os gajos porreiros
Anda por aí uma lacrimejeirice pegada e politicamente correcta de homenagem às excelsas virtudes do comediante Ricardo Araújo Pereira, fazendo-se apelo a que se distinga, na sua dimensão de homem público, o actor talentoso do protagonista político equivocado.
A alma portuguesa é pródiga neste tipo de tolerância de salão, como se não fosse suficiente a um talento a sua existência para ser reconhecido, tornando-se necessária a exaltação enfática do mesmo, exercício que, em regra, visa mais a exaltação própria da virtude do tolerante que exalta, do que a verdadeira exaltação das qualidades do tolerado exaltado. Por via da regra, o exercício consiste no apelo a que se reconheçam as grandes qualidades profissionais e humanas do visado, deixando-se de lado outras suas facetas tidas como menos recomendáveis. Assim se compõe a moral social portuguesa dos “gajos porreiros”.
Isto faz-me lembrar um episódio recente da vida cultural brasileira, no qual algumas almas igualmente generosas pediram publicamente para se usar de compreensão absoluta para com os artistas vanguardistas da esquerda histórica do país, entre eles, Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que, ferozmente incomodados com a ameaça de publicação de algumas biografias não autorizadas das suas vidas exemplares, apelaram ao “visto prévio” das mesmas, o mesmo é dizer, à reposição da censura que eles tanto tinham combatido no passado, e logo agora em proveito próprio. A este propósito, retorquindo a tão inspirados apelos, um comentador sagaz aceitou o repto e declarou: “Eu não confundo e distingo muito bem a pessoa do Caetano Veloso da sua obra musical; e considero ambos uma merda!”.
Não direi o mesmo de Ricardo Araújo Pereira, que sempre me pareceu um comediante acima da média nacional, eventualmente só abaixo de um Herman José da era jurássica e dos clássicos dos anos 50 e 60. Mas parece-me que dar importância pública às suas posições políticas para lhe salientar os méritos profissionais é um exercício muito dispensável. As escolhas políticas de Araújo Pereira só poderão dizer respeito a quem o estime como actor se se confundirem com o exercício da sua profissão. Por mim, no momento em que ele começar a fazer humor comprometido com a luta de classes e com os malefícios do neoliberalismo, se isso alguma vez acontecer, mudarei imediatamente de canal. É só isto.

Assino por baixo, pelo lado, por cima, por onde for preciso.
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porquê? é menos digno de ter posições políticas que outros palhaços par lamentares e presidenciais ou presidenciáveis que ainda andam por aí ou já griparam?
Desde o gajo das marquises, ao fode tortugas e ao pateta alegre
bom este tem ao menos posições mais sólidas
e ganha mais no privado que na política de certezinha…..
e como político de Parque Mayer anti-regime foi muito superior a 40 anos de rábulas revisteiras
é um político que tem como profissão cómico
já o marques guedes o poiares maduro o passos o Sócrates o marocas e outros palhaços são cómicos muito fraquinhos que só se safam na política
e mesmo assim nem muito
mas o grau de exigência também não é grande…
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Muito bem. Completamente de acordo.
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Eu já mudo de canal
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Excepto que falar mal do Caetano Veloso músico me parece uma blasfémia.
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Então, está no sítio certo, meu caro João!
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é capaz de estar, diz-me com que palhaços andas, dir-te-ei que político és
de algibeira né?
ele é caro? custa-nos quanto
o José Carlos Dionísio orçava por 40 mil por ano por umas 200 horas
ficava a 200 por hora
esse jcd fica mais caro ao contribuinte?
ora dos 70 mil milhões em impostos arrecadados
cabe 7000 por cabeça para vos pagar
merda tou pagando por 4 portugueses….algum de vocês está pra adopção?
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Pois, somos pagos para proferir blasfémias…
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bom mim fá-lo por activismo político ou como hobby de cidadão no pleno gozo de quase todos os direitos de cidadania virtual
o que é estranho pois em 40 anos só me meti em política a mijar na sede da Pide dgs obviamente
e a teatrinho de revista fazer pateadas
e a gritar morte ao cabeça de abóbora
logo deve ser um efeito de senil idade praecox
quisto queima a vista e é indutor de células imortaes que são fatais
pagam-vos fazeis por desporto?
na realidade interessa-me pouco
já o OZARK uplift é mais interessante que o cimarron arch
se soys ou não soys é problema vosso…
peçam ações da sln…ou do Banif……enfim duma dessas especulações à custa dos moron’s
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Tudo isso para finalmente dizer o que faz com o comando de televisão? Certo… O seu post, de facto, é sagaz, brilhante e muito relevante.
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Ricardo Araújo Pereira tem o seu valor , e ponto final.
Gosto dos desempenhos e aprecio as suas crónicas.
Gente nova, vida nova!…
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Vidas exemplares…as dos músicos?
Chica. Este Rui comença ja a parecerse… Nao digo a quém. 🙂
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Outro que chumbava no teste do Crato. Ele não tem culpa, foi ensinado por um professor que não fez nem nunca vai querer fazer o teste.
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Ricardo Araújo Pereira é uma besta *atrelada*
Passávamos bem sem ele . . .
Como Pedro diz: ao *comando* . . .
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Está no seu direito ao mudar de canal. Cá por mim, também mudo de canal todas as vezes (e são muitas diáriamente) em que algum membro do pior governo desde a fundação da nacionalidade ou da maioria que o suporta aparece na televisão. Pode portanto contar com a minha compreensão solidária com o seu direito de mudar de canal.
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…”pior governo desde a fundação da nacionalidade”. Disse isto sem se rir?
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AHHAHAHAHAHAHAH lindo!!
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Claro que disse: a múmia do Atom é do tempo de D. Afonso Henriques, logo está tão encarquilhada que não se pode rir…
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Jon Stewart também deve ser um gajo porreiro.
Já o Ricardo Araújo Pereira até pode ser uma merda para alguns, como o outro ao Caetano Veloso.
E daí?
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“no momento em que ele começar a fazer humor comprometido com a luta de classes e com os malefícios do neoliberalismo” espero que ele renuncie ao contrato com a PT e entre numa lógica de redistribuição da sua pequena fortuna com os menos afortunados.
afinal, há que ser coerente.
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O bom humorista tem tendência a fazer humor com tabus.
E parece que a crítica humorada a este Governo é tabu.
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Já eu só o verei quando ele começar a fazer humor comprometido com a luta de classes e com os malefícios do neoliberalismo
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Politicamente o Sr Ricardo Araújo Pereira é um pateta alegre. Há muito tempo que não faz um programa de humor de sucesso. Tem contudo alguma tiradas de génio (copiadas ou não), que subscrevo na íntegra. Deixo aqui um exemplo:
“sou completamente a favor do casamento gay… Mas só entre políticos. Tudo o que venha contribuir para que eles não se reproduzam… é bom para todos!!!”
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A idiotice do escriba é tanta que não consegue discordar sem vilipendiar a opinião contrária como “equívoco” ou como “pouco recomendável”. Há uma arte em concordar em discordar que escapa por completo a estes pensadores armados ao pingarelho.
Haja pachorra para aturar estes intelectuais de meia tigela.
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“Por mim, no momento em que ele começar a fazer humor comprometido com a luta de classes e com os malefícios do neoliberalismo, se isso alguma vez acontecer, mudarei imediatamente de canal. É só isto.”
– Já esteve mais longe!
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http://www.youtube.com/watch?v=wxbfG5hAa18
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O Araújo Pereira teve aquele arricanço da imitação do prof. Marcelo, um número realmente com piada, e depois entusiasmou-se e convenceu-se que os seus ditos tem “sempre” graça, para além de serem “sempre” inteligentes. Mas não foi nem é assim que acontece: os trejeitos são sempre os mesmos e as piadas, a maioria das vezes, fracotas, a denunciarem pouco trabalho e muita preguiça. Aconteceu parecido com o Herman José. É uma pena.
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Também já há poucos “comediantes” apreciados pela direita; os últimos que se continuam a passear por aí têm 90-100 anos e a caça tem sido cada vez mais apertada.
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alguns também apreciam o comediante Jardim…
http://www.publico.pt/politica/noticia/deputado-retirado-da-assembleia-da-madeira-por-ocupar-lugar-de-jardim-1616884
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Eu só acho piada ao facto de Rui A., que não faço a menor ideia quem seja para lá do que escreve aqui, ache que a sua opinião política deve ser ouvida. Se Rui A., que não é ninguém na política nem nunca contribuiu nada para a política nacional para lá de escrever um diário, ache que outros não podem nem devem dizer publicamente a sua opinião política, seja ela qual for.
Se há alguém que devia defender o direito a quem não é político de comentar política é um blogger.
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Uma biografia não autorizada é um peça literária de ficção em que o nome dos personagens está identificado com pessoas.
Toda a gente tem direito à não intromissão e divulgação da sua vida pessoal ou publica, ainda para mais ficcionada.
Se tentar evitar esta situação é censura, “cagar de cócoras” é anatomicamente contraproducente
Os “verdadeiros artistas” só são bons enquanto divertem inocuamente, quando espetam o dedo são “esquerdoides”, e estatisticamente tem de haver mais “direitoides”, é muito mais fácil e consentâneo.
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Compreendo a sua posição e reconheço que ela é tentadora.
Na verdade, escrever coisas a respeito seja de quem for é sempre um risco para a verdade, correndo-se o perigo de se inventarem falácias e mentiras a respeito das pessoas.
Todavia, reconhecerá que, para os difamadores, o Estado de Direito reserva a lei e os tribunais, enquanto que para a divulgação da verdade não existe qualquer proteção. Para além do mais, uma biografia que minta descaradamente, ou invente coisas inverossímeis a respeito de uma figura pública de boa reputação, dificilmente ganhará crédito e leitores sérios. Num Estado de Direito que funcione, quem difame ou calunie uma pessoa é sujeita a fortes penalizações, o que fará com que um autor pense sempre duas vezes antes de publicar o que quer que seja sobre a vida de alguém.
Agora, se admitir o visto prévio do biografado, nunca conseguirá o seu consentimento para publicar o que lhe for menos simpático, ainda que verdadeiro. Se estender esse direito aos seus herdeiros, praticamente deixarão de existir biografias à face da terra.
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Nem mais. Aliás, acontece a mesma coisa com a construção das notícias.
Quanto ao RAP, tenho a impressão de ser o ou um dos mais cultos humoristas portugueses de sempre, coisa verificável em muitas das suas crónicas. E estar politicamente à margem dos partidos que habitualmente governam não o prejudica nada. Parece-me.
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Só posso concordar consigo, no entanto, escrevam o que entenderem, não lhe chamem é Biografia.
E ainda há outro problema, “Num Estado de Direito que funcione, quem difame ou calunie uma pessoa é sujeita a fortes penalizações”, acha que funciona? Só em tese.
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Felizmente há bem melhor que o Ricardo Araújo Pereira; por exemplo, o comediante Mário Soares é muito mais divertido.
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non non é muito triste troçar com os deficientes mentaes
a rainha do bolo rei e do pavilhão atlântico é mais engraçada e até pertence à classe dos professores do ensino púbico
e coleciona presépios….a anterior colecionava fábricas de latas de conserva falidas….e venda de terrenos das mesmas
e andam atrás de sucateiros que fugiram ao fisco com 3 ou 4 milhões pra marruecos
e anda tanta sln à solta
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Aquele trio de vanguardistas brasileiros, esquerdistas, que por estas bandas sempre foram tão solenemente endeusados pelos esquerdistas de cá, afinal, com tantos ou mais rabos de palha como qualquer outro mortal, chegada a hora de lhes descobrirem a careca das suas ‘fraquezas’, os tipos ficam ferozmente incomodados e o que mais desejam é que a velha censura, que eles próprios tanto denunciaram, volte e, claro, lhes acuda e os proteja.
Quanto ao cómico do regime e pseudointelectual Ricardo Pereira, que, não sei bem porque, nunca me enganou, com aquela cara de menino-bem do Colégio São João de Brito, quando o enxergo pelo canto do olho na pantalha, mudo imediatamente de canal.
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não me lembro dele no são joão de brito
devia ser baixinho na altura
obviamente só quem tem massa pode optar por ser de esquerda ou de direita
quem não a tem….tem de tentar entrar como o lima duarte lima pra sacar algum à ladroage
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O que eu me ria com o Raul Soldado…
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ou seja rias-te sempre da mesma cousa….
ah és mesmo ralé de classe média
vês o gordo todas as noites né….
simples….há tantos
deus deve gostar deles para produzir tantos
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Ò Marund, deus criou-nos…e depois nós juntamo-nos…por classes.
–
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E o Badaro’ ? Ena o Badaro’…
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Ò ora, não me diga que não se ria do badaro’?
O badaro’ sim, era fogo.
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tamém já quinou?
daqui a bocado dizes que gostas do gajo de serpa que alimpou milhões à rtp em séries de mau gosto
o nicolau no país das maravalhas dos bicos d’obra
e o carlos cruz ahn
e o narigudo
e el rey de portugal
e o sá carneiro e o cunhal fartei-me de rir quando morreram
embora o cunhal fosse um cómico muito fraco
bom daQui a uns anos estes tamém vão
já o socras nunca mais quina e inda tem a velha viva pra lhe pagare as contas do exílio
e o zé d’olhão…o mário preto agente ria-se com a merda que tinha
tamém te rias a snifar cola?
deve ser disse….
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Não desfazendo, VC tambem é um ponto…e vírgula
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Sobre este palpitante e momentoso assunto, recomenda-se , com mansidão, a leitura de “Da Parlapatice”.
VPV. , o autor dessa prosa indecente e pouco ( mesmo nada…) respeitosa para com os pujantes vultos, ou sombras, da não menos pujante esquerda doméstica,não pode, nem deve, passar sem a censura e o repúdio dos verdadeiros democratas ( sejam lá quem forem)
A “queirosiana” peça pode ser lida, custa-me dizê-lo mas é verdade, no pasquim do belmiro, ou, dito de outra forma , no púbico da sãozinha.
Às vezes a “Season” traz-nos coisas boas – como este escrito antológico.
Bom Natal a todos – e que nos continuemos a cruzar por aqui.
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