Daqui fala o povo, pá*
– Está lá, pá? Era para dizer, pá, que daqui fala o povo, pá. Vamos fazer uma acção esta noite, pá. Vamos colar uns cartazes, pá, à porta dos centros de emprego, pá.
As “manifes” não estão a dar nada, pá, e vocês, jornalistas, também, pá, se não for assim com esta coisa da cara tapada, pá, e da acção semiclandestina também nem aparecem, pá. Isto da roupa é o que está a dar nas redacções: se uns caramelos dizem que vão para o metro em cuecas, lá vão vocês todos, pá, para as estações a ver passar carruagens. Se uns gajos dessas grandes cadeias de roupa dizem que oferecem isto e aquilo – que esses gajos, pá, nunca dão nada, é só publicidade gratuita e vocês, pá, caem que nem uns patinhos -, mas voltando ao que interessa, pá, se esses tipos anunciarem que dão uma camisa a quem aparecer nu na loja, lá estão caídos dezenas de jornalistas. Duvidas, pá? Ora a malta, pá, tem de recorrer aos mesmos truques: metemos máscara, pá, e funciona. E dá para os dois lados, pá: a memória de Abril, “tás a ver os SUV?… O que são os SUV? Porra, pá, vocês aprendem o quê nesses cursos de Comunicação Social? Antigamente tinham só tarimba, pá, mas sabiam distinguir a OCMLP da FEC-ML e o PRP dos GDUP. Mas aí na redacção ainda devem ter uns gajos que fizeram a cobertura da conferência de imprensa dos SUV naquele pinhal, pá… Em 1975, pá, pois claro, quando é que querias que aparecesse uma coisa chamada Soldados Unidos Vencerão?
Claro que isto agora não é o mesmo. Quem é que está agora interessado em meter os reaccionários fora dos quartéis? Claro que a malta não tem nada a ver com tropa, pá. Mas, pá, esse imaginário de 75 é importante. E claro, pá, se as coisas aquecerem, uns caixotes a arder até dão imagens mais forte, pá. Lembras-te dos bairros em Paris? Impressionante, pá. Mas eu cá não sei se isso dá, pá.
Agora o que é preciso, pá, é muito fotógrafo e repórter de imagem lá, pá. Mete-se no youtube, as televisões passam, pá, e fica uma coisa em grande. Nós, pá, estamos de máscara que é para nos verem melhor. Da outra vez aquilo da cara do Sócrates e do Passos no BPN correu bem, pá. Vamos repetir. Deixo-te o nosso maile também o telemóvel, pá, que estas coisas espontâneas, pá, têm de ser muito combinadas. São mesmo uma trabalheira, pá… Às duas da manhã, sim, já disse, pá. Não se baldem, pá! Se quiserem fotografias sem máscara podem pôr o Peixoto. Sim, o escritor, pá… Sei lá se ele está desempregado! O gajo está sempre a andar de festival para feira do livro, mas isso até é porreiro, pá. Já sabes, às duas e meia na Rua da Saudade, pá. Na Boavista, sim. E liguem ao Peixoto, pá.
Nos anos 60 os portugueses, a braços com uma guerra a sério, riam com o absurdo da “Guerra de 1908” dita por Raul Solnado. Em 2011 os portugueses, a braços com uma crise muito séria, já nem riem perante o absurdo da cobertura mediática de acções como a efectuada em diversos centros de emprego pelo movimento “É o povo, pá“: a meio da noite, jornalistas e fotógrafos esperavam a chegada de uns mascarados que colavam uns cartazes onde afirmavam. “Não queremos subsídios. Queremos emprego.”
Os mascarados distribuíram um documento aos jornalistas presentes que, apesar do adiantado da hora, ali estavam literalmente a servir de amplificador do evento. Assim, às conferências de imprensa do primeiro-ministro, que não são conferências, pois não são admitidas perguntas e muito menos serão “de imprensa”, porque a captura de imagens é fortemente condicionada, juntam-se agora as performances dos activistas ditos anónimos – francamente, tendo em conta a pequenez de Portugal, parece-me quase tecnicamente impossível fazer uma acção destas no Porto sem que os jornalistas e os activistas não se reconheçam logo nos primeiros minutos. Performances essas que só têm efeito, caso os jornalistas compareçam. Donde seria mais correcto designar estes activismos como eventos nascidos da parceria entre os activistas, que precisam de ser notícia, pois o activismo, ao contrário da militância, restringe-se ao ser notícia, e os jornalistas, que precisam de fazer notícia es vêem nestas acções uma originalidade refrescante e por isso as noticiam com tamanha boa vontade.
*PUBLICO

…e o silêncio dos inocentes os meus netos?
Quem fala por eles?
No seu silêncio ensurdecedor, um deles, o mais pequeno, diz-me assim:
– Ó vu, então é assim? E tu deixas ? Não fazes nada? Deixas estes mancos fazerem as dívidas e eu é que vou ter de pagá-las?
– Que posso eu fazer ó meu!… Dizem que estou xéxé!… Que sou do Restêlo!…olha o teu pai, olha a tua mãe, acreditam mais no labrêgo do Sócrates, esse estúpido que está aí há seis anosa desgraçar-nos, do que no teu avô!…há seis anos que ando a dizer o mesmo! Que o homem é tolo, é um borra-botas, ninguém me ouve!
– Ó vu, tu dizes isso e não tens medo? Pões aí o teu nome escarrapachado…?
– Sabes Pedro, tenho medo, tenho muito medo! Apenas ponho aí em cima o meu nome para que um dia tu te orgulhes de ser meu neto…só isso.
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José Pinto Basto,
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Acalme-se, não há que ter medo. O Sócrates é execrável, mas Portugal é ainda e mpor muito tempo será uma democracia. Concedo que anda um bocadinho teocrática, em torno de Nosso Senhor Pinto de Sousa, conforme nomeado pelo Cardeal Almeida Santos. No entanto, não há PIDE nem prisões por consciência.
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Claro que lhe tentam lixar a carreira, metem-lhe as Finanças em cima ou negam-se a fazer negócios consigo. Mas isso é o Estado, tomado pelo aparelho socialista. Há mais vida além do Estado, felizmente, e há sempre a opção de dar ao chinelo e demandar o seu sustento noutras paragens.
.Não há que ter medo, por isso mesmo.
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Além disso, se o José Sócrates ou qualquer outro jerómico palerma tentasse instaurar uma coisa dessas, integrado como está Portugal na União Europeia, teria quinze dias de engano antes de ser admoestado e vigiado internacionalmente.
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Que as nossas comunicações aqui estejam a ser monitorizadas por sabujos ao serviço do Partido (repare que nem falo do governo nem do Estado), isso é perfeitamente plausível e mesmo verdadeiro. Tem aqui alguns sicofantas que até intervêm, e estão no seu direito de o fazer, pois as leis protegem os idiotas, não lhes negando o direito de falar.
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Não acha que o José Pinto Basto ou o Francisco Colaço ou o Lucklucky ou o Anti-Comuna ou o Tric ou outros que tais não estão fichados por esses meliantes? Claro que estão fichados. Felizmente, esses meliantes não são uma força de polícia e não me irão prender, assassinar, torturar ou ameaçar. Essa é a diferença.
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Espero é que esses sabujos não estejam a ser sustentados com os dinheiros do Estado, seja através de um conveniente emprego num ministério ou numa fundação ou num instituto, ou indirectamente através de «contratos de assessoria de imagem». Se estiverem, caldo entornado! Se não, desejo aos praetori socialistorum um excelente fim de semana.
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E a tirania das multidões, pá? Das multidões vorazes, seguras dos privilégios que o Zé Pagantibus terá que financiar… Tu verás, pá, qual das tiranias será a mais fixe!
A lusitana Hitler-Jugend já está a pôr os corninhos de fora com as exigências do emprego fixo no Estado. Lá chegaremos e será em resultado da aplicação da democracia.
O Saldanha, camaradas. O Saldanha enquanto é tempo!
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Dona helenafmatos
às pazadas para encher.
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Oh Helena, esses incómodos todos com a comunicação social fá-la parecer cada vez mais com o Sócrates!
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A leninha a pedir o regresso da CENSURA! Parece que algo a está a pôr um pouco nervosa…
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A entediante “cassette” Helena Matos fez reviver algo que se passou…dia 16.
Adorei o “parece-me quase tecnicamente impossível fazer uma acção destas no Porto sem que os jornalistas e os activistas não se reconheçam logo nos primeiros minutos”. Sim porque o Porto é uma aldeia e vão todos beber copos à mercearia do sr. Manuel que também tem balcão de tasco.
Será que a noção de ridículo da Helena desapareceu ou será sonâmbula e escreve estas coisas sem dar conta ?
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Um povo de calaceiros que só quer é fazer manifs e reformar-se mais cedo que os alemães:
ESTES PORTUGUESES CALAÇEIROS QUE A MER(DA)KEL ALEMÃ EXIGE QUE SE REFORMEM MAIS TARDE Metade dos agricultores portugueses tem mais de 65 anos
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Toda a gente sabe que esse movimento «E o povo, pá?» é uma invenção do PSD.
Todos eles são membros da JSD.
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