as garotadas
Uma das maiores garotadas deste governo e deste primeiro-ministro, porventura a maior e mais grave de todas, foi entregar o plano de «reformas» do estado ao Dr. Portas, que, por absurdo, ou excessiva cobiça, não o recusou. A coisa funcionou assim: «Ai andas para aí a dizer que é necessário cortar na despesa, então toma lá e embrulha». Com isto, que fez as delícias do spin laranja, o primeiro-ministro demonstrou que não acreditava em reforma alguma, e fez recordar aquela célebre partida do seu antecessor José Manuel Durão Barroso, também ele um enorme brincalhão, que nomeou o seu arqui-inimigo João de Deus Pinheiro responsável pela reforma da administração pública. Para qualquer pessoa de mínima sensatez, é por demais evidente que reformar o estado portugês não é encomenda que se entregue a uma pessoa, mas uma gigantesca tarefa que exigiria o esforço sério e empenhado de todo o governo e, ainda assim, os resultados ficariam sempre aquém do necessário. Passos demonstrou, desse modo, que não acreditava na possibilidade de se fazerem reformas estruturais, a sério, no estado português. De resto, se acreditasse, ou se as considerasse importantes, tê-las-ia iniciado há dois anos, quando assumiu o lugar de chefe do governo.

Da série “sou tão óbvio a querer que alguém se chegue à frente”.
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Com gente tão sensata e sagaz fora do Governo como é possível não darem por isso e continuarem sem os recrutar?
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Nao ha problema….o ZE TO reformara como nunca ninguem reformou….e assim toda a malta da pseudo direita e liberal vivera feliz para sempre
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O tiro saíu pela culatra a Passos Coelho: ele pensou que com tal dossier anilhava Portas e tramou-se à força toda.
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Um governo de Toys R Us…
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O tal plano de reformas era uma batata quente em que Passos não se atreveu a mexer, passando-a escaldante a Portas. É claro que as reformas não se fizeram, ficando Portas com a culpa, ainda que Passos tenha sido eleito com essas promessas.
Porta só não bateu com a porta há mais tempo porque gosta de viajar nos Falcons e andar a pavonear-se por esse mundo, de chancelaria em chancelaria, de restau em restau & streep tease cinco estrelas.
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A reforma do Estado num país que não quer ser reformado consiste para já num corte de 4700 Milhões. Quanto à sintonia fina e morosa que é a reforma administrativa, essa vai-se fazendo à medida da disponibilidade política do momento. Imagino que se o Governo tivesse começado por aí, os anti-corpos que hoje estão à vista teriam surgido e talvez comprometido a ideia de um país que mais do que conversar está disposto a cumprir. Não sabemos. Mas dizer que porque não se fez ao princípio agora já não é possível é o cúmulo da má fé de quem nem no princípio faria. Isto depois de tantos anos de políticas em cima do joelho. Não é? A solução em Portugal é disparar primeiro e falar depois.
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Uma grande garotice, sem dúvida. Aliás, eu e o meu provincianismo militante acreditam que já foi uma garotice (entre muitas outras) Portas ficar com os Negócios Estrangeiros. (Pronto, eu sei, foi uma esperteza de Portas!)
Para mim, os dois líderes teriam de ficar no país, a dar a cara, em situação de responsabilidades semelhantes. Como é que ele, na prática afastado dos problemas nacionais, ia agora fazer a reforma da AP? Tretas.
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