É importante não esquecer algumas mudanças importantes com o 25 de Abril
É preciso crescimento, dirá… qualquer pessoa. É a panaceia para se manter a ideia do “espírito de Abril”, permitindo perpetuar a ideia vaga de existência de uma alternativa ao que grosseiramente se decidiu chamar “austeridade”. Austeridade, de acordo com o dicionário e com o uso comum fora do jargão contestatário, significa “com rigor, com rigidez, com pouca ou nenhuma flexibilidade”.
No jargão contesto-inconformado, o significado dado à palavra “austeridade”, é o de “constrangimento”, que de acordo com o dicionário, tem acepção como “violência que tira liberdade de acção”.
Reparando numa certa incongruência linguística entre acepções formais e acepções populares, e sendo hoje 25 de Abril, dia da liberdade, peguei em dados disponíveis a qualquer pessoa, via Pordata, e elaborei estes dois gráficos, que eventualmente poderão ser maçadores para quem prefere que “o povo é quem mais ordena” seja extensível ao dicionário da Língua Portuguesa, consoante o partido no poder.


Agora, sim; gostaria de falar sobre a semântica inerente à narrativa austeritária, o crescimento e a dívida; dívida que alguns considerarão irrelevante para tudo isto, eufemismo para “não a quero pagar”.
Não me interpretem mal: estamos melhor que em 1974; só não se percebe qual é o crescimento que nos salva do “constrangimento” da acepção contesto-inconformada de “austeridade”; e sobretudo, onde encaixa a patologia dos Órgãos de Soberania identificada por deputados da Nação em discussões sobre Abril.

Finalmente, alguém prova, com gráficos e tudo, que é necessário voltar a crescer… significativamente.
E tinha de ser eu a dizer isto. Eu a quem parece que não são possíveis crescimentos sem fim, num planeta com recursos tão limitados e já tão excessivamente maltratado.
Às vezes, soltam-se-me palavras na zona reptiliana do cérebro e não as seguro, como se fosse um liberal puro e duro. 😉
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A meditar…
http://www.youtube.com/watch?v=QiY8QB1fNAY&NR=1
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“…….dívida que alguns considerarão irrelevante para tudo isto, eufemismo para “não a quero pagar”.”
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Pronto, o jovem Vitor Cunha vai rapidamente descobrir que nao fala marciano…….
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ninguém avisou vitorcunha que no Blasfémias já existe JMiranda para nos dar música com gráficos 🙂
agora a sério, o conceito de austeridade, politicamente falando, é EMPOBRECIMENTO, ou, para o jargão liberal, ajustamento ou desvalorização de salários/rendimentos de trabalho. Joao Miranda não é só conhecido por fazer mapas um bocado malucos; também é conhecido por ser defensor da desvalorização salarial; vitorcunha vem fazer equipa com JMiranda?
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O Cunha empezou muito bem desenvoltando e desempolvando o “seu” abril de 1974.
Vamos ver lá que tal, com o capítulo proximo ou seguinte dia …26 de abril de 2013. 🙂
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Alimento para marciano….
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http://oinsurgente.org/2013/04/25/o-25-de-abril-o-que-foi-o-que-podia-ter-sido-o-que-nao-foi-e-as-emocoes/
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Bem-vindo, caro Vitor. Abç., RA
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Se o principal problema era um desequilíbrio externo, e indo uma parte dos salários para comprar bens ao exterior, é óbvio que reduzir os salários não é um bug da solução, é sim uma feature.
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A solução devia-se inspirar nas doutrinas sociais-democratas: a UE lança um imposto progressivo sobre os países mais ricos da UE e o produto será encaminhado para os países mais carecidos. Alguma dúvida de que é este o melhor caminho? A não ser que se chegue à conclusão de que os meios de pagamento em circulação (euro) pouco têm a ver com a produção o que então já seria um imposto geral. Alguma outra alternativa? A guerra!
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Gráficos interessantes, sem dúvida. Mas seria também interessante que nos mostrasse, em gráfico ou não, a evolução do PIB per capita, a preços constantes, durante os mesmos períodos. E, se assim fizesse, poderíamos ver como esse valor duplicou durante a década de 60, mesmo com o esforço de guerra que então enfrentávamos.
Estou em crer que os Portelas e os outros ficar-lhe.iam agradecidos.
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O que vem graficar, pretende provar que a liberdade é despíbica!
Eu ainda vivi um tempito antes do 25A e não me lembro de ter menos pib.
Lembro sim, que havia menos liberdade.
Se calhar nem era autorizado a fazer esses grágicos com linhas vermelhas, por vermelhas serem, quiçá de comunista infeltrado.
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Aprendo muito convosco!
Obrigado!
Pergunto além de lermos, reflectirmos e teclarmos o quê que em termos PRÁTICOS pode ser feito por pessoas educadas (polite), com conhecimento e com imaginação?
Que soluções implementáveis existem?
Aguardo as vossas propostas práticas!
Por favor, nas soluções não incluam o 1% que manda!
As soluções somos nós!
The political machine triumphs because it is a UNITED minority acting against a DIVIDED majority.
Will Durant
http://www.brainyquote.com/quotes/authors/w/will_durant.html
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O Piscoiso, com aquela do “despíbica”, quererá dizer-nos que não pode haver aumento do PIB em liberdade?
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Os gráficos vermelhudos provam que não!
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Sabe, quem pudesse contestar que o PIB não cresceu durante o Estado Novo seria parvo. Agora, não é por acaso que há um belíssimo cartoon relativo a Portugal antes da revolução onde aparece um velho analfabeto agarrado a um cofre. O cofre, cheio de barras de ouro não melhorava a vida desse velho, não o fazia mais feliz, mas ele tinha esse ouro.
Se durante o Estado Novo tivessem melhorado a indústria nacional (em vez de terem medo do crescimento do proletariado), talvez os portugueses não tivessem de importar tantos produtos, evitando a fuga desses capitais para o estrangeiro. No fundo, o único motivo por que tínhamos um PIB maior nessa época não era por produzirmos mais, era por vivermos mal, muito mal. Ou, como diz o autor do post, “estamos melhor que em 1974”.
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PS: repare-se no gráfico que até 2002 o PIB continua a crescer, mas seguindo a tendência da Europa Ocidental de ter um fraco crescimento. O nosso problema, é que nunca tivemos um crescimento forte. Repare-se também que desde 1971 o crescimento do PIB português estava a decrescer, sendo que no período de 72 a 73 há uma diminuição quase equivalente à do período seguinte. Repare-se também que é com as tão contestadas medidas do Sócrates que em 2009 voltamos a ter um grande crescimento do PIB.
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André, desculpa que te diga, mas tu não sabes o que é o PIB.
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Produto interno bruto – O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. (Definição básica da wikipedia, não tive paciência para procurar mais)
Sim, sei o que é. Simplesmente sabe tão bem como eu que a “produção” envolve os ativos bancários (de outro modo países como Luxemburgo ou Liechtenstein teriam um PIB baixíssimo). Falo dos ativos bancários por causa da poupança dos portugueses e das remessas dos emigrantes.
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André
Em 73 houve a…
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Crise petrolífera, então admite que a economia estava completamente de rastos quando o 25 de abril, fazendo com que muita da produtividade nacional fosse afetada ainda por essa crise (mais os outros choques que se seguiram).
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Gostava de ver o mesmo gráfico para a Alemanha entre 1933 e 1945 e depois de 1945 até 2013 😛
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E não terá nada a ver com a crescente instabilidade mundial desde o fim de Bretton Woods e a liberalização da circulação de capitais? E outros países comparáveis não cresceram mais até à década de 1970 e depois também não andaram aos soluções? E ponto de partida baixo de PT não dá taxas de crescimento maiores? E não terá nada a ver com incompetentes PPMM desde Soares a Passos?
Não… A culpa é do 25 de Abril.
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Excelso Francisco Colaço, vossa excelência ainda não patinou? Julgava-o a fazer tijolo…
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Pobrecaprilles,
Ainda não patinei. Estou mais ou menos ausente do Blasfémias, mais para o menos do que o mais.
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Em 1975 e 1976 todo o resto do mundo tinha superado a primeira crise petrolífera. Esta retornou mais tarde, no meio da presidência de Jimmy Carter.
Admita, André, os socialistas e os comunistas governaram muito mal a casa deles. Consegue dar-me uma razão para acreditar que eles podem governar a minha quando, nos países em que o socialismo foi implantado, miséria, prisão e faltas de tudo excepto de faltas.
Veja o meu comentário sobre um estudo de Kowenhoven, baseado em estatísticas soviéticas sobre a produtividade da economia industrial soviética quando comparada com a da indústria americana desde 1936 até 1989.
Obrigatória anedota soviética.
— Quando é que se vai implantar o socialismo nos Estados Unidos?
— Livrem-nos desse dia. De quem é que iríamos importar trigo?
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O PIB aumenta: o que os gráficos mostram não é a variação do PIB e sim a variação e tendência da sua taxa de crescimento. O ponto é: como se “fomenta o crescimento”? É possível “fomentar o crescimento”? Se é possível “fomentar o crescimento”, quem o fez? “Fomentar o crescimento” significaria uma linha de tendência plana (taxa de crescimento constante, se superior a zero) ou ascendente (aceleração).
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Vamos ver se percebi:
O PIB era melhor na ditadura.
Sendo assim, há que arranjar uma ditadura para melhorar o PIB.
Ahh, mas não, não é preciso ditadura, basta austeridade.
Vai-se então ao dicionário.
Austeridade = Rigor. Severidade.
Quanto ao rigor, basta uma folha do Excel.
Severidade uma ova.
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Piscoiso, não era o PIB, era o crescimento do PIB, que são coisas diferentes, como as próprias palavras indicam.
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“Não me interpretem mal: estamos melhor que em 1974″…a sério! Então o resto do post quer dizer exactamente o quê?
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Quer dizer:
“Quando dizem que é preciso fomentar o crescimento, estão a falar de quê? Aparentemente fomentaram mais o crescimento quando não planearam fomentar o crescimento”.
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@piscoiso
Nah para Soci@listas Austeridade é má , Rigor é Bom
Rigor foi a palavra Volte-Face do Mitterrand depois de ter colocado a França na bancarrota e começar os cortes…
http://fresques.ina.fr/jalons/fiche-media/InaEdu00151/le-tournant-de-la-rigueur-sous-le-gouvernement-mauroy.html
Jacques Delors
“Nous ne pouvons pas continuer à consommer plus que nous produisons, à acheter plus que nous ne vendons à l’étranger. “
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A proposito de França….. e para entreter extra-terrestres
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