Há que séculos que ando para escrever sobre isto
mas o Luciano Amaral não só se antecipou como escreveu muito bem sobre o assunto. Qual? Os apelos ao consenso: «O português, certamente dada a sua natureza franca e boa, não perde uma ocasião para estabelecer “consensos” com o resto dos portugueses. É por isso que, a propósito da actual crise, imensos portugueses vêm pedindo imensos consensos. Já se ouviu de tudo: há o Bloco Central clássico, PS e PSD; há o Bloco Central premium, PS-PSD-CDS; há o Bloco Centralíssimo, PS-PSD-CDS-centrais patronais-sindicatos; há o Bloco Centralíssimo premium, PS-PSD-CDS-centrais patronais-sindicatos-banqueiros-senadores da pátria; e até já se pediu o Bloco Central soviético, PS-PSD-CDS-PCP. É como lá em casa: falta a luz? Faça-se um Bloco Central. Furou-se um pneu? Forme-se um Bloco Central. Já explicar qual o conteúdo destes blocos é tarefa a que ninguém ainda se dedicou propriamente. Um Bloco Central para quê?
Estes pedidos, que parecem relevar de uma certa nostalgia pela União Nacional, levantam diversos problemas. O primeiro é que nunca há, efectivamente, consensos, pelo menos no sentido correcto da palavra, que é o de toda a gente estar de acordo. A União Nacional unia todos, menos os que excluía. E os que excluía eram muitos e tratados com a devida violência. O Bloco Central tal como existiu em Portugal, nos anos de 1983 a 1985, foi feito para aplicar uma receita de enorme violência social, que obrigou ao encerramento de fábricas e a despedimentos maciços. Por definição, as vítimas deste tratamento não fizeram parte do consenso.» Para ler mais clique aqui. De seguida leia “Portugal não precisa de ajuda”.

Vão ver que, no final de tudo isto, ainda alguém vai inventar a teoria da… luta de classes.
GostarGostar
Peço desculpa pela intromissão mas não consegui chegar uma informação pertinente ao Luciano Amaral e que contraria aquilo que ele disse no Expresso da Meia Noite da última 6ªf.
Quero comunicar-lhe que é errado que “a Irlanda tinha 8 milhões de habitantes e passou a ter 3”. Ler este documento do CSO da Ireland http://goo.gl/HMFyL Não podemos seguir as traulitadas enganosas dos políticos. Estou certo que o Luciano Amaral apenas teve um lapso. Serve este comentário para corrigi-lo. Obrigado.
GostarGostar
Costumo concordar bastante com o que escreve e diz mas desta vez de modo nenhum.A afirmação que faz em relação ao FMI,sem querer,branqueia aquilo que temos vindo a sofrer há tanto tempo.
salvas as devidas proporções,seria o mesmo que dizer que os judeus foram agiotas e o hitler não foi tão mau assim o que nem uma coisa nem outra são verdade.O FMI foi mau mas sofremos duma vez e de seguida levantámos a cabeça,agora assim é que não que é como quem diz nem o meu pai morre nem a gente almoça.Quem é que tem ilusões que podemos suportar juros deste calibre? E de resto,fábricas a fechar,quantas mais são precisas?
GostarGostar
Para mim não há blocos, há pessoas. Escolham os melhores para os devidos lugares e para bem da nação. Sim, para bem da nação e não de algumas, muitas, contas bancárias e de interesses que proliferam neste país com uma “reactividade” assustadora.
As classes acabaram, há apenas duas espécies: os com dinheiro e os sem ele.
GostarGostar
Aqui há gato.
GostarGostar
«Escolham os melhores para os devidos lugares e para bem da nação» – A isso chama-se ditadura.
GostarGostar
Ricardo,

.
Pode ver aqui a evolução da população da Irlanda:
.
.
De 8 milhões de habitantes em 1850 (fome da batata) passou para 4 milhões nos anos 60.
GostarGostar
Como ando a escrever sobre o mesmo tema, tomo a liberdade de recomendar a visão dos jornais da época- Expresso e O Jornal que publico.
É impressionante, para mim, a coincidência de erros, de soluções de personagens, etc.
GostarGostar
@JoãoMiranda,
Tenho conhecimento desse facto. Contudo, a questão aí não teve a ver com o FEEF/FMI; teve a ver com batatas e com a gestão administrativa de Inglaterra.
A informação dada pelo Luciano Amaral não tinha esse pano de fundo. A discussão centrava-se na questão das consequências da ajuda externa. Não recuava a tempos tão distantes, nem faria sentido fazê-lo naquele contexto.
GostarGostar
Ricardo,
.
Essa informação veio a propósito do facto de um país poder ter um declínio prolongado. É um risco que Portugal enfrenta. Irlanda, ao longo do século XX, foi dada como um exemplo desse tipo de declínio. A informação nada tinha a ver com a intervenção do FMI na Irlanda nem ninguém disse que a Irlanda perdeu 5 milhões de habitantes nos últimos 2 anos. Foi nos últimos 150 e foi isso que foi dito.
GostarGostar
Gráfico com a variação da população na Irlanda (1600 a 2010)
GostarGostar
@JoãoMiranda,
Muito bem. Foi assim, retiro o que disse.
GostarGostar
Nos últimos 150 anos, a Irlanda perdeu 2 milhões de habitantes.
Nos últimos 50 anos, a Irlanda ganhou 2 milhões de habitantes.
(link do meu comentário anterior).
GostarGostar
isto só vai la com um Governo de Emergência Nacional, por mais que tentem arranjar argumentos contrários…c´est la vie!!! é uma questão de tempo, o problema é que o tempo é o nosso maior inimigo…
GostarGostar
Pode não parecer, mas a instituição que melhor corporiza a ideia de “unanimismo quase consensoual” é o SLB. Em qualquer terra portuguesa as pessoas acham absolutamente normal berrar contra a minoria que apoia os da terra e até estranham, apesar de longos anos de infortúnio, que a inculta populaça não seja toda adepta da gloriosa maioria. Um traço que facilita o desenho e as políticas. Uma coisa que todos os verdadeiros democratas devem, por isso, lamentar é que o verdadeiro 25 de Abril ainda não ternha chegada ao futebol e que a coisa não seja decidida por maioria, como hoje de novo poderá voltar a acontecer. JMM
GostarGostar
Governo de iniciativa presidencial, de salvação/concentração nacional, de bloco central.
Foram em outro contexto, pós-revolução, pré-democratização, ainda com um “conselho de revolução” de memória fresca…
Neste momento, há que clarificar, nada de meias tintas…
Há que clarificar projectos e propostas…
para um lado o Estado providencia que a tudo acode e providencia: saúde, educação e até cria empregos…
para o outro o Estado que protegendo os mais vulneráveis, superintende e regulamenta, cria as condições e apoia a sociedade civil.
GostarGostar
Portugal efectivamente não precisa de ajuda.
Quem precisa de ajuda, são vocês!
Há por aí bons psiquiatras…
GostarGostar