Presumo que todo o país conheça esta história mas como a minha ignorância em matéria de futebol é de tamanho olímpico só hoje fiquei a saber que Mourinho foi treinador do Sporting.
“o Sporting esteve à beira de contratar José Mourinho em 2001, mas pressões de última hora impediram que o técnico português fosse para Alvalade. “O Mourinho era treinador do Sporting quando uma pessoa responsável saiu de uma reunião connosco. Tudo mudou em duas horas, o tempo que demorámos a chegar a Alvalade. Duas horas depois, estava o Mourinho a ver a conferência de imprensa, a pensar que iria ser anunciado como treinador, mas aconteceu o contrário”, contou José Veiga, na altura empresário do treinador, no programa Linha da Frente, da RTP. “Em duas horas deixou de ser treinador do Sporting, porque os dirigentes tiveram receio. E ele obviamente que ficou estupefacto, de boca aberta”, contou Veiga, revelando que o problema surgiu quando “o Sporting cedeu a pressões” e “o clube começou a ser comandado de fora para dentro”. Em dezembro, recorde-se, foi Luís Duque, ex-administrador da SAD leonina, a explicar porque é que José Mourinho não foi para Alvalade. “Notáveis, como Pedro Baltazar, impediram que José Mourinho fosse para o Sporting. Provavelmente teríamos tido a melhor década da história do clube”, lamentou o dirigente, que estava na conferência de imprensa onde deveria ter sido anunciado o nome de Mourinho. Os sócios, porém, insurgiram-se contra essa possibilidade. “Mourinho!? Jamais!”, ouviu-se na sala.
Quando acabei de ler percebi que isto não é uma história sobre Mourinho ou sobre o Sporting. É uma história sobre aqueles portugueses que volta e meia querem acreditar que é possível mudar o protectorado de esquerda em que nos tornámos. E que depois vêem os notáveis a fazer pressões de fora para dentro para que nada mude. E os sócios também dizendo “jamais”. E todos pressurosos declarando que “jamais, jamais” isto e aquilo será feito, que as águas jamais serão agitadas, que obviamente vamos continuar como sempre e que só por perfídia do árbitro não ganhámos… Quando se perceber a oportunidade perdida será obviamente tarde. Muito tarde.
Por acaso, a metáfora está bem conseguida, mas não pelos motivos que a Helena referiu. É que, tal como no Sporting (e possivelmente noutros), o problema do país tem muito mais que ver com honestidade e justiça (ou falta dela), do que com questões de “esquerda” e “direita”. Aliás, é por este motivo que vemos existir consenso em muitas análises da situação, feitas por confederações patronais e sindicatos; feitas por homens de direita e de esquerda. Sim, ainda há gente honesta neste país que não é património exclusivo de uma qualquer tendência política.
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33: é isso mesmo.Vou dar um exemplo : por que carga de água as fundações têm isenção de IMI (algumas merecem ,tipo gulbenkian) e eu já recebi as cartas para pagar o meu ,tal como muitos Portugueses ? Vou também fazer uma fundação para a defesa das minhocas? Antes de castigar as pessoas e as empresas o governo devia dar o exmplo ,veja-se o noticiado pelo jn de hoje “secretário de estado ,usa carro de serviço para uso pessoal “. Assim não dá ,as pessoas não acreditam ,nem estão dispostas a dar para este peditório.Reitero que devemos ir para um governo de emergência dentro do actual quadro parlamentar.O 1º Ministro deve ser escolhido com critério pelo P.R. e os ministros devem ter uma audição prévia no parlamento ,estou farto de jotas formados nas universidades de vão de escada,e alguns ,com cursos das “novas oportunidades” e com esperiência em levantar bandeirinhas e colar cartazes.
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LOL!!!
A Helena já está travestida de CARPIDEIRA do actual governo, insistindo em expressar-se como a primeira viúva do governo.
As minhas condolências.
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Helena,
E o post que “eu me prometi” que a Helena escreveria a fazer uma criticazinha ao governo? Só uma! Sobre a pêra do Álvaro, por exemplo! Quer dizer que não me vai deixar cumprir a minha palavra? 😉
——–
Dois elogios:
1. Para quem tem uma ignorância olímpica em matéria de futebol, até que nem está nada mal;
2. O professor Marcelo mostrou o seu livro “Os filhos do Zip Zip” com elogios. Eu também acho que está interessante.
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“A primeira viúva do governo” … muito bom 🙂
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Helena Matos,
comecei por discordar consigo quanto ao “protectorado de esquerda”, mas no fundo é isso que acontece. Só que esse epíteto aplica-se transversalmente a todos os partidos. Em Portugal até a direita é socialista, e as resistências à mudança surgem de “todos os lados”.
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“… comecei por discordar de si…” 😉
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Helena não é carpideira do governo, é pessoa informada que porventura lamenta pertencer a uma sociedade em que os acéfalos, os cobardes e os ladrões mandam muito mais do que os restantes, mesmo sendo minoritários.
Essa gente está distribuída por todos os partidos, o psd e o ps têm cota alta relativamente aos outros.
Com um povo onde a ileteracia prevalece não seria de esperar outra coisa.
As palavras democracia, direito, lei, respeito, justiça são ilusões servidas a frio, não têm qualquer cabimento.
Só por milagre nos safamos desta enrascada. Seja qual for o próximo governo, ao fim de meses, está tudo na mesma.
Felicito quem acredita em milagres. No Papa Francisco acredito, talvez ele dê uma ajudinha global.
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Alguma passarada começa a bater as asas e a fugir do galinheiro.
Foi sempre assim na historia.
Uns há que por ideologia, convicção , defendem as suas ideias até ao fim. Podem perder , mas ficarão com a espinha direita e merecem ser respeitados Outros , oportunistas e cobardes, ao primeiro abanão abandonam o barco, inventam desculpas, dizem -se os puristas da “coisa” , que com eles o liberalismo e a ” teodiceia da felicidade” seria uma realidade. São os traidores da familia. Procuram salvar a pele, a tudo o custo. Esquecem-se no entanto , que ja nao têm pele . Sao umas almas penadas. Merecem o desprezo .
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Só os dirigentes dos clubes lisboetas não reconheceram o valor de Mourinho, que treinou com êxito em Leiria e no Porto.
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Claro que a direita é socialista .Não é por acaso a enorme carga fiscal sobre o património e o capital .E o partido do contribuinte não pense que escapa pelos intervalos da chuva. Agora programas dos partidos só com reconhecimento notarial e garantias bancárias ,caso contrário,vai para a lareira para poupar nas acendalhas.
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Como dizia alguém de um desses clubes há dias na televisão, sugerindo uma coisa [que pode ser crime?], fecha-se e abre-se outra vez. É tudo tão fácil que até se fica a pensar se não será já demasiado tarde, de décadas.
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Não ouvi as declarações do José Veiga, mas o que li neste post, corresponde mais, do que menos, à realidade. Desconheço se nessa entrevista JVeiga referiu episódios –e que episódios !– que antecederam a saída do José Mourinho do SLBenfica.
Os sportinguistas erraram ao não querê-lo.
Mas quase tenho a certeza que JMourinho, detentor dum feitio especial, não permaneceria muito tempo no SportingCP, por vontade própria, mesmo com resultados desportivos positivos — tal como aconteceu no FCPorto…
Enfim, estórias e História…
Quanto à finalidade deste post de HMatos : o treinador (de terceira categoria) PPassos Coelho falhou. Será inevitavelmente substituído, em 2015, por outro treinador de terceira categoria. O clube Portugal está lixado !
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De facto, WallStreeter foi oportuno : HMatos parece “a primeira viúva do governo”.
Ou, na antecamara de se sentir orfã. Depende da relação…
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Portanto, daqui se depreende que a única forma de se governar com determinado tipo de orientações ideológicas é em laboratório. Mantendo as analogias futebolísticas, há anos gritavam “deixem jogar o mantorras”. É como quem diz….”deixem o Passos governar”.
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Helena,
uma vez que aprecia estas comparações futebolístico-políticas, aqui lhe deixo mais esta, entre o governo e a seleção nacional de futebol:
1. ambos são excelentes, mas não obtém resultados;
2. ambos têm génios (um nas Finanças outro nos pontapés – Gaspar e Ronaldo), mas nenhum acerta;
3. ambos têm líderes de luxo (Passos Coelho e Paulo Bento), mas nenhum deles lidera coisa nenhuma;
4. ambos vêm maus resultados, mas não alteram as táticas;
5. ambos vêm o descalabro mas continuam descansados na sua rotina (o governo não se vendo a mexer e os jogadores nas calmas, sentando-se ou deitando-se quando podem);
6. apesar de todos os maus resultado, ambos mantém esperança na recuperação;
7. os maus resultados não lhes retiram regalias nem demissões;
8. ambos se inferiorizam a qualidades supostamente inferiores (uns a Chipre, que bate o pé, outros a Israel que tem um futebol fraquinho);
9. uns viverão um sonho até ao fim, os outros também;
10. Uns acordarão um dia em pesadelo, os outros também.
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fincapé,
Certeiro !
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Aos comentadores sportinguistas : não cometam o erro de elegerem BCarvalho !
Lembrem-se do que aconteceu ao SLBenfica entre 1997 e 2000.
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MJRB,
Então, não é que penso o mesmo e já o tinha comentado com amigos!? 🙂
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É o que posso fazer como Benfiquista aos sportinguistas, incluindo familiares meus : seria trágico, muito trágico para o SportingCP, uma gestão de BCarvalho após as delapidações provocadas por JEBettencourt e por GLopes.
Inquietante e sintomático : o SCP detém hoje, os passe de –só 2!– jogadores. Está falido. Sem ânimo. À míngua por mínimas receitas. Na eminência de ficar na próxima época sem receitas da Liga Europa. Sem apoios da banca.
O SLBenfica e o futebol tuga em nada beneficiariam com o SCP na II Liga.
Apesar de casos lesivos para o SLB provocados pelo SCP, não quero, sinceramente, que o Sporting se extinga lentamente.
Sportinguistas, cuidado e ânimo — desde que desportivamente no futuro não fiquem na tabela classificativa à frente do SLB…
E amanhã, pensem bem no vosso futuro.
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Adenda : o SCP não cairá esta época na II Liga. Já se livrou.
Talvez consiga a Liga Europa.
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“Protectorado de esquerda em que nos tornámos”.
Para lá de assumir que não percebe nada de futebol (o que é bom), deveria assumir que também não percebe patavina de política!
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Uau!
Somos um país de esquerda segunda a helenafmatos…
Infelizmente não somos, porque se fossemos um país de esquerda a helena teria um emprego que não fazer felacios lá na sede do PSD
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Duarte
Posted 22 Março, 2013 at 11:48 | Permalink
Alguma passarada começa a bater as asas e a fugir do galinheiro.
Foi sempre assim na historia.
Uns há que por ideologia, convicção , defendem as suas ideias até ao fim. Podem perder , mas ficarão com a espinha direita e merecem ser respeitados Outros , oportunistas e cobardes, ao primeiro abanão abandonam o barco, inventam desculpas, dizem -se os puristas da “coisa” , que com eles o liberalismo e a ” teodiceia da felicidade” seria uma realidade. São os traidores da familia. Procuram salvar a pele, a tudo o custo. Esquecem-se no entanto , que ja nao têm pele . Sao umas almas penadas. Merecem o desprezo .
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Quem merece dó, e um pouco de repugnância, são os tais que mesmo com a evidência mais clara
que a ideologia e convicção estão erradas, sejam de tal modo obcecados e estúpidos para rever essas
tais convicções, tantas vezes induzidas criminosamente por outrem . . .
Se o exame de consciência aliado à análise concreta das realidades fosse apanágio dos Estalinistas,
então poderiam, imitando os comunistas italianos de há 4 décadas, fazer uma análise objectiva
da realidade e deixarem-se de incensar Lenine, Estaline e de todos os tolinhos que na A. Latina ainda
lhe bebem o leite.
A única coisa em que estou em conformidade com o que o Duarte diz sentir é que OPORTUNISMOS
para colher dividendos, NUNCA . . .
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Hoje faleceu com 95 anos, Óscar Lopes. Tal a importância da sua vida e obra, que escuso-me esclarecer ignorantes, quem foi e o que fez.
Provavelmente muitos pensarão : “menos um comunista (influente), que alívio” — que foi condecorado pelo “esquerdalho” Cavaco Silva… E que teve como amigos tanta gente do “centro” e da “direita”…
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Morreu Oscar Lopes
Professor, ensaísta. Um Portugues honrado.
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93scar_Lopes
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Vasco Graça Moura. Óscar Lopes foi um “rasgador de horizontes”
Por Agência Lusa, publicado em 22 Mar 2013 – 20:27 | Actualizado há 1 hora 16 minutos
O escritor Vasco Graça Moura considerou hoje Óscar Lopes “um rasgador de horizontes” que, nos finais dos anos 1950, “abriu perspetivas diferentes do fenómeno literário”.
Vasco Graça Moura reagia assim à agência Lusa à morte de Óscar Lopes, 95 anos, ocorrida hoje, na residência do ensaísta e crítico literário, no Porto.
Para o escritor e presidente do conselho de administração do Centro Cultural de Belém, Óscar Lopes exerceu um “magistério que influenciou grande número de pessoas”.
“Foi um grande rasgador de horizontes para homens como eu, que tinham 16,17 anos no fim dos anos 1950, e para quem ele abriu perspetivas diferentes do fenómeno literário”, frisou.
Além se tratar de um nome “que ficará a marcar profundamente a literatura portuguesa do século XX”, Óscar Lopes foi “um homem de grande equilíbrio, fazendo justiça a nomes que não navegavam nas suas águas políticas”, sublinhou.
A este respeito, lembrou o trabalho do ensaísta e crítico sobre escritores como Joaquim Paço d’Arcos, Vitorino Nemésio e Agustina Bessa-Luís.
Apesar de nunca ter sido aluno de Óscar Lopes, Vasco Graça Moura definiu-se como um “discípulo” do magistério de Óscar Lopes, enquanto professor de literatura e homem de cultura.
“Teve uma enorme importância na minha vida literária, e influenciou o meu gosto literário, não apenas ao nível da literatura como da poesia moderna, ainda que tivéssemos pontos de vista muito diferentes em relação à política”, sublinhou.
Óscar Lopes morreu hoje na sua casa, no Porto. O corpo encontra-se na Associação de Jornalistas e Homens de Letras da cidade, de onde o funeral sairá, no sábado, às 15:30, para o crematório de Matosinhos.
Nascido em Leça da Palmeira, a 02 de outubro de 1917, foi professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto depois do 25 de abril de 1974, por razões políticas.
Com António José Saraiva escreveu “História da Literatura Portuguesa”, cuja primeira edição data de 1955 e que especialistas consideram uma obra de referência.
Ensaios, estudos e críticas sobre literatura, linguística e cultura portuguesas são os temas abrangidos pela extensa bibliografia de Óscar Lopes.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa
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Óscar Lopes? Bum . . .
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Outra história. Ontem, umA vizinha pisou-me no elevador. E depois disse: “Ops, desculpe.” e eu: “Não faz mal.” E depois ela saiu e disse: “Adeus, boa noite.” E eu: “Boa noite.” Bom, como é evidente, esta história fez-me logo lembrar este protectorado de esquerda em que nos tornámos. Temos um presidente de direita, uma maioria absoluta de direita no parlamento e um governo de uma coligação de direita. E quem manda realmente no país é uma alemã de direita. Dei comigo a bradar, juntamente com helenafmatos: “Basta deste protectorado de esquerda!” Pior que isto, só aqueles 48 anos de esquerdismo infrene, antes de 1974.
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O meu comentário das 14:49 contém uma “arreliadora gralha”, como diria um amigo meu. Em 4 e 5 não deve ler-se “vêm”, mas “vêem”. Ou, à “moderna”, “veem”.
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O Sporting não é político.
É um grande clube.
Viva sempre o sportinguismo.
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