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em defesa do minotauro

6 Agosto, 2013
by

“o mercado: uma história simples de entender”, e “a direcção geral da tutela e acompanhamento do mercado de laranjas”, ambos n’ O Insurgente.

27 comentários leave one →
  1. Cáustico's avatar
    Cáustico permalink
    6 Agosto, 2013 15:02

    Dos mercados e das suas virtudes – uma lullaby.
    Como se os mercados não fossem as pessoas e as suas idiossincrasias. Como se fosse possível acreditar que tudo tende para um equilíbrio homeostático. Como se o Estado, no sentido mais lato, não fosse tão antigo como os mercados. Como se a livre concorrência fosse uma emanação do ADN mitocondrial. Como se a opressão e a chacina praticados em nome de uma sociedade livre e sem classes, não tivesse contraponto num obscurantismo secular, na escravatura e na usura.
    Uma história, enfim, em nada divergente de outras utopias terminadas em “ismo”.

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  2. Pffff !'s avatar
    Pffff ! permalink
    6 Agosto, 2013 15:05

    PORQUE ONTEM VI TANTA GENTE A FALAR DE MANDELA….

    É bom registar, para termos presente e sabermos informar os mais novos.

    “(…) aquilo que os senhores não querem que se diga, lendo os vossos votos, é que Mandela esteve até hoje na lista de terroristas dos Estados Unidos da América.
    Mas isto é verdade! É público e notório – toda a gente o sabe!

    Os senhores não querem que se diga que Nelson Mandela conduziu uma luta armada contra o apartheid, mas isto é um facto histórico.
    Embora os senhores não o digam, é a verdade, e os senhores não podem omitir a realidade.

    Os senhores não querem que se diga que, quando, em 1987, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com 129 votos, um apelo para a libertação incondicional de Nelson Mandela, os três países que votaram contra foram os Estados Unidos da América, de Reagan, a Grã-Bretanha, de Thatcher, e o governo português, da altura.*
    Isto é a realidade! Está documentado!

    Não querem que se diga que, em 1986, o governo português tentou sabotar, na União Europeia, as sanções contra o regime do apartheid.

    Não querem que se diga que a imprensa de direita portuguesa titulava, em 1985, que: «Eanes recebeu em Belém um terrorista sul-africano». Este «terrorista» era Oliver Tambo!

    São, portanto, estes embaraços que os senhores não querem que fiquem escritos num voto.

    Não querem que se diga que a derrota do apartheid não se deveu a um gesto de boa vontade dos racistas sul-africanos mas à heróica luta do povo sul-africano, de Mandela e à solidariedade das forças progressistas mundiais contra aqueles que defenderam até ao fim o regime do apartheid.(…)”

    *SABEM QUEM ERA O GOVERNO PORTUGUÊS EM 1987 E QUE VOTOU CONTRA? ERA CAVACO SILVA!

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    • Tiro ao Alvo's avatar
      Tiro ao Alvo permalink
      6 Agosto, 2013 16:29

      Isto também quer dizer que o Pffff ! aprova a atribuição do nome Mandela ao cão que matou uma criança e “esteve preso sem saber porquê”, nas palavras de quem lhe escolheu aquele novo nome?

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      • Pffff !'s avatar
        Pffff ! permalink
        6 Agosto, 2013 17:29

        Até aprovo, que se chame ao cão, Canibal….

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    • Binarypsilocybin's avatar
      6 Agosto, 2013 16:35

      Nelson Mandela conduziu uma luta armada contra o apartheid,
      Nelson Mandela censurou e sempre se afastou da ala mais radical do ANC. Sempre foi contra o terrorismo praticado contra o Apartheid.
      R.

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  3. Grunho's avatar
    Grunho permalink
    6 Agosto, 2013 15:28

    Mais um minotauro a abater.

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  4. André's avatar
    André permalink
    6 Agosto, 2013 15:33

    Tenho algumas questões sobre o texto e o seu autor (não estão pela ordem que surgem no texto).

    1. Partindo do pressuposto que o Estado não pode ser justo porque é dominado por pessoas (que não podem ser justas), qual é o milagre que permite aos mercados serem justos?

    2. O autor assume que os mercados não proporcionam o agravamento das desigualdades. Certamente que a Europa Ocidental e os EUA do século XIX e início do século XX eram perfeitamente igualitárias (ou muito mais igualitárias do que aquelas que existem hoje graças ao socialismo nas suas diversas vertentes). O que é que bebeu para considerar isto possível (porque é isso que pode ser inferido dos seus argumentos)?

    3. Confiando que os liberais sabem mesmo que os conflitos devem ser solucionados nos tribunais, como é que esses tribunais seriam pagos sem que se cobrasse uma taxa nos mercados (vulgarmente designado por impostos, o que acrescenta um valor ao produto transacionado)? Uma vez que os tribunais precisam de polícia para fazer com que as suas decisões sejam cumpridas e de legisladores que façam as leis, não me responda que cada conflito pagaria a sua resolução.

    4. Numa sociedade pobre como a portuguesa, o desenvolvimento nunca foi feito através dos privados. De facto, desde as conquistas à democracia, passando pelos descobrimentos, tudo o que pode ser denominado de progresso implicou obrigatoriamente a mão do Estado. É possível considerar que em países onde nunca houve empresários que quisessem aproveitar as potencialidades do mercado esses países se desenvolvessem e denotassem progressos, incluindo a diminuição das desigualdades e a melhoria da esperança de vida?

    5. Tendo em conta as questões anteriores, o autor do texto sobre o liberalismo é utópico, gozão ou simplesmente burro?

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    • Pffff !'s avatar
      Pffff ! permalink
      6 Agosto, 2013 15:40

      Resposta ao ponto 5

      .O Cérebro é uma coisa magnífica… todos deveriam ter um (anónimo).

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    • neotonton's avatar
      neotonton permalink
      6 Agosto, 2013 17:45

      1. Partindo do pressuposto que o Estado não pode ser justo porque é dominado por pessoas (que não podem ser justas), qual é o milagre que permite aos mercados serem justos?

      .
      Uma boa pregunta para o Rui A. contestar porque ele deve ser tao justo no individual como os mercado(s) pelos que ele (assim em colectivo) advoga…:)

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      • rui a.'s avatar
        rui a. permalink
        6 Agosto, 2013 18:49

        “qual é o milagre que permite aos mercados serem justos?”
        A concorrência, o que não existe no estado, que desempenha o seu papel em regime monopolista.

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      • André's avatar
        André permalink
        7 Agosto, 2013 07:03

        Qual é o milagre que lhe garante que a concorrência não é adulterada? De facto, penso que nos últimos tempos os EUA e a UE têm tido bastantes casos desses em tribunais (principalmente com grandes transnacionais como a Apple). Se não houver um estado forte ligado aos tribunais, é impossível uma resolução do conflito.

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    • Joaquim Amado Lopes's avatar
      Joaquim Amado Lopes permalink
      6 Agosto, 2013 21:57

      André,
      1. Se as pessoas “não podem ser justas” então quanto maior fôr o poder colocado nas mãos de um pequeno grupo de pessoas menos justiça haverá.
      E quanto mais decisões forem tomadas pelo Estado maior será a necessidade de estabelecer regras generalistas (decididos pelo pequeno grupo referido acima) que se aplicarão a todos, sem tomar em consideração os aspectos particulares de cada pessoa ou situação, o que apenas potenciará a injustiça.
      Além de que a sociedade não é estática, o que leva a que todas essas regras tenham que ser constantemente revistas por pessoas completamente alheias à sua aplicação e consequências. A menos que se pretenda que é possível atingir um estado “perfeito” e depois mantê-lo inalterado indefinidamente, o que implica impedir administrativamente as pessoas de evoluir.

      A forma de minimizar essa injustiça (conceito subjectivo que varia de pessoa para pessoa) é precisamente deixar as decisões nas mãos dos directamente envolvidos. Não há maior injustiça do que não tomar em consideração os interesses e desejos dos que são afectados pelas decisões e são precisamente esses quem melhor conhece esses interesses e desejos.

      2. As pessoas são diferentes umas das outras e, por isso, o igualitarismo (imposição de uma “igualdade” decidida centralmente) é a negação da justiça.

      3. Não me recordo de algum dos autores do Blasfémias defender o fim dos impostos. Se afirma que isso aconteceu, prove-o.

      4. A melhoria consistente da esperança média de vida, dos indicadores de saúde e do nível de vida devem-se fundamentalmente à evolução tecnológica e à massificação do uso dos produtos que daí resultaram. Isso aconteceu principalmente pela acção dos particulares e do comércio, não por decisão e acção de organizações estatais.

      5. Se há aqui alguém burro é precisamente o autor do comentário a que estou a responder.

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      • André's avatar
        André permalink
        7 Agosto, 2013 07:33

        Joaquim, obrigado pela resposta. Analisemos algumas coisas.

        1. Para combater a oligarquia no Estado, temos um mecanismo muito simples chamado democracia, que confere poderes aos cidadãos para colocar quem quiserem no poder. Tal como os mercados, não é um mecanismo perfeito e era precisamente aí que eu queria que um liberal chegasse. Nenhum dos sistemas é perfeito. Simplesmente, quando os mercados permitem um monopólio (e naturalmente permitem-no), as pessoas não podem votar para escolher os líderes do monopólio (se bem me lembro, esta é uma das objeções ao Estado Ultramínimo de Nozick). Assim, entre duas potenciais oligarquias, prefiro a estatal, uma vez que me confere o poder de votar nos seus líderes em vez da dos mercados, que através de mecanismos pouco legais (ou mesmo ilegais) acabam por instaurar uma ditadura maior.

        2. Boa evasiva de advogado. Agora pode responder à perguntar. Considera ou não aquelas sociedades justas perante as perspetivas de justiça vigentes à época (e ainda nos dias de hoje)?

        3. Se não defendem o fim dos impostos, defendem sempre um ataque à propriedade privada, como tal volto a colocar a questão.

        4. Até concordaria consigo (e no geral concordo), à exceção de dois pequenos argumentos. A inovação tecnológica não está ao alcance de todos. Por exemplo, nos EUA quem tenha um seguro de saúde tem direito a excelentes tratamentos, quem não o tenha não tinha sequer direito a tratamento (situação um pouco corrigida por Obama). Imagine que uma pessoa não tem dinheiro para um seguro de saúde porque não ganha o suficiente, ela deve morrer por causa disso?

        5. Para além de não ter respondido à questão, ignorou duas alternativas e tentou apelidar outra pessoa de burro, coisa que eu não fiz, deixei apenas como uma das opções viáveis.

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      • André's avatar
        André permalink
        7 Agosto, 2013 07:37

        Esqueci-me do segundo argumento do ponto 4. Na URSS de Krutchev o Estado investiu maciçamente em bens de consumo. De facto, ainda que em menor grau, Brejnev continuou a fazê-lo, chegando ao ponto de que durante a crise de petróleo, segundo a ONU os habitantes da URSS chegaram a ter acesso a mais bens de consumo do que um cidadão médio norte-americano. Como vê, nem sempre a inovação tecnológica se deve aos privados. Como é evidente, a URSS não representa um modelo com o qual eu concorde devido à falta de democracia, mas aqui serviu como exemplo prático.

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      • Joaquim Amado Lopes's avatar
        Joaquim Amado Lopes permalink
        8 Agosto, 2013 15:06

        André,
        1. Por outras palavras, o André não confia nas pessoas para tomarem decisões relativamente às suas próprias vidas mas confia no Estado para as tomar porque pode votar para os órgãos de soberania. Não vale a pena ir pesquisar os comentários que tenha escrito a propósito do Governo e do Presidente da República porque tenho a certeza absoluta que nunca manifestou o mínimo problema com qualquer Lei que tenha sido passada ou decisão que qualquer Governo tenha tomado.
        Quanto aos mercados, está completamente enganado. São precisamente os mercados livres (sem intervenção estatal) que impedem a formação de monopólios. É que, ao contrário do que escreve, (a menos que o Estado as impeça) as pessoas podem votar com a carteira, o que significa que são os consumidores que decidem quais as empresas que florescem e as que desaparecem.

        2. Justiça é um conceito subjectivo e varia de pessoa para pessoa mas a sua insistência em confundir igualitarismo (igualdade forçada pelo Estado) e justiça é um disparate.
        Por exemplo, as quotas por género ou raça para acesso ao ensino superior ou à administração de empresas. De que forma e para quem é que essas quotas são justas? Para quem consegue uma vaga por ser de um determinado género ou raça apesar de ser menos qualificado? Para quem é preterido por não ser de uma determinada raça ou género apesar de ser mais qualificado? Para os que, sendo de um determinado género ou raça, não têm nada a ver com aquela selecção em particular?
        Quanto à sua “questão” (sim, entre aspas), parece-me que nem sequer o André sabe o que quer perguntar.

        3. Pelo contrário. Quem está a atacar a propriedade privada é o André, ao defender que seja o Estado a decidir sobre o património e rendimentos de cada um.

        4.a. No ponto 3 acusa os “blasfemos” de atacarem a propriedade privada e no 4 advoga o fim de propriedade privada.
        É claro que o acesso ao que custe dinheiro é mais fácil para quem tem mais dinheiro. E uns bens e serviços custam mais do que outros porque envolvem mais recursos ou recursos mais escassos.
        A única forma de não ser assim seria acabar com o dinheiro e o rendimento individual. Cada um produziria e receberia o que o Estado decidisse, sem que um fosse indexado ao outro.
        Se é a isso que chama justiça, então falamos idiomas diferentes.

        5. É o André quem defende uma “utopia” e usa argumentos tão disparatados que parece que está a gozar.
        E se considera que não chamou burro ao Rui A. porque o fez na forma de pergunta então eu também não chamei burro ao André porque coloquei um “se” no início da frase.

        4.b. “Na URSS de Krutchev o Estado investiu maciçamente em bens de consumo” a que custo?
        Além de que quem estabeleceu absolutos foi o André, quando escreveu que “Numa sociedade pobre como a portuguesa, o desenvolvimento NUNCA FOI FEITO através dos privados.”, o que demonstra um notável alheamento da realidade.
        O que escrevi foi que a evolução nas condições de vida “aconteceu PRINCIPALMENTE pela acção dos particulares e do comércio”. Dar um (mau) exemplo do contrário não invalida o que escrevi (na realidade até o reforça por ser um único exemplo).

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  5. Binarypsilocybin's avatar
    6 Agosto, 2013 16:18

    Há os mercados e os “marcados”.
    Piscoiso e Portela são os “marcados”.
    R.

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    • Portela Menos 1's avatar
      Portela Menos 1 permalink
      6 Agosto, 2013 18:08

      pesadelos, só pode 🙂

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    • und's avatar
      und permalink
      6 Agosto, 2013 19:37

      portela é mais dos marados….e bem marado

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      • Portela Menos 1's avatar
        Portela Menos 1 permalink
        6 Agosto, 2013 22:07

        a respeito de marados dás 10-0 a qualquer dos comentadeiros 🙂

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  6. PPM's avatar
    PPM permalink
    6 Agosto, 2013 16:23

    Barthes chamou a isto o grau zero da escrita.

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    • und's avatar
      und permalink
      6 Agosto, 2013 19:39

      roland desde a chanson chamava muita cousa a muita cousa

      aparentemente era do grau -1 e por isso deixaram de comprar-lhe os livros

      teve o seu momento de glória enquanto estava o contrário de lili caneças

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  7. YHWH's avatar
    YHWH permalink
    6 Agosto, 2013 17:05

    Artigo típico de quem sobre a mitologia pouco ou nada sabe de fundamental e/ou relacional…

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  8. @!@'s avatar
    6 Agosto, 2013 17:34

    Tudo bem com liber, nada a opor, maravilha. O problema é mesmo o alismo.
    “Num mercado intervencionado as pessoas não são plenamente soberanas no exercício da sua vontade. Alguém com autoridade lhes limitará essa soberania, impondo regras que elas não criaram, fixando os preços e as demais condições do negócio, ou apropriando-se de parte do produto das suas transações. Há sociedades, nos dias de hoje e no passado, sem mercados legalmente reconhecidos, onde as pessoas não podem transacionar sem ser por meio de um intermediário, que determina todas as condições de todas as operações de troca. Nessas sociedades a propriedade é praticamente proibida e as trocas assumem frequentemente uma natureza clandestina e ilegal: os bens são transacionados em mercado clandestino, ilegal, ou “negro”, a custos mais elevados do que o que seria normal num mercado livre, por incorporarem o elevado custo do risco da actividade empresarial ilegal. Com excepção daqueles que pertencem às elites dirigentes, as pessoas vivem miseravelmente nesses países onde não há mercado.”

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  9. Me's avatar
    6 Agosto, 2013 19:27

    pois , em teoria é tudo muito bonito e perfeito. mas na realidade é pena que os agentes do mercado não sejam mesmo liberais pq se fossem quando andaram a vender caca uns aos outros não tinham vindo pedir batatinhas aos agentes alheios ao mercado ,aos tótós dos contribuintes.

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    • und's avatar
      und permalink
      6 Agosto, 2013 19:37

      mas se não venderem caca vendem o quê?

      a economia é cada vez mais virtual

      vai dar mais um Cêntimo de publicidade ao facebook vai…..

      só o minipreço paga uma carrada de melões ao facebook

      e os tótós dos contribuintes recebem o dinheiro donde?

      de um sistema bancário que alavancou o PIB mundial e local à custa de crédito e dívida nacional desde os tempos de Nixon….

      os con’s tributáveis receberam muito deste systema euro-nipo-americano

      o problema foram os tigres de papel…

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  10. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    7 Agosto, 2013 11:45

    Este texto merecia uma resposta mais elaborada, mas estou sem tempo e a escrever a galope. Vai aqui o possível… e só metade. No entanto, devo dizer que é um texto muito bem escrito, como rui a. faz sempre, o que o torna mais perigoso, digamos. Perigoso porque aqueles que não se questionam e que nunca questionam o que leem, tomam como verdade os dogmas apresentados e os raciocínios desviantes do texto. É a mesma coisa que um “pai nosso”. Pode ser perfeito na sua estrutura, mas falha nas afirmações. “Pai nosso que estais no céu…”, para os crentes isto é a perfeição. Já vou longo e estou sem tempo que, aliás, rui a. merecia. Mesmo que se zangasse. 😉
    “O mercado existe desde que os homens abandonaram o isolamento das cavernas e passaram a especializar o seu trabalho em função das suas aptidões…”
    – Aquando da emergência do mercado, troca de conchinhas e pedrinhas, já os grupos humanos tinham líderes que impunham as suas regras, normas e condições para organização das suas sociedades. Aliás, isso já acontecia antes do surgimento do ser humano, como se pode apreciar entre os primatas.
    ———-
    “O mercado livre e a liberdade individual são conceitos sinónimos.”
    – Podem não ser. A regulação facilita o mercado livre. Como consumidor, exijo que os mercados sejam dispostos de forma a facilitar a aquisição dos produtos. Por exemplo, juntando os vendedores dos mesmos produtos (em certos casos), proibindo o uso de inseticidas perigosos, obrigando a determinada exposição dos produtos, sabendo a sua origem… Por exemplo, ainda recentemente a EU teve de proibir determinados pesticidas perigosos porque os seus fabricantes entre envenenar o planeta e ficar ricos ou não enriquecer e deixar o planeta vivo preferiam a riqueza.
    ———–
    “Os liberais acreditam que as pessoas cooperam entre si…”
    – Os liberais podem acreditar no que quiserem. Podem não ver conflitos, guerras, ódio e assassínios, mas eles existem. Podem até não ver que muitas vezes profissionais do mesmo ramo se odeiam uns aos outros e nem sequer conversam, mas as situações existem. Aliás, os marxistas também têm os seus dogmas.
    ———–
    “Os socialistas de todas as ideologias crêem que o conflito é o princípio propulsor da vida em sociedade…”
    – Que socialistas? O socialismo democrática (social-democracia) é a mais conciliadora de todas as práticas políticas. Os nórdicos são dos povos com menos conflitos sociais, os mais cultos e os que vivem melhor.
    ———–
    “Num mercado intervencionado as pessoas não são plenamente soberanas no exercício da sua vontade…”
    – Assisti ao longo da minha vida a milhões de compras e vendas. Comprei eu próprio milhares e milhares de produtos e nunca vi um só caso de falta de soberania das pessoas. Nem nunca vi ninguém queixar-se de falta de soberania. Já não digo a mesma coisa sobre falta de dinheiro. Parece-me mais um dogma.
    ———–
    “Alguém com autoridade lhes limitará essa soberania, impondo regras que elas não criaram…”
    – Aos vendedores, sim, retirasse-lhes muitas vezes a possibilidade de enganarem os consumidores. Ainda bem.
    ———–
    “…fixando os preços e as demais condições do negócio…”
    – Conheço poucos casos de fixação de preços, exceto medicamentos. Ainda bem. É bom para todos os consumidores. As máfias deste “negócio” não respeitam muito os preços resultantes da lei da oferta e da procura. Se puderem vendem sempre a alto preço porque têm um “mercado” garantido: o dos doentes.
    ————
    “…, ou apropriando-se de parte do produto das suas transações.”
    – Ainda bem. Não conheço ninguém que não fique grato a governos e autarquias que lhes proporcionam boas condições nos mercados físicos, como sejam a construção da sua parte estrutural, das estradas e passeios, lugares de estacionamento e outras condições para que possam facilitar a vida a vendedores e compradores.
    ….

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  11. josegcmonteiro's avatar
    8 Agosto, 2013 16:02

    Cavaco foi, será sempre um nojo.
    Foi o pastor dos novos ricos.

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