua globalidade. Demonstra fastio pelo cargo.
Está “a fazer tempo” para saltar para outro patamar. Um frete ao (seu) partido terá futuras e muito mais “altas” contrapartidas.
Perante este projecto para o Campo Grande, o que é que o “Zé faz falta”, mais o arquitecto MSalgado e não esquecendo a ex-bastonária da Ordem dos Arquitectos HRoseta estão a fazer na câmara como vereadores ? As questões estéticas e históricas já não lhes interessam ? Qualquer património a edificar durante os seus mandatos e só porque querem deixar “marca”, é mais importante do que qualquer um já construído ? Ao poderoso lobby dos arquitectos-do-regime (edifício a erigir no Rato incluído) tudo é permitido ?
Os habitantes na área do Campo Grande não se inquietam nem se manifestam contra aquela requentada arquitectura ? — hoje, para alguns arquitectos, sobretudo imberbes e novatos, basta-lhes apresentar a ignorantes clientes (CMLisboa também) uns módulos avançados, recuados ou sobrepostos, envidraçados, preferencialmente em cimento crú, e “temos” potenciais génios…
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Tiago,
Não, “a estética não é sempre duvidosa” !
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«A estética não é sempre duvidosa?»
Não, não é.
Antes pelo contrário. Gosta-se ou abomina-se.
Vale, que nos Restauradores,
lá conseguiram manter a fachada do antigo cinema Eden.
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Eden: Cassiano Branco, I supose.
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MJRB,
diga-me então uma obra de arte, de preferência contemporânea e de preferência arquitectónica, cuja estética tenha reunido unanimidade. de maneira a comprovar que a estética não é duvidosa.
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Tiago 19:02,
Vc. confunde Estética com unanimidade do gosto por algo…
No entanto, porque me pede, um exemplo contemporâneo (entre outros que poderia colocar) que talvez vc. entenda como “estética não duvidosa”: A ainda +- recente Biblioteca de Alexandria.
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MJRB,
não confundo estética com unanimidade do gosto por algo. Mas o “gosto por algo” faz parte de um conceito mais alargado que é a estética. A estética está ligada à percepção, e esta será sempre individual. Portanto, a estética está restringida à subjectividade e a um carácter duvidoso e não absoluto. Ela engloba vários campos desde a ciencia, à psicologia, sociologia, filosofia, artes, etc o que vem reforçar mais o seu carácter abrangente e não absoluto.
A biblioteca que fala é um excelente exemplo disso. Acho visualmente um objecto demasiado historicista a fazer lembrar os utópicos russos. Acho demasiado fechada por uma monumentalidade antiquada. Parece bem mais antiga do que é. Não estabelece uma relação aberta com a envolvente, mas aparenta ser sobretudo isolacionista. Pelos visto você acha consensual e uma excelente obra.
O Raul Lino viveu no mesmo tempo do Corbusier, assim como o Siza vive no mesmo tempo do Taveira.
A estética é e sempre será “duvidosa”.
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Tiago,
A Estética discute-se, e não se discute. Conforme o Conhecimento.
O gosto discute-se. Também conforme o Conhecimento.
Conheço ‘ao vivo’ a excelente Biblioteca de Alexandria. Estabelece “uma relação aberta com a envolvente”.
Não sei o que, e quem, Vc. designa por “utópicos russos”.
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Fico satisfeito por saber que a gente de Lisboa ainda aí está para a luta. Pequena luta, mas alguma coisa.
Muito diferente do Porto, onde não apareceu nada nem ninguém a opor-se aos novos grandes abortos, de que se destacam o a estação de camionagem que apelidaram de Edifício “transparente” e o aborto ufológico que dá pelo nome de Casa da Música.
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Subscrevo tudo o que o Tiago disse. A estética é um conceito sempre muito subjectivo, e se começamos a abrir precedentes deste tipo só porque fulano x não gosta da cor, e fulano y acha que a forma é aberrante, então qualquer dia estamos paralisados. Nunca se chega a um consenso em matéria de gosto, e por isso ele não deve ser exclusivamente considerado para efeitos de avaliação das coisas. Neste caso, a discussão deve acentar sobretudo na reposta que o edifício se propõe dar às necessidades que a câmara apresentou ao arquitecto. E para isto, devo dizer que conhecer apenas uma imagem virtual do que poderá ser o aspecto exterior do edifício (duvido que os autores e signatários tenham tido acesso a todos os elementos do projecto), é estar a dar uma opinião muito pouco fundamentada sobre ele. É como dizer: eu não li o livro, mas pela capa já sei que não gosto.
E opiniões superficiais e emotivas deste tipo, não podem ser obviamente levadas a sério.
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