São as #europeias2014 relevantes?
Sim.
As forças políticas integracionistas continuam com o freio nos dentes e tudo prometem fazer para se avançar na direcção de um estado único. A tática integracionista é sempre a de face a qualquer questão, avançar sem refletir.
Infelizmente não há em Portugal partidos ou representantes que se oponham a tais politicas. Noutros países existe maior diversidade de escolhas e há formações políticas que desejando um verdadeiro Mercado Único e cooperação europeia nos seus aspectos positivos, se opoêm a disparates vários defendidos pelos integracionistas. É assim no Reino Unido, na República Checa ou na Polónia, apenas referindo países onde tais forças não são classificadas como «extremistas». Nesses mesmos países os seus governos são os mais intransigentes defensores do alargamento das áreas onde ainda é necessário implementar um Mercado Único: banca, seguros, educação e saúde, transportes, comunicações, automóveis, etc. Ou seja focam-se no essencial e recusam os disparates integracionistas.
Noutros países, os eleitores apenas podem optar entre mais do mesmo. Ou então sobra-lhes as ditas forças extremistas que defendem simultaneamente pontos de vista anti-integracionistas à mistura com coisas menos recomendáveis. Mas o eleitor local pensa que em matéria europeia mais valerá um extremista que trave um pouco a loucura integracionista (mas em quem dificilmente votaria para eleições internas), do que a manter-se o actual rumo das coisas. Daí que tais partidos subam consideravelmente nas sondagens quando se trata de europeias. É um voto de protesto, mas protesto contra o exagero da UE. Não contra a sua existencia, mas recusa expressa dos seus exageros. É o que as sondagens indicam vir a suceder em França, na Grécia, Hungria, nas duas partes da Bélgica e nos Países Baixos.
O próximo ciclo europeu não terá apenas uma nova composição do seu Parlamento e uma nova Comissão. Existe a real possibilidade de ser realizada uma nova revisão geral dos Tratados europeus num sentido de maior integraccionismo. Assim claramente apontam várias matérias defendidas pelas principais forças políticas a nível europeu:
– Orçamento europeu à base de receitas próprias da UE o que implica a criação de receitas fiscais próprias;
– Criação de dívida comum, pela emissão de eurobonds e outro mecanismos de mutualização;
– Harmonização fiscal, significando que impostos seriam fixados a nível central e não ao nível de cada Estado;
– Prestações sociais iguais e pagas pelo orçamento europeu. (Junker defende mesmo um salário mínimo europeu….);
– Reforço de uma politica externa comum, tentando dar utilidade aos 5 mil funcionários e 139 representações diplomáticas que foram criadas recentemente;
– Reforço e incremente das funções e meios das polícias europeias e dos meios militares;
– Tendo já sido criado uma Procuradoria-Geral europeia, haverá que lhe dar que fazer, o que passará pela criação de uma novo direito penal e contraordenacional europeu, directivas a aplicar pelos sistemas juridicos nacionais, subordinação das produradorias estaduais à PG europeia, etc.;
– Com o Tratado Orçamental já os parlamentos nacionais se encontram limitados e sob vigilancia da Comissão e pretendem os integracionistas aumentar ainda mais tais poderes de intervenção supra-parlamentar;
Ora, seria sobre estas e outras questões similares que a campanha se deveria ter centrado. Porque tais matérias, gravosas para as liberdades, serão um dia apresentadas como tendo sido apoiadas pelos cidadãos, o que é obviamente mentira. Também nada se disse sobre a indicação do relevante posto de Comissário europeu, que ninguém sabe quem será nem se discute a forma fechada como será nomeado dentro de dias. Mas não apenas os integracionistas (PSD/PS/CDS) se entenderam para não falar de tais coisas escondendo-as do eleitorado , como tiveram a cumplicidade dos jornalistas que nunca lhes perguntaram nada sobre o assunto, entretendo-se em coisas menores. Mas farão editoriais na segunda-feira a lamentar-se da pobreza e embuste da campanha, escondendo a sua conivência e co-responsabilidade.
Até porque o grande vencedor das europeias já se conhece: a abstenção, a indiferença por parte dos eleitores face à UE.

As matérias defendidas pelas principais forças politicas a nível europeu, têm um nome: federalismo. Mas é para mim claro, que uma Europa Federal nunca funcionará sem forças armadas federais, e aí é que a “porca torce o rabo”.
O que se discute hoje na Europa, não é como é que se transforma a Europa na maior potência do mundo, como uns líricos sonharam em Lisboa no ano 2000, mas como é que os que não têm dinheiro e querem continuar a gastar o que não têm, o podem fazer à custa dos que têm dinheiro, mas não gastam mais do que têm.
Por isso, isto não pode acabar bem.
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Dia 25 é (também) dia de reflexão.
Dia 26, decido.
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Querer um Mercado Único sem um avançado grau de integração econômica e portanto política, é pura ilusão. Sem regras comuns para tomar decisões em cada uma das áreas que afetam o Mercado Único depressa se entraria – ainda mais do que hoje ? – em políticas nacionais que distorcem a concorrência entre os países. Daí os constantes apelos a maior integração, incluindo fiscal, e até de harmonização de salário mínimo. A moeda única evita desvalorizações das moedas nacionais que distorciam a concorrência entre empresas de Estados Membros. Harmonizaram a curvatura dos pepinos porque caso contrário regras nacionais seriam impostas para evitar concorrência de pepinos estrangeiros.
Quanto à política externa trata-se apenas de uma tentativa dos mais pequenos Estados Membros – mas cada vez mais dos grandes, que não o Reino Unido – de poder ter alguma influência na cena internacional. Num mundo onde muito brevemente o lugar de maior potência econômica será ocupado por uma ditadura.
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“Infelizmente não há em Portugal partidos ou representantes que se oponham a tais politicas.”
Fantástico!!! Como é que o amigo Gabriel conseguiu chegar a 2014 sem ter dado conta de uma força política, como é a coligação CDU, que se arrisca a ter 11% dos votos… 🙂 🙂 🙂
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Coligação CDU? Há que chamar as coisas pelo seu nome, PCP quer você dizer e está tudo dito, livra. Prefiro o federalismo, não tem KGB.
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Boa! Comentário profundo, culto e tal…
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CDU: o comunismo que tem vergonha de dizer o seu nome.
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Ouça lá ó seu pobre atrasado mental!
A CDU coloca nos materiais de propaganda e, mais importante, nos boletins de voto o símbolo com a foice e o martelo e o nome “Partido Comunista Português”.
O que é que falta para se saber que está ali o PCP?
A única “vergonha” que vejo… é a profunda estupidez do seu comentário pedestre!
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É um milagre: até o vermelho parece azul. A foice foi-se, e o martelo também. Depois da vergonha que foi para o “partido dos trabalhadores” obter apenas 12,46% dos votos em 1975, passaram a ser APU e depois…CDU. Para não pintarem a cara de preto, passaram a usar o azul. É mais romantico…
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Olha o imbecil daltónico do Silveira… que acha que os milhares e milhares de bandeiras do PCP nos comícios e manifestações… são azuis… e que a foice e o martelo QUE ESTÃO presentes no símbolo da CDU e até no boletim de voto… afinal não estão.
Agora até lhe dizia uma coisas… mas não estou com pachorra para depois ter que aturar o pessoal das associações de protecção, que (com alguma razão) iria acusar-me de crueldade para com animais…
Passar bem!
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O quedas tem razão. O PC e a CDU são coisas totalmente diferentes. Tão diferentes que com um regimento diferente na AR, que retirasse ao PC o tempo de peixeirada dado ao grupo melancia a coisa acabava num ápice.
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Ó de Aviz… que belo argumento. Não se desfaça dele, que isso ainda deve valer qualquer coisa… 🙂 🙂
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e diria mais….milhares de milhões de bandeiras……
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Exacto! Número só superado pelas dezenas de milhares de milhões de parvalhões como “vosselência”…
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Este Quedas tem queda para KGB. Pelo tom dos teus comentários, se o teu partido mandasse nisto, e inteligente como és, devias ser agente da secreta, daqueles que mandam os “parvalhões” e “os imbecis daltónicos” com quem não estás de acordo para a prisa. E depois porrada neles, e o mais a que tivessem direito…nem que fosse uma bala na nuca.
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Você anda a ver filmes demais, pobre Silveira! 🙂
“Deslargue” mas é a televisão e as séries da CIA e de espionagem… e dedique-se ao humor e aos trocadilhos com nomes. Esse do “Quedas” e da “queda”… é genial! Nunca tinha visto! Quem é que se iria lembrar de uma coisa assim?!!! 🙂 🙂
Ainda assim… com o nome que tem, devia mudar para um pseudónimo bem seguro e blindado a piadas… ou então não se pôr a jeito ao brincar com os nomes alheios. 🙂
Saudações.
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Tá bem filho, vai até à Sibéria fazer um estágio, porque parece que o Putin está a reabrir as colónias de férias que o Estaline lá mandou construir, para meter os ucranianos, porque os tchetchenos parece que já foram…
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“Tá bem filho” ???!!!
Lamento, caro Silveira… respeito muito as suas sensibilidades… mas a minha orientação sexual vai noutro sentido. Não me leve a mal, mas vá oferecer-se para outra freguesia!
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o strauss khan(ex-director do fmi) tambem tem muita “vergonha”…
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> Infelizmente não há em Portugal partidos ou representantes que se oponham a tais politicas.
Pois não, os partidos únicos das oligarquias democratas estão-se borrifando para povos e nações, isso são tudo peças intercambiáveis, consumidores.
Se não forem, passam a ser. Assim é que é mais moderno e progressista.
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Muito bem. Um post lúcido e bem estruturado.
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> a abstenção, a indiferença por parte dos eleitores face à UE.
Isto não é defeito, é feitio.
O que interessa é cumprir a formalidade, a encenação da “escolha livre”. Depois pode-se usar como cacete propagandistico para submeter a massa popular com o argumento de que “se não escolheram, tivessem escolhido”, a culpa é vossa.
Mestres em “manufacture of consent”.
(Nunca vai haver eleições democráticas com uma escolha “none of the above” que resulte em lugares por preencher, porque parlamentos semi-vazios tornariam o embuste demasiado óbvio.)
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Comentava hoje um vizinho meu que a sua única dúvida é sobre qual o palavrão que vai escrever no boletim de voto!
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À margem mas não tanto ….. a comunicação social deles afirma convictamente (por cá pouco ou mesmo nada se comunica apesar da caixa de pandora ‘ucranea’):
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Russia-China To Work To Rival Airbus, Boeing
Putin to discuss joint aircraft projects in China set to rival Airbus, Boeing – newspaper
Read more: http://voiceofrussia.com/news/2014_05_19/Putin-to-discuss-joint-aircraft-projects-in-China-set-to-rival-Airbus-Boeing-newspaper-6921/
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Gazprom to sign monumental gas deal with China
http://rt.com/business/159880-gazprom-china-russia-cnpc/
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Chinese Companies to Help Build Russian Transbaikal Plant
http://en.ria.ru/business/20140519/189933083/Chinese-Companies-to-Help-Build-Russian-Transbaikal-Plant.html
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ha muito mais mas seria fastidioso aqui tal a dimensão desta autentica aliança gigantesca de efeitos planetarios, globais.
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http://www.smithsonianmag.com/science-nature/black-holes-180951489/?no-ist
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O que serão efeitos planetários não globais?
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A diferença entre ‘globalização’ e ‘global’, money e geografia.
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Acho que o Assis tem o direito a ser eleito mais 3 mandatos, para ver se consegue apresentar pelo menos uma proposta no parlamento Europeu. Dado ter sido o deputado que mais faltou e que menos trabalho produziu, merece mais algumas oportunidades.
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Que curioso…
O Gabriel só agora reparou que o vencedor eleitoral dos costume é a Abstenção?…
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Confesso que admiro a paciência do Alexandre, para lidar com tanta imbecilidade alheia!!!
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