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Chipre: confisco do contribuinte alemão

17 Março, 2013

1. O contribuinte alemão foi mais uma vez chamado a garantir um empréstimo à banca de um país da zona euro.
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2. Os depositantes cipriotas vão ter que pagar a sua parte através de uma conversão de depósitos em capital.
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3. É mais justo converter depósitos em capital do que pagar os aumentos de capital com dinheiro do contribuinte (como se fez por cá com o BPN),
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4. Bancos cipriotas passam a ser a concretização de um sonho socialista: tornam-se uma cooperativa de depositantes.
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5. Quando a Islândia fez pior aos depositantes estrangeiros dos bancos islandeses, choveram elogios. O modelo islandês de fazer a banca pagar a crise é que era bom. Agora já não gostam?
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6. Quem criticou o salvamento do Banif só pode achar este modelo melhor.
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7. Quem estava a contar com a generosidade dos contribuintes alemães para alimentar défices elevados em Portugal ficou a saber que essa generosidade tem limites.
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8. O fundo de garantia bancária é uma ficção. Em Portugal não chega para cobrir 1% dos depósitos inferiores a 100 mil euros. Ficará sempre ao critério dos políticos decidir se salvam ou não um banco com dinheiro do contribuinte.

44 comentários leave one →
  1. João Lisboa's avatar
  2. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    17 Março, 2013 11:24

    Eu também acho que o povo alemão merece a nossa comiseração. Toda a sua riqueza se deve só ao seu mérito. Não ganharam nada com a União Europeia nem com o euro. Aliás, se não fosse a UE e o euro estariam muito, mas muito, mais ricos. Mas mesmo muito. Deviam fazer contas ao prejuízo acumulado e virem cá cobrá-lo. E também aos outros. Tenho mesmo pena deles, sinceramente.

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  3. Duarte's avatar
    Duarte permalink
    17 Março, 2013 11:45

    Confisco do contribuinte alemão?

    Antes de “emprestarem ” aos cipriotas já receberam o dinheiro e vão receber mais duas ou tres vezes omque emprestaram à custa dos cipriotas. Tudo pelo do mesmo cão.

    Estes liberais sao uns trapaças .

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  4. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 11:47

    Gosto muito de ver o sr João Miranda feliz.

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  5. castanheira antigo's avatar
    castanheira antigo permalink
    17 Março, 2013 11:55

    A questão dos bancos é sempre posta de maneira enviesada. Parte-se do principio que não devem falir e a partir daí filosofa-se sobre as soluções. Uns advogam que é a Merkel outros que são os contribuintes quem deve pagar.
    Se estivéssemos em Capitalismo , como deveria ser , os bancos deveriam falir como qualquer outra empresa .
    No máximo ,admitia-se o bailout dos depositantes no caso do Estado ter condições para o fazer .
    Como se tem procedido, no mundo ocidental, verificamos que os banqueiros incompetente são ao fim e ao cabo premiados e vivem ás cavalitas das populações . Sabendo isso abusam ainda mais e começam a cometer crimes que praticamente não são punidos. “Too big to fail and too big to jail”

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  6. @!@'s avatar
    @!@ permalink
    17 Março, 2013 12:06

    O João continua numa de futebol mas não acerta uma. Precisa de uma lupa para alargar os pontos de vista.

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  7. Joaquim Amado Lopes's avatar
    Joaquim Amado Lopes permalink
    17 Março, 2013 12:17

    @!@,
    Lê comentários como os do Fincapé e do Duarte e dirige o seu ao João Miranda?!

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  8. Wall Streeter's avatar
    Wall Streeter permalink
    17 Março, 2013 12:21

    ROUBO puro e simples.
    Onde é que os depositantes cipriotas permitiram tal abuso sobre as suas contas PESSOAIS?!
    Ou agora o «estado de direito» tornou-se em plasticina para estes alienados dos mandantes europeus?

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  9. Wall Streeter's avatar
    Wall Streeter permalink
    17 Março, 2013 12:32

    O JM confunde conceitos básicos (leia as Categorias de Aristóteles!…): BANCA é uma entidade empresarial que se sujeita a acordos de uso e responsabilidade de uso dos depósitos pertencentes aos DEPOSITANTES, que são uma entidade sem responsabilidade de gestão ou similares.

    Não confunda DEPOSITANTES com ACCIONISTAS, estes sim responsáveis pela gestão da BANCA. Que as contas (e outros bens) dos ACCIONISTAS sejam intervencionadas, estamos de acordo, o que vai para lá disso assenta em alienação.

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  10. Duarte's avatar
    Duarte permalink
    17 Março, 2013 12:34

    Ler alguém que sabe e não este trafulha

    Este texto de José Maria Castro Caldas, publicado pela IAC, fica aqui na íntegra – por motivos que julgo serem absolutamente óbvios…

    O Chipre está falido porque a sua banca sobre-dimensionada estoirou, em parte devido ao impacto da reestruturação grega no seu sistema bancário.

    Reunidos na sexta-feira, os ministros das finanças da zona euro esperaram pelo encerramento dos mercados para aprovar o plano de resgate ao Chipre (ver nota do Ecofin).

    Esse plano contém uma cláusula inesperada e sem precedentes na UE: uma taxa de 6,75% sobre o valor dos depósitos até 100 000 euros (supostamente garantidos pelo Estado em todas as eventualidades, incluindo a falência do banco) e de 9,9% para depósitos acima de 100 000 euros. Em troca os depositantes «confiscados» receberiam ações dos bancos. Os bancos estarão fechados pelo menos no fim-de-semana e na segunda-feira. Nesse período as contas serão purgadas do valor da taxa.

    Os depósitos acima de 100 000 incluem muitas contas de cidadãos russos habituados a recorrer Chipre como lavandaria. Diz-se que o parlamento alemão jamais aprovaria um «resgate» à banca cipriota que deixasse incólumes os seus clientes russos.

    O que há de extraordinário aqui não é o confisco das contas gordas, russas ou não, nem a relutância alemã em salvar bancos-lavandaria. Extraordinário é o confisco aos pequenos aforradores cipriotas. Neste ponto a responsabilidade parece ser do novo governo conservador cipriota. Este governo teria preferido distribuir o mal pelas aldeias, em vez de o situar acima do limite garantido de 100 000, para preservar o «prestígio» de Chipre como porto de abrigo de piratas financeiros. Mesmo assim será interessante saber até que ponto os credores dos bancos cipriotas, inclusive os credores alemães, irão também sofrer perdas. É cedo para ter certezas quanto à perigosidade dos demónios que esta decisão da EU libertou. Fico-me por citações de duas notícias de jornal. A primeira do grego Ekathimerini, a segunda do britânico The Economist.

    Lê-se no Ekathimerini:

    «A notícia do acordo foi recebida com choque em Chipre, já que o recém-eleito Presidente Nikos Anastasiades e os seus conselheiros económicos haviam dito ser contra a ideia de uma taxa sobre os depósitos.

    Anastasiades reunirá o governo e encontrar-se-á com lideres políticos rivais no Sábado à tarde e dirigir-se-á à nação no domingo.

    O candidato presidencial Giorgos Lillikas apelou a um referendo acerca da aceitação ou rejeição pelos cipriotas da taxa sobre os depósitos. À falta do referendo exigiu a convocação imediata de nova eleição presidencial.

    Lillikas disse também que estava em conversações com economistas acerca da criação de um plano para o abandono do euro por parte de Chipre e o regresso à libra cipriota.

    O secretário geral do Partido Comunista de Chipre (AKEL), Andros Kyprianou, disse que o seu partido está a considerar aconselhar Anastasiades a convocar um referendo ou retirar Chipre da zona euro.

    Desde a manhã de sábado, os cipriotas formaram filas nos bancos para retirar dinheiro e algumas caixas multibanco ficaram sem notas para entregar aos clientes.»

    Lê-se em The Economist:

    «Os lideres da eurozona falarão do negócio como algo que reflete as circunstâncias únicas que rodeiam Chipre, exatamente como fizeram com a reestruturação da dívida Grega no ano passado. Mas se o leitor for um depositante num país periférico que parece precisar de mais dinheiro da eurozona, qual seria o seu cálculo? Que nunca seria tratado como as pessoas em Chipre, ou que havia sido estabelecido um precedente refletindo a exigência consistente dos países credores de uma repartição do peso do fardo? A probabilidade de grandes e desestabilizadores movimentos de dinheiro (para notas e moedas, senão para outros bancos) foi desencadeada.»

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  11. Kruzes's avatar
    17 Março, 2013 12:53

    Isto é uma estratégia brilhante. Com noticias destas o pessoal desata a gastar tudo o que tem, o consumo cresce exponencialmente e com ele a economia, finalmente, arranca e saimos da crise. Genial!

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  12. @!@'s avatar
    @!@ permalink
    17 Março, 2013 12:54

    Joaquim Amado Lopes, tambem e fanatico do futebol? O Miranda para mim e como o Artur Jorge do Benfica.

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  13. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 13:19

    “Isto é uma estratégia brilhante. Com noticias destas o pessoal desata a gastar tudo o que tem, o consumo cresce exponencialmente e com ele a economia, finalmente, arranca e saimos da crise. Genial!”
    .
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    Não. É um aviso à extrema esquerda e à extrema direita europeia. Quem quiser brincar com calotes e reestruturações de dívidas vai ter que assumir as perdas. Que parece que é uma coisa virtual mas não o é. Se o Estado não paga, porque não o quer ou não o pode, os bancos vão à falência. E com eles os seus depositantes se se o Estado não assumir parte das perdas. E com a falência da banca, também irão os demais agentes económicos à falência. Famiílias, empresas e o próprio Estado.
    .
    .
    A Extrema esquerda e a extrema direita, que tanto escrevem na blogosfera sobre estes problemas continuam a fazer de conta que percebem o que está a acontecer nesta crise, mas não sabem. Pensam que percebem disto mas são calhaus com quatro olhinhos.
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    .
    Eu quero me rir se um dia, a um fim-de-semana, a banca portuguesa é nacionalizada, e os seus depositantes são impedidos de movimentar contas bancárias e têm que assumir também perdas. Porque, em último recurso, quando o Estado dá um calote, é aos depositantes dos bancos que o dá. A banca é um intermediário financeiro. Portanto, se o Estado der um calote, são todos os demais agentes económicos que têm que assumir perdas. As dívidas não desaparecem no ar. Quando alguém não paga, alguém perde. Sempre assim o foi e sempre o sérá.
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    Mas como a extrema esquerda e a extrema direita ainda não perceberam o que é um credit crunch e acham que esta crise é igual ás anteriores, é ver os demagogos a escrever como se entendessem mesmo o que está a acontecer nas economias. E até gostam de atribuir toda a recessão derivada de um credit crunh a cortes orçaemntais ou aumentos da carga fiscal, quando isso não é verdade. Mas quando os demagogos escrevem facilmente daquilo que não compreendem, é fácil propôr soluções mágicas ou atribuir as culpas de um recessão a políticas fiscais.
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    A blogosfera está mesmo pelas ruas da amargura. É cada vez mais a voz da demagogia, do populismo e dos radicalismos. O problema é quando esta demagogia perspassa para a imprensa. Não foi este fim-de-semana que o Expresso defendeu o perdão das dívidas? Se existir perdão de dívidas quem perderá dinheiro? Porque, se alguém perdoa dívidas é porque assume perdas. Quem perderã esse dinheiro? E depois quem conseguirá manter o actual nível de crédito da economia, com os riscos de insolvência a subirem para valores estartosféricos?
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    O exemplo do Chipre é um aviso aos Grillos europeus, incluídos a extrema esquerda portuguesa e a extrema direita.

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  14. Duarte's avatar
    Duarte permalink
    17 Março, 2013 13:42

    Acho bem que comecem na segunda feira a colocar o dinheiro debaixo do colchão

    Esta direita neoliberal e anarca nao olha a meios.
    Isto tambem é valido para os neoliberais pelintras que escrevem neste blog e que biblicamente estúpidos defendem os hedjefunds e outros quejandos.

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  15. André's avatar
    André permalink
    17 Março, 2013 16:11

    João, imagine que os bancos altamente devedores dos países do sul da Europa faliam. Agora imagine que todo o dinheiro que os bancos alemães emprestaram (sabendo de antemão que eram investimentos de risco) e que cobre uma boa parte dos lucros da banca alemã não era devolvido porque já não existia. Imagine só, a banca da principal economia europeia a ficar falida porque os investimentos de risco (que nunca teriam dinheiro para pagar) falharam. Imagine em que situação ficariam as sólidas instituições bancárias alemãs.
    Agora veja que os cipriotas estão inevitavelmente a falir a banca. Os bancos cipriotas não vão ter reservas se os cipriotas continuarem a levantar dinheiro. Agora, pense num eventual contágio do Chipre ao resto da zona euro, pense como ficará a sólida banca alemã. Ficará completamente de rastos e sem liquidez, uma vez que grande parte do dinheiro investido (nesses tais investimentos de risco falhados) se perdeu. Agora pense em quem investiu na solidez e se vê deparado com a completa falha de solidez dessas instituições. Só se pode esperar o pior.
    É claro que a UE também pode forçar umas férias bancárias. Por um mês os bancos fechavam. No mês seguinte, apareciam bancos sólidos (onde era seguro depositar o dinheiro) e bancos nacionalizados. Mas não serão bancos nacionalizados pelos estados, mas sim pela própria UE, que teria como função colocá-los de novo operacionais. Talvez assim as coisas se resolvessem, mas duvido muito.

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  16. Luís Marques's avatar
    Luís Marques permalink
    17 Março, 2013 17:16

    Mais um primo do “Grunho”, este escreve hedjefunds, apre!

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  17. miguelmadeira's avatar
    17 Março, 2013 18:16

    “2. Os depositantes cipriotas vão ter que pagar a sua parte através de uma conversão de depósitos em capital.”
    .
    Onde viu isso? Tudo o que li vai no sentido de esses 6,5-10% assumirem a forma de um imposto, não da conversão em acções.

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  18. miguelmadeira's avatar
    17 Março, 2013 18:30

    OK, já vi:
    .
    http://www.businessinsider.com/the-cyprus-bailout-is-unfair-short-sighted-and-self-defeating-2013-3
    .
    “The offer of equity in banks to replace the value of their savings…”

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  19. cbo's avatar
    17 Março, 2013 18:52

    Você faz-me rir, João. Posso convidá-lo apra palhaço no meu circo?

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  20. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 19:39

    anti-comuna , Posted 17 Março, 2013 at 13:19
    .
    o A-C pode continuar a estender po aqui lençóis com contrabando financista mas a solução para evitar a bancarrota de Portugal passa por RENEGOCIAR a dívida com PERDAS para os credores. O resto é palha.

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  21. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 20:49

    ” a solução para evitar a bancarrota de Portugal passa por RENEGOCIAR a dívida com PERDAS para os credores. ”
    .
    .
    E os bancos portugueses não são os credores? Ou acha que são os bancos alemães? Deus me livre a ignorãncia que grassa por aí. Portela, informe-se primeiro sobre quem são os credores antes de escrever determinadas asneiras.

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  22. Economista's avatar
    Economista permalink
    17 Março, 2013 21:26

    Isto é uma loucura:
    um governo de direita acabado de eleger implementa uma medida de extrema esquerda, defendida pelo Bloco e Syriza!

    Sim, defendida pelo Bloco: renegociar com os credores!

    Ai não sabiam que os credores são os depositantes? Os aforradores, os que poupam, tecnicamente têm um nome definido por Marx: Capitalistas!

    E pensam que em Portugal é diferente? Os depósitos dos particulares ascendem a €132 mil milhões, muito mais do que os dinheiros da Troika! E se forem confiscados (como o Bloco quer), podemos mandar a Troika embora, e ter as nossas vidas de volta (desde que antes não tivessemos depósitos…..)

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  23. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 21:43

    economistas da treta, perdão, da troika 🙂

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  24. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 21:49

    anti-comuna, Posted 17 Março, 2013 at 20:49
    .
    A banca credora? pois claro que TAMBÉM é credora; e daí? não podem falir, é?
    sobre ignorância o A-C dá cartas! considerar o Gaspar o salvador da pátria é do domínio do circo Chen!

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  25. LR's avatar
    17 Março, 2013 22:14

    Portela,
    .
    Os bancos podem e até devem falir (por ex., para o BPN teria sido a melhor solução), mas lembre-se que a falência de qualquer organização implica perdas para todos os stakeholders. E nos bancos, os principais são os depositantes.

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  26. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 22:25

    “A banca credora? pois claro que TAMBÉM é credora; e daí? não podem falir, é?”
    .
    .
    Podem mas não quando têm um elevado peso sistémico e quando com a sua falência trazem elevados efeitos adversos, como levar outros bancos e entidades à falência. Em último caso, se os bancos todos falissem em Portugal, faliam todos: familias, empresas e o próprio Estado.
    .
    .
    Quando a ignorância campeia e não se se tem consciência do que se defende, a demagogia é popular. Mas com custos dolorosos, sobretudo para os que menos podem evitar o sofrimento elevado deste tipo de crises.

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  27. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 22:40

    diz A-C sobre a possibilidade de poderem falir bancos: “Podem (falir) mas não quando têm um elevado peso sistémico e quando com a sua falência trazem elevados efeitos adversos”
    .
    Continuando a falar sobre ignorância… BPN arrasa completamente o seu pensamento; o banco nem tinha peso elevado no sistema e acabou por ser pior a emenda do que o soneto e quem está a pagar os “efeitos adversos” são os contribuintes.

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  28. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 22:45

    ” BPN arrasa completamente o seu pensamento; o banco nem tinha peso elevado no sistema e acabou por ser pior a emenda do que o soneto e quem está a pagar os “efeitos adversos” são os contribuintes.”
    .
    .
    Mas alguma vez me viu a defender a nacionalização do BPN? Não, não me viu, porque ainda nem me convenceu que ele tinha um peso sistémico elevado.
    .
    .
    Mas se o Estado desse o calote, não era um banqueta como o BPN que falia: era cerca de 80% do sistema financeiro português. Ou lá perto.
    .
    .
    Acha que se 80% do sistema financeiro falir, acha que o resto da economia se vai aguentar? Sem liquidez, sem poder movimentar fundos, sem aceder ao crédito, etc? E que depois o Estado não teria o mesmo destino logo a seguir?
    .
    .
    Se o Estado der o calote, a banca implode e logo a seguir o Estado tem que intervir nessa mesma banca. Como não há dinheiro para garantir os 100 mil euros a cada depositante, eles também perderiam as suas poupanças. E com uma catadupa de falências, acha que as procura interna iria se aguentar? Mais as exportações? E como seria então para o Estado. levava os outros à falência e, no fim de contas, ainda ficava em pior estado do que estava antes.
    .
    .
    É preciso ser um completo demagogo para dizer que não haveria mal ao mundo se a CGD, o BCP, o BES e o BPI falissem. Ou é demagogo ou estúpido. Eu tendo a pensar que é as duas coisas. Pfff!

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  29. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 22:49

    LR, Posted 17 Março, 2013 at 22:14
    .
    sobre o BPN estamos de acordo e mostra que – salvaguardando os depositantes incautos – os principais “stakeholders” eram especuladores e cometeram crimes; o regulador não fez o seu trabalho acautelando os pequenos depositantes e levando à falência – e à prisão – uma seita de malfeitores.

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  30. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 22:58

    A-C dixit: “É preciso ser um completo demagogo para dizer que não haveria mal ao mundo se a CGD, o BCP, o BES e o BPI falissem. Ou é demagogo ou estúpido. Eu tendo a pensar que é as duas coisas. Pfff!”
    .
    A-C é um perfeito idiota porque eu não disse que “não haveria mal ao mundo se a CGD, o BCP, o BES e o BPI falissem; a minha afirmação foi: “A banca credora? pois claro que TAMBÉM é credora; e daí? não podem falir, é?

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  31. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 23:04

    “A-C é um perfeito idiota porque eu não disse que “não haveria mal ao mundo se a CGD, o BCP, o BES e o BPI falissem; a minha afirmação foi: “A banca credora? pois claro que TAMBÉM é credora; e daí? não podem falir, é?”
    .
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    Esses bancos são credores do Estado. Anda a brincar com coisas sérias. Ou Vc. ignora do que fala ou é demagogo. Se for estúpido, pior ainda. Gulp!
    .
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    Caro Portela, tenha lá juízo. Então esses bancos (sem falar na própria Segurança Social portuguesa) não faliam se o Estado desse um calote? lol Se Vc. fala de cor e não sabe, olhe. Esteja antes calado que passar por idiota. 😉

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  32. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 23:07

    Bem, a Segurança Social não falia directamente com o calote estatal, mas talvez indirectamente. Mas esses bancos faliam. E esses bancos representam, grosso modo, 80% do sistema financeiro português. O BPN era uma banqueta e quase irrelevante face ao que represntam esses bancos.
    .
    .
    Eu tenho é a impressão que os que defendem o calote do Estado não sabem mesmo o que raio defendem e as suas consequências. Devem pensar que é a Merkel ou a banca alemã que perderia a massa. lol
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    Deus me livre de demagogos.

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  33. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    17 Março, 2013 23:30

    A-C, já nos conhecemos de outros debates e “ambos os dois” conhecemos, em geral, os nossos pontos de vista sobre as principais matérias em debate no Blasfémias. Isto para dizer que ainda bem que não inclui o BANIF na sua afirmação sobre hipotéticas falências de bancos, porque ninguém acredita que o “sistema” fosse pelo cano com a falência de um banco com peso marginal.
    Já quanto ao BPN – Posted 17 Março, 2013 at 22:49 – sendo um caso de polícia, nem preciso de argumentar mais sobre a justeza do meu ponto de vista acerca de falência da nossa querida banca.
    Quanto à sua afirmação “Devem pensar que é a Merkel ou a banca alemã que perderia a massa”, o A-C deve ter informação interessante sobre quanto é a exposição alemã à banca cipriota para terem decidido o que decidiram …

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  34. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    17 Março, 2013 23:51

    “Quanto à sua afirmação “Devem pensar que é a Merkel ou a banca alemã que perderia a massa”, o A-C deve ter informação interessante sobre quanto é a exposição alemã à banca cipriota para terem decidido o que decidiram …”
    .
    .
    Caro Portela, eu não sei nem quero saber da banca alemã. Eu estou é preocupado com Portugal, com os portugueses e a banca portuguesa. E digo-lhe o seguinte. Grande parte da dívida portuguesa do Estado está nos balanços da banca portuguesa. Dito de uma forma mais escorreita, os depositantes portugueses na banca portuguesa são em último caso, credores do Estado português. Portanto, pedir um perdão de dívida ao Estado português implica inflingir perdas enormes aos bancos portugueses e, por intermédio destes, aos seus depositantes. E isto tanto se aplica a Portugal como até ao Chipre.
    .
    .
    Quem defende um calote do Estado português tem que ter consciência que é dar um tiro no pé. Porque isso implica falir a banca portuguesa. E com a falência dela, levar outros com ela. É uma solução errada. E, em último caso, como se pode ver pelo BPN, na verdade o Estado ficava ainda mais endividado depois de dar um calote que antes. Porque depois terá que assumir os prejuízos da banca e até sofrerá logo com uma nova queda nas receitas fiscais e um aumento da despesa pública, piorando ainda mais o défice orçamental e a própria Dívida Pública. Dito ainda mais simples: o Estado se der um calote ficará mais tarde ainda mais endividado do que antes do calote. Mas, infelizmente, os defensores do calote pensam que os credores são apenas uns senhores gordos alemães, lá de fora. Não, na verdade, os alemães têm pouca dívida dos países periféricos. E, por isso, sofrem menos que os outros. A Grécia deu um calote e nenhum banco faliu mas o português BCP abanou que se fartou.
    .
    .
    Caro Portela, um calote do Estado deve ser sempre o último recurso. Sempre. Não é por mera ideologia, é por defesa dos próprios interesses de todos os portugueses. Incluindo os contribuintes e os depositantes. E quem defende calotes do Estado que atente ao caso do Chipre, que tem os seus bancos falidos sobretudo por causa da… Grécia. É a vida!

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  35. Duarte's avatar
    Duarte permalink
    18 Março, 2013 00:07

    A questão não é a falencia ou bancarrota . A questão é quando se vai anunciar a coisa.
    Ainda não perceberam?

    Portugal não é um país solvente dentro do Euro. Ainda não perceberam?

    Então deixem-se andar assim….

    PS : ha uns colchões óptimos para depósitos bancários. Sao ocos por dentro . Há de casal e solteiro. Para quem precisar tambem há masterbed por encomenda.

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  36. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    18 Março, 2013 00:20

    Caro Portela, deixe-me só corrigir isto, sff.
    .
    “Não, na verdade, os alemães têm pouca dívida dos países periféricos. E, por isso, sofrem menos que os outros. A Grécia deu um calote e nenhum banco faliu mas o português BCP abanou que se fartou.”
    .
    .
    Eu queria mesmo dizer isto:
    .
    .
    Não, na verdade, os alemães têm pouca dívida dos países periféricos. E, por isso, sofrem menos que os outros. A Grécia deu um calote e nenhum BANCO ALEMÃO faliu mas o português BCP abanou que se fartou.
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    Assim é que está correcto. E dá para ter uma ideia de quem sofre mais com os calotes estatais dos países periféricos. E o problema também é este. Quando atrás de um Estado caloteiro seguem outros, em termos práticos, estoiram todos. Em pânico. Tipo dominó. Por exemplo, se o Estado português der um calote, a banca estrangeira mais exposta era a Espanhola e a Francesa. Se logo a seguir fosse O Estado espanhol a dar o calote seriam os bancos espanhois a darem o estoiro primeiro e logo a seguir franceses e mais alguns. A banca francesa por sua vez estaria de tal forma em maus lençois que logo a seguir infectava outros, incluindo alemães, ingleses, etc. No fundo, os primeiros a sofrer eram os cidadãos dos países caloteiros e que seria transmitido a outros países. Se a coisa desse mesmo para o torto, seria todo o sistema financeiro… Mundial. O tal momento Minsky que alguns falam mas poucos conhecem.
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    Neste caso do Chipre a coisa é mesmo para avisar o resto dos europeus. Isto não é brincadeira. Isto é um credit crunch. E num credit crunch, o objectivo é impedor o colapso económico total. Não impedir meras recessões de 5 ou mesmo 10%. E os credores somos… Todos nós. Não apenas uns senhores gordos algures no mundo mas muito longe das nossas vidas. Não. Num credit crunch, quando a coisa dá para o torto, vai tudo a eito. E foi isso que a falência do Lehman Bros. mostrou ao mundo. Estamos todos interligados e todos sofremos quando o sistema financeiro mundial se abeira do colapso.

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  37. Wall Streeter's avatar
    Wall Streeter permalink
    18 Março, 2013 09:01

    RESET

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  38. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    18 Março, 2013 09:59

    Então, vejamos, se a banca é credora do estado, a solução óbvia para resolver os problemas da banca é exigir que o estado reembolse as suas dividas à banca.
    .
    O estado não consegue fazê-lo de imediato?
    .
    – Senão consegue de imediato tem que gerar meios para o fazer.
    .
    E como consegue esses meios?
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    # Há várias formas, por esta exacta ordem:
    – A formula de gestão criteriosa da despesa publica corrente num plano racional a dez anos.
    – A formula da emissão de Titulos da Divida Especiais não transmissiveis a longo prazo (30 ou 40 anos) para pagamento de divida publica interna ou despesa corrente em excesso em ppp’s, subsidios de ferias e natal, pensoes mais elevadas etc, cuja remuneração e reembolso desses titulos deveria estar indexada à riqueza gerada especifica (nas ppp’s rodoviarias seria em função dos trafegos incorridos, nos subs. férias em função da taxa de produtividade do país, no caso das pensões elevadas em função da taxa de natalidade e produtividade).
    – A formula do impulso da inicitiva privada (riqueza) através de um redução massiva de impostos directos.
    – A formula de reembolso da divida externa em função directa da dinamica da balança comercial por negociação directa com os credores institucionais (FMI, BCE etc).
    – A formula de saída negociada da zona euro aderindo ao sistema TARGET 2 do BCE que gere divisas europeias fora da zona euro e que garante estabilidade cambial e liquidez das divisas.
    – A formula da criação de um banco de fomento industrial usando as reservas de ouro no valor de +/- 12 mil milhoes como capital social.
    .
    Rb

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  39. Zebedeu Flautista's avatar
    Zebedeu Flautista permalink
    18 Março, 2013 10:24

    Venha lá o Minsky rapidamente e em força! A bem da higiene global.

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  40. Zebedeu Flautista's avatar
    Zebedeu Flautista permalink
    18 Março, 2013 10:28

    Ou será que se esse tal Minsky bater a porta FED´s, BCE´s, BoJ´s, BoE´s não criam logo uma linha de crédito a 0,0000000000000001% de uns 99999999 triliões para os “empreendedores” da banca não ficarem na miséria.

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  41. Zebedeu Flautista's avatar
    Zebedeu Flautista permalink
    18 Março, 2013 10:33

    Entretanto a porrada no Chipre ajuda os teutonicos responsáveis e laboriosos a monetizar a divida com juros abaixo da inflação.
    http://www.bloomberg.com/quote/GDBR10:IND
    Já para a pretalhada do Sul que só quer rumba e batuques arrebimba o malho.
    http://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND
    http://www.bloomberg.com/quote/GBTPGR10:IND
    http://www.bloomberg.com/quote/GSPG10YR:IND

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  42. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    18 Março, 2013 13:40

    “Então, vejamos, se a banca é credora do estado, a solução óbvia para resolver os problemas da banca é exigir que o estado reembolse as suas dividas à banca.
    .
    O estado não consegue fazê-lo de imediato?
    .
    – Senão consegue de imediato tem que gerar meios para o fazer.”
    .
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    Pensei que o amigo defendia os calotes e era contra os “meios imediatos” para pagar as dívidas do Estado.
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    Ou assustou-se com o que aconteceu no Chipre e pode-lhe acontecer a si se o Estado der um calote?
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    .
    Pois é. Até hoje havia muitos herois que resolviam os problemas portugueses de um dia para o outro, mas agora mudam de ideias quando descobrem que em último caso, eles são os tais credores que antes julgavam que eram os alemães ou a Merkel.
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    .
    Nestes anos todos, já vi cada pirueta por parte dos mais espertos contra a austeridade que até me rio com o que escreviam antes e o que agora começam a defender.
    .
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    Bem-vindo ao clube dos realistas.

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  43. Bicaudo's avatar
    Bicaudo permalink
    18 Março, 2013 14:32

    Esta é a prova de que o dinheiro nos Bancos não é seguro.

    Para combater esta tendência que poderá alastrar-se para outros paises (já que isto tratou-se de mais um teste)á que deixar nos Bancos só e só o dinheiro indispensavel.

    No Banco o dinheiro não faz dinheiro e este encontra-se nas mãos de outros não na vossa.

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  44. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    18 Março, 2013 19:08

    «Pensei que o amigo defendia os calotes e era contra os “meios imediatos” para pagar as dívidas do Estado.» AC
    .
    Pois pensou mal.
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    Nunca defendi calote algum. Bagacinho a mais, talvez.
    .
    O que sempre lhe disse, e mantenho, é que a divida publica é impagável nos moldes com que se está a gerir o país.
    .
    Porque o verdadeiro problema do país não era o defice publico, nem era o endividamento publico. O verdadeiro problema que devia estar nas prioridades é o endividamento privado. É este endividamento que inibe o crescimento necessário à resolução do deficie publico. Para desendividar os privados não os podemos encharcar com impostos.
    .
    Foi sempre isto que lhe disse. O Gasparov teve uma oportunidade de ouro e deixou-a fugir.
    .
    Ele devia ter cortado na despesa massivamente (em tudo, bastava um corte total de 15% naquela altura em que começou) ao mesmo tempo que baixava os impostos directos radicalmente. Uma no cravo e outra na ferradura. Menor IRC, menor IRS, mais poupança e mais investimento. Devia ter subido o IVA para produtos de consumo estrangeiros. E devia ter baixado o IVA para importação de materias-primas incorporavel em processo de fabrico. Ainda que temporariamente.
    .
    É preciso ter cuidados, eu sei, por causa das normas europeias, mas há muitas formas de o fazer. Haja imaginação. Olhe, a alemanha tem um sistema semelhante a este.
    .
    Rb

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