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Emigremos!!!

27 Dezembro, 2011
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Assino por baixo desta desmistificadora análise de Avelino de Jesus:

 

(…) O tremendismo das críticas raia o terrorismo ideológico: aconselhar, sugerir, até aventar, a possibilidade da emigração de professores desempregados foi apelidado de tudo – até de “criminoso”.
Se quisessem criticar com rigor e se porventura – coisa improvável – pretendesse estar do lado das vítimas candidatas a emigrar, argumentariam que os professores terão dificuldades em exercer outras profissões devido ao embuste que foi a sua formação. Em vez de lhes terem ensinado o necessário de matemática, português e outros instrumentos de trabalho, úteis em geral e até também para poderem ensinar tais matérias, impingiram-lhes tralha “pedagógica” o que lhes dificulta, entre outras coisas, a mobilidade profissional, em Portugal ou noutra parte do mundo. (…)

(…) A verdade é que os críticos em apreço não gostam dos emigrantes pelo mesmo motivo que não gostam dos empresários. No fundo, os emigrantes são desprezados e ridicularizados, sobretudo no seu regresso. A iniciativa autónoma, individual e radical, como é por excelência a emigração, é desprezada.

Não admira que aqueles que mais criticamente reagiram às suaves e inócuas palavras dos governantes tenham sido as forças mais reaccionárias da sociedade.

A atitude emigratória é – por três razões principais – um factor social e economicamente muito positivo.

Primeiro: a emigração representa a melhor reacção – física, radical e individual – da população às situações de pobreza de desigualdade ou de injustiça. A reacção emigratória deveria ser apoiada pelas forças que combatem estas situações. A atitude perante a emigração permite aferir a distância entre a teoria, as declarações de princípios e a dura realidade das práticas do dia-a-dia das pessoas e das organizações.

Segundo: a emigração é um poderoso factor de aprendizagem e de circulação de informação, de produtos, serviços e capitais e, em geral, de fecundação da economia e das sociedades, tanto de destino como de origem como é agora o caso em apreço.

Terceiro: a emigração é um choque que poderá constituir um poderoso factor de desequilíbrio de sociedades que enfrentam impasses, devido a obstáculos e resistências sociais e políticas difíceis de estilhaçar. A larvar e eficaz resistência às profundas reformas que a sociedade portuguesa há muito necessita poderá ser amolecida com uma emigração significativa nos próximos anos.

Os mesmos que se dizem preocupar com a emigração são os mesmos que ficam indiferentes – quando não se declaram abertamente contra – aos movimentos de regresso dos nossos emigrantes. O que os importa, acima de tudo, é contrariar a mobilidade e a iniciativa dos mais activos e inconformados.

A atitude face à emigração deve ser enquadrada numa posição de abertura face à mobilidade social e económica em geral. As restrições à emigração, quer em termos de políticas quer de pensamento, relevam sobretudo de posições ultraconservadores e reaccionárias, qualquer que seja a forma com que se disfarcem. É próprio destas perspectivas reprimir os movimentos de populações quer no interior quer para o exterior. É muito frágil a posição de alguns críticos segundo os quais “nem nos tempos do salazarismo se ouviu um governante dizer que os portugueses deviam ir embora”; claro que não, ouviam-se antes os tiros de perseguição nas fronteiras contra aqueles que procuravam sair a salto, contra a vontade dos que então, como agora, visam tolher a liberdade de circulação das populações. (…)

 

Vale a pena ler todo o artigo.

53 comentários leave one →
  1. Piscoiso's avatar
    27 Dezembro, 2011 12:47

    Acho que os governantes deviam dar o exemplo.
    Ou Sócrates é um exemplo?

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  2. H.R.'s avatar
    H.R. permalink
    27 Dezembro, 2011 12:53

    Eu também. Curioso que a gritaria popularucha à volta do assunto veio de muita gentinha bem instalada nos seus lugares e sem sombra de experiência do que seja o desemprego… sem recursos de família ou de esquemas pouco claros…

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  3. João Lisboa's avatar
  4. A.Silva's avatar
    A.Silva permalink
    27 Dezembro, 2011 13:15

    Mas porque é que este Avelino de Jesus não emigra? Em Angola e no Brasil devem estar desejosos de ter mais uns professores, ainda por cima universitários?

    Será porque este reaccionário lá vai tendo uns tachos nas “comissões de avaliação”, criadas pelo governo e que só servem para distribuir dinheiro aos amigos, para que os amigos não se esqueçam de os defender quando necessário?

    Cambada de chupistas sem moral!

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  5. Monti's avatar
    Monti permalink
    27 Dezembro, 2011 13:15

    Sigamos nosso amado Líder:
    Todos para Paris.

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  6. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 13:17

    O problema, caro LR, é que em Lisboa não conseguem vislumbrar novas formas de parasitismo e a emigração forçada começa a ser a única saída deles. E entram em pânico.
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    Lisboa ainda mal acordou para os seus problemas e já grita que se farta. Até a fome vai voltar a ser tema de debate principal nas televisões centralistas, quando aquela região sofrer as agruras que sofreu o Norte nas últimas duas décadas.
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    Hoje não vimos um conhecido economista da capital a pedir para sairmos do euro? Esta mentalidade parasita é o principal problema de Portugal. O Norte tem que começar a pensar seriamente na sua Independência, senão, vamos ainda sofrer mais esta mentalidade parasita durante uns anos valentes.

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  7. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 13:24

    Como sair da crise. Exportar produtos e serviços para novos mercados.
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    “A portuguesa Critical Manufacturing está a crescer no mercado chinês. Para o próximo ano, a tecnológica do Grupo Critical Software, prevê gerar mais de 2 milhões de euros de facturação na China, alavancada com a parceria que celebrou com a Hewlett-Packard.”
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    in http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=527761&pn=1

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  8. tina's avatar
    tina permalink
    27 Dezembro, 2011 13:28

    PPC referiu-se aos professores desempregados, que realmente não têm outro remédio se quiserem dar aulas, e muitos distorceram as suas palavras no sentido que tinha recomendado a emigração em geral. São os truques sujos usados para tentar deitar as pessoas abaixo.
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    É muito interessante esta atitude de PPC, de tratar os portugueses como adultos e não tentar engraxá-los com paninhos quentes. Espero que os próximos governantes sigam esta atitude.

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  9. ikonoklasta's avatar
    ikonoklasta permalink
    27 Dezembro, 2011 14:04

    pois, os portugueses já sabem que, se quiserem sobreviver ou vingar numa carreira qualquer quando não nasceram nas famílias vips de Melros & Santos Espíritos ou outros nomes sonantes de época mais recente e não estão afiliados a partidos, lhes resta ainda emigrar… agora, que sejam os governantes a insistentemente o sugerir, só pode ser o reconhecimento, ainda que atabalhoadamente incosciente, das políticas erradas dessa gente, que quer ser mais troikista do que a troica, mas que não prescinde de tachos e mordomias e que ainda nada fez para reduzir as despezas do estado… se, o que disse PPC, já foi demais, então os que se juntaram ao coro, como o Relvas e o Rangel, provocaram-me vómitos!…

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  10. Outside's avatar
    Outside permalink
    27 Dezembro, 2011 14:04

    Sei que faltam ainda uns dias para findar 2011.
    Não obstante desde já declaro a minha intenção de voto ao comentário do ano 2011 no Blasfémias:
    “É muito interessante esta atitude de PPC, de tratar os portugueses como adultos e não tentar engraxá-los com paninhos quentes. Espero que os próximos governantes sigam esta atitude.”
    Sem palavras face à acutilância e suprema inteligência da frase proferida.
    Parabéns.
    P.S.: Quanto ao post em apreço e não criticando a exposição da crónica que lhe deu origem nem a realidade factual do mercado de trabalho em Portugal, deverá LR, julgo eu, concordar que, o PM proferiu essa frase sem o conhecimento ou responsabilidade que a sua função impõe. Chutou para canto! Lavou as mãos sem apresentar outra solução (reforma e planeamento dos cursos superiores, reforma do Ministério da Educação – ou exigem a sua privatização?) que não outra que a emigração (que como já referi é infelizmente uma das soluções óbvias, a mais óbvia que até uma criança que frequente o 1º ciclo formularia). Tal qual como a estória da enxada. Tal e qual como a sua mensagem de Boas Festas com a gravatinha verde esperança.
    LR, a emigração será uma uma realidade galopante porêm a falta de medidas/soluções que o eleito revela é teatralmente transparente nest pas? Ou também lhe aprecia a atitude ?

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  11. ikonoklasta's avatar
    ikonoklasta permalink
    27 Dezembro, 2011 14:05

    pois, os portugueses já sabem que, se quiserem sobreviver ou vingar numa carreira qualquer quando não nasceram nas famílias vips de Melros & Santos Espíritos ou outros nomes sonantes de época mais recente e não estão afiliados a partidos, lhes resta ainda emigrar… agora, que sejam os governantes a insistentemente o sugerir, só pode ser o reconhecimento, ainda que atabalhoadamente incosciente, das políticas erradas dessa gente, que quer ser mais troikista do que a troica, mas que não prescinde de tachos e mordomias e que ainda nada fez para reduzir as despezas do estado… se, o que disse PPC, já foi demais, então os que se juntaram ao coro, como o Relvas e o Rangel, provocaram-me vómitos!…

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  12. Tiro ao Alvo's avatar
    Tiro ao Alvo permalink
    27 Dezembro, 2011 14:09

    Tem razão. Tenho acompanhado a militância de um tal Carlos Fonseca, no Aventar, que encaixa como uma luva na onda de críticos bem instalados na vida que, aqui em Portugal, ridicularizam preconiza tal saída e quem emigra – pelo que dizem, mais de 100.000, apenas neste ano de 2011 -, tudo gente normal e das mais diversas profissões, talvez apenas um ou outro com formação escolar para dar aulas, grupo onde muitos, coitados, vítimas do sistema, ainda se mantêm por cá à espera de um milagre, sempre anunciado por esses milagreiros, tipo Carlos Fonseca referido, e outros da mesma família.
    É caso para dizer que uma desgraça nunca vem só. Infelizmente.

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  13. ikonoklasta's avatar
    ikonoklasta permalink
    27 Dezembro, 2011 14:11

    como teimam em não aceitar o meu gravatar, para comentar, tento mais uma vez:
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    pois, os portugueses já sabem que, se quiserem sobreviver ou vingar numa carreira qualquer quando não nasceram nas famílias vips de Melros & Santos Espíritos ou outros nomes sonantes de época mais recente e não estão afiliados a partidos, lhes resta ainda emigrar… agora, que sejam os governantes a insistentemente o sugerir, só pode ser o reconhecimento, ainda que atabalhoadamente incosciente, das políticas erradas dessa gente, que quer ser mais troikista do que a troica, mas que não prescinde de tachos e mordomias e que ainda nada fez para reduzir as despezas do estado… se, o que disse PPC, já foi demais, então os que se juntaram ao coro, como o Relvas e o Rangel, provocaram-me vómitos!…

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  14. tina's avatar
    tina permalink
    27 Dezembro, 2011 14:25

    O que Paulo Rangel diz faz todo o sentido: “Era ter uma agência nacional que pudesse eventualmente identificar necessidades e procurar ajustar as pessoas que tivessem vontade – não é forçar ninguém a emigrar, não se trata disso – e canalizar isso”. A mim ter-me-ía dado muito jeito quando emigrei. Papelada a tratar, aconselhamento de alojamento inicial, etc. Mas, tal como todos os departamentos do Estado em Portugal, uma tal agência acabaria por fazer o mínimo possível, seria apenas vagamente útil, e empregaria 10 trabalhadores por cada emigrante.

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  15. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 14:40

    Como sair da crise. Exportar muito mais para o Brasil.
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    “Portugal volta a ter saldo positivo no comércio com o Brasil
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    Pela terceira vez este ano, as trocas comerciais foram favoráveis a Portugal. Em novembro as exportações portuguesas cresceram 44% face ao ano passado.
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    Brasília – Em novembro Portugal conseguiu, pela terceira vez este ano, um superávit comercial nas suas trocas com o Brasil. No mês passado as empresas portuguesas exportaram para o mercado brasileiro US$ 96,7 milhões, tendo o país importado do Brasil apenas US$ 74,7 milhões, o que resultou numa vantagem para a balança comercial portuguesa de cerca de US$ 22 milhões.
    .
    Tradicionalmente Portugal tem um registo deficitário nas suas trocas comerciais com o Brasil, mas este ano a economia portuguesa tem atingido vários resultados favoráveis. O primeiro ocorreu em junho, quando Portugal alcançou um superávit de US$ 1,1 milhão. Em setembro, num dos melhores registos mensais de sempre, a diferença entre o que Portugal exportou e importou do Brasil foi de US$ 27 milhões.
    .
    Apesar de ser já o terceiro superávit mensal de 2011 para o lado lusitano, em termos acumulados o corrente exercício é amplamente favorável aos interesses brasileiros, que levam um saldo positivo de US$ 1,15 bilhão, tendo o maior desequilíbrio (a favor do Brasil) ocorrido em maio (US$ 254 milhões).
    .
    No acumulado de 2011 o Brasil soma US$ 1,88 bilhões em vendas para Portugal, ao passo que as suas importações de produtos lusos ascendem a US$ 733 milhões. Números que traduzem crescimentos de 49,7% e de 40,6%, respectivamente.
    .
    Em novembro as exportações brasileiras para Portugal ficam 70% abaixo do registo de outubro, mas 17% acima das obtidas no mesmo mês do ano passado. Já as vendas portuguesas para o Brasil tiveram crescimentos nas duas comparações: de 71% face a outubro e de 44% sobre novembro de 2010. ”
    .
    in http://www.portugaldigital.com.br/noticia.kmf?cod=12808940&canal=158
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    O que exportamos essencialmente?
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    “Nos primeiros onze meses deste ano o produto português mais exportado para o Brasil, representando mais de 20% do total de vendas, foi o azeite, seguido do bacalhau, com cerca de 10% de participação na pauta. O vinho, as pêras e os sulfetos de minérios de cobre também estão no topo das exportações lusas para o mercado brasileiro. ”
    .
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    Interessante o tipo de produtos exportados. No entanto, é de realçar o forte crescimento destas exportações: 44% em Novembro, acelerando face aos meses anteriores.
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    O Brasil terá ultrapassado em 2011 a dimensão da economia do RU. Poderá em breve ultrapassar a própria França. Eis aqui um mercado com elevado potencial para escoarmos a nossa produção. No entanto, Portugal continua a pagar elevadas taxas aduaneiras para entrar no mercado brasileiro, um dos ais proteccionistas do mundo. Mas apesar de tudo, os portugueses parece que estão a conseguir aumentar as suas quotas de mercado no Brasil, com o ritmo das suas exportações a crescerem quase ao dobro das importações brasileiras. Isto é excelente.
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    Portugal tem alguns mercados de elevado potencial em franco crescimento: Brasil e restante iberoamerica; PALOPs, China, India, etc. Vamos ver até que ponto o peso relativo das exportações tuga para fora da Europa crescem nos próximos trimestres. Se correr bem, o abrandamento europeu será compensado por estes novos mercados. A ver vamos.

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  16. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 14:48

    Bom artigo
    Não deixa de ser paradigmático que de facto quem mais reage contra a emigração sejam de facto as forças mais reaccionárias da nação.
    Eu queria ver era o Carvalho da Silva ou o Proença emigrar para a China proselitar os camaradas trabalhadores chineses a pedir direitos .Isso sim .

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  17. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 14:56

    Ao anti-comuna

    Será que esse superavit mensal favorável a Portugal com o Brasil não se pode dever a que o carregamento de bilhas de azeite schegou lá a 31 , e o carregamento de petroleo e soja alimental apenas saiu de lá dia 1 do mês seguinte ao do nosso superavit ?

    Eu cá não quero parecer velho do restelo ( estou mais na periferia suburbana aqui da Lisbia tão retrogada na visão de Vexa ) mas já viu bem a dimensão das duas nações ?

    Acha que com bilhas de azeite e latas de sardinhas do estilo aqueles brinquedos neo-clássicos anos 30 e 40 da Ctarina Portas vamos superar ou equilibrar as contas com o Brasil

    É que caso não saiba as contas com Angola são a nosso favor … e não tem servido para nada … ( a não ser piar baixinho com o soba do Futungo … gente mto susceptivel … qdo o antigo colonizador levanta um pouco a garimpa )

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  18. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 14:58

    Vamos lá a exportar para a China pasteis de nata .
    Daqui a dias vem aí a Three Gorges compara a fabrica dos pasteis .

    E vocês aí do Norte industrial tão exportador ponham-se a pau .Qdo o poder amarelo chegar aí … nem uma fabriqueta de linhas fica nas v/mãos .

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  19. jose silva's avatar
    27 Dezembro, 2011 15:15

    Caro AC,

    Os parasitas já estão a arranjar esquemas, com por exemplo:
    A Mota Engil já arranjou uma maneira de receber subsídios por fazer compras a PMEs exportadoras.
    http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=pda_shownews&id=526797

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  20. asCético's avatar
    asCético permalink
    27 Dezembro, 2011 15:16

    As pessoas emigram, se precisarem e quiserem, mas nenhum líder de um país decente as aconselha a fazê-lo. Num país decente, os governantes mobilizam as pessoas para desenvolver o seu próprio país – não lhes dizem que o país já não precisa delas.

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  21. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 15:33

    Caro José Silva, de facto acho estranho esse programa. Quer dizer, a ideia é boa, mas se for para levar os fornecedores dos grupos portugueses com eles, nas suas estratégias de internacionalização. Agora, não estou a ver texteis e componentes de automóveis a fornecerem a construtora.
    .
    .
    Se calhar é mais uma forma de sacar massa aos contribuintes tugas, como Vc. bem o diz.

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  22. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 15:34

    Estive uns dias fora a comer filhoses e bolo – rei e pensava que esta questão tola da emigração já tinha caído no esquecimento .
    Só um País pobre onde a malta se degladia por manjar á mesa do Orçamento , é que dá corda a coisa desta .
    Enquanto a máquina fiscal servir para confisco , isto nunca terá saída .
    Ficam cá os socialista a tributarem-se uns aos outros até perceberem que não há mais ninguem a quem o fazer … e vão-se embora também procurar um subsidio qq para viver do contribuinte alemão , francês ou outro qq que se ponha a jeito .

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  23. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    27 Dezembro, 2011 15:49

    Esse Avelino, tosco no pensamento e grosseiro na análise, por que é que não emigra para os seringais da Amazónia?
    Será que a pátria perdia alguma coisa de jeito?

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  24. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 16:01

    Caro honni soit qui mal y pense, pôs boas questões, mas não vejo as coisas dessa maneira.
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    Primeiro, o saldo comercial positivo mensal é mesmo pontual, como bem assinala. As boas noticias é o elevado crescimento das exportações tugas para o Brasil, 44%. No entanto, como a Galp descobriu pitroil e gás no Brasil e como haverá uma fuga a fornecedores voláteis de matérias-primas energéticas, tipo Argelia, é natural que importemos cada vez mais do Brasil. E é verdade, como Vc. bem identifica: em termos contabilisticos, estas vindas de crude e gás podem distorcer os dados. No entanto, repito, o forte crescimento das exportações tugas mostra que é possível no futuro baixar o forte défice comercial com o Brasil, pois Portugal está sempre limitado nas suas importações de crude (quer para consumo próprio, que até está em queda, quer para reexportação após refinamento), é natural que as nossas exportações acabem por baixar o défice comercial. O ponto positivo destes dados, também, é isto. Se excluíssemos os produtos energéticos, Portugal teria uma balança comercial positiva.
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    Quanto ao tamanho das economias ou países (geográficos ou populacionais), isso não quer dizer nada. Portugal tem superavites com a França, por exemplo, que é uma economia maior, tem mais população e mais território. Ou até os USA, que é ainda a maior economia do mundo, temos um superavite comercial. A única coisa que conta é a capacidade competitiva de cada país e recursos naturais. Logo, se Portugal se tornar mais competitivo (não pelos salários mais baixos no sector privado, ver o blogue do CCz), também Portugal poderá ter uma balança comercial positiva com o Brasil. Mas isso depende mais das empresas e da capacidade dos portugueses, do que dos governos ou acidentes geográficos.
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    Mas o que é importante é isto. O Brasil é um mercado muito grande, já é a sexta maior economia do mundo, tem cerca de 200 milhões de habitantes e um crescimento demográfico ainda elevado. É um mercado culturalmente mais próximo de nós, tem uma grande quantidade de portugueses e seus descendentes de 2ª e 3ª geração, que depois podem consumir produtos tugas em elevada quantidade. Desde os azeites, o bacalhau, bolachas (ver http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2207162 ), etc. Isto são exportações típicas dos chamados mercados-saudade, onde existam muitos emigrantes tugas e seus descendentes. É um trunfo para as empresas tugas que saibam e consigam penetrar naquele gigante mercado.
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    Vejamos as coisas desta forma. Se um produtor de pasteis de nata tem no mercado interno cerca de 10 milhões de potenciais consumidores, no Brasil tem logo um mercado 20 vezes maior, em número de consumidores. Os PALOPs representam um mercado potencial que é cerca de 25 vezes maior ao mercado interno. Logo por aqui se pode ver as potencialidades destes mercados e do Brasil em particular. Estes potenciais mercados podem alavancar o crescimento do nosso sector alimentar e dar tamanho para conseguirmos economias de escala, de outra forma muito mais dificil.
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    Só agora as nossas empresas começam a tornar prioritário olhar para este tipo de mercados externos. Desde a adesão à CEE que as prioridades políticas em Portugal passam pelo mercado interno, pelo proteccionismo encapotado e pelo rentismo. Desde a adesão à então CEE, que o Estado se tornou um forte destruidor de potencial produtivo exportador, pois o sistema económico estava montado para incentivar rentabilidades económicas (e salários) baseadas no mercado interno e no proteccionismo encapotado. Logo, o tecido produtivo exportador sofreu uma crise enorme devido a este tipo de políticas económicas. Com as medidas de austeridade e forte correcção deste desnível entre criação de riqueza e consumo, as empresas tugas se querem crescer, terão que exportar e se internacionalizar. Logo, as empresas que começam a exportar para o Brasil, podem contrariar as quedas das vendas no mercado interno. Isto é extremamente saudável. E este forte aumento do ritmo das exportações para o Brasil mostra que as empresas tugas começam a dar boa conta do recado.
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    O pessimismo não ajuda muito, nestes casos. Porque, os dados das exportações mostram que é possível contrariar as quedas no consumo interno. E uma empresa produtora de bolachas, por exemplo, podem vender no Brasil aquilo que não vendem no mercado nacional, devido à forte queda na procura interna. Isto é mesmo importante acontecer. Porque o tecido produtivo industrial não sofre a crise da correcção dos desequilíbrios anteriores. É por isso que as medidas de austeridade são boas. Não apenas nos corrigem erros anteriores como dão incentivos às empresas em procurar crescer no exterior, ganhando dimensão, experiência e mais vantagens competitivas. E irão criar emprego, mesmo com uma queda na procura interna. Estes números do Brasil são excelentes.
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    Se Lisboa fizesse o mesmo que está a fazer o Norte, talvez a crise a sul se mitigasse e não custasse tanto a corrigir os erros anteriores. O Norte levou duas décadas a reestruturar-se. Espero que o sul não passe pelo mesmo martirio. Se o fizer, ou arranjar forma de tentar a manutenção do parasitismo, então é melhor o Norte pedir a Independência. É esta a minha sincera posição.

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  25. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 16:35

    Caro honni soit qui mal y pense, eu acho que Vc. fazia bem visitar o blogue do CCz regularmente. Vai ver que se aprende alguma coisa com ele.
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    Um dos postais que ele faz amíude é este tipo:
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    http://balancedscorecard.blogspot.com/2011/12/omg-e-vao-viver-de-que-parte-x.html
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    Esta ironia dele mostra bem o problema das classe parasitas de Lisboa. (Não a população toda mas grande parte dela.) Aqui há uns tempos, uma loira que aparece amiúde na imprensa centralista de Lisboa, perguntava-se: “E vamos viver de quê?” Devido às políticas de austeridade implementadas em Portugal. Eu não li o artigo da dita senhora burrinha, mas penso que se baseava naquilo que Lisboa tem muito: papagaios burros que só conhecem Lisboa e alguns terminais de aeroportos no exterior, no caso em apreço, o Terminal 3 de Paris. ehehehehehh
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    Esta simpática senhora representa a típica boçalidade, provincianismo e parasitismo de Lisboa. Gente que acha que Portugal se esgota em Lisboa e nos seus limites e que conhece melhor as ruas turísticas de algumas capitais europeias que o seu próprio país. Gente que faz juz aos piropos do Eça: gente de vestimenta reluzente com piolhos na cabeça”. Ou seja, gente deslumbrada com as luzes exteriores mas provinciana em nem sequer conhecer bem as suas gentes e país.
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    Ora, Portugal tem muita coisa que produz. Mas como viveu anos e anos baseado num centralismo parasita, a partir de Lisboa, esta gente pensa que a crise no exterior de Lisboa deve-se a defeitos das gentes dessas regiões e não a maus modelos económicos, criados para alimentar parasitas como essa senhora burrinha e papagaio. Tem mundo mas só nalguns locais ditos “chiques”. Mas este país tem muito mais. E produz muito mais, mas poderia produzir mais se as políticas económicas e orçamentais fossem as ajustadas. E não viradas para alimenta hábitos de consumo desta gente parasita. É que quem produz e cria riqueza nem sempre se adapta aos gostos desta gente snob, parasita e imbecil. Que conhece mellhor o Terminal 3 do Charles de Gaulle que esse Portugal profundo, que trabalha e produz.
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    Por exemplo. Portugal terá cerca de 50 milhões de tugas de 2ª geração. Ou mais. É em França, no Brasil ou até mesmo na California. E isto é um mercado potencial danado. Não apenas porque parte dele tem um maior poder de compra que os tugas em Portugal, como é é muito grande mesmo. Se tivermos em conta que os hábitos alimentares no Brasil são bastante influeciados pela cultura e emigração tuga, dá para ver as potencialidades deste mercado.
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    Se somarmos a excelente comida e bebida tuga (basta perguntar aos emigrantes para o saberem), Portugal pode vir a ter um excelente sector agro-alimentar, forte e bastante competitivo. Desde que em Portugal se consiga industrializar os nossos comes e bebes sem grandes perdas de qualidade, e as empresas tentem vender nestes mercados potenciais, a quantidade de empregos criados em Portugal seria extraordinária. Mas como em Portugal se deu prioridade a subsidiar maus empresários, empresas, agriculturas e maus tecidos produtivos, impedindo a saudável renovação dos agentes económicos, hoje Portugal até importa mais do que exporta, no sector agro-alimentar, quando a sua qualidade de produção implicaria o seu inverso. Lá está, esta mania de tentar dar mama a tantos parasitas, deu nisto: uma agricultura e um sector agro-industrial bastante incipiente e mal aproveitado. No entanto Portugal poderia ser um dos países europeus que mais alimentos poderia vender no exterior.
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    Mas é por haver gente como essa loira que é opinion maker de grande visibilidade em Portugal, que o país está a viver esta tenebrosa crise. É por haver gente burra que é capaz de citar as últimas palavras de Kundera mas é incapaz de saber como criar riqueza, produzir e vender em Portugal e no mundo. E o CCz glosa amíude com estas ideias ocas de loirinhas burras, mais conhecedoras do Terminal 3 do Charles de Gaulle que o que se faz bem em Portugal.
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    Mas as potencialidades em Portugal são gigantes. Então no comes e bebes são mesmo oportunidades falhadas. As iguarias portuguesas poderiam ser vendidas para todo o mundo, não apenas para os mercados-saudade. Se há coisa que qualquer tuga que vive no exterior sabe é o que bem se come em Portugal. E a qualidade dos sabores dos nossos produtos, quase sem concorrência no mundo. Nem espanhois, nem italianos se comparam. Outros como gregos, talvez, mas é preciso é pensar mais em Portugal e menos no que se escreve no exterior, como muita gente burrinha o faz.

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  26. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    27 Dezembro, 2011 16:50

    A maior parte dos que criticaram as palavras sobre a emigração está apenas choroso por verificar que uma teta onde mamar impostos desapareceu.
    Ser professor para a maioria era o escape para o falhanço profissional.
    Se o Passos tivesse dito para os empresários emigrarem esta gente que protestou teria batido palmas. Teria ainda batido mais palmas se o Passos tivesse dito que quem paga menos de 1000 euros mês deveria desaparecer .
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    Some regard private enterprise as if it were a predatory tiger to be shot. Others look upon it as a cow that they can milk. Only a handful see it for what it really is – the strong horse that pulls the whole cart.
    – Winston Churchill

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  27. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 16:51

    Caro anti-comuna
    Comungo na esmagadora das vezes da sua opinião .Mas vamos lá a ver , tb ele há coisas em que o seu optimismo , estimável , me parece um pouco deslocado .

    Começo pelo fim . Parasitismo . Isso é igual aí ou cá para baixo .Você tem praí o Metro e os STCPs que dão um prejuizo brutal a pagar por todos .A CP tb anda aí , e a linha Porto Valênça já devia estar fechada pois transporta 20 cidadãos , e um frango .Eu cá gosto das bolas de berlim do Natário .Se o parasitismo aqui for insustentável migro para Norte .Percebo que o tecido nortenho de pequenas e medias empresas seja mais dinâmico e isso é bom , mas não sei se na realidade se não baseia “ainda” na mão de obra barata, e ainda temos para aqui o exemplo estafado da Auto-Europa que acrescenta alguma coisa ao PIB .Já a Quimonda …Enfim isso do parasitismo vale o que vale .O regionalismo é bom no futebol .
    A globalização e a integração das nossas empresas numa realidade laboral mais liberal ( chinesa ) vai acabar com os parasitismos de vária ordem , nos sindicatos .É inevitável , ou emigramos, e ficam cá os parasitas a sugarem-se .
    MAS não gosto nada de ver 200 anos de luta por direitos , alguns estimáveis , perdidos … mas isso só lá vai qdo na China os trabalhadores se fartarem de ser explorados .Não sou marxista , mas aquilo é uma vergonha tão gde como a actuação do Carvalho da Silva ou o Proença .Era em tianamen que deviam estar a protestar .

    Energia .Sempre o nosso problema.
    Mas nem a frente rentista como fala nos seuviu.Andámos a pagar eólicas na factura da EDP , anos a fio , sem saber que se estava a financiar um conjunto de privados , para reduzido beneficio de todos.Precisamos de petroleo e gás , e isso é inultrapassável .Eu com as tarifas liberalizadas ou tabeladas da electricidade nunca ia comprar um carrito electrico .Em dois meses tinha a casa penhorada pelo Mexia , esse c*****.
    A balança com Brasil , Angola e outros países acabará por ser tendencialmente deficitária … pode equilibrar com calçado , ou fatos de natação de alta perfomance , ou a panoplia dos produtos-saudade ( bolacha maria e atum bom-petisco qb ) .

    Superavit com a França e EUA ? . Isso deve ser conjuntural .
    A França é um colosso agricola e energetico , além dos airbus , ou produtos de beleza de longe o produto de valor mais acrescentado dos gauleses.
    Os EUA ainda alimentam o mundo de bushnells de cereais , mais o Canada e o Brasil , além de tudo o que arrasta o complexo intelectual de patentes e produtos intelectuais … eu sei que o ach-brito vende muito sabonete clássico ou a fabrica confiança … e as torneiras do Ludgero … mas exageramos um bocadito .

    Não creio que o pastel de nata arrasse a produção indigena dos Palopes . No Brasil temos os brigadeiros e os quibis mais variados , e o doce de fubá .Nas Africas os doces não vingam … é mais os gelados, talvez .O Santini talvez se instale em Luanda .Vamos a ver 51 % para a Isabelita .

    Exportar é o caminho para atenuar esta dependência secular no financiamento estrangeiro , que nem o Imperio evitou.Os Fuggers que o afiancem.

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  28. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 16:58

    Mas não exageremos … isto é um pequeno rectangulo , dominado por uma seita que domina a maquina fiscal , tal como o Al-Capone dominava o racket de Chicago .

    Mais liberdade individual , menos burocracia , menos Estado .

    Um País onde há mais leis que riqueza produzida , não vai longe .

    Por ora , ninguem arrisca ser empresário .Só os gdes assentes no pilar da distribuição alimentar ( essencial á vida ) , e ás telecomunicações e gadgets … uma paranoia dos portugueses .

    Menos leis , mais transparentes e claras , menos intervenção estatal , mais respeito pela propriedade privada , menos imposto … e talvez se criem as condições de fazer deste País um sitio razoavel para viver .

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  29. LR's avatar
    27 Dezembro, 2011 17:00

    O Medina Carreira era/é cilindrado pelo seu pessimismo. O Anti-comuna é constantemente zurzido nestas páginas pelo seu optimismo. Ponto comum entre ambos: a preocupação em fundamentarem as suas teses, o ponto que poucos ousam discutir…

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  30. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 17:04

    e não me falem é do parasitismo do Turismo, essa coisa que nos vai dar dinheiro sem esforço , ou da onda canhão da Nazaré … o cluster turistico do surf do Oeste …

    isso põe-me fora do sério … é coisa de calão e parasita

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  31. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Dezembro, 2011 17:12

    E há que criar condições para voltar a industrializar a Europa .Fazer da proximidade uma vantagem .

    Isto não pode ser um continente de passeio , onde para alem de carros alemães , aviões anglo-germano-franceses-espanhois , tgvs franco-alemães , não há produção industrial nenhuma .
    Vamos fazer o que ? compotas caseiras, e queijos DOP para turista ?

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  32. tina's avatar
    tina permalink
    27 Dezembro, 2011 17:18

    Não percebo o que o Honni tem contra o turismo. Sabia que a Espanha conseguia fazer tanto do turismo como a África do Sul do ouro? É uma indústria como outra qualquer. O que o preocupa a si é a destruição da natureza, lembro-me de no passado se insurgir contra o turismo na costa alentejana por essa razão.

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  33. lucklucky's avatar
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    27 Dezembro, 2011 17:24

    “Ponto comum entre ambos: a preocupação em fundamentarem as suas teses, o ponto que poucos ousam discutir…”
    Vou ser mau :)))) :
    O anti-comuna não fundamenta a sua teses, traz casos da vida. É uma Fátima Lopes da economia e por escolha com muito menos drama, ou uma Oprah 🙂
    Anti-comuna que tal propores à Sic fazeres um programa? ;oD

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  34. tina's avatar
    tina permalink
    27 Dezembro, 2011 17:35

    lucklucky, agora é que vai ouvi-las….

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  35. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    27 Dezembro, 2011 17:44

    “A balança com Brasil , Angola e outros países acabará por ser tendencialmente deficitária … pode equilibrar com calçado , ou fatos de natação de alta perfomance , ou a panoplia dos produtos-saudade ( bolacha maria e atum bom-petisco qb ) .
    Superavit com a França e EUA ? . Isso deve ser conjuntural .”
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    Não, não deve ser. Olhe, veja o exemplo da Suiça. Um pequeno país, um gigante económico e com balança comercial positiva. E importam todo o crude e gás natural.
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    Os USA e o RU produzem uma larga quantidade de recursos energéticos mas não chega.
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    Eu estou optimista para Portugal, por isto. A UE é o benchmark para o resto do mundo desenvolvido. (Ver, por favor, novas regulamentações chinesas que adoptam as regras europeias a partir de 2014.) Não apenas em termos ambientais, como até sociais e laborais. Sendo assim, não será apenas a China a adoptar legislação inspirada na europeia, como no resto do mundo. Não é por acaso que a China está a viver uma situação semelhante à japonesa da Década de 70 do século passado, em termos ambientais e agora estão a apostar forte e feio em energias renováveis, tecnologias ambientalmente mais sustentáveis, etc. Ora, a tendência é o resto do mundo copiar as nossas leis e não o contrário.
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    E ao contrário de si, eu vejo tantos sectores económicos em Portugal que estão a sobreviver e até crescer, que mesmo com crises conjunturais pelo meio, eles acabarão por encontrar o seu espaço vital para sobreviver. Agora, é preciso que em Portugal se liberalize a economia e se dê os incentivos correctos.
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    Eu penso que há falta em Portugal quem pense o futuro a sério. Tipo o falecido e saudoso Ernani Lopes. A generalidade dos opinion makers opina à vista e o que lê no exterior. Não consegue pensar para além do trivial e da conjuntura imediata. Não consegue pensar para o médio e longo prazo. E isso é péssimo, porque depois defendem soluções más, que parecem resolver problemas de curto prazo mas criam muitos outros a longo prazo. Eu dou já dois ou três exemplos.
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    Energia. O consumo de energia vai continuar a crescer no mundo. Mas independentemente se o mundo vai descobrir mais ou menos crude e gás natural, as tecnologias estão a evoluir a um ritmo vertiginoso, que mais tarde ou mais cedo irá gerar formas de produzir energia alternativas a estes recursos. Que tanto podem substituir como complementar (o mais natural). As nanotecnologias, por exemplo, irão descobrir uma forma artificial de produzir gasolina, gasóleo ou crude sintético, através da manipulação dos átomos. Quando isto ocorrer (e ocorrerá mais cedo do que se pensa), todos os países irão estar nas mesmas condições de competição. Logo, Portugal e outros como Portugal, terão acesso a energia ao mesmo preço que os demais países.
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    Água. Se há recurso que se tornará cada vez mais escasso é a água. Mais que os recursos energéticos. O facto é conhecido, quanto mais rico um país, maior o consumo per cápita de água. A industria e a agricultura são monstros devoradores de água. Mas Portugal é dos países mais beneficiados com este recurso natural. Só precisa de elaborar uma estratégia verdadeira nacional que saiba aproveitar melhor este recurso existente e o saiba armazenar e distribuir melhor pelo país. É imperioso que o poder político tenha uma política deliberada de transvases, do Norte para o sul. É imperioso aproveitar os ventos, por exemplo, para transportar água das bacias hidrográficos do Norte para o sul. É preciso criar canais e sistemas de transporte de água, desde o Norte até ao Algarve. O Alqueva tem um potencial fantástico, mas seria muito melhor se tivéssemos mais dois ou três Alquevas no Alentejo e no Algarve, com águas oriundas do Norte. Se Portugal o fizer, terá água suficiente para manter o seu crescimento económico, em especial no futuro. A industria e a agricultura portuguesa terão aqui um trunfo enorme face ao resto do mundo.
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    Integração económica mundial. À medida que o mundo cria uma verdadeira economia mundial, dois polos mundiais surgem naturalmente: o Atlântico e o Pacifico. Ora, Portugal está numa posição vantajosa fenomenal. Pois além de passar a deter uma das maiores plataformas marítimas do mundo, é um povo capaz de se relacionar com todo o tipo de gente, cores, religiões, etc. Se analisarmos o Atlântico, uma empresa chinesa ou indiana que se instale em Portugal, pode bem distribuir a sua produção para a Europa como para a Costa Leste americana. Esta é uma vantagem pouco identificada pelos tugas, mas será natural que no futuro esta vantagem se tornará evidente, não apenas para nós como para os asiáticos. Ou seja, a nossa posição geográfica é um trunfo que no futuro será cada vez mais evidente e preponderante.
    .
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    Só nestes três parâmetros, Portugal tem vantagens evidentes. Claro que terá concorrência, em especial dos espanhois. Mas mesmo Espanha acabará por se desintegrar que acabará por beneficiar Portugal.
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    Claro que há mais coisas interessantes. O vinho, por exemplo. É verdade que o consumo mundial de vinhos está a cair. Mas é um movimento que acabará por inverter. Pois os países tradicionalmente consumidores atingirão patamares de consumo estáveis e países sem tradição no consumo destes irão explodir. O consumo de vinhos é cada vez mais associado a um estilo de vida culto, rico e sofisticado. E com um elevado poder de compra. Eu não conheço estudos que nos digam qual o rendimento per cápita que estimula e permite um consumo maior de vinhos. (À semelhança do consumo de carros.) Mas sei que deverá andar à volta dos 10 mil dólares anuais. Ora, o mundo em breve atingirá esse valor, que deverá fazer explodir o consumo de vinhos. Mas a oferta tem crescido mas conseguirá oferecer vinhos de alta qualidade em abundância. Portugal está na pole position para vender estes vinhos, pois tem know how e condições naturais fantásticas para produzir grandes vinhos.
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    Estes são alguns exemplos de vantagens tugas. Há mais. Só que é preciso é que não tentemos atalhos e soluções milagrosas. É preciso dar tempo ao tempo para trilhar um caminho mais seguro. Não pensar em truques ilusórios mas em passos seguros. E em vez do Estado ou burrocratas iluminados, o que a sociedade portuguesa precisa é de respirar e ela própria encontrar as soluções empresárias e tecnológicas que darão resposta a estes desafios.
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    Há que tentar ser realista. Nem demasiado pessimismo nem demasiado optimismo. Olhemos para os números e factos e a partir daí tentar perceber se Portugal consegue ou não consegue se safar. Eu aposto que o conseguirá. Vamos ver.

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  36. Outside's avatar
    Outside permalink
    27 Dezembro, 2011 18:05

    Prefiro o optimismo do Anti e os seus “casos de vida” reais, maioritariamente coerentes e imparciais (com excepção para a fantasia da independência do Norte) ao ficcionismo da maioria dos autores de posts neste blog bem como às pálas que muitos comentadores por aqui usam.
    Mas isto é somente uma opinião pessoal…são gostos.

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  37. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    27 Dezembro, 2011 18:10

    Qualquer pequeno país tem vantagens à partida numa globalização com mercado livre. 3 ou 4 biliões de clientes potenciais para 10 milhões é uma dádiva dos céus para não falar do desenvolvimento tecnológico feito pelos outros. Fechar fronteiras e proteccionismo é que é um desastre para os países pequenos.

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  38. tina's avatar
    tina permalink
    27 Dezembro, 2011 18:17

    “3 ou 4 biliões de clientes potenciais para 10 milhões é uma dádiva dos céus para não falar do desenvolvimento tecnológico feito pelos outros.”
    .
    lucklucky, um dia estaremos a importar pasteis de nata da China… Temos de identificar oportunidades que eles não possam copiar, é a nossa única salvação.

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  39. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    27 Dezembro, 2011 18:35

    Da China já vem «Nossas Senhoras de Fátima» e bandeiras portuguesas, com palhotas no lugar de castelos…

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  40. afédoshomens's avatar
    afédoshomens permalink
    27 Dezembro, 2011 18:45

    china e irão, bons destinos.
    olha os eua a danarem-se,eh eh:
    «O estreito de Ormuz, por onde passa 40 por cento do trânsito marítimo petrolífero mundial, será fechado a petroleiros se o Ocidente aplicar sanções às exportações de petróleo do Irão.»

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  41. afédoshomens's avatar
    afédoshomens permalink
    27 Dezembro, 2011 18:48

    cavaco em janeiro já não receberá dez mil de pensão,mas oito mil.
    lá terá ele que ligar ao oliveira e costa a ver se não tem por lá umas acções esquecidas…é que com a reforma da maria,coitada,trabalhou tanto e só recebe setecentos euros, terão de cortar nos jaquinzinhos e no bolo-rei.
    eu se fosse a ele deixava belém e emigrava para a coelheira.

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  42. Beirão's avatar
    Beirão permalink
    27 Dezembro, 2011 19:05

    Os comunas que aqui soltam as tontices da velha cassete marxista, isto é, os capitalistas são uns execráveis exploradores dos traabalhadores e a causa de todas as tragédias à face da terra, não têm emenda. Esta esquerdalhada parasítica, que nunca produziu um emprego, que nunca arriscou investir para criar riqueza, estes fdp que deram cabo da economia, puseram o país de pantanas, na bancarrota – só este ano já tiveram de emigar mais de 100 mil portugueses – esta canalha não tem, de facto, emenda. Nada a fazer! Só empurrando-os para os camaradas da Coreia do Norte…

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  43. afédoshomens's avatar
    afédoshomens permalink
    27 Dezembro, 2011 19:52

    o beirão ainda não emigrou,esse fascista procrastinado???

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  44. Tiro ao Alvo's avatar
    Tiro ao Alvo permalink
    27 Dezembro, 2011 20:59

    Amigo Beirão, que nunca lhe doíam as mãos…

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  45. Trinta e três's avatar
    27 Dezembro, 2011 21:53

    A crítica ao apelo à emigração não terá sido, antes, porque não gostamos de ser governados por quem não tem a mais pequena ideia do que fazer? Com todo o respeito pela profissão, não é forma de estar na política ter atitude de guarda- livros.

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  46. João Santos's avatar
    João Santos permalink
    27 Dezembro, 2011 22:27

    Apenas uma vez na história a emigração foi proibida em Portugal, algures no século XVIII, se não me engano, quando os senhores da terra viram aldeias inteiras que se esvaziavam, com os seus habitantes a demandarem a «árvore das patacas». Um reizeco proibiu a saída dos camponeses e, ao que parece, não teve grande êxito. A verdade é que a emigração foi sempre vista pelas elites lusitanas como uma forte aliada do seu domínio deste pobre conjunto de quintas chamado Portugal. Essas elites caseiras, incompetentes e rapinantes, fomentaram a emigração por diversos modos, pela razão fundamental de que, com o êxodo, a pressão social diminuía. E diminuiu sempre, pois a emigração cativou os mais arrojados, os mais destemidos, os mais corajosos, os mais determinados. E na longa história dos ficantes, deu-se a razia dessas qualidades, como é absolutamente óbvio.
    Nos dias que correm, os valets de chambre dessa gente pomposa e inqualificável, temem fortemente o aumento da pressão social, que é como quem diz, do descontentamento, da insubordinação e da revolta. Daí a convidarem abertamente à emigração foi apenas um acto descarado, meio cretino mas verdadeiro na confissão desse pavor secular que sempre afligiu as rapinantes elites caseiras.
    Mas como as últimas gerações de portugueses foram convencidas de que eram a fina flor do primeiro mundo, a deslizar por imensas auto-estradas e a uivar alegremente em trozenas de estádios de futebol de última geração, o que sucede é que resistem um pouco mais a partir. Na verdade não é fácil convencer um sociólogo, estrocólogo, pecicólogo ou outro diplomado em inutilidades do género de que vai sair para serviços pouco mais dignos do que as latrinas européias que foram o destino de gerações anteriores.
    O senhor Passos pode ter dias muito difíceis pela frente. Ele convida à emigração e fá-lo em nome exclusivo, venerando e abnegado, dessas elites cuja incompetência a nossa história abundantemente comprova.
    Que tudo lhes corra mal!

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  47. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    27 Dezembro, 2011 22:32

    Há uma ideia no texto que merece ser pensada, até porque eu já a penso há décadas: as formações especializadas deverão ser feitas após uma sólida formação de base, sem orientação para a vida ativa. Daí até achar-se que uma das competências dum governo é aconselhar os portugueses a emigrar, vai uma longa distância. E que sejam ultraliberais a concordar que o governo deve meter o nariz na vida pessoal e no futuro das pessoas é uma coisa que muito me intriga. Ou não!

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  48. amador's avatar
    amador permalink
    28 Dezembro, 2011 03:04

    PPC convida os professores a emigrar e depois esquece -se dos emigrantes no seu discurso de Natal! Ainda me lembro bem do que ele disse aos que o ouviram a pedir por estas bandas para que os emigrantes enviassem mundos e fundos ou investissem em Portugal. Parece que vamos de mal a pior…

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  49. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    28 Dezembro, 2011 04:32

    O anti-comuna tem razão numa coisa: para saír da crise Portugal precisa desesperadamente de exportar.
    Á obvio, pois com a abrilada criou toda as condições para o insucesso escolar, a maralha a não fazer nenhum e os professores cada vez mais ignorantes a produzirem gente com cursos de incompetência descarada.
    Então é canalizar toda esse e outra mão de obra desqualificada para agêncis de emigração. Depressa!

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  50. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    28 Dezembro, 2011 16:01

    lucklucky
    de facto é uma especie de “casos de vida ” … mas depois da sua observação , lá se esforçou em argumentar para além disso, com estilo e conteudo como o anti-comuna costuma fazer .Eu acho em demasia o optimismo , mas enfim , seja pelo melhor de todos nós , embora não convencido.
    ( a chamada do LR … é que não compreendo … devia estar mal-disposto ou assim … nem se deu ao trabalho de ler com cuidado … os “casos de vida ” estavam presentes )

    tina
    De facto sou critico do turismo .Exagera-se muito com a importância a dar á coisa .Arruina-se o ambiente, afastam-se actividades produtivas ( veja o Alqueva dos greens e resorts ) .E é de um servilismo rastejante .Veja como qualquer reporter de TV trata um qq turista pé descalço ? … é de uma lambujice abaixo de cão .Veja tb a pinta dos empresários , designadamente os algarvios , é de uma pobreza confrangedora , uma gente que acha que da vida é estar sentado a ver cair € dos bolsos dos turistas .
    Enfim podemos e devemos dar a importância devida ao turismo , mas temos de diversificar actividades produtivas .

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  51. honni soit qui mal y pense's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    28 Dezembro, 2011 16:04

    Tina
    Bem observado .
    O turismo arruinou a beleza da costa alentejana .De há uns anos para cá é só mamarrachos e hoteis fajutos licenciados pelos gdes autarcas , mais cancelas e seguranças privados .
    Troia e a Comporta irreconheciveis .Para baixo tb a degradação vai a caminho .
    Qualquer dia uma planta selvagem , ou um animal da zona só no jardim botanico ou no zoo.

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  52. José Gil Correia Mon's avatar
    José Gil Correia Mon permalink
    4 Janeiro, 2012 18:14

    Não é difícil compreender que um país de emigrantes é um país pobre. Quanto custa um cidadão, no nascer, alimentar, vestir, saúde, educação, lazer, até ao fim da formação profissional? É para depois emigrar e regressar pele e osso? (Não generalizo).
    Os “Retornados” vieram tirar Portugal do marasmo, sangrado pela emigração.

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