nem jornalismo é
O Público ontem deu destaque a uma peça da sua correspondente europeia Isabel Arriaga e Cunha que estava em Berlim. Nas escolas de jornalismo deviam estudar aquele texto sobre o que é uma não-notícia. Lê-se (versão integral apenas em papel) e fica-se com a impressão de que a autora deu voz ao taxista que a levou do aeroporto ao hotel. É que em lado nenhum o que ali é afirmado é sustentando por ninguém. Nem «fonte que não se quis identificar», nem coisa nenhuma. Um vago «responsáveis alemães», muitos «Berlim» e nada mais. O leitor naturalmente interroga-se: inventou? É a opinião dela? Quem diz aquilo? Quem são e de quê os ditos «responsáveis»? Para o jornal isso não interessa nada. Que importa se o que é publicado tem algum fundamento? O que importa é a mensagem, o conteúdo que a autora quer passar apra a opinião pública. Mas isso não são noticias. São press releases ou artigos de opinião.
O certo é que hoje o mesmo jornal publica novo destaque, onde desmente o seu texto de ontem, dizendo «Um dia depois de criticar Barroso em off governo alemão elogia-a em on». Obviamente a autora não sabe sequer o que é alguém falar em off. É que para isso é preciso que alguém fale….algo totalmente inexistente no artigo inicial. Para além do desmentido, o que fica é que o jornal Público criou um duplo não facto: inventou uma história e vendeu uma manchete. E consegue no dia seguinte vender uma segunda manchete desmentindo a sua própria criação, sem deixar de fazer um esóterico editorial (baseado em coisa nenhuma). É obra!

Olhe que ser jornalista e tentar seguir as pisadas do que se diz que não disse é lixado. O Durão então é especialista, é o tal problema de comunicar em duas velocidades, ou de Portas que confunde o superior interesse do estado com o seu superior interesse partidário, ou até o Presidente da Republica cavaco silva que já vai no periodo pós-troika, olhe é como o Benfica que já era campeão e benfica.
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São caricatas estas tricas entre as cliques dos bloggers e as dos jornalistas…
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YHWH, o problema é o seguinte: um blogger não está obrigado a um código deontológico e isso dá-lhe um gozo e uma liberdade especiais. Quando se constata afinal que os jornalistas tratam o dever de informar como o Jorge Jesus trata a língua de Camões isso provoca alguma “cumechão” (como diria o Rónaldo).
Há muito que o Público está extinto, agora bem podia chamar-se “O Catecismo”:
http://jornalismoassim.blogspot.pt/2013/03/o-jornaslimo-do-publico-ou-sera.html
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Se entre os COMENTADORES houver ex-chanceleres e ex-ministros como noutras paragens. 🙂
Could the Continent’s pursuit of austerity be backfiring? German commentators believe the answer is yes. http://www.spiegel.de/international/europe/german-press-says-extended-eu-recession-shows-austerity-ineffective-a-900252.html
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É injusto este comentário sobre o Público. O facto narrado é o pão nosso de cada dia nos vários jornais que se publicam e cada vez vendem menos na Tugulândia. O apogeu encontra-se nos vários diários desportivos.
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Deixem os jornais em paz porque já estão moribundos.
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