o que a direita e o cds devem a paulo portas
Agora que terminou o congresso do CDS e se começa a falar, entre membros do partido e na comunicação social, na sucessão de Paulo Portas e na existência de duas oposições, uma declarada e outra silenciosa, à sua liderança, é conveniente tratar do tema com alguma cautela, para se não cair no ridículo. Dito de outro modo, o CDS e a direita devem esforçar-se por perceber o que são e quem é Paulo Portas e o que lhe devem, independentemente de gostarem muito, pouco ou nada dele.
E Paulo Portas foi o único verdadeiro líder que a direita teve nos quarenta anos que já leva o regime democrático, e quem verdadeiramente fundou o único partido que declaradamente lhe pertence. Entendamo-nos: os fundadores do primeiro CDS não foram Freitas do Amaral nem Adelino Amaro da Costa, mas, como pode ler-se no primeiro volume das memórias de Freitas do Amaral, a ala esquerdista do MFA, que precisava de um partido de “direita ordeira” e, sobretudo, indiferente ao destino do Ultramar, para credibilizar internacionalmente o novo regime e concretizar os objetivos de descolonização imediata das antigas colónias. A caminho da reunião agendada com os militares, conta Freitas do Amaral, ele e Adelino Amaro da Costa não sabiam ao que iam. Chegaram mesmo a pensar que seriam presos. Pedir-lhes que fundassem um partido é que não lhes passava pela cabeça. Quando Amaro da Costa, que ainda imprimiu ao partido algum dinamismo e coerência, faleceu, o CDS desapareceu pelo ralo do regime, e todos, ou quase todos, os seus “fundadores” abandonaram a política ou foram a correr para o PS, com o qual claramente se identificavam. A experiência da liderança de Lucas Pires foi um fogo-fátuo inconsequente. Apesar das suas notáveis qualidades intelectuais e tribunícias, Lucas Pires não era um líder partidário e iniciara já, por essa altura, um caminho de afastamento muito crítico em relação à direita.
Foi, assim, Paulo Portas quem refundou a direita do regime, ou, se preferirem, quem verdadeiramente a criou. Primeiro, lançando um jornal político de excelência – O Independente – que trouxe ao país um conjunto de novas ideias de fácil manejamento e divulgação (as dúvidas sobre o europeísmo, a defesa de princípios conservadores, a apologia da economia de mercado, etc.), um sem número de opinion makers de grande nível e um grupo de colaboradores com os quais ele futuramente municiaria as estruturas dirigentes do CDS. Depois, tomando conta de um partido deixado moribundo por Freitas do Amaral, fazendo-o, numa fase inicial de transição, pela interposta pessoa de Manuel Monteiro, que nunca percebeu o seu papel verdadeiro em todo este filme
Passando por inúmeros episódios em que a sua morte política foi certificada, por sondagens que lhe chegaram a dar, a poucos meses de eleições, menos do que 2% das intenções de voto, Paulo Portas levou o CDS duas vezes para o governo, onde ainda permanece e do qual dificilmente sairá nos próximos anos. Conquistou posições em todo o aparelho do regime, nas autarquias e em todos os centros de poder nacional. Em termos eleitorais, o que tem valido ao partido é a sua cara. Na verdade, o CDS não tem outro discurso que não seja o seu, nem ninguém que o protagonize. A ilusão que o Dr.Ribeiro e Castro acalentou, durante alguns meses, de fazer voltar o CDS às suas origens genuínas da democracia-cristã e do freitismo era uma impossibilidade material: essas origens nunca existiram.
Por conseguinte, goste-se ou não do que é o CDS, a verdade é que, em quarenta anos de regime democrático, a direita portuguesa foi incapaz de fazer melhor. E o que existe tem um autor: Paulo Portas. Enquanto ele desejar, será ele o dono do partido e da direita portuguesa. E ele não sabe fazer outra coisa senão isso.

Não é só a direita e este C”DS” que devem muito a PPoetas : é também o país ! Por sua vez, PPoretas nada deve ao país, poe exemplo explicação alguma sobre o que tem feito ou não cumprido.
A nação, a pátria, os valores da família, a igreja cristã, devem-te muito, pelo teu exemp’lo de cidadão impoluto, inatacável e estadista de elevado nível ! Obrigado Paulo ! Muito obrigado ! Nunca abandones o país.
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Errata : primeiro parágrafo, “PPortas” e “pelo exemplo”
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A César o que é de César….!!!
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O que se entende após a convenção de aplauso ao
grande lider. Nota-se que começa a aparecer por
parte do CDS um certo desconforto com a facção
liderante ou seja, o PP também conhecido como o
partido do Paulo Portas que, muito deve ao semi
anónimo Jacinto Leite Capelo Rego os meios que
o ajudaram a fixar-se no espectro politíco!!.
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Há muitas formas de chegar ao poder e, se aceitarmos todas (como parece ser o ponto de partida do raciocínio de rui a.) acriticamente, então legitimamos o “vale tudo”. Paulo Portas simboliza o primado da tática e a negação de princípios. Diz o rui a. que é o melhor que a direita portuguesa consegue. Então… não há direita (nem direito!).
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É o que é, e o que é tem muita força. E, quanto às “muitas formas de chegar ao poder”, sem dúvida que as há. Mas o objetivo de todas é o mesmo, e, desse ponto de vista, não vejo qualquer diferença entre a descrita no post e todas as outras. A haver será até para pior, já que quanto menos evidente for o produto, maior o erro e a desilusão do consumidor final. Por fim, sobre a existência de “princípios” em política, eu recomendaria a leitura de Maquiavel… Por mim, a política não tem princípios, mas fins. Fins dos políticos, claro está. Esta é, entre outras, uma das principais razões pelas quais sou liberal.
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“Os fins justificam os meios”. Pois… O liberalismo afirmou-se na Europa através de princípios. O que o rui a. acaba de dizer, justifica o tal prefixo “neo”, seja lá isso o que for.
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Pois está muito enganado. O liberalismo não defende qualquer espécie de utilitarismo político. Pelo contrário, não o estima por aí além. Mas reconhece a sua existência e o seu perigo sempre que olha para o estado e para quem governa o estado, razão pela qual defende que o estado deve ser mínimo e os governantes muitíssimo controlados. Se os governantes fossem úteis aos indivíduos, o liberalismo seria praticamente desnecessário. Quem acredita cegamente que a política serve para trazer a felicidade aos homens são os socialistas e intervencionistas, que defendem um estado com poderes amplos para realizar esses nobres ideais. Não leram o Maquiavel, ou leram-no mal ou já não se lembram do que leram, e depois andam sempre a reclamar com o governo e os governantes. Para os socialistas, só os seus governos são bons; os outros são todos maus, já reparou? Que ironia extraordinária, para tão grandes democratas!…
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Muito bem, rui a., só que… nada disso tem que ver com o que lhe disse. Já agora, deixe-me recordar-lhe que o Maquiavel (que pouco tinha de liberal) é como os números: dá para o que se quiser. Napoleão era um grande admirador e, quanto a intervenção do estado, foi o que foi. Do que lhe falei, foi de “princípios”. Ora, outra coisa não defenderam os “pais” do liberalismo, nomeadamente com os chamados “direitos naturais”. O próprio “livre arbítrio” significa uma confiança no homem (na “razão”) que dificilmente se pode comparar ao oportunismo taticista de Portas. E foi disso que falei e não de mais ou menos intervencionismo estatal. Já agora: para qualquer ideologia política, “só os seus governos são bons”.
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Quando tudo indicava que ia ser um congresso sem interesse do que vi foi curioso.
Algo está a acontecer no CDS. O partido está governo. PP é Vice PM e há 166 alminhas no congresso do CDS que votam na moção do anacoreta?
Há são só 16,6% dos votos não é nada. pois e tal…
No CDS 16,6% contra Portas quando o partido está no Governo não é muito?
E como o RuiA. refere percebe-se que mesmo internamente já se perfilam os sucessores. A opção do governo ser igual à direcção é espantosa. 8 Vice Presidentes ? Zero de renovação ?
CS
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Caro 33,
Vc. está a confundir princípios que defendem direitos dos indivíduos face ao estado com princípios de organização política do estado. Os socialistas e estatistas de toda a espécie entendem que é ao estado e ao poder público que cabe a defesa dos direitos individuais. O liberalismo acredita que o estado, por natureza, não respeita direitos individuais e que estes lhe têm de ser impostos. O sentido moderno da palavra “constituição” era exactamente o de “poder limitado”, isto é o poder do estado limitado pelos tais direitos naturais dos indivíduos transformados em direitos fundamentais dos cidadãos, isto é, dos indivíduos na sua relação com o estado. Os estatistas acreditam que é o próprio estado quem cria estes limites e defende os direitos dos indivíduos. Os liberais citam Maquiavel para demonstrarem que a natureza da acção política é contrária à defesa desses direitos e é sempre intromissora da liberdade individual. Por isso, as Constituições consideram-se, em regra, como a expressão da soberania nacional e não da soberania do governo. Temos tido problemas com estes conceitos e com a instrumentalização do valor das constituições políticas por parte dos governos, mas foi o melhor que até agora se conseguiu arranjar para conter o estado dentro de certos limites, reconheço, cada vez mais desrespeitados.
Quanto ao Dr. Portas, apenas estava em causa a sua actuação como político e o post limita-se a tentar descrever, com objectividade, o que ele fez como líder político da direita indígena. Não é sequer apologético, nem crítico. É descritivo.
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Dizer que Paulo Portas é o representante da direita em Portugal é um insulto à mesma. Limitá-la ao máximo de uns 7% é no minimo a brincar, o mesmo que Portas pratica por cá: dá-lhe gozo bater e pretender “mexer” com a “sociedade”, como ficou bem patenteado no Independente com Miguel Esteves Cardoso, o melhor agitador que a direita teve enquanto teve pachorra.
Lembro ao Rui que o PSD saiu da ala liberal da assembleia nacional e por isso ao pretender falar de direita como se ela não existisse seria bom olhar para os seus compagnons de route
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” um jornal político de excelência – O Independente”
Excelência e O Independente na mesma frase, é obra !
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Dizer que o portas é de direita é tão estúpido como dizer que o sócrates é de esquerda. portas e sócrates e passos são dos seus donos. Dos que lhes pagam jeitos, favores e negociatas. São do freeport, das ‘privatizações’, dos sobreiros, dos submarinos, da parqueescolar, da motagengil, do primo sacadura e da mafia aventaleira. Esquerda e direita não classificam escroques, ainda que se digam ‘políticos’.
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Há é liberais ou neoliberais espertalhões que gostam de cobrir de seriedade política os membros do bando a que querem pertencer. Portas é apenas um monte de bosta.
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Estranho conceito, em democracia, o da propriedade de um partido ou de um sector político/ideológico, mas enfim…
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Não haverá exagero em tal dívida? A da direita. Paulo Portas é para o regime “social-estatista”, o mesmo que o MFA para o CDS: não permitir espaços vazios no aparelho de Estado. Compete com os restantes partidos em tal ocupação.
Paulo Portas sendo da direita, será no máximo “conservador-oportunista”. Liberalismo económico é conversa de “homilia”, para entreter os crentes.
Veja-se o Ministério da Agricultura. É mais um de prenúncios que se tornam anúncios antes de cair no esquecimento.
De resto, toda a vida política se resume a “1ªs páginas de Independente”, em que todas as semanas há novidades que esquecem as da semana antecedente.
Paulo Portas tem inimigos de estimação e amigos de ocasião. É pessoa que jura amor à humanidade em geral e… a quem estiver nas imediações, em especial. Eles são feirantes; idosos e idosas (é muito politicamente correcto); desempregados e desempregadas; trabalhadores e trabalhadoras; reformados e reformadas. Todo o português, pensando bem, sabe que o Portas já foi, é, ou será em alguma altura da vida, amigo dele.
Se é isto a direita conservadora-liberal que o país precisa…
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O FRUTO PROIBIDO do qual o CDS-PP aprendeu a gostar, a saborear qual gourmet…
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devemos tanto a estas máfias
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