o que se lhe há-de fazer?
O meu anterior post sobre a privatização das ruinosas auto-estradas feitas à pala das ppp’s socialistas provocou o habitual choro e ranger de dentes de muitos comentadores em defesa da propriedade “pública”, como sempre sucede quando se fala em privatizações em Portugal.
Por puro preconceito ideológico que lhes foi inculcado por décadas de propaganda («A banca é do povo!»), muito portuga acredita mesmo que é dono da propriedade gerida pelos gestores do ou contratados pelo estado, e prefere suportar, com o seu trabalho e o dinheiro dos seus impostos, os prejuízos de negócios alheios, que cumprem exclusivamente fins privados, como sucedeu com o BPN e sucede com este tipo de contratos, ou com a TAP, a RTP e a generalidade das empresas ditas públicas. Depois, estranham os altos custos desses serviços, como os preços das portagens destas auto-estradas, que eles reconhecem estar praticamente vazias por não terem dinheiro para os pagar. Se raciocinassem um pouco, perceberiam que enquanto forem eles os responsáveis solidários pelos prejuízos de exploração, os concessionários dos serviços não farão o menor esforço para os rentabilizar economicamente, pela simples razão de que não precisam de o fazer para receberem o que lhes cabe no final de cada mês. E, já agora, que não têm dinheiro para pagar as portagens, porque o estado lho leva em impostos para pagar estes e outros prejuízos.
O português médio dos dias de hoje é maioritariamente assim. Gosta de apanhar, o que se lhe há-de fazer?

não vi grande indignação – nove comentários até agora – mas ainda bem que a defesa do “privado” em tudo o que mexe não é preconceito ideológico 🙂
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Não é um «preconceito ideológico», pá, é uma atitude racional e demonstrável numa folha excel!
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a mesma folha excel, pá, que conclui que a saída da crise é o empobrecimento e a descida de salários 🙂
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mostra lá a folha excel, rui a.
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a crise filha não tem saída
tal como os hindus com a rupia vão voltar a 92 e a vender as reservas de ouro
portugal vai estar falido e com 4 milhões de velhos em 2020
a morrerrem aos 200 mil por ano
a mortalidade vai dobrar de certezinha
de resto basta ver o caso do maestro morto pela médica do inem
cada vez há mais chamadas e menos meios
e daqui a dois anos ficamos gregos perante as farmacêuticas
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No Brasil é a mesma coisa
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não no brasil há uma maioria populacional com muito menos recursos que os nossos mais deserdados
por enquanto claro
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Ainda bem que apareceu o Excel para demonstrar atitudes racionais.
Já fico mais descansado.
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Olhe que as folhas de excel tem errado.
E tem de esclarecer se quer que Portugal continue como um país uno porque não é possível clamar pela pontualidade do publico para o manter coeso.
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O mínimo que se lhe pede é que pense antes de escrever. Mas quem é vc para estar a dizer quem são e o que pensam “todos os outros”?
A minha opinião é a de que, porventura por ser mais fácil, se limitou a descrever a imagem que viu ao seu espelho.
Um pouco mais de humildade talvez não lhe fizesse mal.
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bom, mais um neo tonto baralhado, as auto estradas estão todas privatizadas há que tempos , e de resto é mais um sector sistémico, dai o interesse, o downside fica sempre para o rui e afins , mas enfim ainda levam com as fábulas da tatcher na carola, assim como outros com os guevaras
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Sem dúvida que estão. Ora consulte:
http://www.estradasdeportugal.pt/index.php/pt/a-empresa/quem-somos-
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“as auto estradas estão todas privatizadas”
O que está privatizado, garantido legalmente, é o lucro delas pois os prejuízos são públicos.
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Rui, acha sinceramente que algumas autoestradas deste país podem vir a ser rentáveis (tanto com gestão pública como privada)? Teria sido bem melhor se os governos de Durão Barroso (e o Santana Lopes) e de José Sócrates nunca tivessem construído algumas autoestradas mas tivessem melhorado e modernizado as estradas nacionais.
Quanto à privatização daquelas infraestruturas (porque não as podemos destruir), prefiro que se mantenha sob gestão pública com os custos reduzidos ao mínimo, ou seja, em vez de se andar a concessionar, entrega-se aquelas autoestradas diretamente às Estradas de Portugal, uma empresa já existente que não tinha de andar a criar mais empregos para os camaradas do partido (no caso atual, PSD e CDS-PP).
Aliás, para mim é incompreensível por que razão as estradas têm de ser geridas por uma empresa pública. Não bastava que houvesse na Secretaria de Estado dos Transportes (se ainda existir) um gabinete que coordenasse as estradas? Em vez de se andar a multiplicar despesas e postos de emprego para os camaradas do partido em empresas públicas e privadas encostadas à propriedade pública. Seria muito mais fácil, mas é preferível ter várias entidades a gerir a mesma coisa, isso tem sido para o PS, PSD e CDS-PP um Estado moderno e eficiente!
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André: Essa auto-estrada da Malveira à Ericeira é da câmara ? É rentável?
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Ultimamente têm pago todas as prestações ao banco, mas se for ver as portagens cobradas percebe rapidamente porquê. Não considero que seja rentável e acho que é um excelente caso de que se devia ter feito modernização das vias existentes (como foi feito noutras estradas do concelho). Achava que eu estava a falar só dumas estradas e a esquecer-me de outras? Não, infelizmente tenho um caso mesmo ao pé de casa (e um município a caminho de estar falido, que só por acaso, há décadas é um município do PSD).
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Também era simpático ver que se não fosse o Estado nem sequer autoestradas haviam. Mas os liberais gostam de apanhar as Estradas Nacionais e andar atrás dos camiões. Tudo em nome de um mercado qualquer que eles imaginam. Devem pensar que estão na América, só pode.
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Nem comida, nem saúde, nem roupa, nem casas, nem nada. O que seria de nós sem o benevolente Estado, que tudo faz acontecer?
Se não existisse o Estado, existiram ainda assim privados interessados em ter uma auto-estrada que poderiam rentabilizar cobrando… portagens.
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Dr Rui Albuquerque : a nacionalização pode ser uma fase intermédia. Se o estado se puder financiar a 6% ,não se justifica que esteja a pagar 11% e mais.Uma hipótese a estudar ,pede dinheiro,nacionaliza e leva o custo à dívida .Não sei se os credores aceitam ,sim ,nós perdemos a soberania.
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Por falar em portagens; porque não averiguar qual o saldo entre o que cobram nas ex.scuts e o que pagam pelos pórticos de cobrança? Já agora: de quem é a empresa que detém os referidos pórticos, e quem nela presta serviços, e qual a relação da referida empresa com governantes? Talvez assim fosse mais fácil de entender da insistência de Passos Coelho em por portagens em todas as scuts
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André, não tens razão quando dizes que nenhuma auto-estrada pode ser rentável. Se isso fosse verdade, não deveria construir-se uma única. E fica a saber que é muito difícil fazer a análise dos custos e dos benefícios de uma auto-estrada.
Todavia, tens razão, quanto às ex-SCUT: como é possível que nessas auto-estradas o sistema de cobrança (aqueles pórticos inteligentes…) absorva 30% do valor cobrado nas portagens? Com um sistema desses dificilmente qualquer coisa é rentável – pensemos um qualquer empreendimento onde, para cobrar o preço do produto ou do serviço prestado, fosse necessário pagar 1/3 desse valor ao agente cobrador. Não faz sentido.
Sabes quem está a ganhar com esse negócio da China? E quem inventou tão rentável sistema? Eu digo-te: foi o teu amigo Paulo Campos, que até se andou a gabar, dizendo que ia vender a patente aos espanhóis. Uma tontice. Tudo sob o patrocínio do Sócrates e seus amigos.
Abre os olhos, André!
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Não disse que nenhuma autoestrada podia ser rentável, disse que algumas autoestradas não podem ser rentáveis.
Por que razão o Paulo Campos é meu amigo é algo que me escapa, mas certamente terá alguma explicação. Quanto o governo do Sócrates, é claro que foi ele uma das pessoas que mais beneficiou com as ex-SCUT, o problema é que não foi o único (e como é perceptível pelos relatórios da Comissão para as PPP rodoviárias, pelo facto de estarem bastante incompletas, a culpa não deve ser só do quadrante político do PS, mas envolve também o incorruptível PSD).
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Tem razão, o André não é admirador do Sócrates, o André é um comunista envergonhado, mas, quando for “grande”, vai tornar-se num conservador. Moderado ou não, isso se verá.
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Moderado sou sempre, conservador só não sou a nível da economia e de algumas normas sociais (estou-me a borrifar se os homossexuais se casam ou não ou se uma mãe quer que o filho nasça ou não, aí até sou bastante liberal e gosto de dar opções de escolha, um conservador não o faz).
Quanto a ser comunista envergonhado, não, sou comunista, não tenho vergonha de o dizer, simplesmente acho que o capitalismo de Estado não é comunismo (sim, aquilo que os soviéticos faziam não era comunismo, era arbitrariedade disfarçada de interesse do povo), o que faz com que seja a favor da democracia liberal existente no mundo ocidental.
Se algum dia serei conservador, como disse, já o sou (simplesmente não obrigo os outros a sê-lo).
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Não é o “português médio” que acha normal pagar 23% de imposto para o Estado sobre tudo aquilo que consome e ainda por cima pagar mais de 35% do que ganha para o Imposto de Rendimento, mais 34% de imposto sobre o que ganha para a segurança social, e mais um bocado de imposto sobre a casa que comprou com as suas poupanças, e mais uns impostos menores como taxas de auto estradas, taxa de saude, de gasolina, de automovel, de agua e esgotos, um sem fim de taxas? O português médio além de achar tudo isto absolutamente normal, ainda agradece por viver numa democracia que lhe permite votar naqueles que o roubam e lhe dão palmadinhas na cabeça por ser bem comportado.
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Acho que nao devim ler bem a Paulo Morais e que nao vinha finalmente a concluir que “Aqui chegados, só a nacionalização das PPP rodoviárias pelo seu justo valor evitará o total descalabro das finanças públicas. E só a eliminação das portagens…”
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Mais uma partida do Excel:
http://qz.com/119578/damn-you-excel-spreadsheets-jp-morgan-edition/
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