É um facto documentado que as crises financeiras não se resolvem com impostos. Gera-se mesmo mais despesa. Cada euro recolhido nos impostos gera mais do que um euro de nova despesa. Essa é que é essa!
Caro LR, os abrantinos azuis e laranjinhas já estão em pânico. Mas não são tão batalhadores como os originais abrantes. Já quase só balbuciam argumentos quase copiados dos socialistas que usam mesmo esse nome. ehehehhehhhe
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Este governo não vai durar muito. Não têm uma estratégia a sério para baixar o défice orçamental e nem sequer para fazer crescer o país.
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Uma oportunidade histórica perdida.
Quando o socialista falha, é a prova de que o socialismo não funciona.
Quando um comunista falha, é a prova de que o comunismo é uma impostura.
Quando um liberal inicia a governação com uma subida de impostos … é porque afinal não é liberal!
… a Cinemateca desempenhará muito melhor do que a RTP (estou absolutamente seguro) o papel de guardiã da memória televisiva portuguesa. http://psicanalises.blogspot.com/
Juntando a não privatização total da RTP, a privatização sob medidas draconianas da TAP e nenhuma medida para cortar nas Fundações Parasitas e outra tralhas (ler hoje a devastadora crítica de Alberto Gonçalves no DN) começo a ficar desiludido, diria mesmo muito desiludido.
Não há dúvida da lista das novas despesas está a avolumar-se comparada com a lista dos cortes. Eu sei que este governo vai conseguir cumprir a meta do défice mas vai ser desapontador se afinal se verificar que não foi à custa de redução da despesa.
Anti-comuna, peço-lhe pelas alminhas que não compare quem vem aqui defender os seus pontos de vista, dando a cara e o nome, com quem se refugia atrás de um pseudonimo, e é pago pelo orçamento geral do estado, para defender muitas vezes o indefensavel, e até denegrindo quem se lhe opõe. Este blogue que eu saiba não é o CC.
Posto isto, como já manifestei hoje noutros posts, eu defendo determinadas medidas como este aumento de impostos, embora tambem me sinta espoliado por isso, pela simples razão de que é indipensavel. Ernani Lopes que sabia fazer contas falava em cortes de 20 ou 30 % nos rendimentos dos portugueses para nos podermos endireitar; e eu sou dos acreditam no que ele dizia.
“Anti-comuna, peço-lhe pelas alminhas que não compare quem vem aqui defender os seus pontos de vista, dando a cara e o nome, com quem se refugia atrás de um pseudonimo, e é pago pelo orçamento geral do estado, para defender muitas vezes o indefensavel, e até denegrindo quem se lhe opõe. ”
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É. tem toda a razão. Mas se reparar, nos últimos surgiram aqui ataques bem visiveis aos que começaram a criticar este governo. Gente que antes nunca cá aparecia, ou só aparecia para bater palmas por se atacar o governo anterior. E olhe que não exclusivo do Blasfémias. Há noutros lugares a tentativa de massacrar os críticos, como por exemplo, ver alguns postos no 31 da Aramada, em que tentam denegrir o João Miranda e o LR, porque eles criticam e bem, o governo.
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Desde já lhe digo, que esse tipo de abrantes nem merecem resposta. Não o confundo a si com esse tipo de abrantes. Senão, se calhar nem lhe respondia ou respondia de outra forma. ;))
O Sr LR e os Senhores comentadores que me desculpem, mas isto é Gato escondido com rabo de fora.
Nas escolas iam-se fechar no Distrito de Viseu, não pode ser devido à ligação do Sr Primeiro Ministro ao Distrito, e ao peso do aparelho PSD, logo esta era boa despesa que não deve ser tocada (vulgo Vaca Sagrada).
No projecto do avião KC, da Embraer, o que está por detrás é a substituição do Hercules da Força Aérea, vamos ter mais uma despesa virtuosa, dado que a bem do “interesse nacional” precisamos de novos aviões, estes como os submarinos em relação aos Estaleiros de Viana do Castelo, vão criar emprego, trazer encomendas para indústrias subsdiárias, etc, etc, mais do mesmo e aborrece a falta de originalidade da argumentação, parace que não houve mudanças.
Querem mais um teste a este governo, já que não privatizam a RTP 1, podem comprometer-se até Dezembro, na reduçaõ das Juntas de Freguesias e dos concelhos? Justificam os concelhos de Terras do Bouro com 7 200 hab., Ribeira de Pena 6 500 hab., Freixo de Espada á Cinta 3 700 hab., Góis 4 500 hab., Castanheira de Pera 3 100 hab., Vila Nova de Paiva 5 100 hab., Aguiar da Beira 5 500 hab. Vila Velha de Ródão 3 500 hab., Arronches 3 100 hab., Mourão 2 600 hab., é fácil é pegar nos censos do INE e reformar esta realidade, temos freguesias com mais de 11 000 eleitores inscritos e mais população que concelhos. Por exemplo Vila Nova de Gaia vale mais que distritos inteiros.
Vão o fazer, duvido após a suspensão das escolas, quando era um sinal óptimo do novo pessoal político no sentido de racionalização de meios, poupança de custos e melhoria de cobertura da população. Mesmo com o PS em eleições as negociações e a preparação dos acordos podia ser iniciada, dado que este dossier tem muito de técnico.
Vamos ter mais do mesmo e isto vai acabar muito mal, infelizmente caminhamos para nova crise política.
Um político como PPC, que anda nisto desde os tempos da escola secundária, tinha que ter uma visão global do País que não precisasse da aferição de pormenor.
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Já demonstrou, com as medidas avulsas que tomou ou deixou tomar, que não a tem.
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É desastroso. A questão do imposto extraordinário é sintomática. Se o problema está na máquina estatal (central, regional e local), tomar uma medida que lhe dá mais dinheiro retirando-o daqueles que dela não fazem parte é fazer pior que o corte direccionado do anterior Governo nos vencimentos dos funcionários públicos acima dos 1500 euros.
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Esse, pelo menos, dava um sinal de que se sabia onde estava o problema, apesar de ser evidente que não haveria coragem para o enfrentar radicalmente.
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A medida de PPC volta a desviar o eixo da origem dos nossos males para a generalidade dos contribuintes e a afastar-se da hipótese de uma orientação para a saída do atoleiro em que nos enterraram.
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A sociedade civil volta assim a ser confundida com o regabofe da despesa do Estado, enquanto se agrava a recessão e se desmotivam ainda mais aqueles que verdadeiramente criam riqueza.
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Tudo isto quando o discurso para adormecer de AJS, putativo futuro chefe da oposição, nos faz pensar que não há solução, nem no Governo nem naqueles que a ele aspiram.
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Deve mesmo haver na nossa história um grande pecado, pelo qual vamos ter inevitavelmente que pagar!
Na realidade não é preciso extinguir concelhos, o que é preciso é extinguir as despesas que eles dão. No tempo do negregado e inominável os cargos municipais, nos concelhos pequenos, eram exercidos graciosamente (mas nem sempre com muita graça eheheheheh). Quem ama a sua terra contentar-se-á com uma gratificação simbólica para um trabalho que não é gigantesco. Extinguir concelhos é reacender querelas regionais, inutilmente.
anti-comuna : “Há noutros lugares a tentativa de massacrar os críticos, como por exemplo, ver alguns postos no 31 da Aramada, em que tentam denegrir o João Miranda e o LR, porque eles criticam e bem, o governo.”
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anti-comuna,
Eu até sou dos que desde ha muito se habituaram a ler e a apreciar muitos dos seus comentarios aqui no Blasfémias, mesmo nem sempre partilhando e concordando com os seus pontos de vista.
Mas não posso deixar de ficar chocado com o que voce disse e insinuou acima.
Mas já não se pode criticar os argumentos de quem critica o actual governo ?
É crime defender uma medida proposta pelo actual governo ?
Li o que suponho ser um dos ditos postes do 31 da Armada e não vejo nenhuma tentativa de “denegrir” quem quer que seja. Apenas são contestados certos numeros e argumentos que são utilizados para criticar as opções mais recentes do governo. É uma mera questão de opinião.
O direito de “critica” é para todos ou apenas para alguns ? “Critico” é apenas quem critica o actual governo e os criticos dos criticos do actual governo ?…
É legitimo apoiar os criticos do actual governo mas discordar destes ja é “massacrar e “denegrir” ?
Onde está a liberdade de expressão e o debate de ideias no meio disto tudo ?
Em linguagem futebolistica, dir-se-ia que em vez de se jogar a bola (discutindo e criticando os argumentos contrarios) se procura antes carregar o jogador adversario (procurando deslegitimar quem tem ideias diferentes).
Nunca pensei que se pudesse chegar a este nivel de sectarismo no seio de pessoas que, embora com diferenças e discordando em muitos aspectos de detalhe e de politica, até teem claramente muitas afinidades e proximidades de tipo ideologico !!
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(PS : Ah !… Claro que eu também sou um “abrantes” pago com o dinheiro dos contribuintes para estar aqui a escrever o que escrevi !!…)
“Em linguagem futebolistica, dir-se-ia que em vez de se jogar a bola (discutindo e criticando os argumentos contrarios) se procura antes carregar o jogador adversario (procurando deslegitimar quem tem ideias diferentes).”
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Precisamente aquilo que eu vejo, quando toca a atacar os criticos a este governo. Não desmentem as ideias alheias, limitam-se a atacar ad hominem os adversários ou a escrever vulgaridades não sustentadas.
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Custa a ser comparado aos abrantes do governo anterior. Deve custar. Então, comparem o que escrevem com o que escreviam os abrantes do governo anterior.
“já que não privatizam a RTP 1, podem comprometer-se até Dezembro, na reduçaõ das Juntas de Freguesias e dos concelhos? Justificam os concelhos de Terras do Bouro com 7 200 hab., Ribeira de Pena 6 500 hab., Freixo de Espada á Cinta 3 700 hab., Góis 4 500 hab., Castanheira de Pera 3 100 hab., Vila Nova de Paiva 5 100 hab., Aguiar da Beira 5 500 hab. Vila Velha de Ródão 3 500 hab., Arronches 3 100 hab., Mourão 2 600 hab., é fácil é pegar nos censos do INE e reformar esta realidade, temos freguesias com mais de 11 000 eleitores inscritos e mais população que concelhos. ”
Espero (ainda que sentado) q ppc demonstre a sua independência e isenção e privatize o mamarracho da rtp…
ele q não se iluda porque quando fôr para lhe malhar eles (os patrões dos media) fa-lo-ão, até porque boa notícia para os media é quando de dá más notícias dos governantes. Quanto piores melhor. Isso é que vende… Se ppc se deixa cair no engôdo é porque tem inteligência curta e não merece ficar para a nossa históriazinha. Quanto às fundações, institutos, ppp’s, concessões, etc, estamos a esperar para ver… sentados, claro. http://psicanalises.blogspot.com/
anti-comuna,
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Quando ao que está verdadeiramente em discussão.
Apesar dos argumentos em contrario, incluindo os apresentados num dos postes do 31 da Armada, eu até sou a favor da privatização imediata da RTP, toda a RTP.
Não penso é que seja claro que esta e outras medidas de cortes drasticos nas despesas e nos activos do Estado torne dispensavel a necessidade de se doptarem medidas urgentes do lado das receitas que possam ter um efeito imediato e previsivel sobre o déficit orçamental de 2011.
Caro Fernando S, quanto a isto:
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“Não penso é que seja claro que esta e outras medidas de cortes drasticos nas despesas e nos activos do Estado torne dispensavel a necessidade de se doptarem medidas urgentes do lado das receitas que possam ter um efeito imediato e previsivel sobre o déficit orçamental de 2011.”
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Pois deve ter razão. Mas se o governo já admitiu que ainda não tem estratégia orçamental, como posso aceitar este aumento de impostos? E porquê só sobre as familias? E porquê mentirem aos portugueses?
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Começam logo mal. Não sabem o que fazem e desatam a cobrar onde podem, porque as vítimas não dominam os lobbies políticos.
anti-comuna : “Precisamente aquilo que eu vejo, quando toca a atacar os criticos a este governo. Não desmentem as ideias alheias, limitam-se a atacar ad hominem os adversários ou a escrever vulgaridades não sustentadas.”
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Não é o que estou a ver !…
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anti-comuna : “Custa a ser comparado aos abrantes do governo anterior. Deve custar. Então, comparem o que escrevem com o que escreviam os abrantes do governo anterior.”
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Não vejo nenhuma relação. A não ser que o anti-comuna considere simplisticamente que a unica demarcação possivel relativamente aos defensores do anterior governo é recusar toda e qualquer subida de impostos.
Repare que são eles que admitem não ter estratégia orçamental:
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“Na sua estreia no Parlamento enquanto ministro das Finanças, Vítor Gaspar anunciou que “começarão imediatamente os trabalhos de preparação do documento de estratégia orçamental a médio prazo que será apresentado até ao final de Agosto”.”
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In http://economico.sapo.pt/noticias/estrategia-orcamental-desenhada-ate-final-de-agosto_121791.html
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Ora, um aumento de impostos implica sempre ter uma estratégia orçamental por trás. Porque, decidir aumentos de impostos, que ainda por cima são dos mais poderosos instrumentos de uma política orçamental séria, sem realmente terem a tal estratégia. Das duas, uma. Ou andam a brincar com os portugueses e com coisas sérias. Ou mentem descaradamente. Em ambas as opções, é um péssimo sinal e um dos motivos que levou à falência Portugal.
“A não ser que o anti-comuna considere simplisticamente que a unica demarcação possivel relativamente aos defensores do anterior governo é recusar toda e qualquer subida de impostos.”
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Exactamente. Eu já o disse aqui que admito um eventual aumento de impostos. Mas só se se inserir numa estraégia orçamental, pesados os seus prós e contras, as alternativas existentes, as suas vítimas e eventuais seus aproveitadores.
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A não exisitir uma estratégia orçamental, este aumentos de impostos devem ser recusados e deve-se dizer calramente que isto é uma pouca-vergonha. É gozar com o tal esforço alheio e desmentir calaramente quem anda a dizer ao país, que o que move a acção política é a verdade. Apenas e só a verdade. Quando estamos aqui perante uma mentira vergonhosa.
anti-comuna : “Mas se o governo já admitiu que ainda não tem estratégia orçamental, como posso aceitar este aumento de impostos? E porquê só sobre as familias? E porquê mentirem aos portugueses?”
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Caro anti-comuna,
Sinceramente, não reparei que o governo tenha admitido não ter estratégia orçamental. Posso estar mal informado.
De qualquer modo, eu penso que este imposto deve ser visto pelo seu caracter excepcional e transitorio e deve ser aceite apenas como uma medida de urgencia para fazer face à grave situação do défict e da divida. Espero que a medida possa ser ainda generalizada a outras formas de rendimento. Mas penso que a situação das empresas não deve ser agravada.
Dito isto, reconheço que o essencial é o conjunto de outras medidas que se espera este governo implemente e que se traduzam por uma redução do peso do Estado e uma liberalização da economia. E, a prazo, uma efectiva redução da carga fiscal sobre as familias. Neste plano, acho que ainda é tempo de dar o beneficio da duvida ao actual governo.
Repare que isto não significa que eu esteja de acordo com tudo o que o governo esta e vai fazer ou que considere não se devem fazer criticas.
anti-comuna : “Vítor Gaspar anunciou que “começarão imediatamente os trabalhos de preparação do documento de estratégia orçamental a médio prazo que será apresentado até ao final de Agosto”.”
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Exactamente. Se percebo bem trata-se aqui de uma estratégia a médio prazo. Como o anti-comuna espero bem que ela se faça e que se traduza a prazo por uma tendencia para a diminuição da carga fiscal.
Mas neste momento temos um problema urgente, de curto prazo, que é o do déficit de 2011, o financiamento da troika, o peso da divida, publica e privada. Esta situação exige medidas urgentes e excepcionais. Vejo este imposto excepcional não apenas como uma maneira de corrigir o andamento desfavoravel da execução orçamental do 1° trimestre mas também como um sinal “psicologico” dado aos nossos credores (mercados, troika, etc) de como o governo portugues esta determinado a atingir os objectivos fixados como pode até ir além. Se houver uma mudança positiva na percepção do mundo exterior (e interno) quanto à evolução da situação das finanças publicas portuguesas, o pais podera ganhar com isso rapidamente, nomeadamente através de um descida importante das taxas de juro da divida publica nos mercados financeiros.
Repare ainda que este imposto, pelo facto de ser excepcional e transitorio, não agrava a prazo a carga fiscal. Eu sei que isto é pouco face ao esforço que é agora pedido às familias mas, se for respeitado, é um aspecto importate em termos de uma estratégia fiscal a mais longo prazo.
Correcção :
Repare que isto não significa que eu esteja de acordo com tudo o que o governo esta e vai fazer ou que considere que não se devem fazer criticas.
“As cadelas apressadas parem os cães cegos”, eis um ditado que usam na minha terra a proposito dos que querem tudo feito em tres dias. Lá para Agosto ou Setembro eu até posso vir a concordar com Anti-comuna, João Miranda, e os outros que já estão a virar a artilharia pesada contra este governo.
Caros, não é possivel, licito, nem intelectualmente honesto vir criticar desta maneira um governo recem-empossado. Acusando-o de não ter estrategia, de fazer aumentos de impostos que só afundam a economia, etc. Não se pode avaliar um governo que nem sequer conseguiu perceber o verdadeiro estado das finanças publicas. Na semana passada o INE divulgou a execução orçamental do 1º trimestre com as más noticias que sabemos. Mas estamos em Julho e não se sabe a VERDADEIRA execução orçamental do 2º trimestre.
Temos que reconhecer que, para quem é tão exigente como os atrás citados, exigir nesta altura a privatização da RTP, é poucochinho!
Este governo tem direito pelo menos ao beneficio da duvida.
P.S.Convem não brincar com coisas serias; já aqui li alusões a “crises politicas” iminentes. Querem por lá quem? O Tozé (in)Seguro, ou o Assis “despenteado”? tenham mas é juizo”!
“De qualquer modo, eu penso que este imposto deve ser visto pelo seu caracter excepcional e transitorio e deve ser aceite apenas como uma medida de urgencia para fazer face à grave situação do défict e da divida”
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Mas é caracter excepcional, porquê? E sabendo-se das razões (derrapagem da despesa) porquê actuar do lado das receitas? E sabendo-se que este imposto irá agaravar a arrecadação das receitas dos impostos indirectos, para quê anunciar agora? E sabendo-se que isto vai atingir em cheio as familias porque não impostos sobre os rendimentos colectivos?
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Está a ver a coisa? Para me responder a isto, vai ter que ter, tanto uma estratégia orçamental (e a de curto prazo está sempre dependente da de médio prazo, que não existe) como uma boa análise dos custos e beneficios. Essa análise não existe,
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“Vejo este imposto excepcional não apenas como uma maneira de corrigir o andamento desfavoravel da execução orçamental do 1° trimestre mas também como um sinal “psicologico” dado aos nossos credores (mercados, troika, etc) de como o governo portugues esta determinado a atingir os objectivos fixados como pode até ir além.”
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Vc pode ver assim, mas eu não vejo assim. Pelo contrário, é continuar a mesma política económica e orçamental que nos levou á falência. Lá para Outubro ficará mais claro, tanto aos portugueses como aos próprios mercados. Nessa altura não faltarão oportunidades de inventar mais desculpas para novos aumentos de impostos e sem fim á vista.
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“Repare ainda que este imposto, pelo facto de ser excepcional e transitorio, não agrava a prazo a carga fiscal. ”
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Está enganado. Este imposto vai destruir mais a capacidade do nosso tecido produtivo, logo menos produto efectovo como potencial, logo mais pesada carga fiscal. Ou seja, é um completo disparate este aumento de impostos, neste contexto.
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“Eu sei que isto é pouco face ao esforço que é agora pedido às familias mas, se for respeitado, é um aspecto importate em termos de uma estratégia fiscal a mais longo prazo.”
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Não está a ser respeitado porque o governo não tomou medidas de combate à despesa e até anunciou mais despesa potencial.
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Repare que, só por muito favor, podemos aceitar este aumento de impostos sobre as familias. Tecnicamente está errrado, não tem nenhuma estratégia orçamental visivel por trás e é o continuar das políticas económicas e orçamentais que foram até agora seguidas em Portugal. O que está a fazer deste desgoverno é o emsmo que fez o governo do Pinócrates. Eu não lhes dou o beneficio da dúvida.
“Eu não lhes dou o beneficio da duvida”. Está obviamente no seu direito. Mas essa atitude pouco razoavel, porque assente numa base muito fragil, (uma semana de governação para os ministros e tres dias para os secretarios de estado), retira qualquer tipo de rigor à sua argumentação. Voce está a acusar um puto, para não dizer um recem-nascido, de não ser capaz de correr os 100 metros abaixo dos 10 segundos. Não faz sentido nenhum.
““Eu não lhes dou o beneficio da duvida”. Está obviamente no seu direito. Mas essa atitude pouco razoavel, porque assente numa base muito fragil,”
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Assenta numa base muito frágil? Olhe, Vc. não leu o que eu respondi ao Fernando Santos. Ou se o leu, não percebeu. Mas eu vou-lhe explicar melhor em detalhe.
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Segundo o que a imprensa noticiou, este aumento de impostos vai aumentar as receitas fiscais em cerca de 800 milhões de euros. Mas será que vai mesmo? Não, não vai. E não vai porquê? Porque o imposto vai ter efeitos sobre a cobrança de impostos indirectos. (Sabe, isto de cobrar impostos é mais complicado do que se pensa.)
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Nos primeiros 5 meses do ano (informação até agora disponível), a arrecadação de impostos subiu cerca de 6,%. Mas esta subida vai passar a ser uma queda, porque 62% das receitas fiscais dependem do consumo. E as receitas do IVA representam cerca de 43% das receitas fiscais totais. Ora, com este aumento dos impostos extraordinários sobre as familias, as receitas dos impostos indirectos vão cair. Porque vai agraver o actual colapso da procura interna.
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No passado mês de Maio, as vendas a retalho caira, tome bem nota deste número, que isto não é brincadeira nenhuma, como dizia, as vendas a retalho cairm 8%! REPITO! 8% Se as vendas a retalho já estão em queda na casa dos 8%, com este aumento de impostos, as vendas a retalho deverão continuar a afundar, para valores não vistos há muitos anos.
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Com o acentuar do colapso das vendas a retalho e do consumo, com este aumento de impostos, só vai reforçar a tendência recessiva e provocar uma queda na cobrança de impostos indirectos. Desde a venda de carros, gasolina ou até calções de praia, tudo isto vai sofrer mais um agravamento no cobrança de impostos indirecto, que incidem sobretudo sobre o consumo.
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Ou seja, o governo ao lançar mão deste novo imposto extraordinário, sem ter em conta a conjuntura da procura interna e do consumo, ao asfixiar mais o poder de compra das familias, em vez de cobrar 800 milhões de euros em impostos, vai provocar em term gerais, uma queda na cobrança de impostos. Que a par de uma derrapagem na despesa estatal, irá provocar um colapso no défice orçamental. Que por sua vez irá obrigar a novas medidas adicionais de combate ao défice.
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Em suma. Este aumento de impostos é uma estupidez, é uma medida que tecnicamente é um aborto de gestão da políutica orçamental e em vez de tentar combater o défice orçamental onde ele ele se origina, na despesa pública, está a lançar a economia portuguesa numa recessão mais profunda do que devia.
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Ou seja, este imposto extraordinário é suicida, tanto do ponto de vista orçamental como do ponto de vista económico. É uma estupidez, é uma burrice e não vai ter os efeitos desejados. E quem acha que estou a exagerar, que estude os problemas como deve ser, em vez de ir pela via mais fácil. Que é engulir todas as asneiras que os políticos fazem.
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Repito. Este imposto extraordinário vai agravar a crise, o desemprego, vai aumentar a despesa pública (mais subsidios de desemprego, por exemplo) e não vai ter os efeitos desejados, a nível de cobrança de impostos. Pelo contrário, vai agravar as dificuldades em arrecadar receitas fiscais. Lá para Outubro vamos ter quedas na cobrança de impostos, mais desemprego (logo mais despesas estatais) e o défice a subir em vez de desecer. Uma perfeita estupidez!
anti-comuna,
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Algumas das coisas que diz fazem todo o sentido numa perpectiva de mais longo prazo.
Mas entretanto é indispensavel fazer face a uma situação de emergencia.
Trata-se de conseguir corrigir a execução orçamental dos primeiros meses do ano e de garantir que o déficit orçamental de 2011 não ultrapassa os 5,9%. Se for inferior, melhor ainda.
Se tal não acontecer, o risco imediato que corremos é o de um colapso do Estado e do sistema bancario portugues (por arrastamento). Nestas condições a saida (ou suspenção) do Euro seria inevitavel. O empobrecimento dos portugueses seria então substancial.
Alguns dos cortes nas despesas e das vendas de patrimonio de que se fala são de alguma complicação e exigem algum tempo para a execução e para que os efeitos se façam sentir ao nivel orçamental. De qualquer modo, os resultados são dificeis de prever com exactidão e não é provavel que os observadores e os credores externos os considerassem como garantidos.
Por isso são necessarias medidas de aplicação e efeito imediato, isto é, de aumento de receitas. Algumas ja faziam parte do acordo com a troika. O governo de PPC acrescentou agora este imposto extraordinario. Esta medida, cujos contornos exactos estão ainda por definir, é uma das menos injustas e uma das mais eficientes.
Naturalmente que se espera que o governo execute rapidamente outras medidas, previstas e não previstas, no sentido de cortar a despesa publica e aumentar a receita publica sem agravar impostos. Se a execução orçamental correr bem nos proximos meses o governo pode inclusivamente levantar alguma pressão sobre os contribuintes mais cedo do que o previsto.
Também se espera que o governo ponha rapidamente em pratica as medidas previstas no sentido de liberalizar a economia e relançar deste modo a actividade economica. A retoma da actividade tera igualmente efeitos benéficos ao nivel das receitas publicas e darão uma maior margem de manobra fiscal ao governo. Mas não tenhamos ilusões : a desejada recuperação da economia não se fara sentir a curto prazo.
Por tudo isto é que não me parece acertado estar agora a confrontar este governo ao nivel das medidas de urgencia para salvar as finanças publicas.
Parece-me mais importante exigir do governo que leve a cabo rapidamente as reformas previstas no acordo da troika e no seu programa.
anti-comuna,
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Até é possivel que este imposto extraordinario tenha um efeito recessivo sobre a economia e, consequentemente, sobre o conjunto das receitas fiscais “regulares”.
Não creio que esse efeito seja tão importante como sugere. Menos 800 milhões de Euros no total não vão alterar substancialmente o padrão de consumo das familias portuguesas (aritméticamente são menos 80 Euros por portugues).
De qualquer modo, nas condições actuais, não ha alternativas que permitam aumentar receitas sem ter um efeito recessivo sobre a economia. Não é preciso ser keynesiano para admitir que mesmo um corte nas despesas publicas vai ter um efeito recessivo imediato.
Como ja disse anteriormente, convém não esquecer que a primeira prioridade é a redução imediata e credivel do déficit publico.
Apenas com este objectivo garantido faz sentido falar no combate à recessão.
“Menos 800 milhões de Euros no total não vão alterar substancialmente o padrão de consumo das familias portuguesas (aritméticamente são menos 80 Euros por portugues).”
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Aí é que se engana. Os consumidores também tentam gerir os seus orçamentos de acordo com as suas expectativas. Dou-lhe um exemplo prática. A queda nas vendas a retalho estão acima da queda dos rendimentos das familias. Ou seja, os consumidores, racionalmente, estão a gerir os seus consumos, tanto de acordo com os seus rendimentos presentes como futuros.
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Sabe interpretar o comportamento futuro dos conusmidores (e até agentes económicos) é, mais que uma ciência, uma arte. Leia-se, raciocionios peramente ariméticos das contas não chega. É preciso mais que isso. Muito mais que isso.
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Lá para Outubro, não se esqueça. Se e u estiver errado, venha cá me chamar á atenção pelo meu erro de análise.
Antes de mais,peço desculpa pelos meus erros. Escrevo isto de enxurrada e nunca edito. Mil desculpas a todos por estas minhas falhas.
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Caro Fernando, quanto a isto:
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“De qualquer modo, nas condições actuais, não ha alternativas que permitam aumentar receitas sem ter um efeito recessivo sobre a economia.”
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Mas o que o Estado precisa é de cortar na despesa, não aumentar as receitas. Já viu que as receitas fiscais estão a subir acima do previsto no OE? Logo, se o problema estána despesa, é sobre elas que é preciso trabalhar.
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Mas mesmo assim, desde já lhe digo que era possível aumentar as receitas sem os mesmos efeitos recessivos na economia. Um imposto extraordinário sobre o IRC. Em termos fiscais, os resultados seriam melhores e com menos efeitos recessivos. Pelo contrário, nesta conjuntura, serão os sectores de bens transaccionáveis os mais sacrificados em prol dos bens não transaccionáveis.
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Mas há mais. Por exemplo, o governo pode lançar um imposto extraordinário sobre os sectores rent seeking. Ou pode simplesmente cortar nos contratos nas famosas PPPs em que os custos estão a ser muito mais acima do previsto. (Leia-se, mais incompetência do Estado.)
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Ou o Estado poderia lanlçar um imposto extraordinário sobre as fortunas. (Que eu já uma vez defendi, que é uma ideia do Cadilhe.)
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Ou seja, ser possível haver alternativas, é. O que não há é vontade política nem competência para tal. Esse parece-me ser o grande problema.
anti-comuna : “Os consumidores também tentam gerir os seus orçamentos de acordo com as suas expectativas. ”
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Não disse nem digo o contrario.
Apenas digo que o efeito recessivo sobre o consumo e as vendas não é tão forte que torne a operação fiscalmente contraproducente.
De qualquer modo, continuo a considerar que o combate de urgencia ao déficit é prioritario relativamente à luta contra a recessão. A luta contra a recessão não pode ser levada a cabo com finanças publicas fortemente desequilibradas.
“Apenas digo que o efeito recessivo sobre o consumo e as vendas não é tão forte que torne a operação fiscalmente contraproducente.”
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Quer apostar como vou ter razão? ;)) Note bem o que eu prevejo: queda homóloga das receitas fiscais, o mais tardar em Outubro. Atente bem a este ponto. Porque é uma previsão que ninguém a está a fazer, mas que se ocorrer, vai ter um impacto nas contas públicas que até vai dar imensas dores de cabeça, não apenas aos decisores políticos tugas, mas aos europeus, aos agentes económicos portugueses e, sobretudo, junto dos investidores internacionais.
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Oxalá eu esteja errado, como muitas vezes estou. Mas desconfio que vou ter razão, antes do tempo. Glup!
Caro anti-comuna,
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“Mas o que o Estado precisa é de cortar na despesa, não aumentar as receitas.”
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Concordo naturalmente consigo que o Estado precisa de cortar, e muito, na despesa.
Também concordo que o objectivo a prazo do governo deve ser o de reduzir, e não aumentar, a carga fiscal.
Mas neste momento é dificil garantir que os efeitos a curto prazo de cortes nas despesas sejam suficientes para o governo conseguir respeitar pelo menos o objectivo do déficit orçamental em 2011 a 5,9%.
No contexto actual, da crise das dividas soberanas e da possibilidade de uma redifinição geografica da Eurozona, a eventualidade de este objectivo não ser comprido poderia ter consequencias gravissimas.
Por isso, considero que a opção do governo é prudente e responsavel.
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“Mas mesmo assim, desde já lhe digo que era possível aumentar as receitas sem os mesmos efeitos recessivos na economia. Um imposto extraordinário sobre o IRC. Em termos fiscais, os resultados seriam melhores e com menos efeitos recessivos.”
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Não duvido de que os resultados fiscais seriam melhores.
Mas não creio que numa situação de crise como esta o agravamento da carga fiscal sobre as empresas teria menos efeitos recessivos. Antes pelo contrario.
“Quer apostar como vou ter razão? ;)) … Oxalá eu esteja errado, como muitas vezes estou. Mas desconfio que vou ter razão, antes do tempo.”
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Caro anti-comuna,
Também espero que esteja errado ;)) … Não porque queira ter razão a todo o custo mas porque se tiver razão estaremos em péssimos lençois !
Se o anti-comuna tiver razão terei então de dar a mão à palmatoria …. não seria nem a primeira nem a ultima !!…
“Mas não creio que numa situação de crise como esta o agravamento da carga fiscal sobre as empresas teria menos efeitos recessivos. Antes pelo contrario.”
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Nem pensar. Um imposto extraordinário sobre o IRC, sobre lucros acima de um dado nível, não teria os mesmos efeitos recessivos. Não se esqueça que grande parte dos lucros gerados em Porutgal acabam por irem parar ao estrangeiro, logo os efeitos sobre a procura interna seriam bem diversos, que um imposto sobre o IRS.
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Além disso, se decompormos os efeitos sobre a procura interna, o que se nota logo, é que são as PMEs as mais prejudicadas. Basta comparar as vendas da grande distribuição versus demais empresas de retalho. Logo aqui, são as PMEs as mais prejudicadas e, provavelmente, as que mais terão dificuldades em aguentar a forte queda nas vendas, a somar às suas dificuldades de tesouraria.
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Por outro lado, o consumo de bens transaccionáveis será o mais prejudicado face aos não transaccionáveis. que estão mais protegidos em termos de quedas de actividade.
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Seja como for. Infelizmente devo ter razão antes do tempo e veremos como este imposto é um erro de trágicos resultados. Glup!
Um governo que se apresenta à sociedade como «liberal» e a 1ª coisa que faz é aumentar impostos, ao nível do confisco.
Não se admirem da economia paralela, da moeda paralela e da evasão fiscal subir exponencialmente!
Que vão roubar para a estrada!
anti-comuna : “Não se esqueça que grande parte dos lucros gerados em Porutgal acabam por irem parar ao estrangeiro …”
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Humm … não tenho essa ideia !…
O que é certo é que um aumento da carga fiscal sobre os rendimentos colectivos agravaria ainda mais a falta de competividade das empresas instaladas em Portugal, nacionais ou estrangeiras, pequenas ou grandes, de bens transaccionaveis ou não transaccionaveis.
É daqui que deve ser relançada a recuperação da economia : o não agravamento e até a redução da carga fiscal sobre a actividade empresaria (nomeadamente por via da TSU) ; uma maior liberalização nos diferentes sectores da economia (sem esquecer o mercado de trabalho).
Em contrapartida sou contrario a toda uma série de medidas de apoio às empresas previstas no programa de governo e que tenderiam a gerar mais despesa com efeitos negligentes sobre a efectiva capacidade competitiva das mesmas.
Camarada, só os numéricamente analfabetos (inclui quase todos os jornalistas) confundem “aumenta um bocado” com uma exponencial. Consultar o professor de liceu mais próximo.
Caro Fernando, a maioria do capital das grandes empresas com lucros é de dominio estrangeiro. Se não me falha a memória, 55%. Basta ver no PSI 20 a quem pertence a maioria do capital.
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Agora o que me surpreende é isto.
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“O que é certo é que um aumento da carga fiscal sobre os rendimentos colectivos agravaria ainda mais a falta de competividade das empresas instaladas em Portugal, nacionais ou estrangeiras, pequenas ou grandes, de bens transaccionaveis ou não transaccionaveis.”
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Um imposto extraordinário sobre o IRS não agrava a carga fiscal? Claro que agrava. Sobre o IRC? Claro que agrava mas muito menos e com menos efeitos devastadores. Acha mesmo que o IDE é atractivo em Portugal com a actual carga fiscal? Não o sendo, taxar mais num ano o IRC é mais gravoso que o IRS? Não se iluda, meu amigo. Um imposto extraordinário sobre o IRC é mais gravoso que um no IRC, até porque, como já o disse anteriormente, são sobretudo as empresas de bens transacionáveis as mais afectadas, ao passo que no IRC são sobretudo bens não transacionáveis.
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“É daqui que deve ser relançada a recuperação da economia : o não agravamento e até a redução da carga fiscal sobre a actividade empresaria (nomeadamente por via da TSU) ;”
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Então afundar ainda mais a procura interna é ajudar a recuperar a economia? Quando esse afundamento é provocado por um aumento da despesa do Estado? Tem consciência daquilo que está aqui em jogo?
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Vou relembrar este número, porque acho que poucos terão consciência deste facto. As vendas a retalho em Maio passado cairam 8%. Volto a repetir o número: 8%!
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Com este imposto extraordinário, a queda deverá aprofundar-se. Que por sua vez irá afectar a cobrança dos impostos indirectos. Ou seja, vai-se afundar mais a economia em nome de maiores receitas fiscais, mas que acabrão por gerar externalidades fortemente negativas na própria arrecadaçãod dos impostos. É um péssimo negócio para o Estado e um desastre catastrófico para o tecido produtivo português, que são sobretudo PMEs.
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Vamos agora supor que a queda nas vendas a retalho se mantm na casa dos 8%. (Vou ser optimista, aqui neste ponto.) Isto vai ser uma razia nas nossas PMEs, um forte aumento das falências, um forte aumento do desemprego (e respectivo aumento das despesas estatais) e, isto ainda vai dar muitas dores de cabeça, um forte aumento no crédito mal-parado na nossa banca. Que por sua vez terá mais dificuldades em aguentar a hecatombe económica que vai atravessar a economia portuguesa.
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Sabe uma coisa, caro Fernando? Este governo ainda não se apercebeu do grande erro que fez ao tomar a decisão de gamar ainda mais os portugueses, com este imposto extraordinário. Mas vai dar por ela, daqui a uns meses. Depois…
Meu caro anti-comuna,
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Quanto ao destino dos lucros, e sem contestar que muitas das grandes (e médias) empresas teem capital com dominio estrangeiro, não me parece que a maior parcela dos rendimentos colectivos vá para o estrangeiro. É um dado estatistico objectivo que se deve poder obter facilmente e que termos de verificar oportunamente.
Mas mesmo que fosse o caso, e na medida em que é o caso das empresas de capital estrangeiro instaladas em Portugal ou potencialmente instaláveis em Portugal, uma medida de aumento do imposto sobre os lucros no contexto actual, quanto mais não fosse pelo simbolismo que teria, seria certamente muito desfavoravel ao investimento externo em Portugal.
O que me parece claro é que um aumento de impostos sobre as empresas agravaria ainda mais a falta de competitividade das empresas instaladas em Portugal.
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Reconheça que eu não pretendi que o imposto extraordinario agora previsto pelo governo não teria algum efeito recessivo. Simplesmente, parece-me preferivel esse inconveniente ao que resultaria de um agravamento da carga fiscal sobre as empresas.
No fim de contas, considero que nesta fase de emergencia das finanças publicas, e sendo inevitavel aumentar impostos, o menor dos males ainda é faze-lo afectando o consumo privado do que reduzindo a competividade das empresas. Sou dos que consideram que o principal problema da economia portuguesa é precisamente o da capacidade competitiva das empresas. Neste aspecto o meu amigo parece ser algo keynesiano, mais preocupado com o impacto das medidas na procura agregada do que no lado da oferta. Pois eu penso que mais do que de mercado as empresas instaladas em Portugal precisam antes de mais é de mais competitividade.
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De qualquer modo, como diz o meu amigo, vamos ver como correm efectivamente as coisas no futuro.
Penso que se a situação das finanças publicas der sinais de melhoria nos proximos meses, se o déficit orçamental for controlado, então os agentes economicos, internos e externos, vão recuperar alguma confiança e retomar investimentos e consumos a um nivel mais consistente.
Mas o saneamento das finanças publicas não será consolidado nem será suficiente por si só.
Outras medidas de reforma profunda do modelo economico portugues serão necessarias.
Caro Fernando, eu tenho algumas dúvidas sobre algumas suas ideias. A começar aqui:
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“Mas mesmo que fosse o caso, e na medida em que é o caso das empresas de capital estrangeiro instaladas em Portugal ou potencialmente instaláveis em Portugal, uma medida de aumento do imposto sobre os lucros no contexto actual, quanto mais não fosse pelo simbolismo que teria, seria certamente muito desfavoravel ao investimento externo em Portugal.”
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O que trará mais problemas ao IDE em Portugal? Um imposto extraordinário sobre os lucros em 2010 ou afundar a procura interna, aumentando a depressão portuguesa? Creio que a segunda medida é mais gravosa que um imposto sobre os lucros de 2010, pois os efeitos são muito limitasdos no tempo, ao passo que o aumento do IRS terá efeitos a médio prazo, mesmo um imposto só sobre 2010.
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“Neste aspecto o meu amigo parece ser algo keynesiano, mais preocupado com o impacto das medidas na procura agregada do que no lado da oferta. Pois eu penso que mais do que de mercado as empresas instaladas em Portugal precisam antes de mais é de mais competitividade.”
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Aqui nada tem a ver com gestão da política económica do lado da oferta ou da procura, mas mera gestão macroeconómica e orçamental. Este imposto extraordinário terá efeitos recessivos que em vez de ajudar a cobrar mais impostos, vai baixar a arrecadação de impostos.
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Deixe-me dar-lhe uma imagem empresarial. Imagine que eu tenho que cortar custos na empresa. E implica fechar alguma produção. Qual a melhor opção? Cortar na produção que me vai afeectar as vendas ou apenas ter em conta a rentabilidade dos produtos em causa? (Rentabilidade, margens, o que queira.) Repare que a resposta não é assim tão fácil como parece, se estamos com problemas de liquidez. Ou seja, pode ser necessário manter a produção de produtos com margens baixas porque nos permite manter a tesouraria da empresa, sacrificando a produção de produtos mais rentáveis mas que nos trazem problemas de tesouraria.
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Neste caso, o amigo tem um objectivo. Cobrar mais impostos para faezr face a um défice maior que o previsto. Ora, o amigo ao atingir os consumidores, agravando o colapso da procura interna, vai agravar a cobrança de impostos indirectos. Ou seja, se calhar até vai cobrar mais 800 milhões com o imposto a atingir o IRS, mas vai baixar a cobrança de receitas fiscais indirectas. Se calhar, vai afundar de tal forma a procura interna, que em vez de em termos globais aumentar as receitas fiscais, vai baixar a sua arrecadação. Precisamente porque o aumento de impostos vai afectar sobretudo o consumo interno. E mesmo que a percentagem de estrangeiros no capital accionista não seja maioritária, é maior que a taxa de poupança dos residentes.
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O problema aqui é o seguinte. O decisor público nunca deveria subir os impostos. Mas a subir, deve subir aqueles que menos externalidades negativas tragam à economia e aqueles que menos externalidades negativas trazem á própria cobrança dos demais impostos. Ora, o governo está a agravar os impostos sobre as familias que vai ter reflexos directos na cobrança dos impostos ao consumo. E não é apenas os 800 milhões de euros que contam. É agravar o sentimento negativvo dos consumidores, que se retrairão mais. Logo, não é apenas 800 milhões que se tira ao consumo privado. É mais, porque a quebra no consumo será ampliada pelo impacto psicológico dos conusmidores.
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Aqui nada tem a ver com opções viradas para a oferta ou procura. Está no erro de querer cobrar mais impostos e as medidas tomadas irão baixar essa cobrança, gerando efeitos recessivos ainda maiores,a fectando tanto a procura como a oferta. Oferta esta, a que mais sofrerá serão as PMEs, já de si masscradas pela forte queda na procura interna, por uma forte subida nos custos de crédito, pela incapacidade sequer de aceder a linhas de crédito e, pior ainda, são aquels menos capazes de faezr frente á forte queda no consumo. E, pior ainda, são geralmente as PMEs do sector transaccionável as que mais sofrerão, ao passo que as grandes empresas de bens transacionáveis, ainda por cima aquelas que geram a maior parte dos lucros em Portugal.
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O amigo está preocupado com a oferta? Se está, esta medida não apenas condiciona a oferta, como irá eliminar o tecido produtivo que mais precisa de ajuda, as PMEs dos bens transaccionáveis, que serão prejudicadas em prol das dos bens rentidas.
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Como vê, quando estamos a falar de impostos, políticas fiscais, etc. Não pdoemos pensar que estamos a actuar apenas do lado da oferta e da procura. Não entendo como se pode pensar assim, quando uma e outra são parte da mesma equação, mas lado opostos. E pensar isto apenas em termos de ideologia é um erro crasso.
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Vou voltar a repetir o problema. O Estado não conrola os gastos mas vai tentar cobrar impostos. Só aqui temos um erro de monta. Mas pior ainda, vai sobrecarregar ainda mais as familias com impostos, o que irá gerar uma queda nas receitas fiscais totais, anulando um eventual beneficio na cobrança de impostos directos. Ou seja, é um erro de política económica e orçamental deveras preocupante. E isto, veremos nos próximos meses, se não irá acontecer aquilo que este aumento de impostos irá aumentar: mais recessão, menos impostos cobrados.
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De resto, analisar isto apenas do ponto de vista da oferta ou da procura da economia, é como analisar um balanço de uma empresa olhando apenas para um lado do T. Não faz sentido e é um erro crasso que não se deve fazer. Sob pena de cometermos erros trágicicos. Como este espúrio aumento de impostos.
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Veremos se a a realidade não vai demonstrar o meu cenário. Neste caso, vamos pôr em prática a minha teoria. Que este aumento de impostos é de uma estupidez inacreditável. Se eu estiver errado, darei o braço a torcer. Se estiver certo… Coitadinhos dos portugueses.
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PM E Nem sequer foquei o aspecto de que este aumento dos impostos vai gerar uma queda nos lucros das empresas (ou aumentos dos prejuízos), logo menos IRC cobrado em 2011 e seguintes. Vai aumentar um aumento da despesa pública, devido ao aumento do desemprego criado. E até vai baixar a cobrança de IRS, devido à queda no emprego. Este aumento de impostos tem custos de tal forma graves, que, volto mais uma vez a bater na mesma tecla, se fosse sobre o IRC, as externalidades negativas seriam muito menores.
Anti-comuna:
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Não diga mentiras… mais desemprego?
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O que as pessoas consomem no Natal é um perfeito disparate!
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Claro que estou a brincar e admirado como entre os empresários sócios da AEP não há um que os tenha no sítio e exija a demissão do melómano.
Isto foi uma manhã rentável com toda a gente em funções ea propôr-se resolver os problemas do governo.
A tarde foi um descanço de sesta após um belo almoço.
Vejamos o que ainda aí vem…
Ainda pensei que poderiamos estar de acordo quanto à inevitabilidade de um aumento extraordinário de impostos para fazer face ao déficit orçamental de 2011 e que apenas divergiamos quanto ao tipo de imposto a adoptar, o IRS ou o IRC.
Vejo agora que o meu amigo continua a achar à partida que o governo poderia e deveria evitar qualquer aumento de impostos desde que tivesse a coragem de cortar o suficiente nas despesas públicas. Esta é a nossa divergência de partida. Uma divergência que me parece ser mais empírica do que ideológica na medida em que eu também preferiria evitar qualquer subida de impostos se acreditasse que cortes nas despesas e privatizações resolveriam o problema do curto prazo.
Mesmo assim o meu amigo faz um esforço, que eu agradeço, no sentido de tentar raciocinar num cenário de aumento de impostos e diz que, a ter de os aumentar, seria preferível fazê-lo relativamente ao IRC e nunca tocando no IRS. Isto porque, do seu ponto de vista, a eficiência fiscal líquida do primeiro é claramente superior à do segundo.
Esta é a nossa segunda divergência. Também aqui temos avaliações empíricas diferentes. Tem muito a ver como cada um de nós vê as expectativas dos diferentes agentes económicos perantes os diferentes tipos de impostos.
Eu acho que este imposto extraordinário, até pelo facto de ser extraordinário, não se vai traduzir numa substancial redução das intenções de consumo das famílias (para além do que era já previsivel que acontecesse independentemente do imposto extraordinário). Uma das teses da escola das antecipações racionais (Robert Lucas, etc) é precisamente a de que os consumidores não modificam o respectivo padrão de consumo quando percebem e acreditam que uma subida ou descida de impostos é transitória.
Em contrapartida um imposto sobre as empresas, por mais pequeno que fosse, seria muito mal visto por todo o tipo de investidores e pelos mercados e teria um efeito muito negativo sobre a economia. Não tanto porque a rentabilidade real das empresas, e consequentemente a respectiva efectiva capacidade competitiva, fosse significativamente afectada no curto prazo. Mas sobretudo porque daria um sinal muito negativo quanto à “filosofia” económica do governo.
O meu amigo acha precisamente o contrário, e está no seu pleno direito.
Eu diria que a nossa divergência empírica sobre este assunto traduz igualmente alguma diferença na visão que cada um de nós tem sobre a economia, sobre as características da crise do modelo económico português e sobre as vias de resolução desta crise.
O meu amigo dá uma maior importância a factores que incidem a curto prazo sobre a procura agregada da economia, com particular destaque para o consumo das famílias (curiosamente, como já referi, deixa de lado o papel das despesas e investimentos publicos). Não disse nem digo que se esquece do lado da oferta, das condições de rentabilidade das empresas. Para ser honesto tenho de reconhecer que sugeriu várias vezes que a queda na procura das famílias teria um impacto negativo na rentabilidade das empresas ao reduzir-lhes o mercado e os preços de venda. Mas não deixa de ser indirectamente pelo lado da procura. Por esta ordem de ideias então teriamos de dar razão a todos aqueles que, sobretudo à esquerda, consideram que a solução para a crise é … aumentar os rendimentos das familias (e, já agora, as despesas e investimentos públicos). Eu julgo ter percebido que esta não é a sua posição. Mas, desculpe insistir, parece-me que há algo de keynesiano (não é pecado !…) nas suas premissas e no seu raciocínio.
O meu ponto de vista dá mais importância ao que incide directamente sobre a oferta microeconómica, as condições de produção das empresas. Também eu não estou a esquecer a importância da procura, do mercado de escoamento da produção. Mas considero que chegámos a um ponto em que a procura já está bastante deprimida em resultado da crise económica e que o que pode agora influenciar as decisões dos empresários são sobretudo as perspectivas a prazo um pouco mais longo quanto às condições de exercício da actividade (carga fiscal, estrutura de custos, acesso e custo do crédito, etc). O que é agora prioritário é que os investidores e as empresas sintam que os problemas orçamentais do país estão em vias de resolução, que isso vai contribuir para melhorar as condições de acesso ao crédito, que as empresas vão poder organizar os seus planos de produção com um mercado de trabalho mais flexibilizado, etc… e que, “the last but not de least”, existem boas prespectivas de médio prazo para uma redução da carga fiscal. É no sentido de reforçar esta expectativa que a medida prevista no acordo com a troika de redução da TSU é importante (a dimensão imediata dessa descida é menos importante do que o principio mesmo). Assim sendo, não faria sentido estar agora a agravar, mesmo transitóriamente, o IRC. A prévia redução rápida dos déficits e das dívidas é indispensável para que se possa programar uma redução progressiva da carga fiscal sobre as empresas e sobre as familias. É apenas neste sentido que eu digo que a minha abordagem é mais de tipo “supply-side” do que a sua.
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Há outros aspectos interessantes que o meu amigo aborda no seu último comentário mas que eu não posso agora aqui comentar.
Mas estou a apreciar a seriedade e competência dos seus argumentos e comentários. Obrigado.
Caro Fernando, não tem nada que agradecer:
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“Mas estou a apreciar a seriedade e competência dos seus argumentos e comentários. Obrigado.”
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Quando se debate estas coisas, não por mera guerra política mas interessados em debater os problemas, ficamos todos a ganhar e tentamos aprender uns com os outros.
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Quanto á questão do consumo, que Vc. acredita nas teorias do Lucas quanto a este, eu tenho sérias reservas quando ao modelo dele. O Barro fez excelentes criticas e cada vez mais há quem tente, empiricamente, confirmar as suas (dele, do Lucas) mas os resultados são ambíguos.
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Ora, num aspecto eu sou, digamos, keynesiano, em termos clássicos. Mas quem realmente tentou responder à questão que eu assumo-mo como Keynesiano, foi o Minsky. E noutro aspecto, o Kaldor. E modernamente, sobretudo nos mercados financeiros, o Soros e a sua teoria da reflexividade.
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O que eu penso? É que os agentes económicos, à medida que vão processando a informação e registando o presente, vão alterar o sue comportamento de acordo com as suas expectativas, que por sua vez influenciarão a próprio realidade, condicionando-a e acabando por cumprir a profecia. (O que conforma o Principio de heisember para a actividade económica.)
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Nesta medida, posso ser keynesiano. Reconhecer que sob determinadas condições, os agentes económicos contribuirão para moldar a realidade económica que esperam. (O que confirma um bocado a ideia que os agentes económicos são melhores a “prever” e a gerir a informação regista. Se é a profecia auto-cumprida ou não, deixo isso de lado.) Mas embora o keynes tenha percebido que há alturas que os mercados colapsam porque num caos, os agentes económicos perdem as suas capacidades de processar racionalmente a informação (medo e pânico), tudo o resto quase não concordo com ele e, em especial, os seus idólatras. Nesse aspecto o Minsky foi mais longe e abordou os problemas de uma outra forma.
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Penso que isto é em grande parte o que nos separa, segundo o entendi. E sendo-o, teremos o teste nos próximos meses. ;))
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Abraço.
Caro anti-comuna,
Vamos então estar atentos ao que se vai passar nos proximos meses.
Teremos provavelmente a a oportunidade de voltar a trocar impressões sobre este ou outros temas.
Abraço.
É um facto documentado que as crises financeiras não se resolvem com impostos. Gera-se mesmo mais despesa. Cada euro recolhido nos impostos gera mais do que um euro de nova despesa. Essa é que é essa!
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Caro LR, os abrantinos azuis e laranjinhas já estão em pânico. Mas não são tão batalhadores como os originais abrantes. Já quase só balbuciam argumentos quase copiados dos socialistas que usam mesmo esse nome. ehehehhehhhe
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Este governo não vai durar muito. Não têm uma estratégia a sério para baixar o défice orçamental e nem sequer para fazer crescer o país.
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Uma oportunidade histórica perdida.
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Quando o socialista falha, é a prova de que o socialismo não funciona.
Quando um comunista falha, é a prova de que o comunismo é uma impostura.
Quando um liberal inicia a governação com uma subida de impostos … é porque afinal não é liberal!
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… a Cinemateca desempenhará muito melhor do que a RTP (estou absolutamente seguro) o papel de guardiã da memória televisiva portuguesa. http://psicanalises.blogspot.com/
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Juntando a não privatização total da RTP, a privatização sob medidas draconianas da TAP e nenhuma medida para cortar nas Fundações Parasitas e outra tralhas (ler hoje a devastadora crítica de Alberto Gonçalves no DN) começo a ficar desiludido, diria mesmo muito desiludido.
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Não há dúvida da lista das novas despesas está a avolumar-se comparada com a lista dos cortes. Eu sei que este governo vai conseguir cumprir a meta do défice mas vai ser desapontador se afinal se verificar que não foi à custa de redução da despesa.
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Anti-comuna, peço-lhe pelas alminhas que não compare quem vem aqui defender os seus pontos de vista, dando a cara e o nome, com quem se refugia atrás de um pseudonimo, e é pago pelo orçamento geral do estado, para defender muitas vezes o indefensavel, e até denegrindo quem se lhe opõe. Este blogue que eu saiba não é o CC.
Posto isto, como já manifestei hoje noutros posts, eu defendo determinadas medidas como este aumento de impostos, embora tambem me sinta espoliado por isso, pela simples razão de que é indipensavel. Ernani Lopes que sabia fazer contas falava em cortes de 20 ou 30 % nos rendimentos dos portugueses para nos podermos endireitar; e eu sou dos acreditam no que ele dizia.
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“Uma oportunidade histórica perdida.”
Veremos se não é a última oportunidade antes que o malho arrebimbe…
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“Anti-comuna, peço-lhe pelas alminhas que não compare quem vem aqui defender os seus pontos de vista, dando a cara e o nome, com quem se refugia atrás de um pseudonimo, e é pago pelo orçamento geral do estado, para defender muitas vezes o indefensavel, e até denegrindo quem se lhe opõe. ”
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É. tem toda a razão. Mas se reparar, nos últimos surgiram aqui ataques bem visiveis aos que começaram a criticar este governo. Gente que antes nunca cá aparecia, ou só aparecia para bater palmas por se atacar o governo anterior. E olhe que não exclusivo do Blasfémias. Há noutros lugares a tentativa de massacrar os críticos, como por exemplo, ver alguns postos no 31 da Aramada, em que tentam denegrir o João Miranda e o LR, porque eles criticam e bem, o governo.
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Desde já lhe digo, que esse tipo de abrantes nem merecem resposta. Não o confundo a si com esse tipo de abrantes. Senão, se calhar nem lhe respondia ou respondia de outra forma. ;))
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O Sr LR e os Senhores comentadores que me desculpem, mas isto é Gato escondido com rabo de fora.
Nas escolas iam-se fechar no Distrito de Viseu, não pode ser devido à ligação do Sr Primeiro Ministro ao Distrito, e ao peso do aparelho PSD, logo esta era boa despesa que não deve ser tocada (vulgo Vaca Sagrada).
No projecto do avião KC, da Embraer, o que está por detrás é a substituição do Hercules da Força Aérea, vamos ter mais uma despesa virtuosa, dado que a bem do “interesse nacional” precisamos de novos aviões, estes como os submarinos em relação aos Estaleiros de Viana do Castelo, vão criar emprego, trazer encomendas para indústrias subsdiárias, etc, etc, mais do mesmo e aborrece a falta de originalidade da argumentação, parace que não houve mudanças.
Querem mais um teste a este governo, já que não privatizam a RTP 1, podem comprometer-se até Dezembro, na reduçaõ das Juntas de Freguesias e dos concelhos? Justificam os concelhos de Terras do Bouro com 7 200 hab., Ribeira de Pena 6 500 hab., Freixo de Espada á Cinta 3 700 hab., Góis 4 500 hab., Castanheira de Pera 3 100 hab., Vila Nova de Paiva 5 100 hab., Aguiar da Beira 5 500 hab. Vila Velha de Ródão 3 500 hab., Arronches 3 100 hab., Mourão 2 600 hab., é fácil é pegar nos censos do INE e reformar esta realidade, temos freguesias com mais de 11 000 eleitores inscritos e mais população que concelhos. Por exemplo Vila Nova de Gaia vale mais que distritos inteiros.
Vão o fazer, duvido após a suspensão das escolas, quando era um sinal óptimo do novo pessoal político no sentido de racionalização de meios, poupança de custos e melhoria de cobertura da população. Mesmo com o PS em eleições as negociações e a preparação dos acordos podia ser iniciada, dado que este dossier tem muito de técnico.
Vamos ter mais do mesmo e isto vai acabar muito mal, infelizmente caminhamos para nova crise política.
Cumprimentos
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Um político como PPC, que anda nisto desde os tempos da escola secundária, tinha que ter uma visão global do País que não precisasse da aferição de pormenor.
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Já demonstrou, com as medidas avulsas que tomou ou deixou tomar, que não a tem.
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É desastroso. A questão do imposto extraordinário é sintomática. Se o problema está na máquina estatal (central, regional e local), tomar uma medida que lhe dá mais dinheiro retirando-o daqueles que dela não fazem parte é fazer pior que o corte direccionado do anterior Governo nos vencimentos dos funcionários públicos acima dos 1500 euros.
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Esse, pelo menos, dava um sinal de que se sabia onde estava o problema, apesar de ser evidente que não haveria coragem para o enfrentar radicalmente.
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A medida de PPC volta a desviar o eixo da origem dos nossos males para a generalidade dos contribuintes e a afastar-se da hipótese de uma orientação para a saída do atoleiro em que nos enterraram.
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A sociedade civil volta assim a ser confundida com o regabofe da despesa do Estado, enquanto se agrava a recessão e se desmotivam ainda mais aqueles que verdadeiramente criam riqueza.
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Tudo isto quando o discurso para adormecer de AJS, putativo futuro chefe da oposição, nos faz pensar que não há solução, nem no Governo nem naqueles que a ele aspiram.
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Deve mesmo haver na nossa história um grande pecado, pelo qual vamos ter inevitavelmente que pagar!
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Na realidade não é preciso extinguir concelhos, o que é preciso é extinguir as despesas que eles dão. No tempo do negregado e inominável os cargos municipais, nos concelhos pequenos, eram exercidos graciosamente (mas nem sempre com muita graça eheheheheh). Quem ama a sua terra contentar-se-á com uma gratificação simbólica para um trabalho que não é gigantesco. Extinguir concelhos é reacender querelas regionais, inutilmente.
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anti-comuna : “Há noutros lugares a tentativa de massacrar os críticos, como por exemplo, ver alguns postos no 31 da Aramada, em que tentam denegrir o João Miranda e o LR, porque eles criticam e bem, o governo.”
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anti-comuna,
Eu até sou dos que desde ha muito se habituaram a ler e a apreciar muitos dos seus comentarios aqui no Blasfémias, mesmo nem sempre partilhando e concordando com os seus pontos de vista.
Mas não posso deixar de ficar chocado com o que voce disse e insinuou acima.
Mas já não se pode criticar os argumentos de quem critica o actual governo ?
É crime defender uma medida proposta pelo actual governo ?
Li o que suponho ser um dos ditos postes do 31 da Armada e não vejo nenhuma tentativa de “denegrir” quem quer que seja. Apenas são contestados certos numeros e argumentos que são utilizados para criticar as opções mais recentes do governo. É uma mera questão de opinião.
O direito de “critica” é para todos ou apenas para alguns ? “Critico” é apenas quem critica o actual governo e os criticos dos criticos do actual governo ?…
É legitimo apoiar os criticos do actual governo mas discordar destes ja é “massacrar e “denegrir” ?
Onde está a liberdade de expressão e o debate de ideias no meio disto tudo ?
Em linguagem futebolistica, dir-se-ia que em vez de se jogar a bola (discutindo e criticando os argumentos contrarios) se procura antes carregar o jogador adversario (procurando deslegitimar quem tem ideias diferentes).
Nunca pensei que se pudesse chegar a este nivel de sectarismo no seio de pessoas que, embora com diferenças e discordando em muitos aspectos de detalhe e de politica, até teem claramente muitas afinidades e proximidades de tipo ideologico !!
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(PS : Ah !… Claro que eu também sou um “abrantes” pago com o dinheiro dos contribuintes para estar aqui a escrever o que escrevi !!…)
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“Em linguagem futebolistica, dir-se-ia que em vez de se jogar a bola (discutindo e criticando os argumentos contrarios) se procura antes carregar o jogador adversario (procurando deslegitimar quem tem ideias diferentes).”
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Precisamente aquilo que eu vejo, quando toca a atacar os criticos a este governo. Não desmentem as ideias alheias, limitam-se a atacar ad hominem os adversários ou a escrever vulgaridades não sustentadas.
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Custa a ser comparado aos abrantes do governo anterior. Deve custar. Então, comparem o que escrevem com o que escreviam os abrantes do governo anterior.
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“já que não privatizam a RTP 1, podem comprometer-se até Dezembro, na reduçaõ das Juntas de Freguesias e dos concelhos? Justificam os concelhos de Terras do Bouro com 7 200 hab., Ribeira de Pena 6 500 hab., Freixo de Espada á Cinta 3 700 hab., Góis 4 500 hab., Castanheira de Pera 3 100 hab., Vila Nova de Paiva 5 100 hab., Aguiar da Beira 5 500 hab. Vila Velha de Ródão 3 500 hab., Arronches 3 100 hab., Mourão 2 600 hab., é fácil é pegar nos censos do INE e reformar esta realidade, temos freguesias com mais de 11 000 eleitores inscritos e mais população que concelhos. ”
Espero (ainda que sentado) q ppc demonstre a sua independência e isenção e privatize o mamarracho da rtp…
ele q não se iluda porque quando fôr para lhe malhar eles (os patrões dos media) fa-lo-ão, até porque boa notícia para os media é quando de dá más notícias dos governantes. Quanto piores melhor. Isso é que vende… Se ppc se deixa cair no engôdo é porque tem inteligência curta e não merece ficar para a nossa históriazinha. Quanto às fundações, institutos, ppp’s, concessões, etc, estamos a esperar para ver… sentados, claro. http://psicanalises.blogspot.com/
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“31 da Aramada, por exemplo”
e quem o manda frequentar esses lugares?
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anti-comuna,
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Quando ao que está verdadeiramente em discussão.
Apesar dos argumentos em contrario, incluindo os apresentados num dos postes do 31 da Armada, eu até sou a favor da privatização imediata da RTP, toda a RTP.
Não penso é que seja claro que esta e outras medidas de cortes drasticos nas despesas e nos activos do Estado torne dispensavel a necessidade de se doptarem medidas urgentes do lado das receitas que possam ter um efeito imediato e previsivel sobre o déficit orçamental de 2011.
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Caro Fernando S, quanto a isto:
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“Não penso é que seja claro que esta e outras medidas de cortes drasticos nas despesas e nos activos do Estado torne dispensavel a necessidade de se doptarem medidas urgentes do lado das receitas que possam ter um efeito imediato e previsivel sobre o déficit orçamental de 2011.”
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Pois deve ter razão. Mas se o governo já admitiu que ainda não tem estratégia orçamental, como posso aceitar este aumento de impostos? E porquê só sobre as familias? E porquê mentirem aos portugueses?
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Começam logo mal. Não sabem o que fazem e desatam a cobrar onde podem, porque as vítimas não dominam os lobbies políticos.
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anti-comuna : “Precisamente aquilo que eu vejo, quando toca a atacar os criticos a este governo. Não desmentem as ideias alheias, limitam-se a atacar ad hominem os adversários ou a escrever vulgaridades não sustentadas.”
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Não é o que estou a ver !…
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anti-comuna : “Custa a ser comparado aos abrantes do governo anterior. Deve custar. Então, comparem o que escrevem com o que escreviam os abrantes do governo anterior.”
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Não vejo nenhuma relação. A não ser que o anti-comuna considere simplisticamente que a unica demarcação possivel relativamente aos defensores do anterior governo é recusar toda e qualquer subida de impostos.
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Repare que são eles que admitem não ter estratégia orçamental:
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“Na sua estreia no Parlamento enquanto ministro das Finanças, Vítor Gaspar anunciou que “começarão imediatamente os trabalhos de preparação do documento de estratégia orçamental a médio prazo que será apresentado até ao final de Agosto”.”
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In http://economico.sapo.pt/noticias/estrategia-orcamental-desenhada-ate-final-de-agosto_121791.html
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Ora, um aumento de impostos implica sempre ter uma estratégia orçamental por trás. Porque, decidir aumentos de impostos, que ainda por cima são dos mais poderosos instrumentos de uma política orçamental séria, sem realmente terem a tal estratégia. Das duas, uma. Ou andam a brincar com os portugueses e com coisas sérias. Ou mentem descaradamente. Em ambas as opções, é um péssimo sinal e um dos motivos que levou à falência Portugal.
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“A não ser que o anti-comuna considere simplisticamente que a unica demarcação possivel relativamente aos defensores do anterior governo é recusar toda e qualquer subida de impostos.”
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Exactamente. Eu já o disse aqui que admito um eventual aumento de impostos. Mas só se se inserir numa estraégia orçamental, pesados os seus prós e contras, as alternativas existentes, as suas vítimas e eventuais seus aproveitadores.
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A não exisitir uma estratégia orçamental, este aumentos de impostos devem ser recusados e deve-se dizer calramente que isto é uma pouca-vergonha. É gozar com o tal esforço alheio e desmentir calaramente quem anda a dizer ao país, que o que move a acção política é a verdade. Apenas e só a verdade. Quando estamos aqui perante uma mentira vergonhosa.
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anti-comuna : “Mas se o governo já admitiu que ainda não tem estratégia orçamental, como posso aceitar este aumento de impostos? E porquê só sobre as familias? E porquê mentirem aos portugueses?”
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Caro anti-comuna,
Sinceramente, não reparei que o governo tenha admitido não ter estratégia orçamental. Posso estar mal informado.
De qualquer modo, eu penso que este imposto deve ser visto pelo seu caracter excepcional e transitorio e deve ser aceite apenas como uma medida de urgencia para fazer face à grave situação do défict e da divida. Espero que a medida possa ser ainda generalizada a outras formas de rendimento. Mas penso que a situação das empresas não deve ser agravada.
Dito isto, reconheço que o essencial é o conjunto de outras medidas que se espera este governo implemente e que se traduzam por uma redução do peso do Estado e uma liberalização da economia. E, a prazo, uma efectiva redução da carga fiscal sobre as familias. Neste plano, acho que ainda é tempo de dar o beneficio da duvida ao actual governo.
Repare que isto não significa que eu esteja de acordo com tudo o que o governo esta e vai fazer ou que considere não se devem fazer criticas.
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anti-comuna : “Vítor Gaspar anunciou que “começarão imediatamente os trabalhos de preparação do documento de estratégia orçamental a médio prazo que será apresentado até ao final de Agosto”.”
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Exactamente. Se percebo bem trata-se aqui de uma estratégia a médio prazo. Como o anti-comuna espero bem que ela se faça e que se traduza a prazo por uma tendencia para a diminuição da carga fiscal.
Mas neste momento temos um problema urgente, de curto prazo, que é o do déficit de 2011, o financiamento da troika, o peso da divida, publica e privada. Esta situação exige medidas urgentes e excepcionais. Vejo este imposto excepcional não apenas como uma maneira de corrigir o andamento desfavoravel da execução orçamental do 1° trimestre mas também como um sinal “psicologico” dado aos nossos credores (mercados, troika, etc) de como o governo portugues esta determinado a atingir os objectivos fixados como pode até ir além. Se houver uma mudança positiva na percepção do mundo exterior (e interno) quanto à evolução da situação das finanças publicas portuguesas, o pais podera ganhar com isso rapidamente, nomeadamente através de um descida importante das taxas de juro da divida publica nos mercados financeiros.
Repare ainda que este imposto, pelo facto de ser excepcional e transitorio, não agrava a prazo a carga fiscal. Eu sei que isto é pouco face ao esforço que é agora pedido às familias mas, se for respeitado, é um aspecto importate em termos de uma estratégia fiscal a mais longo prazo.
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Correcção :
Repare que isto não significa que eu esteja de acordo com tudo o que o governo esta e vai fazer ou que considere que não se devem fazer criticas.
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“As cadelas apressadas parem os cães cegos”, eis um ditado que usam na minha terra a proposito dos que querem tudo feito em tres dias. Lá para Agosto ou Setembro eu até posso vir a concordar com Anti-comuna, João Miranda, e os outros que já estão a virar a artilharia pesada contra este governo.
Caros, não é possivel, licito, nem intelectualmente honesto vir criticar desta maneira um governo recem-empossado. Acusando-o de não ter estrategia, de fazer aumentos de impostos que só afundam a economia, etc. Não se pode avaliar um governo que nem sequer conseguiu perceber o verdadeiro estado das finanças publicas. Na semana passada o INE divulgou a execução orçamental do 1º trimestre com as más noticias que sabemos. Mas estamos em Julho e não se sabe a VERDADEIRA execução orçamental do 2º trimestre.
Temos que reconhecer que, para quem é tão exigente como os atrás citados, exigir nesta altura a privatização da RTP, é poucochinho!
Este governo tem direito pelo menos ao beneficio da duvida.
P.S.Convem não brincar com coisas serias; já aqui li alusões a “crises politicas” iminentes. Querem por lá quem? O Tozé (in)Seguro, ou o Assis “despenteado”? tenham mas é juizo”!
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“De qualquer modo, eu penso que este imposto deve ser visto pelo seu caracter excepcional e transitorio e deve ser aceite apenas como uma medida de urgencia para fazer face à grave situação do défict e da divida”
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Mas é caracter excepcional, porquê? E sabendo-se das razões (derrapagem da despesa) porquê actuar do lado das receitas? E sabendo-se que este imposto irá agaravar a arrecadação das receitas dos impostos indirectos, para quê anunciar agora? E sabendo-se que isto vai atingir em cheio as familias porque não impostos sobre os rendimentos colectivos?
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Está a ver a coisa? Para me responder a isto, vai ter que ter, tanto uma estratégia orçamental (e a de curto prazo está sempre dependente da de médio prazo, que não existe) como uma boa análise dos custos e beneficios. Essa análise não existe,
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“Vejo este imposto excepcional não apenas como uma maneira de corrigir o andamento desfavoravel da execução orçamental do 1° trimestre mas também como um sinal “psicologico” dado aos nossos credores (mercados, troika, etc) de como o governo portugues esta determinado a atingir os objectivos fixados como pode até ir além.”
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Vc pode ver assim, mas eu não vejo assim. Pelo contrário, é continuar a mesma política económica e orçamental que nos levou á falência. Lá para Outubro ficará mais claro, tanto aos portugueses como aos próprios mercados. Nessa altura não faltarão oportunidades de inventar mais desculpas para novos aumentos de impostos e sem fim á vista.
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“Repare ainda que este imposto, pelo facto de ser excepcional e transitorio, não agrava a prazo a carga fiscal. ”
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Está enganado. Este imposto vai destruir mais a capacidade do nosso tecido produtivo, logo menos produto efectovo como potencial, logo mais pesada carga fiscal. Ou seja, é um completo disparate este aumento de impostos, neste contexto.
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“Eu sei que isto é pouco face ao esforço que é agora pedido às familias mas, se for respeitado, é um aspecto importate em termos de uma estratégia fiscal a mais longo prazo.”
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Não está a ser respeitado porque o governo não tomou medidas de combate à despesa e até anunciou mais despesa potencial.
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Repare que, só por muito favor, podemos aceitar este aumento de impostos sobre as familias. Tecnicamente está errrado, não tem nenhuma estratégia orçamental visivel por trás e é o continuar das políticas económicas e orçamentais que foram até agora seguidas em Portugal. O que está a fazer deste desgoverno é o emsmo que fez o governo do Pinócrates. Eu não lhes dou o beneficio da dúvida.
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“Eu não lhes dou o beneficio da duvida”. Está obviamente no seu direito. Mas essa atitude pouco razoavel, porque assente numa base muito fragil, (uma semana de governação para os ministros e tres dias para os secretarios de estado), retira qualquer tipo de rigor à sua argumentação. Voce está a acusar um puto, para não dizer um recem-nascido, de não ser capaz de correr os 100 metros abaixo dos 10 segundos. Não faz sentido nenhum.
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““Eu não lhes dou o beneficio da duvida”. Está obviamente no seu direito. Mas essa atitude pouco razoavel, porque assente numa base muito fragil,”
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Assenta numa base muito frágil? Olhe, Vc. não leu o que eu respondi ao Fernando Santos. Ou se o leu, não percebeu. Mas eu vou-lhe explicar melhor em detalhe.
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Segundo o que a imprensa noticiou, este aumento de impostos vai aumentar as receitas fiscais em cerca de 800 milhões de euros. Mas será que vai mesmo? Não, não vai. E não vai porquê? Porque o imposto vai ter efeitos sobre a cobrança de impostos indirectos. (Sabe, isto de cobrar impostos é mais complicado do que se pensa.)
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Nos primeiros 5 meses do ano (informação até agora disponível), a arrecadação de impostos subiu cerca de 6,%. Mas esta subida vai passar a ser uma queda, porque 62% das receitas fiscais dependem do consumo. E as receitas do IVA representam cerca de 43% das receitas fiscais totais. Ora, com este aumento dos impostos extraordinários sobre as familias, as receitas dos impostos indirectos vão cair. Porque vai agraver o actual colapso da procura interna.
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No passado mês de Maio, as vendas a retalho caira, tome bem nota deste número, que isto não é brincadeira nenhuma, como dizia, as vendas a retalho cairm 8%! REPITO! 8% Se as vendas a retalho já estão em queda na casa dos 8%, com este aumento de impostos, as vendas a retalho deverão continuar a afundar, para valores não vistos há muitos anos.
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Com o acentuar do colapso das vendas a retalho e do consumo, com este aumento de impostos, só vai reforçar a tendência recessiva e provocar uma queda na cobrança de impostos indirectos. Desde a venda de carros, gasolina ou até calções de praia, tudo isto vai sofrer mais um agravamento no cobrança de impostos indirecto, que incidem sobretudo sobre o consumo.
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Ou seja, o governo ao lançar mão deste novo imposto extraordinário, sem ter em conta a conjuntura da procura interna e do consumo, ao asfixiar mais o poder de compra das familias, em vez de cobrar 800 milhões de euros em impostos, vai provocar em term gerais, uma queda na cobrança de impostos. Que a par de uma derrapagem na despesa estatal, irá provocar um colapso no défice orçamental. Que por sua vez irá obrigar a novas medidas adicionais de combate ao défice.
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Em suma. Este aumento de impostos é uma estupidez, é uma medida que tecnicamente é um aborto de gestão da políutica orçamental e em vez de tentar combater o défice orçamental onde ele ele se origina, na despesa pública, está a lançar a economia portuguesa numa recessão mais profunda do que devia.
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Ou seja, este imposto extraordinário é suicida, tanto do ponto de vista orçamental como do ponto de vista económico. É uma estupidez, é uma burrice e não vai ter os efeitos desejados. E quem acha que estou a exagerar, que estude os problemas como deve ser, em vez de ir pela via mais fácil. Que é engulir todas as asneiras que os políticos fazem.
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Repito. Este imposto extraordinário vai agravar a crise, o desemprego, vai aumentar a despesa pública (mais subsidios de desemprego, por exemplo) e não vai ter os efeitos desejados, a nível de cobrança de impostos. Pelo contrário, vai agravar as dificuldades em arrecadar receitas fiscais. Lá para Outubro vamos ter quedas na cobrança de impostos, mais desemprego (logo mais despesas estatais) e o défice a subir em vez de desecer. Uma perfeita estupidez!
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anti-comuna,
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Algumas das coisas que diz fazem todo o sentido numa perpectiva de mais longo prazo.
Mas entretanto é indispensavel fazer face a uma situação de emergencia.
Trata-se de conseguir corrigir a execução orçamental dos primeiros meses do ano e de garantir que o déficit orçamental de 2011 não ultrapassa os 5,9%. Se for inferior, melhor ainda.
Se tal não acontecer, o risco imediato que corremos é o de um colapso do Estado e do sistema bancario portugues (por arrastamento). Nestas condições a saida (ou suspenção) do Euro seria inevitavel. O empobrecimento dos portugueses seria então substancial.
Alguns dos cortes nas despesas e das vendas de patrimonio de que se fala são de alguma complicação e exigem algum tempo para a execução e para que os efeitos se façam sentir ao nivel orçamental. De qualquer modo, os resultados são dificeis de prever com exactidão e não é provavel que os observadores e os credores externos os considerassem como garantidos.
Por isso são necessarias medidas de aplicação e efeito imediato, isto é, de aumento de receitas. Algumas ja faziam parte do acordo com a troika. O governo de PPC acrescentou agora este imposto extraordinario. Esta medida, cujos contornos exactos estão ainda por definir, é uma das menos injustas e uma das mais eficientes.
Naturalmente que se espera que o governo execute rapidamente outras medidas, previstas e não previstas, no sentido de cortar a despesa publica e aumentar a receita publica sem agravar impostos. Se a execução orçamental correr bem nos proximos meses o governo pode inclusivamente levantar alguma pressão sobre os contribuintes mais cedo do que o previsto.
Também se espera que o governo ponha rapidamente em pratica as medidas previstas no sentido de liberalizar a economia e relançar deste modo a actividade economica. A retoma da actividade tera igualmente efeitos benéficos ao nivel das receitas publicas e darão uma maior margem de manobra fiscal ao governo. Mas não tenhamos ilusões : a desejada recuperação da economia não se fara sentir a curto prazo.
Por tudo isto é que não me parece acertado estar agora a confrontar este governo ao nivel das medidas de urgencia para salvar as finanças publicas.
Parece-me mais importante exigir do governo que leve a cabo rapidamente as reformas previstas no acordo da troika e no seu programa.
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anti-comuna,
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Até é possivel que este imposto extraordinario tenha um efeito recessivo sobre a economia e, consequentemente, sobre o conjunto das receitas fiscais “regulares”.
Não creio que esse efeito seja tão importante como sugere. Menos 800 milhões de Euros no total não vão alterar substancialmente o padrão de consumo das familias portuguesas (aritméticamente são menos 80 Euros por portugues).
De qualquer modo, nas condições actuais, não ha alternativas que permitam aumentar receitas sem ter um efeito recessivo sobre a economia. Não é preciso ser keynesiano para admitir que mesmo um corte nas despesas publicas vai ter um efeito recessivo imediato.
Como ja disse anteriormente, convém não esquecer que a primeira prioridade é a redução imediata e credivel do déficit publico.
Apenas com este objectivo garantido faz sentido falar no combate à recessão.
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“Menos 800 milhões de Euros no total não vão alterar substancialmente o padrão de consumo das familias portuguesas (aritméticamente são menos 80 Euros por portugues).”
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Aí é que se engana. Os consumidores também tentam gerir os seus orçamentos de acordo com as suas expectativas. Dou-lhe um exemplo prática. A queda nas vendas a retalho estão acima da queda dos rendimentos das familias. Ou seja, os consumidores, racionalmente, estão a gerir os seus consumos, tanto de acordo com os seus rendimentos presentes como futuros.
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Sabe interpretar o comportamento futuro dos conusmidores (e até agentes económicos) é, mais que uma ciência, uma arte. Leia-se, raciocionios peramente ariméticos das contas não chega. É preciso mais que isso. Muito mais que isso.
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Lá para Outubro, não se esqueça. Se e u estiver errado, venha cá me chamar á atenção pelo meu erro de análise.
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Antes de mais,peço desculpa pelos meus erros. Escrevo isto de enxurrada e nunca edito. Mil desculpas a todos por estas minhas falhas.
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Caro Fernando, quanto a isto:
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“De qualquer modo, nas condições actuais, não ha alternativas que permitam aumentar receitas sem ter um efeito recessivo sobre a economia.”
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Mas o que o Estado precisa é de cortar na despesa, não aumentar as receitas. Já viu que as receitas fiscais estão a subir acima do previsto no OE? Logo, se o problema estána despesa, é sobre elas que é preciso trabalhar.
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Mas mesmo assim, desde já lhe digo que era possível aumentar as receitas sem os mesmos efeitos recessivos na economia. Um imposto extraordinário sobre o IRC. Em termos fiscais, os resultados seriam melhores e com menos efeitos recessivos. Pelo contrário, nesta conjuntura, serão os sectores de bens transaccionáveis os mais sacrificados em prol dos bens não transaccionáveis.
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Mas há mais. Por exemplo, o governo pode lançar um imposto extraordinário sobre os sectores rent seeking. Ou pode simplesmente cortar nos contratos nas famosas PPPs em que os custos estão a ser muito mais acima do previsto. (Leia-se, mais incompetência do Estado.)
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Ou o Estado poderia lanlçar um imposto extraordinário sobre as fortunas. (Que eu já uma vez defendi, que é uma ideia do Cadilhe.)
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Ou seja, ser possível haver alternativas, é. O que não há é vontade política nem competência para tal. Esse parece-me ser o grande problema.
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anti-comuna : “Os consumidores também tentam gerir os seus orçamentos de acordo com as suas expectativas. ”
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Não disse nem digo o contrario.
Apenas digo que o efeito recessivo sobre o consumo e as vendas não é tão forte que torne a operação fiscalmente contraproducente.
De qualquer modo, continuo a considerar que o combate de urgencia ao déficit é prioritario relativamente à luta contra a recessão. A luta contra a recessão não pode ser levada a cabo com finanças publicas fortemente desequilibradas.
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“Apenas digo que o efeito recessivo sobre o consumo e as vendas não é tão forte que torne a operação fiscalmente contraproducente.”
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Quer apostar como vou ter razão? ;)) Note bem o que eu prevejo: queda homóloga das receitas fiscais, o mais tardar em Outubro. Atente bem a este ponto. Porque é uma previsão que ninguém a está a fazer, mas que se ocorrer, vai ter um impacto nas contas públicas que até vai dar imensas dores de cabeça, não apenas aos decisores políticos tugas, mas aos europeus, aos agentes económicos portugueses e, sobretudo, junto dos investidores internacionais.
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Oxalá eu esteja errado, como muitas vezes estou. Mas desconfio que vou ter razão, antes do tempo. Glup!
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Caro anti-comuna,
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“Mas o que o Estado precisa é de cortar na despesa, não aumentar as receitas.”
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Concordo naturalmente consigo que o Estado precisa de cortar, e muito, na despesa.
Também concordo que o objectivo a prazo do governo deve ser o de reduzir, e não aumentar, a carga fiscal.
Mas neste momento é dificil garantir que os efeitos a curto prazo de cortes nas despesas sejam suficientes para o governo conseguir respeitar pelo menos o objectivo do déficit orçamental em 2011 a 5,9%.
No contexto actual, da crise das dividas soberanas e da possibilidade de uma redifinição geografica da Eurozona, a eventualidade de este objectivo não ser comprido poderia ter consequencias gravissimas.
Por isso, considero que a opção do governo é prudente e responsavel.
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“Mas mesmo assim, desde já lhe digo que era possível aumentar as receitas sem os mesmos efeitos recessivos na economia. Um imposto extraordinário sobre o IRC. Em termos fiscais, os resultados seriam melhores e com menos efeitos recessivos.”
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Não duvido de que os resultados fiscais seriam melhores.
Mas não creio que numa situação de crise como esta o agravamento da carga fiscal sobre as empresas teria menos efeitos recessivos. Antes pelo contrario.
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“Quer apostar como vou ter razão? ;)) … Oxalá eu esteja errado, como muitas vezes estou. Mas desconfio que vou ter razão, antes do tempo.”
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Caro anti-comuna,
Também espero que esteja errado ;)) … Não porque queira ter razão a todo o custo mas porque se tiver razão estaremos em péssimos lençois !
Se o anti-comuna tiver razão terei então de dar a mão à palmatoria …. não seria nem a primeira nem a ultima !!…
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“Mas não creio que numa situação de crise como esta o agravamento da carga fiscal sobre as empresas teria menos efeitos recessivos. Antes pelo contrario.”
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Nem pensar. Um imposto extraordinário sobre o IRC, sobre lucros acima de um dado nível, não teria os mesmos efeitos recessivos. Não se esqueça que grande parte dos lucros gerados em Porutgal acabam por irem parar ao estrangeiro, logo os efeitos sobre a procura interna seriam bem diversos, que um imposto sobre o IRS.
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Além disso, se decompormos os efeitos sobre a procura interna, o que se nota logo, é que são as PMEs as mais prejudicadas. Basta comparar as vendas da grande distribuição versus demais empresas de retalho. Logo aqui, são as PMEs as mais prejudicadas e, provavelmente, as que mais terão dificuldades em aguentar a forte queda nas vendas, a somar às suas dificuldades de tesouraria.
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Por outro lado, o consumo de bens transaccionáveis será o mais prejudicado face aos não transaccionáveis. que estão mais protegidos em termos de quedas de actividade.
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Seja como for. Infelizmente devo ter razão antes do tempo e veremos como este imposto é um erro de trágicos resultados. Glup!
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Um governo que se apresenta à sociedade como «liberal» e a 1ª coisa que faz é aumentar impostos, ao nível do confisco.
Não se admirem da economia paralela, da moeda paralela e da evasão fiscal subir exponencialmente!
Que vão roubar para a estrada!
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anti-comuna : “Não se esqueça que grande parte dos lucros gerados em Porutgal acabam por irem parar ao estrangeiro …”
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Humm … não tenho essa ideia !…
O que é certo é que um aumento da carga fiscal sobre os rendimentos colectivos agravaria ainda mais a falta de competividade das empresas instaladas em Portugal, nacionais ou estrangeiras, pequenas ou grandes, de bens transaccionaveis ou não transaccionaveis.
É daqui que deve ser relançada a recuperação da economia : o não agravamento e até a redução da carga fiscal sobre a actividade empresaria (nomeadamente por via da TSU) ; uma maior liberalização nos diferentes sectores da economia (sem esquecer o mercado de trabalho).
Em contrapartida sou contrario a toda uma série de medidas de apoio às empresas previstas no programa de governo e que tenderiam a gerar mais despesa com efeitos negligentes sobre a efectiva capacidade competitiva das mesmas.
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> subir exponencialmente
Camarada, só os numéricamente analfabetos (inclui quase todos os jornalistas) confundem “aumenta um bocado” com uma exponencial. Consultar o professor de liceu mais próximo.
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Caro Fernando, a maioria do capital das grandes empresas com lucros é de dominio estrangeiro. Se não me falha a memória, 55%. Basta ver no PSI 20 a quem pertence a maioria do capital.
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Agora o que me surpreende é isto.
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“O que é certo é que um aumento da carga fiscal sobre os rendimentos colectivos agravaria ainda mais a falta de competividade das empresas instaladas em Portugal, nacionais ou estrangeiras, pequenas ou grandes, de bens transaccionaveis ou não transaccionaveis.”
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Um imposto extraordinário sobre o IRS não agrava a carga fiscal? Claro que agrava. Sobre o IRC? Claro que agrava mas muito menos e com menos efeitos devastadores. Acha mesmo que o IDE é atractivo em Portugal com a actual carga fiscal? Não o sendo, taxar mais num ano o IRC é mais gravoso que o IRS? Não se iluda, meu amigo. Um imposto extraordinário sobre o IRC é mais gravoso que um no IRC, até porque, como já o disse anteriormente, são sobretudo as empresas de bens transacionáveis as mais afectadas, ao passo que no IRC são sobretudo bens não transacionáveis.
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“É daqui que deve ser relançada a recuperação da economia : o não agravamento e até a redução da carga fiscal sobre a actividade empresaria (nomeadamente por via da TSU) ;”
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Então afundar ainda mais a procura interna é ajudar a recuperar a economia? Quando esse afundamento é provocado por um aumento da despesa do Estado? Tem consciência daquilo que está aqui em jogo?
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Vou relembrar este número, porque acho que poucos terão consciência deste facto. As vendas a retalho em Maio passado cairam 8%. Volto a repetir o número: 8%!
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Com este imposto extraordinário, a queda deverá aprofundar-se. Que por sua vez irá afectar a cobrança dos impostos indirectos. Ou seja, vai-se afundar mais a economia em nome de maiores receitas fiscais, mas que acabrão por gerar externalidades fortemente negativas na própria arrecadaçãod dos impostos. É um péssimo negócio para o Estado e um desastre catastrófico para o tecido produtivo português, que são sobretudo PMEs.
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Vamos agora supor que a queda nas vendas a retalho se mantm na casa dos 8%. (Vou ser optimista, aqui neste ponto.) Isto vai ser uma razia nas nossas PMEs, um forte aumento das falências, um forte aumento do desemprego (e respectivo aumento das despesas estatais) e, isto ainda vai dar muitas dores de cabeça, um forte aumento no crédito mal-parado na nossa banca. Que por sua vez terá mais dificuldades em aguentar a hecatombe económica que vai atravessar a economia portuguesa.
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Sabe uma coisa, caro Fernando? Este governo ainda não se apercebeu do grande erro que fez ao tomar a decisão de gamar ainda mais os portugueses, com este imposto extraordinário. Mas vai dar por ela, daqui a uns meses. Depois…
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Meu caro anti-comuna,
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Quanto ao destino dos lucros, e sem contestar que muitas das grandes (e médias) empresas teem capital com dominio estrangeiro, não me parece que a maior parcela dos rendimentos colectivos vá para o estrangeiro. É um dado estatistico objectivo que se deve poder obter facilmente e que termos de verificar oportunamente.
Mas mesmo que fosse o caso, e na medida em que é o caso das empresas de capital estrangeiro instaladas em Portugal ou potencialmente instaláveis em Portugal, uma medida de aumento do imposto sobre os lucros no contexto actual, quanto mais não fosse pelo simbolismo que teria, seria certamente muito desfavoravel ao investimento externo em Portugal.
O que me parece claro é que um aumento de impostos sobre as empresas agravaria ainda mais a falta de competitividade das empresas instaladas em Portugal.
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Reconheça que eu não pretendi que o imposto extraordinario agora previsto pelo governo não teria algum efeito recessivo. Simplesmente, parece-me preferivel esse inconveniente ao que resultaria de um agravamento da carga fiscal sobre as empresas.
No fim de contas, considero que nesta fase de emergencia das finanças publicas, e sendo inevitavel aumentar impostos, o menor dos males ainda é faze-lo afectando o consumo privado do que reduzindo a competividade das empresas. Sou dos que consideram que o principal problema da economia portuguesa é precisamente o da capacidade competitiva das empresas. Neste aspecto o meu amigo parece ser algo keynesiano, mais preocupado com o impacto das medidas na procura agregada do que no lado da oferta. Pois eu penso que mais do que de mercado as empresas instaladas em Portugal precisam antes de mais é de mais competitividade.
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De qualquer modo, como diz o meu amigo, vamos ver como correm efectivamente as coisas no futuro.
Penso que se a situação das finanças publicas der sinais de melhoria nos proximos meses, se o déficit orçamental for controlado, então os agentes economicos, internos e externos, vão recuperar alguma confiança e retomar investimentos e consumos a um nivel mais consistente.
Mas o saneamento das finanças publicas não será consolidado nem será suficiente por si só.
Outras medidas de reforma profunda do modelo economico portugues serão necessarias.
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Caro Fernando, eu tenho algumas dúvidas sobre algumas suas ideias. A começar aqui:
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“Mas mesmo que fosse o caso, e na medida em que é o caso das empresas de capital estrangeiro instaladas em Portugal ou potencialmente instaláveis em Portugal, uma medida de aumento do imposto sobre os lucros no contexto actual, quanto mais não fosse pelo simbolismo que teria, seria certamente muito desfavoravel ao investimento externo em Portugal.”
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O que trará mais problemas ao IDE em Portugal? Um imposto extraordinário sobre os lucros em 2010 ou afundar a procura interna, aumentando a depressão portuguesa? Creio que a segunda medida é mais gravosa que um imposto sobre os lucros de 2010, pois os efeitos são muito limitasdos no tempo, ao passo que o aumento do IRS terá efeitos a médio prazo, mesmo um imposto só sobre 2010.
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“Neste aspecto o meu amigo parece ser algo keynesiano, mais preocupado com o impacto das medidas na procura agregada do que no lado da oferta. Pois eu penso que mais do que de mercado as empresas instaladas em Portugal precisam antes de mais é de mais competitividade.”
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Aqui nada tem a ver com gestão da política económica do lado da oferta ou da procura, mas mera gestão macroeconómica e orçamental. Este imposto extraordinário terá efeitos recessivos que em vez de ajudar a cobrar mais impostos, vai baixar a arrecadação de impostos.
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Deixe-me dar-lhe uma imagem empresarial. Imagine que eu tenho que cortar custos na empresa. E implica fechar alguma produção. Qual a melhor opção? Cortar na produção que me vai afeectar as vendas ou apenas ter em conta a rentabilidade dos produtos em causa? (Rentabilidade, margens, o que queira.) Repare que a resposta não é assim tão fácil como parece, se estamos com problemas de liquidez. Ou seja, pode ser necessário manter a produção de produtos com margens baixas porque nos permite manter a tesouraria da empresa, sacrificando a produção de produtos mais rentáveis mas que nos trazem problemas de tesouraria.
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Neste caso, o amigo tem um objectivo. Cobrar mais impostos para faezr face a um défice maior que o previsto. Ora, o amigo ao atingir os consumidores, agravando o colapso da procura interna, vai agravar a cobrança de impostos indirectos. Ou seja, se calhar até vai cobrar mais 800 milhões com o imposto a atingir o IRS, mas vai baixar a cobrança de receitas fiscais indirectas. Se calhar, vai afundar de tal forma a procura interna, que em vez de em termos globais aumentar as receitas fiscais, vai baixar a sua arrecadação. Precisamente porque o aumento de impostos vai afectar sobretudo o consumo interno. E mesmo que a percentagem de estrangeiros no capital accionista não seja maioritária, é maior que a taxa de poupança dos residentes.
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O problema aqui é o seguinte. O decisor público nunca deveria subir os impostos. Mas a subir, deve subir aqueles que menos externalidades negativas tragam à economia e aqueles que menos externalidades negativas trazem á própria cobrança dos demais impostos. Ora, o governo está a agravar os impostos sobre as familias que vai ter reflexos directos na cobrança dos impostos ao consumo. E não é apenas os 800 milhões de euros que contam. É agravar o sentimento negativvo dos consumidores, que se retrairão mais. Logo, não é apenas 800 milhões que se tira ao consumo privado. É mais, porque a quebra no consumo será ampliada pelo impacto psicológico dos conusmidores.
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Aqui nada tem a ver com opções viradas para a oferta ou procura. Está no erro de querer cobrar mais impostos e as medidas tomadas irão baixar essa cobrança, gerando efeitos recessivos ainda maiores,a fectando tanto a procura como a oferta. Oferta esta, a que mais sofrerá serão as PMEs, já de si masscradas pela forte queda na procura interna, por uma forte subida nos custos de crédito, pela incapacidade sequer de aceder a linhas de crédito e, pior ainda, são aquels menos capazes de faezr frente á forte queda no consumo. E, pior ainda, são geralmente as PMEs do sector transaccionável as que mais sofrerão, ao passo que as grandes empresas de bens transacionáveis, ainda por cima aquelas que geram a maior parte dos lucros em Portugal.
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O amigo está preocupado com a oferta? Se está, esta medida não apenas condiciona a oferta, como irá eliminar o tecido produtivo que mais precisa de ajuda, as PMEs dos bens transaccionáveis, que serão prejudicadas em prol das dos bens rentidas.
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Como vê, quando estamos a falar de impostos, políticas fiscais, etc. Não pdoemos pensar que estamos a actuar apenas do lado da oferta e da procura. Não entendo como se pode pensar assim, quando uma e outra são parte da mesma equação, mas lado opostos. E pensar isto apenas em termos de ideologia é um erro crasso.
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Vou voltar a repetir o problema. O Estado não conrola os gastos mas vai tentar cobrar impostos. Só aqui temos um erro de monta. Mas pior ainda, vai sobrecarregar ainda mais as familias com impostos, o que irá gerar uma queda nas receitas fiscais totais, anulando um eventual beneficio na cobrança de impostos directos. Ou seja, é um erro de política económica e orçamental deveras preocupante. E isto, veremos nos próximos meses, se não irá acontecer aquilo que este aumento de impostos irá aumentar: mais recessão, menos impostos cobrados.
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De resto, analisar isto apenas do ponto de vista da oferta ou da procura da economia, é como analisar um balanço de uma empresa olhando apenas para um lado do T. Não faz sentido e é um erro crasso que não se deve fazer. Sob pena de cometermos erros trágicicos. Como este espúrio aumento de impostos.
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Veremos se a a realidade não vai demonstrar o meu cenário. Neste caso, vamos pôr em prática a minha teoria. Que este aumento de impostos é de uma estupidez inacreditável. Se eu estiver errado, darei o braço a torcer. Se estiver certo… Coitadinhos dos portugueses.
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PM E Nem sequer foquei o aspecto de que este aumento dos impostos vai gerar uma queda nos lucros das empresas (ou aumentos dos prejuízos), logo menos IRC cobrado em 2011 e seguintes. Vai aumentar um aumento da despesa pública, devido ao aumento do desemprego criado. E até vai baixar a cobrança de IRS, devido à queda no emprego. Este aumento de impostos tem custos de tal forma graves, que, volto mais uma vez a bater na mesma tecla, se fosse sobre o IRC, as externalidades negativas seriam muito menores.
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Anti-comuna:
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Não diga mentiras… mais desemprego?
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O que as pessoas consomem no Natal é um perfeito disparate!
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Claro que estou a brincar e admirado como entre os empresários sócios da AEP não há um que os tenha no sítio e exija a demissão do melómano.
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Isto foi uma manhã rentável com toda a gente em funções ea propôr-se resolver os problemas do governo.
A tarde foi um descanço de sesta após um belo almoço.
Vejamos o que ainda aí vem…
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Caro anti-comuna,
Ainda pensei que poderiamos estar de acordo quanto à inevitabilidade de um aumento extraordinário de impostos para fazer face ao déficit orçamental de 2011 e que apenas divergiamos quanto ao tipo de imposto a adoptar, o IRS ou o IRC.
Vejo agora que o meu amigo continua a achar à partida que o governo poderia e deveria evitar qualquer aumento de impostos desde que tivesse a coragem de cortar o suficiente nas despesas públicas. Esta é a nossa divergência de partida. Uma divergência que me parece ser mais empírica do que ideológica na medida em que eu também preferiria evitar qualquer subida de impostos se acreditasse que cortes nas despesas e privatizações resolveriam o problema do curto prazo.
Mesmo assim o meu amigo faz um esforço, que eu agradeço, no sentido de tentar raciocinar num cenário de aumento de impostos e diz que, a ter de os aumentar, seria preferível fazê-lo relativamente ao IRC e nunca tocando no IRS. Isto porque, do seu ponto de vista, a eficiência fiscal líquida do primeiro é claramente superior à do segundo.
Esta é a nossa segunda divergência. Também aqui temos avaliações empíricas diferentes. Tem muito a ver como cada um de nós vê as expectativas dos diferentes agentes económicos perantes os diferentes tipos de impostos.
Eu acho que este imposto extraordinário, até pelo facto de ser extraordinário, não se vai traduzir numa substancial redução das intenções de consumo das famílias (para além do que era já previsivel que acontecesse independentemente do imposto extraordinário). Uma das teses da escola das antecipações racionais (Robert Lucas, etc) é precisamente a de que os consumidores não modificam o respectivo padrão de consumo quando percebem e acreditam que uma subida ou descida de impostos é transitória.
Em contrapartida um imposto sobre as empresas, por mais pequeno que fosse, seria muito mal visto por todo o tipo de investidores e pelos mercados e teria um efeito muito negativo sobre a economia. Não tanto porque a rentabilidade real das empresas, e consequentemente a respectiva efectiva capacidade competitiva, fosse significativamente afectada no curto prazo. Mas sobretudo porque daria um sinal muito negativo quanto à “filosofia” económica do governo.
O meu amigo acha precisamente o contrário, e está no seu pleno direito.
Eu diria que a nossa divergência empírica sobre este assunto traduz igualmente alguma diferença na visão que cada um de nós tem sobre a economia, sobre as características da crise do modelo económico português e sobre as vias de resolução desta crise.
O meu amigo dá uma maior importância a factores que incidem a curto prazo sobre a procura agregada da economia, com particular destaque para o consumo das famílias (curiosamente, como já referi, deixa de lado o papel das despesas e investimentos publicos). Não disse nem digo que se esquece do lado da oferta, das condições de rentabilidade das empresas. Para ser honesto tenho de reconhecer que sugeriu várias vezes que a queda na procura das famílias teria um impacto negativo na rentabilidade das empresas ao reduzir-lhes o mercado e os preços de venda. Mas não deixa de ser indirectamente pelo lado da procura. Por esta ordem de ideias então teriamos de dar razão a todos aqueles que, sobretudo à esquerda, consideram que a solução para a crise é … aumentar os rendimentos das familias (e, já agora, as despesas e investimentos públicos). Eu julgo ter percebido que esta não é a sua posição. Mas, desculpe insistir, parece-me que há algo de keynesiano (não é pecado !…) nas suas premissas e no seu raciocínio.
O meu ponto de vista dá mais importância ao que incide directamente sobre a oferta microeconómica, as condições de produção das empresas. Também eu não estou a esquecer a importância da procura, do mercado de escoamento da produção. Mas considero que chegámos a um ponto em que a procura já está bastante deprimida em resultado da crise económica e que o que pode agora influenciar as decisões dos empresários são sobretudo as perspectivas a prazo um pouco mais longo quanto às condições de exercício da actividade (carga fiscal, estrutura de custos, acesso e custo do crédito, etc). O que é agora prioritário é que os investidores e as empresas sintam que os problemas orçamentais do país estão em vias de resolução, que isso vai contribuir para melhorar as condições de acesso ao crédito, que as empresas vão poder organizar os seus planos de produção com um mercado de trabalho mais flexibilizado, etc… e que, “the last but not de least”, existem boas prespectivas de médio prazo para uma redução da carga fiscal. É no sentido de reforçar esta expectativa que a medida prevista no acordo com a troika de redução da TSU é importante (a dimensão imediata dessa descida é menos importante do que o principio mesmo). Assim sendo, não faria sentido estar agora a agravar, mesmo transitóriamente, o IRC. A prévia redução rápida dos déficits e das dívidas é indispensável para que se possa programar uma redução progressiva da carga fiscal sobre as empresas e sobre as familias. É apenas neste sentido que eu digo que a minha abordagem é mais de tipo “supply-side” do que a sua.
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Há outros aspectos interessantes que o meu amigo aborda no seu último comentário mas que eu não posso agora aqui comentar.
Mas estou a apreciar a seriedade e competência dos seus argumentos e comentários. Obrigado.
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Caro Fernando, não tem nada que agradecer:
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“Mas estou a apreciar a seriedade e competência dos seus argumentos e comentários. Obrigado.”
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Quando se debate estas coisas, não por mera guerra política mas interessados em debater os problemas, ficamos todos a ganhar e tentamos aprender uns com os outros.
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Quanto á questão do consumo, que Vc. acredita nas teorias do Lucas quanto a este, eu tenho sérias reservas quando ao modelo dele. O Barro fez excelentes criticas e cada vez mais há quem tente, empiricamente, confirmar as suas (dele, do Lucas) mas os resultados são ambíguos.
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Ora, num aspecto eu sou, digamos, keynesiano, em termos clássicos. Mas quem realmente tentou responder à questão que eu assumo-mo como Keynesiano, foi o Minsky. E noutro aspecto, o Kaldor. E modernamente, sobretudo nos mercados financeiros, o Soros e a sua teoria da reflexividade.
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O que eu penso? É que os agentes económicos, à medida que vão processando a informação e registando o presente, vão alterar o sue comportamento de acordo com as suas expectativas, que por sua vez influenciarão a próprio realidade, condicionando-a e acabando por cumprir a profecia. (O que conforma o Principio de heisember para a actividade económica.)
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Nesta medida, posso ser keynesiano. Reconhecer que sob determinadas condições, os agentes económicos contribuirão para moldar a realidade económica que esperam. (O que confirma um bocado a ideia que os agentes económicos são melhores a “prever” e a gerir a informação regista. Se é a profecia auto-cumprida ou não, deixo isso de lado.) Mas embora o keynes tenha percebido que há alturas que os mercados colapsam porque num caos, os agentes económicos perdem as suas capacidades de processar racionalmente a informação (medo e pânico), tudo o resto quase não concordo com ele e, em especial, os seus idólatras. Nesse aspecto o Minsky foi mais longe e abordou os problemas de uma outra forma.
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Penso que isto é em grande parte o que nos separa, segundo o entendi. E sendo-o, teremos o teste nos próximos meses. ;))
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Abraço.
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Caro anti-comuna,
Vamos então estar atentos ao que se vai passar nos proximos meses.
Teremos provavelmente a a oportunidade de voltar a trocar impressões sobre este ou outros temas.
Abraço.
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