39 anos para dar uma notícia
12 Abril, 2014
O Expresso demorou 39 anos para dar a notícia de que o salário mínimo real é menor que o salário mínimo do PREC.
Como mostra este gráfico do próprio Expresso, o salário mínimo ao longo dos últimos 39 anos foi sempre menor que o do PREC.
O salário mínimo do PREC era de tal forma irrealista que só em 1984 recomeçou a crescer sutentadamente.
De notar os três períodos de subidas irrealistas do salário mínimo: PREC, 77-80 e Sócrates.



Os jornais de referência são assim: isentos e rigorosos
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Grafico extranhamente original. Nem no Tour da France achariamos uma jornada com tamtos picos escalaveis.
Para autenticos e os mais avezados alpinistas…
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Lol(ada).
O L’Alpe d’Huez do saudoso Gonçalves e depois o senhor engenheiro-filósofo tentou mas não conseguiu o seu Col d’Aubisque.
Quanto ao Expresso agora em todas as edições se desmente a ele próprio.
O Tio Balsemão entregou aquilo à garotada para se dedicar ao golf.
Uma pena.
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Freud explicaria as mentes de PPassos Coelho e de PPortas-o presidente-do “partido-dos reformados”, quando hoje afirmou acerca dos cortes, que estão “a criar um bicho de sete cabeças”.
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O actual “Expresso” está com velas rotas entregue à deriva “socialista” (FPBalsemão, o que se passa consigo, não o lê ?) num mar encapelado, excitado e simultâneamente esperançado por futuras manchetes (muitas) já prometidas pelos próximos detentores de tenticulares poderes governamentais, maçónicos $&$ tais emanados do Rato.
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Sobre o salário mínimo : para maior produtividade, melhor reconhecimento pelo trabalho que gera riqueza.
Muito patronato tuga trafulha (é um ás na chico-espertice, vigarice e no braço dado com o poder…) tem beneficiado abusivamente da indigência e parcimónia de sucessivos governios.
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Tem toda a razão, o salário mínimo fixado em 74 estava bem acima do possível e, talvez por isso, a inflação encarregou-se de o reduzir, em pouco tempo, ao valor razoável. Na época, fiquei espantado com a posição então assumida pelo Prof. Pereira de Sousa, que defendia até um salário mais alto, ele que bem devia saber que em Portugal, naquela altura, não se podia pagar salários tão elevados. Mas os profs, às vezes, são assim – utópicos. Ontem, como hoje…
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Prof. Pereira de Sousa = Prof. Pereira de Moura ??…
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Exacto: Pereira de Moura.
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Tiro ao Alvo,
Concordo perfeitamente com o que diz no comentario sobre o salario minimo em 1974.
Relativamente ao Prof. Pereira de Moura, tendo em conta o posicionamento politico que ele assumiu na altura, até posso admitir que tenha defendido a posição sobre o salário minimo que o Tiro ao Alvo refere. Não sei, não me lembro. Muito embora, se tivesse sido mesmo assim, fosse uma atitude algo estranha por parte de um membro do governo que fixou o valor na altura.
Por sinal, reparei num outro Blog, o (Im)pertinencias, num comentário que faz uma referencia especifica a uma posição assumida na altura pelo Prof Pereira de Moura sobre esta problematica do salário minimo e que parece contra-dizer um pouco a observação que o Tiro ao Alvo faz aqui em cima. Transcrevo :
“[] Assisti a uma mesa redonda na RTP há quase 40 anos durante o PREC. Um sindicalista da Intersindical fez umas contas de cabeça para demonstrar que o salário mínimo para um trabalhador fazer face ao que, segundo ele, seriam as necessidades básicas teria de ser não sei quantos contos. O movimento sindical iria bater-se por isso, garantiu. Um dos participantes da mesa redonda Francisco Pereira de Moura, um católico da esquerda moderada próximo do MDP, professor do ISCEF (hoje ISEG) e na época ministro sem pasta do 1.º governo provisório tentou pôr água naquela fervura evangélica. Em vão. As certezas inabaláveis do sindicalista resistiram incólumes às contas de cabeça de Pereira de Moura que lhe demonstrou que esse salário mínimo era superior ao rendimento médio pelo que nunca poderia ser o salário mínimo. De nada valeu ao sindicalista que continuou por longos minutos a negar a realidade.”
http://impertinencias.blogspot.fr/2012/03/diario-de-bordo-contra-as.html
Dito isto, e como não sabemos de que valores exactos se falava na tal mesa redonda, esta referencia não exclui forçosamente a possibilidade do Prof Pereira de Moura não concordar com um um valor tão elevado como aquele proposto pelo sindicalista e, ao mesmo tempo, defender um valor superior ao que acabou por ser fixado pelo governo.
Conheci pessoalmente o Prof Pereira de Moura. Tenho dele a recordação de um pessoa inteligente, bastante culta, com sólidos conhecimentos de economia. Era um académico brilhante, um excelente docente, com obra publicada. Os estudantes de economia mais antigos conheceram todos o “Lições de Economia” e a “Análise Económica da Conjuntura”. Apesar de a seguir ao 25 de Abril se ter posicionado politicamente bastante à esquerda (o MDP/CDE era então um aliado do PCP), era uma pessoa aberta, tolerante e relativamente equilibrada nas suas analises sobre a economia e sobre a politica. No plano das ideias era bastante eclético, na economia bem mais neo-keynesiano do que marxista. Era certamente uma pessoa integra, digna, tolerante. Em particular, numa altura do PREC em que a caça ao “fascista” estava aberta e era uma acusação usada por alguns excitados e oportunistas intimidarem e perseguirem outras pessoas pelas razões mais futeis e inaceitaveis, lembro-me de ter ouvido o Prof Pereira de Moura dizer na Televisão que “fascismo” era sobretudo este tipo de atitudes e comportamentos. Não me parece que as explicações do Professor tenham tido grande audiencia e efeito prático porque o ambiente de “caça às bruxas” continuou ainda por bastante tempo. Mas parece-me justo recordar esta posição corajosa e digna para a altura vinda da parte de um dos protagonistas directos do “processo em curso”.
Relativamente aos assuntos economicos, eu tinha já na altura várias divergencias com o Prof Pereira de Moura e estas foram aumentando com o tempo. Infelizmente ele já faleceu há bastantes anos, mas imagino que, se fosse hoje ainda vivo (teria pouco menos de 90 anos), estariamos muito provávelmente em campos opostos no debate actual sobre as politicas economicas que mais conveem ao nosso pais. Dito isto, estou convencido que que defenderia os seus pontos de vista com seriedade e com abertura de espirito. Espero que o Tiro ao Alvo não se importe que aproveite esta sua deixa para prestar aqui uma pequena e modesta homenagem ao Professor Francisco Pereira de Moura (1925-1998).
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Sim, Fernando S, eu também penso que o prof. Pereira de Moura era um homem honesto, tolerante e relativamente equilibrada. Também eu tinha por ele grande admiração mas, depois do 25/4 penso que se baralhou, chegando a renegar, até, algumas das suas obras publicadas, como com certeza o Fernando se recorda.
Para mim, que tinha uma grande esperança nele, a sua actuação no governo foi uma desilusão. Mesmo quando pretendia ser didáctico, utilizou imagens pobres, como foi o caso da sua definição de fascista, se não erro num comício em Bragança, mais parecendo uma lição de um comuna encartado do que um católico comprometido, como era o seu caso.
Quando ao salário mínimo, se a minha memória não me atraiçoa, o professor Pereira de Moura chegou a falar em 4.400 escudos.
Seja como for, o Pereira de Moura foi uma das pessoas que ajudou a fazer o 25/4 e, nem que fosse só por isso, merece o nosso respeito. Paz à sua alma.
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O que queria escrever é que o Pereira de Moura foi uma das pessoas que ajudou a fazer o 25/4 sem sangue. Aqui fica a correcção e as minhas desculpas.
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JoaoMiranda
.
E eu a pensar que a noticia não era a não noticia mas a noticia do aumento do SMN
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a notícia pode vir atrasada mas é verdade!
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O Pereira de Sousa era um pobre de espírito.
Um palermoide irresponsável.
Foi meu professor.
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Não sei quantos anos depois da última vez, hoje sábado, comprei o Expresso. Meus ricos três euros…
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Guarde-o.
Daqui a cinco anos vai rir-se muito quando olhar para o Portugal-do-Futuro que vem na página 11 do caderno Economia.
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Esses dados também são importantes para desmistificar a suposta produtividade de antes do 25/4.
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O dramático da era Vasco Gonçalves não é o SMN, mas que daí para a frente os camaradas passaram a não fazer a ponta de um corno e a achar que mesmo assim mereciam salário, só porque sim!
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