Ecos de um sistema caduco
Taxistas detidos no aeroporto por especulação
Os suspeitos, com 38, 39 e 65 anos, transportaram passageiros em percursos de várias zonas de Lisboa para o aeroporto da Portela e, “em duas situações, introduziram indevidamente no taxímetro suplementos no valor de 1,60 euros, quando não havia lugar à sua introdução e, numa outra situação, foi exigido montante superior ao suplemento, tendo o motorista de táxi solicitado ao passageiro o valor de quatro euros, um preço superior ao constante na tabela de preços em vigor”, refere a PSP num comunicado hoje divulgado.
Em 2015 leva-se a julgamento taxistas por fraudes de 1,60 euros. A principal razão: um sistema regulatório caduco baseado num no comando e controlo da actividade pelas autoridades públicas. Existe uma solução para este problema que não envolve polícia nem tribunais. Chama-se Uber. Um motorista da Uber nunca se atreveria a cobrar mais do que o previamente estipulado. A principal razão? O pagamento é feito por cartão de crédito de acordo com o percurso feito através de um sistema automático. E uma razão secundária: um motorista da Uber que preste um mau serviço arrisca-se a uma má avaliação e a nunca mais ser chamado. Agora pensem, quantas vezes é que um taxista pode maltratar um cliente sem perder negócio? As vezes que quiser.

Absolutamente caduco. A lei que previne estes comportamentos é de 1984, do tempo da especulação e açambarcamento associados, quando a inflação andava nos dois dígitos. Os juristas dos governos de Mário Soares acharam que deveriam pôr cobro à especulação criando uma lei com uma penalização rigorosa-a lei 28/84 de 20 de Janeiro que no preâmbulo tem uma passagem assim ao definir os objectivos
“Outra prende-se com a intervenção do Estado na racionalização dos circuitos de distribuição e na formação e no controle dos preços, a fim de combater práticas especulativas, evitar práticas comerciais restritivas e seus reflexos sobre os preços e adequar a evolução dos preços de bens essenciais aos objectivos da política económica e social (artigo 109.º, n.º 1). ”
Desde há 30 anos que isto é assim, tal como a Constituição que garante que vamos a caminho do socialismo…
O que é que isto tem dado? Um exemplo:
há um par de anos um magistrado do MP tinha um bilhete para um concerto da Madona e como não queria ir anunciou que o vendia. Por cinco vezes mais o preço que lhe custou. Fê-lo na internet e a “autoridade” interveio e interpelou-o em flagrante delito, que aliás foi provocado pelos agentes da autoridade…
Tal foi notícia do SOL, na primeira página.
Consequência para o magistrado?
Um processo disciplinar que redundou na perda de um ano de vencimento porque foi suspenso nesse período. A proposta do inspector aliás fora a de demissão; uma condenação em multa num processo crime que foi ao STJ e confirmou o crime de especulação.
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João Miranda,
Caduco é o sistema cujo problema são os Taxistas ou o reformado que foge ao fisco com um balde de sardinhas.
A par disto, a bolsa perde por dia 3 mil milhões e aqui está tudo bem e o sistema deixa andar, são os mercados…ou o metro do Porto vai ser privatizado por adjudicação directa e nada de mal acontece, nem sequer a Assembleia da Republica já exite para fiscalizar, se fiscaliza alguma coisa
Amigo, o mundo está doente e só termina numa escaramuça qualquer a que nem podemos regair e muito menos fugir. Nessa altura perceberá, que a politica vigente nos aniquilou enquanto povo.
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Ena, que verve! Hoje o escriba é de alto coturno.
Já atrasou o seu relógio meia horita?
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3 mil milhões e não três biliões. É preciso educar os “economistas” que colocam o Financial Times à frente dos manuais do 12º ano de matemática:
http://www.matematicaviva.pt/2015/08/como-austeridade-colocou-um-forte.html
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A bolsa não “perde 3B€ por dia” por num dia se transacionarem meia dúzia de acções a baixo do preço do dia anterior, da mesma maneira que as vacas não perdem 50% do seu valor cada vez que o Continente decide fazer uma promoção de 50% em cartão na compra de leite.
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Jose7
Tenho uma desde 1990.
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3 mil milhões e não três biliões. É preciso educar os “economistas” que colocam o Financial Times à frente dos manuais do 12º ano de matemática:
http://www.matematicaviva.pt/2015/08/como-austeridade-colocou-um-forte.html
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…”A par disto, a bolsa perde por dia 3 mil milhões e aqui está tudo bem e o sistema deixa andar, são os mercados…”…
Desde quando os bolotas se preocupam com o funcionamento dos mercados? No fundo, no fundo, sabemos que os bolotas também são capitalistas 🙂
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Bolota ,
Vai para a puta que te pariu , porra que este porco nao aprende!
Discos pedidos e nos cornos da tua sogra!
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Tá bem eu vou quando conseguires explicar o que eu disse de errado.
Tás caduco meu…
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Bolota monte uma empresa e mostre como é que se faz. Com tanta capacidade de teorizar do que é que está à espera?
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Jose7
Tenho uma desde 1990 e se não faço melhor é porque a quadrilha que tu sustenta me tira a pele vivo. Contava-te umas coisas mas acho que não ias perceber
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Na deve andar muito bem a sua empresa, visto que passa muito tempo a escrever sonsices nos blogues.
Será que a empresa do Bolota não era a que fazia os cartazes para o Costa? Se essa for, imagino que pense que está a ser comido pela Coligação. Mas erra.
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Chico Colaço,
Essa é uma vantagem de ser patrão.
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Ora aí está o motivo de a sua empresa andar mal. Falta de empenho da sua parte.
Por experiência minha, quando a minha família tinha um negócio próprio éramos escravos desse negócio. Eu e todos os que conheci que têm ou tiveram empresas com porta aberta atestam-no. O patrão sempre foi o que trabalha mais no meio da empresa. A menos, é claro, que esta seja verdadeiramente virtual, mas sem a virtude de fazer trabalho algum, de ter clientes ou objecto social.
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Oh Bolota nos proximos quatro anos a politica vigente vai aniquilar o socialismo no alentejo 🙂
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O que é isso de a bolsa perder dinheiro? Quer dizer que as empresas andam a vender activos? Que andam a anunciar despedimentos? Pior, que vão falir?
Bolota, na sua sanha contra o governo até se atira de unhas e dentes a algo que os marchistas de marcha lenta e pau frouxo desprezam: o valor no mercado de capitais. O valor das acções é tão subjectivo como o grau de ikbecilidade qie achamos num socialista — alguns acham meio imbecis, eu rejeito a fracção.
Quando eu estava na direcção de grandes empresas dizia sempre para os accionistas isto: tricas vossas não me fazem nem perder o sono nem mudar o rumo. E desde que apresentasse mais lucros do que esperavam ninguém me chateava.
Algo a propósito, sabe o que é que para um soviético representava a cabeça careca do Kruschev? A safra de 1963.
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Concordo.
Mesmo para os actuais taxistas seria benéfico integrarem o sistema da Uber. Assim escusavam de ficar de trombas quando apanham um passageiro no aeroporto que tem um destino próximo e ele depois tem de ir para o fim da fila dos táxis.
E mais importante: ganhavam os clientes, que é o principal motivo da existência de táxis.
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que muitos taxistas são o que são, sei de experiência.Prefiro evitar a espécie – mas já agora: uma vez que é tudo pago por cartão de crédito…pondo de lado o facto de nem toda a gente – palpita-me que a maioria dos velhos, que não há meio de um dumdum qualquer dar cabo deles, não terem nem saberem manusear tal coisa -, a quem cabe receber a tributação dos uber? à maria luis ou ao meio colega da falida Califórnia? talvez fosse melhor atirar-se ao licenciamento da profissão, liberalizar a aquisição de licenças. E já agora incluir um código ético vinculativo qualquer. Sabe? já fui roubado por um num sítio muito chic cá do burgo e enquanto me roubava ainda bramava contra o capital. E dos uber há já uma história pouco bonita na Índia.
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Qual é a diferença entre a Uber, na questão fiscal, e outro qualquer serviço adquirido pela net, como aceder a sites porno ou comprar uma treta qualquer no ebay? Não me diga que o caro comentador acordou apenas em 2015 para o mundo do comércio eletrónico? O taxista, se quiser pagar impostos, coleta-se como profissional liberal (recibos verdes) e declara aquilo que receber. Por seu lado, o cliente (eu sou um) recebe sempre fatura. Em Aveiro a IGF fez um inquérito e cada taxista declarava em média 80 euros por mês de rendimentos. Tenho para mim, que com Uber e similares (há mais, mas a malta conhece apenas a Uber), o estado recolhe mais receita fiscal, dada a evasão fiscal do setor em causa. Ah mas estes são “qualificados”, falam inglês, francês e alemão, são cordatos e têm uma condução segura. Por isso é que sempre fui liberal, social-liberal.
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Gatuno é gatuno tanto faz se é 1.60 ou 23 milhoes na suiça !
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Oliveira e Costa , Dias Loureiro ou Duarte Lima é igual ao taxista de 1,60????
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Quando são apanhados com a boca na botija é … É certo Q ” loopholes ” livram muitos fdps typo Marocas, Melancias e por aí fora (contanto Q haja massa for the “law firms”)
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Muito bem. E ainda as somas por vezes elevadas que custa, o trespasse dum carro legalizado, vão que ter de ser pagas …pelo cliente claro; daí o irracional de manter privilégios que penalizam os utilizadores. Para quando os cidadãos votam a mudança destes corporativismos indecentes?
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Grande consumidor de táxis, já conheço de ginjeira todas(ou quase todas) as suas tretas para burlarem os clientes. Começam pela proverbial pergunta “Por onde quer ir”, para saber se o cliente conhece o percurso mais curto, a que ele taxista está obrigado. Depois vêm com a conversa que o caminho mais curto leva mais tempo por causa do trânsito. São comportamentos só possíveis sem concorrência, a que a Uber iria pôr termo.
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Pura verdade!
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Piscoiso,
Subscrevo.
JMiranda,
antes de escrever este post afectivo para com esse tipo de taxistas prevaricadores no Aeroporto da Portela, devia ter conhecimento de centenas de casos/mês abusadores.
Já fui enganado por vários taxistas, outros tentaram enganar-me. Numa dessas ocasiões-fazem-o-ladrão, o gajo queria levar-me c. 11 euros a mais do que é habitual Portela-destino. Tipostei. De facto o taxímetro marcava essa quantia a mais, teria de pagar, blá-blá-blá. Disse-lhe que chamava a polícia para verificar percurso, etc. Resultado: o malandro perguntou-me quanto costumava pagar e por aí se ficou.
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> Agora pensem, quantas vezes é que um taxista pode maltratar um cliente sem perder negócio?
Bom raciocínio. Vamos alargá-lo, pode ser?
“Quantas vezes é que a Uber pode maltratar um condutor sem perder negócio?”
Eu sugeria que pensassem duas vezes em trocar os (ocasionalmente) bandalhos domésticos por (sistemáticamente) sociopatas californianos.
Mas também, já trocámos um governo de homens honestos por um de ladrões, isto são trocos …
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You are wrong man!
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Estou só a perguntar. Para mim, para haver um governo de homens honestos terá de e cuar ao governo de Dom Pedro, o Cru, e mesmo aí por pouco tempo.
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Por governo de homens honestos refere-se ao terminado em 2011, em 1996 ou em 1974?
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Honestos e não honestos (também mulheres, sff) fizeram parte de todos os governos post 25 de Abril.
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quem era o governo de “homens honestos”?
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Outro dia, numa corrida a partir do aeroporto, fiquei a saber mais sobre o bas-fond do meio do que imaginara que existiria. De tudo aquilo, o taxista de serviço monologava sobre as razoes de haver taxis de 7 lugares e o preço acrescido por causa dos mesmos (apontava a propriedade da maioria deles a alguém com poder no sector) e o mesmo relativamente aos que deveriam transportar pessoas com deficiência (nunca estão disponíveis onde devem e serão propriedade da mesma pessoa ou familiares). Cobrou-me a corrida mais barata de sempre para o local onde ia. Engraçado, antes daquilo tudo, foi ver o polícia de serviço a querer obrigar-me a tomar o táxi que ele entendia ser o conveniente (um de 7 lugares), alegando que o preço era o mesmo. Claro que recusei e, como deveria, nem sequer lhe expliquei a verdade, ficando aqui a sugestão para que esclareçam esses profissionais de que a corrida fica mesmo mais cara nos ditos táxis.
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1) Os táxis na Holanda e Alemanha, assim como na Uber, quando chamo por telefone, pago sempre a partir do momento que entro no táxi, e não do local donde vem o táxi.
2) Na Uber é declarado cada transação (a Uber Europa tem sede fiscal em Amesterdão). Eu como cliente recebo sempre fatura, e automática.
3) O preço é estimado antes do percurso, logo, não há “imprevistos”
4) Não há razão nenhuma justificável para este corporativismo, porque as licenças nem são para os condutores, são para os carros, significa que qualquer um sem qualquer qualificação, a não ser ter carta de condução, pode ser atualmente taxista, trabalhando por conta de outrem.
5) As licenças de táxi foram adquiridas no tempo da outra senhora ao preço da chuva; mas depois como são ativos transmissíveis, e como o negócio expandiu-se e o estado/autarquias congelou a emissão de novas licenças, funcionam as regras do mercado, e as licenças tomam preços assustadores, através de trespasse, que chegam a cem mil euros. Mas que raio têm os clientes culpa disso!
6) Na Uber o sistema funciona sempre por retorno de satisfação, ou seja, se vários clientes fazem queixa do taxista ou dão nota negativa (escala de 1 a 5, como na escola), o mesmo tem pontuação negativa e deixa de ter clientela, obrigando-os a ser cordiais, o que posso comprovar; tal como no ebay se um vendedor der a banhada no envio do produto, começa a deixar de conseguir vender.
7) A Uber é uma de várias. Eu por norma também me repugna os “sociopatas do Grande Satã”; mas este modelo até foi primeiramente criado por investigadores de uma universidade alemã, e há mais sistemas a operar
8) O modelo de transporte urbano é extremamente ineficiente. A média de ocupação de um carro, é de 1,2 pax/automóvel. Se descontarmos condutor, um carro tem em média 0,2 pax, num número que pode estar entre 0 e 4, dando uma ocupação média de 5%. Temos assim a força de 90 cavalos a puxar uma pessoa, isso tem um nome em engenharia: ineficiência. A Uber ao incentivar de forma prática a partilha de carro, melhora essa eficiência.
9) Ter carro é muito caro, em PT a média dos custo fixos e variáveis ronda 320€ por mês. Sai mais barato para muitas pessoas (acreditem pois tenho as contas todas feitas) andar de táxi para todo o lado do que ter carro. Ao baixar o custo do transporte em táxi, muitas mais pessoas o podem fazer, reduzindo os custos de mobilidade sem perda de conforto (transportes públicos, bicicleta ou a pé).
10) O carro exige muito espaço, é um autêntico sorvedouro de espaço público. Uma garagem tem custos por unidade de lugar de estacionamento de cerca de 20 mil euros. Em 60% do tempo de vida útil do carro, este está parado: mais ineficiência. Ao poder andar de táxi de forma barata, mais pessoas deixam de ter carro particular e o número de carros na via pública diminui, libertando o espaço público para o seu objetivo fundador, o de servir as pessoas: jardins, esplanadas, praças pedonais; etc.
11) E por que é que a ANTRAL e o seu coio oligarca em vez de colocar ações judiciais contra os outros, não fazem eles próprios um sistema similar?
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Ler Flic Flac e vê-se o que é a Antral.
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E reitero, com o desemprego que há, por que é que qualquer um não pode ser taxista, se para tal pagar impostos do que receber, a recibos verdes? Este é mais um esquema antigo que prevalece, mais um corporativismo, como temos tantos em Portugal. Lixa-se o mexilhão, neste caso o cliente!
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Escrevi sobre a questão da Uber:
http://www.veraveritas.eu/2015/08/dez-razoes-para-se-usar-uber.html
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