o valor negativo da democracia
A ideia de democracia assenta em dois pilares fundamentais: um valor positivo – a representação política do povo, e um valor negativo – a substituição pacífica dos governantes.
Tenho para mim, desde há muito, que as democracias ocidentais perderam o sentido positivo do sufrágio universal, que vale agora somente pela sua dimensão negativa, o que, diga-se, já não é nada mau. Mas, na verdade, a ideia do «governo do povo, pelo povo, para o povo», se alguma vez existiu, hoje perde-se completamente nas falsas promessas eleitorais, na ausência de controles efectivos da governação, na submissão das assembleias parlamentares aos directórios partidários, enfim, na lógica do poder pelo poder, provavelmente a sua verdadeira natureza, independentemente das roupagens que vista. Resta, assim, a possibilidade de ciclicamente submetermos os políticos à censura do voto, castigando-os ou recompensando-os com o poder que todos querem conquistar e manter.
Para um eleitor médio, numa primeira análise, o sentido de voto é orientado por consideraçãoes sobre o governo em exercício: esteve bem, esteve mal, faltou excessiva ou moderadamente aos seus compromissos eleitorais, abusou ou não do poder que lhe foi dado. Numa segunda apreciação, são também avaliados os partidos que não fazem parte do governo, mas que têm fortes possibilidades de, pelo nosso voto, o conquistarem. Aqui cabe, sobretudo, avaliar se estes partidos merecem a nossa confiança e o nosso voto, no sentido de tentarmos antever se eles, pelo menos, não nos irão desiludir tanto quanto o governo daqueles que estão ainda em funções. Esta valoração que os cidadãos eleitores devem fazer para decidirem o sentido do seu voto, deve utilizar o máximo senso crítico em relação aos políticos e aos partidos – a todos, sem excepção -, já que a actividade que eles desenvolvem recai sobre nós e nos poderá afectar gravemente, como aliás se tem visto. Para além do mais, é suportada e sustentada com o produto do nosso trabalho, pelo que todas as explicações nos devem ser devidas e dadas.
Nestes termos, tendo em consideração o momento actual em que vivemos e as eleições que se aproximam, há duas perguntas a fazer. Primeira, o governo em exercício merece continuar em funções? Segunda, na oposição há alguém que mereça incondicionalmente o nosso voto? A resposta às duas perguntas é diferentemente negativa: se os partidos da oposição estão longe de merecer o nosso entusiasmo incondicional, nenhum governo que leve um país à bancarrota poderá manter-se por muito tempo mais em funções. Teremos, então, de arriscar nos partidos da oposição, esperando que não nos desiludam ainda mais do que aquele que pretendemos substituir.

o sistema português está organizado de forma a que sejam os partidos “do costume” a dividir o poder, o que facilita todo o sistema endogâmico da política com os negócios. E tb a falta de visão dos votantes q têm muitos mêdos. Pena de não terem mêdo de serem broncos e corruptos… http://psicanalises.blogspot.com/
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Totalmente de acordo.
No entanto, coloca-se a questão que eu já vi salientada:
Mais vale um mentiroso convicto, que mente “com clareza” e determinação
ou um novato que se contém no que diz- porque falando verdade diria sempre coisas incómodas – diz menos ou menos acertivamente o que pensa?
O problema nos dias de hoje é da própria democracia. Que pode levar os países ao abismo…
http://existenciasustentada.blogspot.com/2011/01/17-democracia.html
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Ainda sobre o Sr. NOBRE:
Engraçada esta encenação.
Ahahaha!
Não gosto de Fernando Nobre,escuso-me a dizer as razões.
Mas não gosto de nenhum dos deputados que estão no hemiciclo.
Nobre é pior que eles?
Não me façam rir.
Toda a gente sabia que Jaime Gama tinha acusações de pedofilia.
Alguém protestou ao ser eleito para o cargo?
Toda a gente sabe,igualmente,que Ferro também é alvo de acusações de algumas vítimas da Casa Pia.
Alguém perde um minuto com esse assunto?
Ahahaha!
Que cambada de pândegos.
Ainda falam de areia para os olhos,num país governado por uma quadrilha de criminosos,cheio de escândalos abafados e outros nem tanto,num país levado à ruína pela roubalheira e pela falta de acção (ou colaboração?) dos orgãos de justiça;um país onde se espera mais miséria,mais fome,corrupção a rodos,etc.
E vêm-me estas almas dizer que Nobre não tem conhecimentos para ser Presidente daquele antro de biltres que delapidaram a nação e que mentem todos os dias com quantos dentes têm nas gengivas…
Ahahaha!
Um ministro das finanças e um PM que vêm afirmar que o governo de gestão não tinha competências para pedir um empréstimo e são desmentidos por constitucionalistas e pelo PR,etc.De seguida engolem em seco e dão o dito por não dito.
Será que essa gente tem mais conhecimentos que o dr F. Nobre?
Ahahaha!
Cambada de desinfodependentes,deixam-se levar com a maior facilidade pela cacafonia da orquestra socialista e comunista.
Claro que José Maria Martins tem razão,atiram-vos um osso e vão todos a correr.
O gang socratino marca a agenda e o sentido do vosso discurso
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Chapeu!
Para mim, a democracia só faz sentido quando somos nós a ganhar….
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Sócrates em exercício de funções no Governo, em seis anos, esteve mal.
Faltou excessivamente aos seus compromissos eleitorais.
Abusou do poder que lhe foi dado.
A corrupção é, hoje, maior que em 2005.
Sócrates disse num dia e o seu contrário no dia seguinte.
Mentiu compulsivamente, e fê-lo de má-fé.
Quanto às explicações que devidamente nos devem ser dadas…estamos falados, só se o FMI tivesse esse poder.
É óbvio que o actual governo não merece ser reconduzido após as eleições.
Há, por fim, efectivamente, que dar o benefício da dúvida às oposições, esperando que elas não nos levem novamente à bancarrota, como aconteceu com Sócrates.
“Os PM são como os melões, só depois de abertos é que se vê se são de qualidade”.
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Não se culpe a democracia. Culpe-se o regime corrupto político português. Uma nódoa. A única pessoa eleita pelo povo é o presidente da república que não tem poderes nenhuns!
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um exemplo da nossa democracia…
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http://ww2.publico.pt/Pol%C3%ADtica/psd-rejeita-comemorar-25-de-abril-na-assembleia-legislativa-da-madeira_1490525
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Este movimento vale a pena ser visto. Quanto mais não seja, por nos fazerem pensar.
MCRR – Movimento Cívico para a Reforma da República
http://movcrr.wordpress.com
P.S. – Julgo que alguns dos nomes não lhe serão desconhecidos.
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O exercício da democracia exige dos participantes na tomada de decisões igualdade de interesses e de conhecimentos das questões pertinentes.
Obviamente que isso só pode acontecer ao nível de pequenos grupos.
Ao nível político já não há democracia (se é que alguma vez houve; talvez na Grécia Clássica, por breves períodos e com muitas exclusões – nem todos eram cidadãos).
Nos dias de hoje, nem nas assembleias de condóminos se pratica a democracia.
Trata-se portanto de um conceito vazio, anacrónico, que só convém aos que pretendem justificar os actos mais prepotentes quando estão no poder.
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O banana do Alberto João Tarrão da Mamadeira e «sus muchachos» deviam estar eternamente gratos ao 25 de Abril, pois foi o 25 de Abril que permitiu a ele e àquela trupe de ignorantes e incompetentes que o rodeiam ascenderem ao poder.
Caso contrário eles continuariam as suias vidas de amanuenses e escrivães.
Ainda me lembro de ver o Jaime Ramos com um burro carregado de sifões a vender por algumas freguesias da Ilha, quando o gajo veio do Ultramar.
Agora parece que o homem tem um «império» ligado à «Construção», pois claro.
Obsv: A dívida pública da Mamadeira é de tal ordem que se o FMI sabe, manda Portugal vender a Ilha e pôr o Alberto João em prisão domiciliária nas Ilhas Selvagens!
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Mais um artigo do Rui A. a merecer a aprovação do Arlindo da Costa.
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O valor negativo da democarcia está nisto, que já sabemos da loucura completa do nosso líder, que, salvando a seita, lixou tdo o mais e não vai para a cadeia nem cumpre castigo por tanta mentira, abuso, traição, nem ninguém os livra de ainda o gramarem de novo a estoirar isto tudo em mais governação.
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O valor negativo da democarcia está nisto, que já sabemos da loucura completa do nosso líder, que, salvando a seita, lixou tdo o mais e não vai para a cadeia nem cumpre castigo por tanta mentira, abuso, traição, nem ninguém os livra de ainda o gramarem de novo a estoirar isto tudo em mais governação. Esse é o grande perigo em democracia, que na maioria sejam os mais manhosos, falsos, mentirosos, a levar o povo, como há quatro décadas se dá entre nós. E o nosso líder leva a palma a todos, pode-se dizer.
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acho que mais de metade dos eleitores tem feito outras contas que lhe dão uma “soma constante” …e não vai votar.
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José Sócrates colocado à venda na Internet
19 ABRIL 2011
O site português Leilões.net colocou ontem o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, à venda. O slogan do leilão é “Vende-se primeiro-minitro de Portugal”. Porque: “Liquidação do país, alternativa a emprestimo do FMI”.
José Sócrates, no site de leilões, custa 75 mil milhões de euros – a base de licitação. Ou seja, quase tanto quanto o resgate solicitado ao FMI/Banco Central Europeu.
O mentor do leilão refere as qualidades de José Sócrates para todos os potenciais compradores: “Boa aparência, com guarda-fatos e teleponto incluído. Excelente marketeer, até garantir a venda de gelo no Pólo Norte ou areia na praia. Desenrascado, persistente e com boa imagem do lado esquerdo e lado direito. Licenciado com distinção num domingo e boa capacidade para idiomas como castelhano e inglês”.
O anunciante acrescenta: “ Caso esteja interessado nesta pechincha, tem até dia 3 de Maio para licitar”.
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Começa-se a olhar para a democracia com olhar crítico. E desconfio que quem começa a fazê-lo nasceu depois do 25-A. As nações precisam de mitos, mas também precisam de quebrar os mitos que não lhes são genéticos.
Boa noite a Vossas Senhorias.
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Então o problema é a classe politica ser incompetente e corrupta? Não digo que não seja mas já pensaram que uma elite (política ou outra) é sempre um subconjunto da população como um todo?
Assim, se a elite é de má qualidade é porque:
a) Ou a população é toda de má qualidade
b)Existe um mecanismo aberrante que faz com que os maus borbulhem até à superfície deixando os bons pelo caminho.
c) Um meio termo entre a) e b)
Eu inclino-me para a opção c). Afinal que outros povos europeus têm ditados do tipo:
“Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é tolo ou não tem arte” ou “Vergonha não é roubar. Vergonha é ser apanhado a roubar”.
O povo que produz estas “pérolas” tem alguma hipótese?
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Rui A., gosto do seu post, especialmente pela parte que fala da distinção entre o valor positivo e negativo da democracia: assumindo como certo o primeiro, há anos e anos que só se pensa no negativo: quem governa.
O problema é que o mundo gira, as coisas mudam, a população aumenta, o trabalho escasseia e o valor positivo da democracia tinha de estar sempre a ser trabalhado, o que deixou de acontecer.
Dentro da democracia (não estou a ver de que outro regime se poderia imaginar), já ninguém pensa o Estado, não surgem novas correntes, não aparecem novas ideias económicas. O mundo estagnou no pensamento das possibilidades de regime e passou-se a discutir quem “manda” e “quanto tempo manda”. Na ribalta estão sempre os bem falantes, os “fura-vidas”, os aproveitadores, que se vão auto-alimentando com cargos, para, por sua vez, continuarem a alimentar os votos, para que lá estejam sempre os mesmos – agora rosa, depois laranja, a seguir amarelo, depois, vermelho, mas sempre os mesmos. O regime democrático, organizado num sistema de representação partidária, vai alimentando, adaptando e conspurcando os que vão entrando.
Também não tenho soluções a apresentar. Apenas observo.
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