Contra a demagogia na escola
3 Junho, 2013
Importante entrevista nas páginas amarelas de VEJA essa semana, com o matemático Nuno Crato, ministro da Educação e da Ciência em Portugal (favor não comparar seu currículo ao de Aloizio Mercadante, para não humilhar tanto a ex-colônia). Crato tem atacado o “eduquês”, a pedagogia romântica e construtivista nas escolas. Ele está certo! Logo no começo, ele explica melhor o que está condenando:
Minha crítica bate de frente com uma linha muito celebrada nas escolas de hoje. É uma corrente que dá ênfase excessiva às atitudes e à formação cívica do aluno e deixa em segundo plano o conhecimento propriamente dito. Pergunto: como investir em educação cívica se o estudante não consegue nem ler o jornal?
Infelizmente, muitos educadores levaram suas ideologias esquerdistas para dentro da sala de aula. Antigamente, ensinava-se a ler e a escrever, a fazer contas, enquanto hoje se “ensina” que é preciso ter “consciência social”, sem falar de toda a doutrinação ideológica absurda.

Na faixa à direita “2. OUTROS PECADORES”, falta o link para o blogue Rodrigo Constantino.
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A Escola do Crato é cretina e obsoleta!
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Mas que parvo me saiste!Só mesmo um FDP faria um comentário destes!! Farsante e ignorante!Talvez pertenças a essa “elite”de prof.que tanto berram contra o Prof.Crato!
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Linguagem de…
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É Constantino, é isso mesmo. Isto por cá é uma pura e translúcida marabilha. Somos avaçadíssimos e temos governantes com bués de curriculum. Os governantes cá, especialmente desde 2005 até à atualidade, têm de facto um curriculum que mete mêdo… Já agora o Crato só é matemático no Brasil, porque cá é gestor e estatístico, ultimamente mais gestor… Há uma “diferençazinha”, sabia?
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Eis o currículo dele: http://pascal.iseg.utl.pt/~ncrato/CV_Crato_Breve.html
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como acima referi não é matemático.
“licenciou-se em Economia no ISEG, onde depois obteve o grau de mestre em Métodos Matemáticos para Gestão de Empresas.”
Sabe que o A. Guterres, por exemplo, se licenciou em engenharia, numa faculdade de engenharia a sério (IST) com média de 18 valores?
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eu concordo com coisas que ele diz, acho que há q incrementar hábitos de estudo e trabalho nos alunos, desde tenra idade, mas, neste momento, o problema é todo um problema de um projeto político que querem impôr no ensino básico, que passa por despedir profs para tornar o negócio atrativo para os privados, e o Crato está a servir de testa de ferro (ou não fosse basicamente um gestor). Além disso há problemas graves no ensino superior, devido à total autonomia dos reitores e não haver uma certificação e reconhecimento nacional das habilitações, podendo, não tão virtualmente assim, pessoas que compraram um diploma de doutoramento na net, verem o mesmo diploma reconhecido pelo reitor de uma qq instituição, mesmo que os outros todos não reconheçam. Havia doutorados por universidade espanholas cujo “doutoramento” nem sequer era reconhecido em Espanha, pois não era reconhecido centralmente (em Espanha ao contrário de cá existe uma “autoridade central” que analisa e acredita (ou não) os graus de doutor (porque há muitíssima trafulhice a este nível). Mas o Crato está apostado no ataque no básico e secundário (o ensino obrigatório) para tentar atender aos interesses privados, pois é um negócio potencialmente garantido “à la longue”. E as negociatas na construção de auto-estradas já deram o que tinham a dar…
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depois o ensino superior privado dá azo a imensas trafulhices. Algumas são conhecidas, dado o mediatismo dos protagonistas, como o diploma comprado (o tipo parece que só fez uma cadeira, e aparentemente mal, e o resto foi-lhe atribuído por “equivalências”… é… é de facto fantástico!), pelo Relvas à Lusófona (e o preço até foi barato – talvez a universidade esperasse futuras benesses do poder…), outras não são, mas os beneficiários conseguiram ficar como profs do ensino universitário público (através do amigo ex-coordenador de um departamento), quando normalmente não teriam sequer habilitações para dar aulas ao 2º ciclo do ensino básico.
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constantinorodrigo,
Precisamos de um treinador de bancada cá na escola. Contamos com o constantino!
No MEC já temos o (c)Rato!
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abaixo as ciênçias humanas, viva a folha exel! qual consciência social, qual quê? viva os robós! aprendamos às nossas crianças e espezinharem-se, cada um por si e Deus por mim
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Aqui acima está a “prova provada” de que as ditas “ciências humanas” produzem.
Depois da pergunta sobre consciência social a ortografia a gramática e a construção da frase é um primor. Ele poderá ter até consciência social ou aquilo que ele supõe ser essa coisa apenas não tem consciência suficiente para se exprimir porque não a teve para aprender.
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porra, porrinha, senhora madrinha! pode ser que ainda chova esta semana
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Ao fim de dois anos, mais do que falar no que o Crato diz, interessa falar no que (não) fez. Este era o tal que dizia ser necessário “implodir” o ministério da Educação. Ora, o maior monstro do Estado lá continua, com todas as suas direções gerais e regionais (estas, parece que foram batizadas com outro n ome), comissões, grupos, grupinhos e grupelhos. Mais um que, provavelmente, vai esrever umas memórias a explicar por que não fez o que tinha prometido fazer.
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Eu até nem desgosto do Nuno Crato, acho que se não fosse os cortes nas despesas, que inviabilizaram por completo o ensino em Portugal, como decerto o Constantino tão bem saberá, Crato seria um dos melhores ministros da educação que Portugal já teve em democracia.
No entanto, há alguns pontos com os quais eu não concordo. O principal (e único de que vou falar aqui) é a memorização como método de ensino. Seria de esperar que um matemático soubesse que a compreensão é fator necessário (ainda que não suficiente) para existir uma boa formação. Ainda assim, Crato planeia um ensino baseado na memorização, o que é prejudicial (tal como o ensino apenas baseado na compreensão o é).
Mesmo assim, Crato defende na entrevista a frase seguinte: ” Pergunto: como investir em educação cívica se o estudante não consegue nem ler o jornal?” Bom, ele tem obviamente razão. A minha questão é a seguinte: será que através dos métodos de ensino tradicionais o estudante será capaz de ler o jornal? Acho que não. Primeiro, a leitura de um jornal, para além de se basear no processo de alfabetização pura e simples (saber ler), implica a compreensão daquilo que se lê, algo que apenas é proporcionado pelos conhecimentos adquiridos através da análise de textos, do debate, do desenvolvimento do espírito crítico. Crato propõe, infelizmente, o fim (em grande parte) desse espírito crítico. O Constantino poderá, obviamente, argumentar que o ensino tradicional permite aos alunos a compreensão, uma vez que já dominam a memorização. A olhar para a sociedade portuguesa do período do Estado Novo, podemos facilmente chegar à conclusão de que a pequena parte da população que era escolarizada (falo apenas da maioria desta parcela, sendo óbvio que há exceções), não conseguia sequer compreender um contrato de trabalho, quanto mais um jornal. De facto, uma grande percentagem da população alfabetizada era iletrada.
Para terminar, reafirmo que Crato tem boas ideias que devem ser aproveitadas, mas também devia manter a compreensão, algo que ele tem tentado destruir nos alunos, mesmo que involuntariamente.
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“Muitos educadores levaram suas ideologias esquerdistas para dentro da sala de aula”. Certíssimo. Aqui em Braga, por exemplo, na Universidade do Minho, algumas aulas são, do princípio ao fim, pura propaganda comunista. Descaradamente assumida e proclamada pelos próprios professores. E ai de quem se atreva a contradizê-los! E o que se passa na Universidade do Minho passa-se em quase todas as outras.
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Aliás, quero deixar uma outra observação: onde está #educadores” deverá ler-se comissários políticos.
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André: ” a memorização como método de ensino”… em momento nenhum o ministro ou os novos programas fazem tal defesa. Põem, isso sim, no devido lugar, a importância que deve ser dada ao uso da memória. Sem um mínimo de dados em memória é quase impossível articular raciocínios cujos passos dependem de técnicas de cálculo aritmético ou algébrico, ou de conhecimentos sobre as propriedades dos objectos geométricos (para mencionarmos apenas as componentes principais das matérias do ensino elementar).
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Isso que está a referir é o que sempre se tentou fazer e já estava referido nos anteriores programas (do governo socialista). O atual ministro está a tentar levar a memorização mais além.
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